Folha de São Paulo
Uma homenagem a um desembargador envolvido no maior escândalo recente da história do Judiciário do Rio Grande do Norte vem sendo alvo de crÃticas no Estado.
A principal praça de Taipu (52 km de Natal) ganhou em 2001 o nome do desembargador Osvaldo Soares da Cruz, nascido no local há 66 anos.
A designação causa polêmica desde então, mas a divergência cresceu após o magistrado ter sido citado em esquema de fraudes montado no Tribunal de Justiça do RN (TJRN).
Ex-presidente do órgão, Cruz está afastado desde abril, por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que investiga desvios acima de R$ 11 milhões.
Na praça, pedradas e pichações marcam agora o busto que cita o “filho ilustre” do municÃpio.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte pede na Justiça o retorno ao nome original –10 de Março, data da emancipação do municÃpio.
A Promotoria, cuja sede fica na mesma praça, entende que a homenagem ao desembargador fere a Constituição (que proÃbe a promoção pessoal de autoridades ou servidores) e uma lei federal que veta a atribuição de nome de pessoa viva a bem público.
O prefeito Sebastião de Melo (PSB) recebeu recomendação da Promotoria e da Justiça para fazer a mudança, mas disse esperar a decisão judicial porque a cidade está dividida e “é ano eleitoral”.
O batismo foi sancionado pelo ex-prefeito Marcelo Queiroz (PMDB na época), que era amigo do desembargador, segundo o atual prefeito. A reportagem não conseguiu localizá-lo.
Uma ex-funcionária do TJ-RN (Carla Ubarana) diz ter entregue a Cruz, durante cinco anos, envelopes com dinheiro desviado de processos de precatórios. O desembargador nega.
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Nota do Blog – DifÃcil encontrar um ensinamento tão sábio como uma pregação hindu, que sintetiza em duas palavras o que é a passagem humana sobre a terra: “Tudo passa!”
Mas lamentavelmente, muitos babaquaras que andam de nariz empinado em face de alguns cargos ou projeção social-financeira, têm certeza que tudo é eterno.
O ‘doutor’ Osvaldo é um exemplo de como tudo é fugaz. No escândalo do “Caso dos Precatórios” no TJRN, ele é protagonista de uma forma abjeta. Não é estranho que de filho ilustre de Taipu, o desembargador tenha passado à condição de vergonha coletiva. Um ultraje.
Aprendamos com seu triste exemplo.
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