domingo - 15/09/2013 - 10:34h

Prazer de escrever

Por Marcos Araújo

Cada doido tem sua mania. Alguns colecionam selos, borboletas, discos de vinil, tampinhas de refrigerante, e por ai vai.  Não sendo eu normal, tenho também uma mania: a de escrever.

Rabisco palavras até quando estou sozinho. Não digito, escrevo. A maioria das vezes, somente para mim. Guardo textos inteiros. Funciona como se fosse uma catarse, ou uma terapia, não sei.

Comecei a escrever externamente tinha oito anos de idade. Aluno pobre em uma escola pública, quis pedir uma bolsa de estudos ao Presidente da República, na época o general Ernesto Geisel. Redigi, sem qualquer ajuda, uma pequena carta. Foi respondida em seguida pelo Gabinete Civil com a promessa de que o “meu pleito seria atendido” pela Secretaria de Educação do Estado.

Foi o meu primeiro contato com as promessas do Estado…

No Ensino Médio, com alguns amigos, criamos um informativo no Colégio Eliseu Viana, experiência repetida no Diretório Acadêmico de Direito nos anos 80. Depois de formado, tornei-me articulista por um período do jornal O Mossoroense, e depois escrevi alguns artigos que foram publicados na Gazeta do Oeste.

É essa a minha experiência de imberbe e mal sucedido “escritor”.

Ultimamente, uma vez ou outra, escrevo – por generosidade de Carlos Santos – neste Blog. Mas, quem me dera saber escrever!

Perguntaram ao poeta francês Saint-John Perse, prêmio Nobel de literatura em 1960:

– Por que escreveis?

A resposta:

– “Para viver melhor!”

Em correspondência a Manuel Bandeira, o conhecido escritor Mário de Andrade justificou as razões de escrever:

“Se escrevo é primeiro porque amo os homens. Tudo vem disso pra mim. Amo e por isso é que sinto esta vontade de escrever, me importo com os casos dos homens, me importo com os problemas deles e necessidades.”

Alguns mais capacitados do que eu escrevem pelo belo triunfo de fazer pensar os que podem pensar. Existem também os sábios que deixaram de escrever por não suportarem as críticas. O filósofo Baruch Espinosa foi um deles.

Ao publicar o texto “O Homem e a Moral”, Espinosa abordou a questão da moral, da consciência, da liberdade humana e de Deus. Foi bastante criticado por todos os cristãos por tratar o conhecimento como nível de salvação. A partir daí, resolveu não publicar mais nada em vida, pois considerava que sua Filosofia não era compreendida.

Talvez o desejo de quem escreve publicamente seja o de transmitir, irradiar, comunicar, aquilo que ele sabe. Não no meu caso, que sou um profundo ignorante. Rabelais em Pantagruel, já advertia: “ciência sem consciência não passa de ruína da alma.”

Sou consciente que nada sei.

Escrevo por teimosia.

Nada posso fazer pois sou escravo da palavra.

A escravidão avilta o escravo e barbariza o senhor.  E o faço ainda quando posso, antes do Alzheimer.

Coitado do poeta nova-iorquino Jack Agueros. Autor de vários livros ele está com Alzheimer. Nada se recorda. Foi feito um documentário no New York Times sobre ele, com o título “without words” (sem palavras). Nada mais triste do que um poeta sem palavras.

Ultimamente tenho sentido a ausência dos excepcionais escritos dos professores Honório Medeiros e Edilson Leite Júnior (colaboradores deste Blog). Sem eles, o domingo fica triste. Não sei se é por falta de tempo ou acanhamento pelos comentários impróprios e imerecidos que por vezes são postados. É o risco de escrever.

Carlos Drummond de Andrade já dizia que não há vida literária plenamente virtuosa na visão do leitor.

Hoje, virou costume na comunidade virtual dos blogs (neste ou no de maior acesso no país) a formação de um grupo de leitores, acolitados no anonimato, comentarem pessoas, fatos ou os escritos apenas com achincalhes. São os black brocs da comunicação virtual. São como “vivandeiras rondando os bivaques”.

Agridem gratuita e desmotivadamente. Por vezes, defendem interesses políticos e pessoais inconfessáveis. Contribuem para a desinformação, desqualificam o debate.

Esse grupo, ainda bem, é minoria.

Existem os que contribuem para a formação civilizatória e democrática. Esses, por coerência de caráter e cordialidade, colocam os nomes verdadeiros. Dão face e título aos seus comentários.

Um exemplo particular: outro dia, fui chamado por aqui de pseudo-intelectual. E eu achei um elogio, pois nem “pseudo” eu me acho, que dirá intelectual. Gostei! Já o meu fraterno irmão Sebastião Almeida postou que eu “escrevia muito”. Foi de uma generosidade mentirosa. Não gostei!

Outro, apenas pelas críticas genéricas que fiz à gestão pública na história brasileira, envergou a sua “metralhadora palavrória” para me tachar de todo e inimaginável adjetivo negativo. É a liberdade de expressão.

Mário da Silva Brito em Desaforismos disse que cada escritor tem os leitores que merece.

Às vezes, sou mal interpretado. Assim como Horácio, tento ser conciso, e resulto obscuro. E uma vez lançada, a palavra voa irrevogável. Justificando aos que perguntam: por que escrevo?

Respondo: apenas por prazer.

Marcos Araújo é professor e advogado

 

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Renato diz:

    O melhor seria se calar para evitar de mostrar com insistência a sua humildade falsa e inexistente.

    • RC 50 diz:

      Dr Marcos Araújo é de envergadura moral e intelectual admirável,escrever não é pra qualquer um,não merece essas provocações,construir um texto desses é pra quem tem o maior dos bens,a arte de pensar com maestria,que DR Marcos ofereça a este Blog sua contribuição mais vezes,enfocando outros temas.É só!

    • Ana Alice diz:

      Renato, que Deus te ajude a superar todas as tristezas e traumas que teve na vida. Esse é o meu desejo! Nas suas palavras não constam apenas uma crítica ou opinião e sim um “ódio”, por isso, és digno de muitas orações.

