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domingo - 26/08/2012 - 11:38h

Prazer em conhecer…

Por Jorge Mota

Do nascimento ao batismo de pia
Fui um enorme alvoroço
O acontecimento que sucedia
Pois começaram a lhe chamar pela alcunha de BOM DIA!

E pela cidade o assombro ecoou
Passando de ouvido a ouvido
A novidade se espalhou
Com o nome surgido

E o nome criou asas e… Voou, Voou, Voou
Espalhando-se por terras distantes
Com o BOM DIA, o mundo acordou
Em línguas dissonantes

O BOM DIA foi utilizado
Pelo operário doutor e patrão
Mas, poucos retornaram
Ao BOM DIA, falado

E o BOM DIA, não desistiu
Continuou a sua peregrinação
Falado aos quatros ventos
Por uns e outros não
Mas em sua teimosia
Não se cansava e dizia
A João, José e Maria
A secular palavra BOM DIA!

Jorge Mota é poeta mossoroense e servidor público

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Categoria(s): Poesia

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    COMO O TÓPICO É LITERÁRIO…
    C O N F I S S Õ E S

    Hoje quebrei o espelho e abri a janela. E vi muitas árvores de outono. E me vi numa destas árvores. Eu era, acredite, uma delas. Talvez a sofreguidão excessiva, o egoísmo em alto grau, o desejo de ser Deus, me tenha levado a não ser mais do que isto. E havia tantas folhas no chão, folhas que o vento suave e morno da tarde que caía não se importava sequer de levar.
    Ah, sonhos de grandeza, desejos incontidos, erros, erros, erros. Erros sempre cometidos com a melhor das intenções. Assaltou-me a dúvida. Comporia um dramático bolero ou um trágico tango? Melhor uma dolente valsa. Terminei não fazendo nada.
    Bem ao fundo, depois das árvores desfolhadas, um rio. Um rio que só caminha, como todos os rios, para a frente. Um rio que nem observa a relva que se curva, num lindo milagre da natureza, para banhar-se. Não, não percebe nada. Apenas o caminhar, caminhar, caminhar, como se não houvesse um oceano, um mar a esperá-lo tranqüilamente.
    Ah, este nosso hábito de caminhar, caminhar, costume tão arraigado que esquecemos das paradas. E esquecemos que só parando é que se consegue chegar a algum lugar, já que quem caminha sempre em linha reta não chega a lugar nenhum. Quando muito, consegue voltar ao local da partida.
    Não tive mais coragem de fechar a janela. No horizonte, o sol ensaiava o seu desmaio vespertino, avermelhando e dourando as nuvens como se as banhasse de ouro. E assim, anunciava a noite que breve viria com sua negritude amedrontadora.Mas, junto com o escuro vieram as estrelas, a formar uma colcha de retalhos. E entre elas uma que me falava no bem do amor, no bem que faz mais bem ao coração.
    Voltei a vista e vi os cacos do espelho. E chorei, chorei todo o tempo perdido no olhar permanente para mim. E, principalmente,na adoração de um deus criado por mim mesmo, que só agora sei tratar-se de um pobre ídolo de barro.
    Mais perto, pássaros cantavam. Interessante, sempre pensei que os pássaros só cantassem pela manhã. Mas não. Eles cantam a todo momento. Têm o coração leve. São felizes.
    Não tive coragem de fechar a janela. Janela que durante tantos e tantos anos mantive fechada e que agora deverá, para todo o sempre, permanecer escancarada. Totalmente escancarada.
    Ah coração, porque demorei tanto a entender-te?
    INÁCIO AUGUSTO DE ALMEIDA É BOÊMIO.
    E COMO TODO BOÊMIO, UM SONHADOR.
    SEMPRE ESTÁ PELA CHURRASCARIA MOSSORÓ.
    ESTÁ RINDO, CARLOS SANTOS?
    RIA NÃO…

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