Por Marcos Ferreira
Arte ilustrativa do pch.vector – br.freepik.com
Estou com os quatro pneus arreados diante do horário político e das breves propagandas veiculadas ao longo da programação da TV. São muitos indivíduos bons disputando assento no Executivo e no Legislativo mossoroenses. Não tem como não se sensibilizar diante desses tão bem-intencionados candidatos. É cada um melhor que o outro. Considero uma pena que poucos sejam eleitos quando abrirem as urnas. Um desperdício de gente que só almeja o progresso de Mossoró.
Fico aqui pensando com os meus botões de simples eleitor, de mero votante, no quanto seria excepcionalmente proveitoso para esta cidade se nós pudéssemos ter cinco prefeituras, ao contrário de apenas uma. O concorrente Allyson Bezerra, menino prodígio que já está com a sua reeleição sacramentada, de repente poderia dividir o fardo de governar este próspero País de Mossoró sozinho.
Imaginem o quanto o senhor candidato a prefeito Genivan Vale, elemento íntegro e de ficha limpa, poderia contribuir para o avanço desta urbe em todos os sentidos. O mesmo toca para o atual presidente da nossa augusta Câmara de Vereadores. Pois é. Lawrence Amorim é outro político que honraria a terra de Santa Luzia. Há também, não menos competentes e sérios, essa senhora que se anuncia como irmã Ceição (decerto uma mulher honesta e com laços mais estreitos com o Todo-Poderoso e com Jesus Cristo), além do jovem estudante de advocacia Victor Hugo.
E quanto aos que se lançaram na disputa por uma vaga na Câmara? Aí é que a situação fica mais apertada. Pois não há um sequer que não esteja interessado unicamente em bem servir a esta comuna e aos seus munícipes.
Penso eu que se poderia encontrar uma forma de colocar mais cadeiras na Câmara, quiçá uns tamboretes, de maneira que nenhum desses aspirantes a vereador e a vereadora ficasse sem mandato no Legislativo mossoroense. A honestidade e abnegação, o compromisso com necessidades do povo, o interesse em solucionar os problemas que atingem a sociedade estão escritos na cara desses candidatos que nós vemos de instante em instante na televisão. Imaginem mais uma vez, por favor, cada bairro de Mossoró sendo cuidado, contando com as benfeitorias, o trabalho obstinado, o zelo e a prestação de serviço de um político exclusivo. Seríamos uma cidade modelo.
A essa altura do campeonato, infelizmente, não há mais nada que possa ser feito para nos ajustarmos a essa ideia que lampeja tão só na minha cuca. Mas fica a proposta para que, num futuro não tão distantes, esses políticos santificados desenvolvam meios para que disponhamos de cinco prefeituras e uma câmara de vereadores com, no mínimo, uns cem edis, homens e mulheres comprometidos com o futuro e o engrandecimento desta nossa brava cidade onde Lampião perdeu as botas.
Na TV, portanto, olhando a cara e o discurso dos candidatos, sinto no fundo do meu coração que estou perante um desfile de anjos. Uma coisa assim que realmente me deixa todo arrepiado e com os olhos rasos d’água.
Marcos Ferreira é escritor
Essa crônica está perfeita: tenho assistido ao horário eleitoral e vejo muitas ideias boas! Pena que são promessas de campanha que, no mais das vezes, não chegam a ser concretizadas. Depois de eleitos, parece que há uma perda de memória. Pelo horário eleitoral não há um candidato ruim; são todos bem intencionados. Mas tem uma máxima que diz que de bem intencionados, o inferno está cheio. Papai costumava repetir essa máxima. O pior é que o povo é só um detalhe! Lógico que isso não é lei; há exceções! A esperança brota nessa época; as pessoas não lembram o que passou; voltam a votar nos mesmos; tem medo de tentarem novos nomes. O que eu desejo de todo coração, é que trabalhem bem para o povo e não só para si próprios. Tomara!
É isso, minha querida Bernadete.
A julgar pelo horário político, só tem anjinhos nessa corrida para o Executivo e o Legislativo mossoroenses. No resto do país a coisa não deve ser diferente. Uma ótima semana para você.
Abraços.
Indico que acompanhem o insta do coletivo famílias que lutaam e Itla Araújo, e avaliem as propostas…. O objetivo é montar um gabinete da inclusão…. Um lugar onde os familiares de pessoas com deficiência sejam acolhidos, diante das inúmeras violações de direitos q vivenciamos em nosso dia a dia . Itla Araújo 45321
Ótima proposta, amiga Natália Amorim.