  2. Renato diz:

    Falsa humildade que não convence ninguém

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Meu caro Renato, bom dia.

      Torço para que seus comentários no Blog, se assim for do seu desejo, possam manifestar ideias, opiniões, contraditórios, sem que necessariamente tenham o rancor/ódio como base.

      A simples troca de ofensas, provocações, em nada contribui à nossa página.

      Bom domingo, mesmo assim.

  3. Renato diz:

    Estudar para aprender a desrespeitar a legislação e causar desastre, era bem melhor te deixar analfabeto

  4. Antonio Evora diz:

    Parece que encaixo o golpe…mais longe de tratar de ofender, o problema é quando tratamos de influenciar aos outros com nossas percepciones do mundo, a critica de fato era a frase “países árabes democráticos”…veja:
    RACISMO
    Grupo em Israel abre disque-denúncia contra casais mistos de árabes e judias
    Objetivo é ‘impedir a assimilação na Terra Santa’; ação despertou indignação de muitos israelenses
    por Guila Flint, do OperaMundi publicado 14/09/2013 09:23

    OPERAMUNDI
    israel_urssuf.jpg
    Urssuf foi atacado na rua, uma ação que tem se repetido por grupos de extrema-direita em Israel
    Tel Aviv – O grupo israelense de extrema-direita Lehava (Chama, em tradução livre) anunciou a abertura de uma linha de disque-denúncia e conclamou a população a telefonar para um número divulgado pela internet e alertar sobre casais de judias com árabes.

    O objetivo é “impedir a assimilação na Terra Santa”, ou seja, não deixar que moças judias namorem cidadãos árabes. O grupo, liderado por Bentzion Gupstein, anunciou que tem “profissionais especializados para cuidar desses casos” e afirmou que “antes tentam conversar com as moças e caso isso não resolva o problema, se dirigem aos namorados árabes”.

    “Não viemos para a Terra de Israel para que nossas mulheres namorem árabes”, disse Gupstein, que já organizou nos últimos anos diversas campanhas racistas, e afirma que o grupo vai impedir os casais mistos “com todos os meios possíveis”. Há dois anos, o grupo realizou uma campanha incitando o público contra lojas que empregam trabalhadores árabes.

    O disque-denúncia do Lehava despertou a indignação de muitos cidadãos israelenses, entre eles o rabino Gilad Kariv, diretor do Movimento por um Judaísmo Progressista. Kariv, que é um dos lideres da corrente reformista do judaísmo em Israel, entrou com um pedido junto ao procurador-geral da Justiça exigindo a abertura de um inquérito contra Gupstein e seu grupo, com base na lei israelense que proíbe a propagação de ódio étnico ou racial.

    Linchamento

    Para Kariv, não se pode ignorar a relação entre a ação de grupos que propagam o ódio e diversos incidentes de violência, por parte de jovens israelenses, contra árabes. Ele se refere a tentativas de linchamento que ocorreram em ruas das cidades israelenses, contra árabes, com clara motivação racista.

    Um dos incidentes mais graves foi um ataque de mais de 10 jovens israelenses contra o funcionário de limpeza da prefeitura de Tel Aviv Hassan Ussruf, que ocorreu no dia 24 de fevereiro deste ano. O funcionário estava limpando a rua Herbert Samuel, que fica junto à praia de Tel Aviv, quando os jovens o agrediram e quase o mataram, quebrando garrafas sobre sua cabeça.

    Ussruf foi levado inconsciente ao hospital, onde teve que passar por três cirurgias, após ter sofrido fraturas no maxilar, no crânio e no nariz. Após o incidente, Ussruf, de 41 anos e pai de três filhos, perdeu a capacidade de trabalhar. De acordo com sua esposa, Nariman Ussruf, “ele nunca se recuperou e também acho que não vai mais se recuperar”.

    “Desde o incidente ele não é mais o mesmo”, disse Nariman a Opera Mundi. “Ele sempre pergunta: ‘por que fizeram isso comigo?’ E repete que só estava trabalhando para sustentar nossos filhos, que não estava fazendo mal a ninguém.”

    De acordo com ela, Ussruf ainda tem dificuldades para comer, em decorrência dos ferimentos no maxilar, na boca e nos dentes. Nariman também afirmou que o marido sofre de depressão e ansiedade e não consegue dormir.

    O advogado Karni Bustanai disse a Opera Mundi que entrou com dois processos na Justiça: o primeiro contra os agressores; o, segundo contra o Estado, pedindo o reconhecimento de Ussruf como “vitima do terror”. “A agressão que Hassan sofreu não foi uma agressão criminal qualquer, mas sim com motivação racista explícita”, afirmou o advogado.

    De acordo com a lei em Israel, vitimas de atos terroristas têm direito a uma pensão do Estado. A lei, geralmente aplicada em casos de cidadãos judeus que ficaram feridos em atentados cometidos por palestinos, também já foi aplicada em alguns casos de cidadãos árabes que sofreram violência só por causa da etnia.

    “Além dos ferimentos físicos, ele sofreu uma humilhação que é ainda mais difícil de superar. A humilhação é um elemento psicológico que inclusive dificulta sua recuperação física”, acrescentou Bustanai.

    O advogado também disse que sente “uma grande tristeza” ao observar agressões desse tipo na sociedade israelense. “Temos a obrigação de combater todos os grupos que levantam a bandeira da violência e do racismo, devemos tratá-los da forma mais enérgica possível. Não podemos permitir que o monstro do racismo levante a cabeça”, disse. “É muito fácil influenciar pessoas jovens e desorientadas com slogans racistas.”

    Segundo Bustanai, o grupo Lehava e outros semelhantes devem ser banidos e declarados fora da lei, “para impedir que o ódio e a violência continuem se propagando”.

    Grupo racista em Israel abre disque-denúncia contra casais mistos de árabes e judiasObjetivo é “impedir a assimilação na Terra Santa”; ação despertou indignação de muitos israelenses
    O grupo israelense de extrema direita Lehava (Chama, em tradução livre), anunciou a abertura de uma linha de disque-denúncia e conclamou a população a telefonar para um número divulgado pela internet e alertar sobre casais de judias com árabes.

