Do jornal O Globo
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), manteve vantagem sobre os demais pré-candidatos à Presidência da República.
Segundo o levantamento, que foi realizado na segunda e na terça-feira, o petista tem até 37% das intenções de voto.
No entanto, a briga por uma vaga no segundo turno fica acirrada caso Lula seja impedido de disputar a eleição — a condenação na segunda instância do Judiciário o enquadra na Lei da Ficha Limpa.
Por outro lado, o Datafolha mostra que a condenação de Lula no TRF-4 pode impulsionar a candidatura de Marina Silva (Rede), que sobe de 8% para 13%, e Ciro Gomes (PDT), que vai de 6% a 10%. Nos quatro cenários sem Lula, Ciro e Marina se revezam no segundo lugar. A ex-ministra do Meio Ambiente chega a ter 16% em cenário sem Lula e Alckmin.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), varia entre 6%, nos cenários com Lula, a 11%, sem o petista. Os percentuais são semelhantes ao registrado na pesquisa anterior do Datafolha, divulgada em dezembro.
O apresentador Luciano Huck tem 8% em um cenário sem Lula. No entanto, Huck disse que não pretende disputar o Palácio do Planalto.
Após ter anunciado a intenção de participar novamente da disputa pela Presidência, o senador Fernando Collor (PTC-AL) foi incluÃdo no levantamento do Datafolha. Ele aparece entre 1% e 3% nos diferentes cenários.
Segundo turno
No segundo turno, Lula venceria o tucano Geraldo Alckmin por 49% a 30%; a ex-senadora Marina Silva (Rede) por 47% a 32%; e o deputado Jair Bolsonaro (PSC) por 49% a 32%.
Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro também seria derrotado por Marina Silva (42% a 32%) e estaria em situação de empate técnico com Alckmin (35% a 33%). Esta segunda hipótese estaria dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A simulação envolvendo Alckmin e Ciro Gomes aponta, também, um empate técnico — nesse cenário, Alckmin teria 34%, e Ciro, 32%.
Rejeição
A condenação do TRF-4 não alterou significativamente a rejeição do ex-presidente LUla, que subiu de 39% na pesquisa anterior para 40%. A mudança mais sensÃvel foi na rejeição do presidente Michel Temer, que caiu de 71% para 60% em cerca de um mês.
Fernando Collor aparece com a segunda maior rejeição, com 44%, atrás de Temer. Bolsonaro tem 29%, Alckmin, 26% e Huck, 25%.
O Datafolha registrou ainda que a saÃda de Lula da corrida presidencial poderá afetar a participação nas eleições — 31% dos eleitores do petista declararam voto branco ou nulo nos cenários sem o ex-presidente.
Transferência de voto
O Datafolha também mostra que Lula perdeu pontecial de transferência de voto. Em novembro, o percentual de eleitores que não votariam no polÃtico apoiado por Lula era de 48%. A pesquisa desta quarta-feira registra 53% de rejeição a qualquer nome indicado pelo ex-presidente.
Apesar da queda, a influência de Lula não pode ser desconsiderada como cabo eleitoral. Isso porque 27% dos entrevistados ressaltam que o ex-presidente “com certeza” influenciaria suas escolhas, e 17% afirmam que “talvez” seguissem a indicação do petista.
O Datafolha também levantou como seria a performance do juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação de Lula na primeira instância, no ano passado. Segundo a pesquisa, 50% dos entrevistados não votariam no candidato apoiado pelo magistrado, enquanto 25% confirmaram que seguiriam a indicação dele.
Outros 22% admitiam a possibilidade de ouvi-lo e votar com ele.
FHC, Temer
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, garante o voto de 11% dos eleitores aos seus apadrinhados. Outros 22% estudariam votar no nome apoiado pelo tucano. Mas 64% dos entrevistados rejeitam a indicação do lÃder do paÃs entre 1995 e 2002.
Michel Temer é o cabo eleitoral mais impopular das opções estudadas pelo instituto: 87% dos eleitores rejeitam o candidato do presidente, apenas 4% acolheriam a indicação e 8% avaliaram a possibilidade.
O Datafolha fez 2.826 entrevistas em 174 municÃpios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/20018. O levantamento foi divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
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Vejamos. Ninguém me convence de que Lula é inocente dessa coisa toda; de mensalão, petrolão, o escambau. Mas isso fica no campo da convicção. Minha convicção. Porém, se eu fosse juiz e a mim coubesse julgá-lo eu não poderia condená-lo baseado nesse convencimento. Teria que motivar a sentença com provas materiais irrefutáveis. É assim que se processa um julgamento justo, num sistema jurÃdico de um Estado de Direito. Pode-se, de consciência plena, dizer que Lula está sendo julgado com isenção? Não se pode. O Juiz Sérgio Moro há tempos professa sua convicções jurÃdicas no campo pantanoso da jusfilosofia polÃtica. É um juiz declaradamente solipsista, que põe a sua convicção acima das provas dos autos. Aà você diz, mas a instância superior confirmou a sentença. É verdade. Porém, as opiniões do colegiado confirmador, pela biografia dos seus membros e opiniões publicamente conhecidas afinam-se totalmente com essa mesma doutrina do solipsismo. Mais grave ainda é o fato da “combinação”, entre os três, para não só ratificar, mas aumentar a pena. Já dizia o filósofo que quando três pessoas pensam aritmeticamente iguais é porque uma delas pensou por todas. O resultado, inclusive com o aumento da pena, foi noticiado por vários órgãos da mÃdia. Há nesse julgamento algo muito estranho, como a impureza no reino da Dinamarca. Nunca se viu, na vida processual brasileira, onde a celeridade não é regra, tanta pressa e tanta presteza no julgamento de um recurso. Minha convicção é essa: Lula não é inocente e seus julgadores não são isentos. Por isso há todo um caldo de consequências pra dar em merda.
O que chama atenção, é a rapidez desse processo comparando entre milhares que já se divulgou de outros polÃticos. Concordo François, é como se os três seguissem o Juiz Sérgio Moro, pra não ficar tão igual aumentaram a pena de Lula, um seguiu a opinião do outro nessa (combinação).
A consequência desse caldo seria a reeleição de Lula.