Torço que a sua candidata tenha sucesso nas urnas.
Mossoró precisa que um projeto desses seja concretizado.
Que Itla Araújo tenha sucesso nessa luta.
Abraços e uma ótima semana para vocês.
Pois é, meu amigo. Espero que os eleitos exerçam o mandato com dignidade e compromisso com o coletivo. É difícil, mas não podemos perder a esperança. É o que ainda nos resta.
Um forte abraço e uma excelente semana.
Meu caro Odemirton,
Apesar do ácido que a crônica contém, eu ainda sou um dos que acreditam que nem todos são farinha do mesmo saco. Torço que ao menos meia dúzia se salve. Já será alguma coisa. Uma ótima semana para você também.
Abraços.
Fina ironia de um exímio observador da ( triste) cena política. Excelente texto!
Prezado Inácio Rodrigues,
Grato por seu comentário. Eu, apesar dos pesares, ainda acho que há gente bem-intencionada nesse mercado de secos e molhados. Agora, falando de coisa boa, está na hora do amigo começar a compor uma pàgina para este Blog Carlos Santos. Qualidade você tem de sobra. Anime-se.
Forte abraço.
Meu Caro Marcos Ferreira, parabéns pela fina e oportuna ironia nesse mundão de um suposto Deus que onipresente, onisciente e todo poderoso, pune os ditos maus e nomeia/presenteia os supostos homens de bem, grande parte deles, conforme se constata, ávidos pelo poder de mando, claro, com o manifesto discurso 171, onde persevera o cinismo, a hipocrisia e a mais deslavada e escrachada mentira.
Considero a ironia uma arma política e uma vacina contra a desinformação e a mentira, especialmente quando bem aplicada, sobremodo em tempos de consumismos, de fak news e negacionismos recorrentes, os quais, infelizmente ainda perseveram, infestam e contaminam parcela majoritária de uma sociedade mais que vulnerável aos espertalhões de plantão que coexistem em todos os estamentos sociais.
Dizem os entendidos na matéria…
Um mensagem transmitida sob o signo do humor, do sarcasmo e da ironia, muitas vezes tem o condão de emitir claros e objetivos sinais de descontentamento em direção à classe política governante, bem como aos mais diferentes setores de uma sociedade politicamente alienada, ignorante e inerte como a nossa.
Em resumo, o humor torna mais eficiente o processo da crítica politica e sua aceitação popular…
Quem sabe, essa sementinha, não gere, ponto futuro, benfazeja multiplicação de árvores de saberes e consciências tão necessárias quanto fecundas às práticas de todos que de alguma forma, compartilham e buscam uma sociedade menos desigual, portanto, menos violenta e mais solidária.
Caro Fransueldo Vieira de Araújo,
Suas considerações, como de costume, são sempre certeiras. Usando aqui o lugar-comum, faço minhas as suas palavras. Não digo que não existe, porém é preciso garimpar bastante para se encontrar candidatos razoáveis nessa corrida para a Câmara e para o Palácio da Resistência. A grande maioria não passa no teste do polígrafo, também conhecido como detector de mentiras.
Abraço e uma ótima semana para você.
Tem todo sentido,, não haveria disputa e cada um mostraria faria uma administração melhor que do outro.
Eu acredito
Um abraçaço
Querido Marconi Amorim,
A esperança é a última que morre, resa o provérbio. Não se pode cortar a macieira por causa de algumas (mesmo que sejam várias) maçãs podres. Quanto ao assento no Palácio da Resistência, esse já tem a bunda certa. Por mais quatro anos, supõe-se.
Forte abraço.
Pois é… eu fico abismado de ver, e ouvir, tantos homens e mulheres altruístas, dedicados as causas sociais. É muito desapego. Deus queira que eles sejam abençoados, aqueles que se elegerem, com mandatos realmente voltados para o bem-estar comum. E, principalmente, com retidão e ética profissional. Mas, é claro que, como são humanos, e humanos são imperfeitos e erram, pois a carne é fraca (para toda regra há exceção) vou fazer um pedido ao Todo Poderoso para que, caso alguns deles metam a mão onde não devam, que eles sejam premiados com, no mínimo, uma mão seca, ou uma erisipela brava e sem cura. Contudo, tenho certeza que isso jamais vai acontecer, já que as índoles são idôneas.