    O objetivo é “impedir a assimilação na Terra Santa”, ou seja, não deixar que moças judias namorem cidadãos árabes.

    O grupo, liderado por Bentzion Gupstein, anunciou que tem “profissionais especializados para cuidar desses casos” e afirmou que “antes tentam conversar com as moças e caso isso não resolva o problema, se dirigem aos namorados árabes”.

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    “Não viemos para a Terra de Israel para que nossas mulheres namorem árabes”, disse Gupstein, que já organizou nos últimos anos diversas campanhas racistas, e afirma que o grupo vai impedir os casais mistos “com todos os meios possíveis”.

    Há dois anos, o grupo realizou uma campanha incitando o público contra lojas que empregam trabalhadores árabes.

    O disque-denúncia do Lehava despertou a indignação de muitos cidadãos israelenses, entre eles o rabino Gilad Kariv, diretor do Movimento por um Judaísmo Progressista.

    Divulgação

    Gilad Kariv (centro) é diretor do Movimento por um Judaísmo Progressista e vê problemas no disque-denúncia

    Kariv, que é um dos lideres da corrente reformista do judaísmo em Israel, entrou com um pedido junto ao procurador-geral da Justiça exigindo a abertura de um inquérito contra Gupstein e seu grupo, com base na lei israelense que proíbe a propagação de ódio étnico ou racial.

    Linchamento

    Para Kariv, não se pode ignorar a relação entre a ação de grupos que propagam o ódio e diversos incidentes de violência, por parte de jovens israelenses, contra árabes. Ele se refere a tentativas de linchamento que ocorreram em ruas das cidades israelenses, contra árabes, com clara motivação racista.

    Um dos incidentes mais graves foi um ataque de mais de 10 jovens israelenses contra o funcionário de limpeza da prefeitura de Tel Aviv Hassan Ussruf, que ocorreu no dia 24 de fevereiro deste ano.

    O funcionário estava limpando a rua Herbert Samuel, que fica junto à praia de Tel Aviv, quando os jovens o agrediram e quase o mataram, quebrando garrafas sobre sua cabeça.

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    Ussruf foi levado inconsciente ao hospital, onde teve que passar por três cirurgias, após ter sofrido fraturas no maxilar, no crânio e no nariz.

    Após o incidente, Ussruf, de 41 anos e pai de três filhos perdeu a capacidade de trabalhar. De acordo com sua esposa, Nariman Ussruf, “ele nunca se recuperou e também acho que não vai mais se recuperar”.

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    “Desde o incidente ele não é mais o mesmo”, disse Nariman a Opera Mundi. “Ele sempre pergunta: ‘por que fizeram isso comigo?’ E repete que só estava trabalhando para sustentar nossos filhos, que não estava fazendo mal a ninguém.”

    De acordo com ela, Ussruf ainda tem dificuldades para comer, em decorrência dos ferimentos no maxilar, na boca e nos dentes. Nariman também afirmou que o marido sofre de depressão e ansiedade e não consegue dormir.

    Guila Flint/Opera Mundi

    Hassan Ussruf foi agredido enquanto trabalhava em rua de Tel Aviv

    Dois processos

    O advogado Karni Bustanai disse a Opera Mundi que entrou com dois processos na Justiça: o primeiro contra os agressores; o, segundo contra o Estado, pedindo o reconhecimento de Ussruf como “vitima do terror”.

    “A agressão que Hassan sofreu não foi uma agressão criminal qualquer, mas sim com motivação racista explícita”, afirmou o advogado.

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    De acordo com a lei em Israel, vitimas de atos terroristas têm direito a uma pensão do Estado. A lei, geralmente aplicada em casos de cidadãos judeus que ficaram feridos em atentados cometidos por palestinos, também já foi aplicada em alguns casos de cidadãos árabes que sofreram violência só por causa da etnia.

    “Além dos ferimentos físicos, ele sofreu uma humilhação que é ainda mais difícil de superar. A humilhação é um elemento psicológico que inclusive dificulta sua recuperação física”, acrescentou Bustanai.

    O advogado também disse que sente “uma grande tristeza” ao observar agressões desse tipo na sociedade israelense.

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    “Temos a obrigação de combater todos os grupos que levantam a bandeira da violência e do racismo, devemos tratá-los da forma mais enérgica possível. Não podemos permitir que o monstro do racismo levante a cabeça”, disse. “É muito fácil influenciar pessoas jovens e desorientadas com slogans racistas.”

    Segundo Bustanai, o grupo Lehava e outros semelhantes devem ser banidos e declarados fora da lei, “para impedir que o ódio e a violência continuem se propagando”.
    E POR AI VAI..FORA DISSO, TEREI MUITO PRAZER EM LER TODO O QUE VC ESCREVE…ALEM, COMO SEMPRE FIZ….

  5. Antonio Evora diz:

    Com relação o blog de Carlos Santos, nem de longe compartilho muitas de suas ideias….. Já me cansei de ver a seu editor, no shooping, para colocar um exemplo e nunca fui a me apresentar nem nada por o estilo,,, a babar, o objetivo não e aparecer, e falar a minha opinião, que alias são poucas as vezes que as professo, e como ja foi dito, mesmo não compartilhando muitos de seus posts, não deixo de reconhecer que em uma cidade como a nossa publicar um blog que nem este requer coragem…..então eu também me sumo a maneirar nos comentários e a entender que quando vc escrive algo fica nu , e quem fica nu não pode pretender que não o mirem o que não se criem comentários sobre seu corpo….

  6. Monaliza Trigueiro diz:

    Acho Marcos Araújo merecedor do lugar onde se encontra. Sem necessidade de bajular, eu digo que alguns dos seus gestos comigo, iniciante na árdua atividade advocatícia, sào dignos de pessoas de coraçào simples. Possivelmente, ele nem recorda, mas para mim, fizeram a diferença.

  7. Renato diz:

    Ilustre Monaliza Trigueiro, ainda bem que com alguém não é um desastre, se fosse em geral seria de colocar urgentemente na frente de um pelotão de consecução.
    Considere que a péssima fama com varias titulações bem apropriadas lhe foram atribuídas da pessoas competente a habilitada do RN.

