Por Inácio Augusto de Almeida
Quem nunca ouviu falar da felicidade de um casal que, por mais que tentasse, não conseguia ter um filho e de repente, não mais do que de repente, aparece em sua porta um bebezinho dentro de uma cesta?
Felicidade geral.
Risos, alegria, festa. Um milagre aconteceu. Toda a família se reúne e traça planos para batizado, aniversário, primeiro dia na creche com direito a risos e choro da primeira separação.
Os avós e tios não se cansam de admirar a criancinha de olhos claros, cabelos louros, pele branca. Criancinha que não fica quieta um só minuto. Criancinha sempre a mexer os bracinhos, as perninhas e a cabeça a girar para que os lindos olhinhos tudo acompanhem.
Numa maternidade uma pobre mãe que, por ocasião do momento mais sublime da natividade, ouviu o choro da sua tão desejada criancinha, criancinha que dela foi separada para ser colocada no berçário, agora chora.
Sua criancinha morreu.
Recebe palavras de conforto. Alguém lhe diz que o seu neném nasceu com graves problemas cardíacos e com diversos outros órgãos comprometidos por má formação. Que tudo foi tentado para mantê-lo vivo.
E mesmo que conseguissem sucesso na tentativa de salvar o seu bebezinho ele não se manteria vivo por mais do que um dia.
A pobre mãe soluça ao lembrar o choro forte do seu filhinho ao nascer. Mesmo em lágrimas, consegue ouvir que tudo já foi providenciado, ela não precisava se preocupar com nada e que as despesas com o sepultamento já tinham sido pagas pelo serviço social.
O pai da criança, tinha passado a noite no trabalho de vigilante em um supermercado, chega e chora ao saber da notícia. E com a voz embargada pelas lágrimas que brotavam dentro do coração, agradece aos que tudo tentaram para salvar seu filho e resolveram todos os problemas junto ao serviço social.
Naquele mesmo dia, já quase noite, a pobre mãe, amparada pelo companheiro, deixa a maternidade levando numa cestinha as fraldas que seu filhinho usaria.
Na casa onde uma criança tinha aparecido na porta a alegria era total.
Num rádio ligado numa casa próxima a voz do Waldick Soriano a cantar JUSTIÇA DE DEUS.
“Justiça de Deus
Justiça de Deus
Quem vos chama é um coração que está chorando.”
Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor
Enigmático.
E a pobre mãe que, condições que não sei, foi obrigada a deixar o infanté numa cesta.
Enigmático meu Caro Inácio.
Um abraçaço.
Texto forte, amigo Inácio.
Duro, pungente, porém espelha a vida como ela é.
Enquanto uns riem, outros choram.
E vice-versa.
Abraço!
Nada do que aí está é ficcão.
É possível acabar com esta CANALHICE.
O custo é diminuto.
Nunca fui chamado para detalhar como é possivel acabar com o furto e a teoca de recém-nascidos nas maternidades brasileiras.
NUNCA um deputado se interessou em saber como finalizar a PATIFARIA.
A explicacão para este desinteresse é simples.
NINGUÉM TEM O ATREVIMENTO DE FURTAR OU TROCAR UMA CRIANÇA QUE NÃO SEJA DE FAMÍLIA POBRE.
A Igreja não se manifesta.
Os políticos só pensam em votos.
E assim segue o baile…