Lendo a degravação e tradução dos discursos de Barack Obama e John McCain, pós-eleições nos EUA, lanço-me à reflexão. Quanta civilidade.
Num comparativo com o que acompanho nesse sertão de meu Deus, em vários pontos, percebo a distância. Em muitos municípios do RN, o clima de disputa ainda está na superfície dos acontecimentos.
Parece que esperam o segundo turno ou alguma decisão nos “pênaltis”. Líderes e liderados alimentam animosidades, intrigas pessoais e estabelecem o rancor e o ódio como elementos de cisão social.
Há um apartheid amoral, configurando a imbecilidade injustificável.
Não é difícil entender tamanho atraso em boa parte dessas comunas, onde sobram sentimentos menores e falta quase tudo para a grande maioria das populações. A ignorância, mesmo entre gente letrada, transforma um lado em síntese do purismo e o outro em essência da esqualidez moral.
Alguém é bom ou ruim, dependendo da escolha partidária assumida. Amigos, famílias e outros vínculos afetivos são quebrados pela incapacidade de se conviver com o elementar em qualquer disputa: seu resultado.
Sempre tem que existir perdedor e ganhador. Do contrário não existiria a contenda, teríamos a tirania do partido único, da vontade monocrática num estado de barbárie oficial.
Nelson Rodrigues, o grande dramaturgo – que era Fluminense de coração –, afirmava: “A estupidez não tem cura”.
Não sei em que se baseou à constatação pessoal. Mas por aqui, ele facilmente encontraria farto material à sustentação de sua tese cientificista.
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