  8. Renato diz:

    Ou será que todos que o criticam estão errados ?

  9. Marcos Araújo diz:

    Obrigado, querida Monaliza Trigueiro. A sua distinção me cativa.

    “Renato”, na verdade, é Egidio Antonioli. Uma pessoa perturbada que nos últimos anos passou a atacar ignominiosamente Emery Costa, Getúlio Vale, o advogado Francisco Soares de Queiroz, o Promotor Daniel Robson, o juiz Breno Fausto de Medeiros, eu, entre outros.
    A ele, consabidamente, nunca fiz mal. Foi a única pessoa que fez três exames de DNA por três laboratórios diferentes, afirmando uma paternidade. Com o resultado positivo, alegou ser vítima de um complô. Teatralizou um escândalo com falsa tentativa de suicídio e foi embora de Mossoró.
    Os seus achaques continuam pela internet com esse pseudo nome “Renato” e em e-mails diários dirigidos para a maioria dessas pessoas.
    Não é um “black broc”. É digno apenas de oração.
    Abraços,

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Amém, Marcos! Que Deus consiga atenuar as perturbações desse senhor, de quem já fui vítimas de incontáveis catilinárias no Facebook e outros canais de comunicação virtual. Mas repito aqui o que já disse a ele noutros espaços: que Deus o proteja e lhe dê equilíbrio.

      • Renato diz:

        Esta matéria desmente categoricamente as afirmações de Marcos Araújo e mostram que quanto eu afirmo é mais que fundado, se Marcos fosse honesto teria assumido as suas graves responsabilidades, de ter aceito exames falsificados para sustentar a falsa denuncia e quanto afirmo posso prova-lo em qualquer momento perante a quem que queira, sem medo de errar.

        Matéria publicada no jornal Gazeta do Oeste de Mossoró em data 13/04/2005
        —-^—-^—-^—-
        Julgamento justo
        Há uma interrogação que martela a cabeça de toda pessoa sensata: os operadores do Direito (Magistrados, membros do Ministério Público, Advogados, Procuradores de Estado, Auditores Públicos) são servos do texto frio da Lei ou da sadia hermenêutica que transforma a Lei em Direito equânime e na Justiça libertadora?
        Entendo que a Lei é um mero instrumento oriundo do pacto social que objetiva a felicidade humana e que o ditado popular “A injustiça a um é uma ameaça a todos” se coaduna perfeitamente com o que afirmou PLANIOL “o bem comum não é senão o somatório do respeito aos direitos individuais”.
        Afinal de contas o Superior Tribunal é de Justiça e não de leis; na justiça comum, os tribunais estaduais são denominados de justiça e os juizes são de direito, o que significa dizer que buscam os horizontes amplos do direito e da justiça, tendo como ferramentas as leis, a doutrina, a jurisprudência, a equidade, os costumes (os bons), a ética e, sobretudo, coibindo que a verdade real seja tragada pelo engodo, a mentira, o formalismo piegas de algumas regras processuais que condenam os inocentes e concedem vitória aos canalhas.
        Os juizes não são teleguiados e insensíveis aplicadores de leis selvagens; os promotores de justiça são representantes da sociedade que clama pela justa fiscalização das leis ao caso concreto; já os causídicos, segundo o seu estatuto no capítulo pertinente a ética da profissão, “assevera que o advogado deve considerar-se defensor da justiça e do direito” e jamais servir de cúmplice às armadilhas criminais e a assaltos cíveis intentados por espertalhões que tentam usar o Judiciário como meio de enriquecimento ilícito, fraude a verdade real e danos irreparáveis a moral e ao patrimônio alheios.
        A Lei deve servir ao Direito. No entanto, nem sempre cumpre o verdadeiro desiderato que a torna legítima, justa e própria aos reclamos sociais.
        Há inúmeros comportamentos tipificados como criminosos no Código Penal que, na prática, não são punidos pela sua ilogicidade com a realidade atual e, assim, fulminados pela interpretação histórica-evolutiva.
        Ademais, ser julgador verdadeiro é ter coragem de decidir para evitar que inocentes sejam condenados à prisão ou a perdas patrimoniais e morais, assim como evitar premiação a comprovados criminosos.
        O mundo precisa extirpar da sua história contemporânea, julgadores covardes como os que, dentro da legalidade, compactuaram com os assassinatos de Sócrates, Jesus Cristo, Tiradentes e tantos outros que foram condenados por juizes fantoches que não tiveram a firmeza de julgar com justiça, mas conforme provas dolosamente fabricadas e acobertadas por leis injustas e cruéis, porém, à época legítimas.

        Por outro lado a OAB deve ser severa com alguns “advogados” que representam o papel de pistoleiros de vinganças absurdas e co-autores de infrações, que enlameiam o nome da categoria. Mesmo porque o código de ética diz que “o advogado deve recusar o patrocínio de causa que considere ilegal, injusta ou imoral…”, notadamente na área do Direito Civil ou assemelhada.
        No dizer do mestre ROBERTO LYRA “O Jurista não é formado, juramentado, treinado, doutorado para o sobrevôo desdenhoso de supremas injustiças…”.
        Os operadores do direito não podem contribuir para os desajustamentos que lhes cumpre resolver, identificando-se com o mal, atraiçoando as trincheiras morais, invertendo a missão constitucional de guardiões da justiça.
        O dito mestre ROBERTO LYRA assevera: “O julgamento não é um ato de ciência, mas de consciência”. E a consciência determina a compreensão finalista e social do direito e a supremacia do direito sobre a lei; sobrepondo a verdade real a verdade formal, a justiça sobre a segurança jurídica, a cidadania sobre o Leviatã, tendo por inspiração os valores humanos.
        O eminente juiz e mestre do Direito JOÃO BATISTA ERKENHOFF entende que os magistrados não devem ser submetidos ao culto idólatra da Lei, e afirma categórico: “O valor maior é a justiça. Se há um conflito entre a lei e a justiça, prevaleça a justiça, por fidelidade a própria lei, que não é um amuleto, mas deve ter como fim a justiça, os valores oriundos da ética, o progresso, o avanço da sociedade em direção a maior justiça…”
        Assim, quando o juiz tempera o rigor da lei, num caso particular, ou lhe nega aplicação, em hipótese de patente iniqüidade, não viola, mas segue a vontade do legislador: não se pode presumir que o legislador tenha querido a injustiça, mesmo num caso único; seria admitir a destruição do próprio fundamento na ordem jurídica.

        Adalberto Targino
        Advogado

  10. Ana Alice diz:

    Prof. Marcos Araújo sempre brilhante e humilde. Parabéns, Marcos! Só quem precisa ou precisou de vc algum dia sabe, realmente, quem é vc.

  11. Edilson Pinto diz:

    Prezado Marcos Araújo,
    Fico muito grato pela lembrança! Aliás, fico bastante lisonjeado.
    Na verdade, a minha falta com o blog é por pura preguiça mesmo e por ter um “patrão” bastante generoso que consegue me aturar com essas “crises de ausências” frequentes…
    Olha, não dizem que o contrário do amor não é a indiferença?! Então, que sejam muito bem vindos os “black brocs”…
    Abs,
    Edilson Pinto
    P.S. Sim! Vamos logo fazer aqui um acordo?! Caso o “patrão” me demita por falta ao trabalho, vou contratar os serviços advocatícios, ok?

  12. Renato diz:

    A única virtude da Marcos é que quer fazer crer a todas as pessoas o que ele quer de da forma favorável a ele, achando de ser o dono da verdade, mas veja também esta matéria para entender quem fala verdade.

    O MOSSOROENSE

    Mossoró-RN, domingo, 7 de junho de 2005
    Vergonha de ser honesto
    Às vezes, nos poucos momentos de lazer de que disponho, fico divagando e perguntando a mim mesmo: por que quase sempre a mentira e o embuste vencem a verdade e a lei? Por que os homens sérios, honrados e trabalhadores, que acreditam na Justiça e no reconhecimento do seu valor, são mais facilmente “passados para trás” pela maldade dos inescrupulosos que, conscientes de seu raquitismo intelectual e de suas amoralidades, apelam para as armas mais escusas, diabólicas e mesquinhas, importando-lhes apenas as suas sórdidas ambições?
    Os reais objetivos colimados pela maioria dos cidadãos de hoje, palpavelmente demonstrados nas escolas, as universidades, nas repartições públicas e até mesmo nas igrejas, não são mais a concretização de nobres horizontes, nem a busca sacerdotal e paciente de um ideal: mas apenas se vêem, infelizmente, teleguiados que visam apenas a ganhar mais, acumular riquezas, mesmo que para isso tenham que se utilizar de perseguições injustas, calúnias e difamações contra homens honrados para destes assaltarem os seus cargos, os seus bens e até mesmo o seu mais precioso e inestimável patrimônio: a dignidade e a boa fama.
    Ser correto nos dias de hoje, onde o maquiavelismo é a lei fundamental, é tarefa para herói ou para louco; pois, na luta terrível travada entre o bem e o mal, se o bem não é destruído, pelo menos é pisoteado, abalado e ferido pelas infernais labaredas das “línguas soltas” dos que professam os dogmas da injúria e trilham os caminhos tortuosos da difamação.
    Já ouvi das palavras simples, porém experimentadas, do meu velho genitor que na vida o homem só comete dois grandes pecados: o pecado de cair e o de subir, pois de ambos podem surgir os mais indignos sentimentos, que são os de escárnio e o da inveja. O escarnecimento surge quando, por capricho da sorte ou por lei do destino, sucumbe na vida: os da inveja, quando os fracassados e medíocres vêem alguém galgar posições na escalada social.
    E o mais triste é perceber que essas aves de rapina, essas hienas espectadoras do destino alheio, nascem exatamente no meio de pessoas íntimas e amigas, confirmando, assim, as sábias e oportunas palavras do imortal vate paraibano, Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja… a boca que beija é a mesma que escarra”. Em outras palavras: é dos amigos, e não dos inimigos que nascem os traidores.
    Nessa velha escola da existência, as filosofias apenas se aperfeiçoam, se aprimoram e se lapidam, porém a sua essência continua sempre a mesma, notadamente no dizer do saudoso Thomas Hobbes, autor do clássico “O Leviatã”, que alertava: “O homem é lobo do homem”. Na sua trilha profetizava o prefalado vate tabajara: “Quem vive entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera”.
    Outrora, as pessoas se digladiavam mais por motivo de honra, uma honra bárbara e ingênua; hoje os indivíduos destroem a si mesmos e ao seu próximo na busca suicida e vã de objetivos materiais, enriquecendo-se com tesouros e fugindo das delícias invisíveis do espírito e das primícias imensuráveis da sã consciência. Tornam-se, desse modo, autênticos túmulos caiados, depositários de podridões morais as mais vis e indesejáveis.
    O Brasil, que o diga, quando num passado administrativo “colorido”, não muito recente, a lascívia, a corrupção, o despudor com o uso e abuso do erário, passaram a ser virtudes raras e ornamentos curriculares de certos “homens públicos”. O maquiavelismo, a malandragem política, o jogo de cintura, eram a tônica geral; enquanto a probidade, ingenuidade; o zelo com os bens públicos, burocratização; o sábio tragado pelo sabido; a intelectualidade pisoteada pela esperteza.
    Enfim, os fins sempre justificando os meios, mesmo que para isso implicasse em dilapidar a coisa pública ou perseguir covardemente os afoitos que apontassem o mar de lama capaz de fazer corar os mandarins da máfia siciliana ou nova-iorquina.
    Nessa página negra brasileira, nunca foram tão atuais e tão verdadeiras as sábias palavras do inefável Rui Barbosa, a “Águia de Haia”, quando já aquela época, sentindo os passos nefastos da corrupção, disse em discurso inflamado no Senado Federal: “De tanto ver se agigantar o poder nas mãos dos maus, de tanto ver a maldade suplantar a virtude e a mediocridade reinar sobre a inteligência, o homem sente vergonha de ser honesto e de cultivar a razão”.

    ADALBERTO TARGINO
    Procurador do Estado

  13. Renato diz:

    Esta matéria é mais uma que contraria as afirmações de Marcos

    Causídico: anjo ou demônio…
    Adalberto Targino

    No dizer “o papel do advogado é sempre digno e honrado, ainda quando defende o pior criminoso, porque, na verdade, o advogado não perdoa o crime nem desculpa o criminoso, aceitando a causa. Defende apenas o direito que todo cidadão tem, seja qual for, de ser julgado com justiça; o direito de ser ouvido, e de explicar porque cometeu o ato que lhe é atribuído”. Eis, em síntese, um fato que alguns tentam desviar.
    A dignidade do causídico é pessoal, intransferível ao seu cliente ou vice-versa. A sua reputação, esta sim, deve ser límpida e ilibada. Os seus constituintes, naturalmente, são pessoas que violaram a Lei (Direito Penal) ou são portadores de um direito duvidoso (D. Civil), o que não implica em seu envolvimento pessoal, no seu acumpliciamento. Sua vida, particular e publica, sem dúvida, deverá ser inatacável, isto sim.
    Assim, é recomendável muito rigor, seriedade e severidade, na seleção (intelectual e moral) dos bacharéis em direito candidatos à Ordem. Preocupado com o assunto, um preclaro jurisconsulto assim se expressou: “Depositário da confiança, de haveres, de segredos que podem fazer perigar a honra e a reputação dos cidadãos e de sua família, o prestígio e o crédito dos comerciantes, a liberdade e até a vida de seus clientes, o advogado precisa ter ilibada reputação”.
    Partindo-se do princípio filosófico de que “a verdade consiste em ser indivisível” e que não é lícito cooperar com o mal, pois “aconselhar e favorecer o mal é quase a mesma coisa que fazê-lo” (Romanos 1, 32), não deve o advogado abandonar o direito ruim, duvidoso ou difícil, mas eximir-se de tomar a defesa de uma causa manifestamente injusta, para não se deixar servir de instrumento de dolo, como se co-autor fosse de crimes organizados.
    Respeitante à recusa de uma causa imoral, o legendário jurista italiano Piero Calamandrei adverte: “é ofício nobilíssimo do advogado precisamente o de chamar a atenção do cliente, antes sobre a questão da moralidade que sobre o direito, e dar-lhe a entender que os artigos do Código não são cômodos biombos para ocultar sujeiras”.
    No entanto, afirmava Ruy Barbosa: “Nenhum criminoso, por mais perverso, pode prescindir da defesa de advogado”.
    Mas, o que é verdade? Como distinguir as sujeiras ocultas da pureza chamuscada?
    A verdade – segundo São Tomaz de Aquino – tem contornos cambiantes e cada um a reconhece, à sua maneira…
    Por outro lado, nos concursos vestibulares para o curso de Direito nas Universidades Públicas, data vênia, cada grupo, aproximado, de vinte inscritos concorrem para conseguir uma única vaga. Ao vencedor garantir-se-á a certeza de tornar-se, no futuro, um profissional competente, justo e honesto, que defenda as leis, os oprimidos, injustiçados, desvalidos, excluídos e forçosamente minoritários? Será um juiz imparcial, Promotor de Justiça sereno, Procurador do Estado abnegado ao interesse público, ou seja , basilarmente, um advogado respeitável? Agirá sob a égide da Ética? Será o guardião da moral e dos costumes? Salvo exceções, vai ser degustado, mastigado, digerido, cuspido causticamente no próprio sistema que o diplomou. E agora, doutor, o que fazer? Não precisa ler Nietzsche, Spinosa, Locke, Hume, Mill, Hobbes, Freud, Yung, Marx, Popper, Russel, São Tomaz, os poemas de Willian Shakespeare, os livros de José Saramago e uma plêiade de outros devotos do bom senso, para dar a resposta correta.
    Apesar de todas as mazelas, ao invés de cúmplice do mal, o advogado deverá segurar firme a tocha da liberdade e ser mais um anjo da lei, como o foram Rui Barbosa, Seabra Fagundes, Sobral Pinto, Epitácio Pessoa e tantos outros da hoste celestial da pura advocacia.

    Adalberto Targino
    é Advogado, professor e Presidente da ALJ/RN.

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Meu caro Egidio R. Antonioli (Renato), pelo menos registre seu nome em seus comentários. Não há necessidade de camuflagem num debate sadio, elevado e construtivo. Ao mesmo tempo, não está em julgamento fulano ou sicrano. As regras do Blog apontam para a necessidade de se mergulhar em comenta´rios inerentes à postagem. Se existem diferenças entre o senhor e o articulista, resolva diretamente com ele. Envie email para o próprio autor, espere-o na porta de um fórum e resolva no braço ou o processe, sei lá. É enfadonho e cansativo essa permanente catilinária que o senhor debulha. Para nosso Blog, completamente desnecessária e repugnante. Muito longe do que produzimos e estimulamos. Mas existem algumas páginas por aí que adorariam tê-lo, diariamente, destilando tanto ódio, mau humor e angústia. Que Deus atenue suas dores

  14. Renato diz:

    Esta é mais uma escrita do promotor da área criminal de Mossoró
    Matéria jornalística publicada na Gazeta do Oeste de Mossoró 13/11/2005
    Se estas matérias ainda deixam duvidas a getil Monaliza Trigueiro, posso mostrar-lhe também os exames de DNA falsificados

    DA TOGA
    Não concordo que seja a mais importante função humana no mundo, mas é difícil o exercício da Magistratura. Tanto é difícil que há, entre eles, alguns que nem estão preparados para a função, tampouco têm dignidade para o exercício da toga. Em primeiro lugar, mostra o despreparo daquele que esquece a lição de que quem quer ser o primeiro, que se faça o último. Depois, a liturgia e importância do cargo não permitem certas declarações ou comportamentos incompatíveis com a carreira da magistratura.
    Pior, ainda, quando deixa de fazer o seu mister diário e se põe a querer diminuir outras categorias funcionais, ainda por cima, bufando que “nada se compara à tarefa de julgar…” É esse um espécime, muito reduzido, diga-se de passagem, dos que dizem do direito, dos que se ufanam de ter jurisdicionados, inclusive entre eles Promotores de Justiça, como se fôssemos todos os não Magistrados súditos dele.
    Para esse tipo deplorável de pessoa, o mundo é uma dicotomia constante entre Magistrados e não-magistrados, coisa do tipo realeza e ralé.
    Dele tenho compaixão, porquanto é um analfabeto que ainda não aprendeu a lição maior, sendo digno, quando muito, de passar por um desses programas televisivos ridículos e ser obrigado a calçar as sandálias da humildade.
    É essa uma espécie de Magistrado que temos, que envergonha a toga, porque a sua venda não está nos olhos para que possa julgar com equilíbrio, com sobriedade. A sua venda está na consciência fechada em si mesma. Consciência que produz pensamentos somente comparáveis com ideologias nazistas, que propugna uma raça superior, e disso nem o mundo, nem o Brasil, nem o Rio Grande do Norte, nem Janduís, João Câmara, Upanema ou Mossoró precisa.
    Nunca teve conhecimento da magnífica parábola dos trabalhadores da última hora, pois nem primeiro, nem trabalhador mesmo sendo, vive a reclamar e a se enlamear na inveja, na cobiça e na podridão dos seus próprios pensamentos. Esse não é o perfil de um magistrado que precisamos.
    Reduz, na sua medíocre visão do mundo, as nobres funções do Ministério Público, quando diz, literalmente, que nosso trabalho é dar pitacos. Lembro um grande jurista que já cunhou a frase em que menciona que somente duas classes de pessoas não toleram o Ministério Público: os ignorantes, por que não o conhecem e os criminosos, por que o conhecem muito bem. Em que categoria ele estaria?
    Causa repulsa sabermos da existência de alguém que representa um poder com semelhante pensamento. Quanta soberba e prepotência no trato com as pessoas! Coitados dos seus jurisdicionados, que ele pensa que são súditos!
    Se o Conselho Nacional de Justiça quer mesmo se firmar como órgão a expurgar dos quadros do Judiciário consciências desse naipe, a hora e o caso é este, e não se fala à toa, tudo está documentado, Senhor Magistrado. Não sou outro Rei como Vossa Excelência pensa que é, sou um súdito com a coragem de dizer que o rei está nu. O Rei Magistrado com venda na toga.
    Armando Lúcio Ribeiro
    Promotor de Justiça e Professor da UERN

    Matéria jornalística publicada na Gazeta do Oeste de Mossoró 13/11/2005
    DA TOGA
    Não concordo que seja a mais importante função humana no mundo, mas é difícil o exercício da Magistratura. Tanto é difícil que há, entre eles, alguns que nem estão preparados para a função, tampouco têm dignidade para o exercício da toga. Em primeiro lugar, mostra o despreparo daquele que esquece a lição de que quem quer ser o primeiro, que se faça o último. Depois, a liturgia e importância do cargo não permitem certas declarações ou comportamentos incompatíveis com a carreira da magistratura.
    Pior, ainda, quando deixa de fazer o seu mister diário e se põe a querer diminuir outras categorias funcionais, ainda por cima, bufando que “nada se compara à tarefa de julgar…” É esse um espécime, muito reduzido, diga-se de passagem, dos que dizem do direito, dos que se ufanam de ter jurisdicionados, inclusive entre eles Promotores de Justiça, como se fôssemos todos os não Magistrados súditos dele.
    Para esse tipo deplorável de pessoa, o mundo é uma dicotomia constante entre Magistrados e não-magistrados, coisa do tipo realeza e ralé.
    Dele tenho compaixão, porquanto é um analfabeto que ainda não aprendeu a lição maior, sendo digno, quando muito, de passar por um desses programas televisivos ridículos e ser obrigado a calçar as sandálias da humildade.
    É essa uma espécie de Magistrado que temos, que envergonha a toga, porque a sua venda não está nos olhos para que possa julgar com equilíbrio, com sobriedade. A sua venda está na consciência fechada em si mesma. Consciência que produz pensamentos somente comparáveis com ideologias nazistas, que propugna uma raça superior, e disso nem o mundo, nem o Brasil, nem o Rio Grande do Norte, nem Janduís, João Câmara, Upanema ou Mossoró precisa.
    Nunca teve conhecimento da magnífica parábola dos trabalhadores da última hora, pois nem primeiro, nem trabalhador mesmo sendo, vive a reclamar e a se enlamear na inveja, na cobiça e na podridão dos seus próprios pensamentos. Esse não é o perfil de um magistrado que precisamos.
    Reduz, na sua medíocre visão do mundo, as nobres funções do Ministério Público, quando diz, literalmente, que nosso trabalho é dar pitacos. Lembro um grande jurista que já cunhou a frase em que menciona que somente duas classes de pessoas não toleram o Ministério Público: os ignorantes, por que não o conhecem e os criminosos, por que o conhecem muito bem. Em que categoria ele estaria?
    Causa repulsa sabermos da existência de alguém que representa um poder com semelhante pensamento. Quanta soberba e prepotência no trato com as pessoas! Coitados dos seus jurisdicionados, que ele pensa que são súditos!
    Se o Conselho Nacional de Justiça quer mesmo se firmar como órgão a expurgar dos quadros do Judiciário consciências desse naipe, a hora e o caso é este, e não se fala à toa, tudo está documentado, Senhor Magistrado. Não sou outro Rei como Vossa Excelência pensa que é, sou um súdito com a coragem de dizer que o rei está nu. O Rei Magistrado com venda na toga.
    Armando Lúcio Ribeiro
    Promotor de Justiça e Professor da UERN

  15. Renato diz:

    Esta matéria também é de extrema clareza para entender como foram honestas as atitudes dos “Profissionais ” amigos citados por Marcos, os quais quer dar a entender que são vitimas “inocentes”, todos iguais a ele.

    Matéria publicada no jornal Gazeta do Oeste de Mossoró em data 13/04/2005
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    Julgamento justo
    Há uma interrogação que martela a cabeça de toda pessoa sensata: os operadores do Direito (Magistrados, membros do Ministério Público, Advogados, Procuradores de Estado, Auditores Públicos) são servos do texto frio da Lei ou da sadia hermenêutica que transforma a Lei em Direito equânime e na Justiça libertadora?
    Entendo que a Lei é um mero instrumento oriundo do pacto social que objetiva a felicidade humana e que o ditado popular “A injustiça a um é uma ameaça a todos” se coaduna perfeitamente com o que afirmou PLANIOL “o bem comum não é senão o somatório do respeito aos direitos individuais”.
    Afinal de contas o Superior Tribunal é de Justiça e não de leis; na justiça comum, os tribunais estaduais são denominados de justiça e os juizes são de direito, o que significa dizer que buscam os horizontes amplos do direito e da justiça, tendo como ferramentas as leis, a doutrina, a jurisprudência, a equidade, os costumes (os bons), a ética e, sobretudo, coibindo que a verdade real seja tragada pelo engodo, a mentira, o formalismo piegas de algumas regras processuais que condenam os inocentes e concedem vitória aos canalhas.
    Os juizes não são teleguiados e insensíveis aplicadores de leis selvagens; os promotores de justiça são representantes da sociedade que clama pela justa fiscalização das leis ao caso concreto; já os causídicos, segundo o seu estatuto no capítulo pertinente a ética da profissão, “assevera que o advogado deve considerar-se defensor da justiça e do direito” e jamais servir de cúmplice às armadilhas criminais e a assaltos cíveis intentados por espertalhões que tentam usar o Judiciário como meio de enriquecimento ilícito, fraude a verdade real e danos irreparáveis a moral e ao patrimônio alheios.
    A Lei deve servir ao Direito. No entanto, nem sempre cumpre o verdadeiro desiderato que a torna legítima, justa e própria aos reclamos sociais.
    Há inúmeros comportamentos tipificados como criminosos no Código Penal que, na prática, não são punidos pela sua ilogicidade com a realidade atual e, assim, fulminados pela interpretação histórica-evolutiva.
    Ademais, ser julgador verdadeiro é ter coragem de decidir para evitar que inocentes sejam condenados à prisão ou a perdas patrimoniais e morais, assim como evitar premiação a comprovados criminosos.
    O mundo precisa extirpar da sua história contemporânea, julgadores covardes como os que, dentro da legalidade, compactuaram com os assassinatos de Sócrates, Jesus Cristo, Tiradentes e tantos outros que foram condenados por juizes fantoches que não tiveram a firmeza de julgar com justiça, mas conforme provas dolosamente fabricadas e acobertadas por leis injustas e cruéis, porém, à época legítimas.

    Por outro lado a OAB deve ser severa com alguns “advogados” que representam o papel de pistoleiros de vinganças absurdas e co-autores de infrações, que enlameiam o nome da categoria. Mesmo porque o código de ética diz que “o advogado deve recusar o patrocínio de causa que considere ilegal, injusta ou imoral…”, notadamente na área do Direito Civil ou assemelhada.
    No dizer do mestre ROBERTO LYRA “O Jurista não é formado, juramentado, treinado, doutorado para o sobrevôo desdenhoso de supremas injustiças…”.
    Os operadores do direito não podem contribuir para os desajustamentos que lhes cumpre resolver, identificando-se com o mal, atraiçoando as trincheiras morais, invertendo a missão constitucional de guardiões da justiça.
    O dito mestre ROBERTO LYRA assevera: “O julgamento não é um ato de ciência, mas de consciência”. E a consciência determina a compreensão finalista e social do direito e a supremacia do direito sobre a lei; sobrepondo a verdade real a verdade formal, a justiça sobre a segurança jurídica, a cidadania sobre o Leviatã, tendo por inspiração os valores humanos.
    O eminente juiz e mestre do Direito JOÃO BATISTA ERKENHOFF entende que os magistrados não devem ser submetidos ao culto idólatra da Lei, e afirma categórico: “O valor maior é a justiça. Se há um conflito entre a lei e a justiça, prevaleça a justiça, por fidelidade a própria lei, que não é um amuleto, mas deve ter como fim a justiça, os valores oriundos da ética, o progresso, o avanço da sociedade em direção a maior justiça…”
    Assim, quando o juiz tempera o rigor da lei, num caso particular, ou lhe nega aplicação, em hipótese de patente iniqüidade, não viola, mas segue a vontade do legislador: não se pode presumir que o legislador tenha querido a injustiça, mesmo num caso único; seria admitir a destruição do próprio fundamento na ordem jurídica.

    Adalberto Targino
    Advogado

  16. Renato diz:

    Agora é provável que vai inventar que estas matérias foram inventadas.

    Em quanto ao meu nome, também demonstra a sua incompetência, o podre coitado é tão perturbado que nem sabe o nome completo verdadeiro, quanta pena me faz pobrezinho

  17. Honório de Medeiros diz:

    Caro amigo Marcos, penso que seu texto é sempre uma agradável surpresa. Não se exima de submetê-lo a seus leitores. Eu agradeço a citação a meu nome, creditando-a a sua já conhecida fidalguia. Ando meio preguiçoso, meio “Dorival Caymmi”. Mas sigo em frente, aos trancos e barrancos. De vez em quando topando com surpresas desagradáveis, mas entendendo e aceitando, posto que típico da vida em sociedade. Assim como você, que não precisa mais provar nada a ninguém, sabidamente o faz. Seja, portanto, bem-vindo. Desde já lhe advirto, em meu nome e no de Edilson Pinto, que o salário é nada, e o patrão é um gozador. Vou até propor a Edilson e lhe convido desde já, criarmos o sindicato dos escritores do blog de carlos santos, para lutarmos pelos nossos direitos. Um abração, querido amigo!

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Pelo visto, terei que acabar esse motim no convés do Blog, democraticamente. Usarei como primeira medida, a convocação da timoneira Micarla de Sousa ou sua parceira Rosalba. O “soldo” está em dia. Isso é intriga de Edilson, já contaminando o mouro Honório. Não se contamine, doutor Marcos.

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