O internauta Marco Aurélio de Lima Azevêdo enxerga uma proposta recentemente apresentada pelo deputado federal Betinho Rosado (DEM), como atentado contra o patrimônio nacional.
Betinho propõe que a Petrobrás não possa mais operar campos de baixa produção, descobertos a partir da publicação da lei e cujo plano de desenvolvimento e de produção não ultrapasse vazão de quinze mil barris de petróleo por dia.
O webleitor considera a proposição lesiva à sociedade, além de potencializar outras distorções. Leia-o abaixo:
Carlos Santos,
Em primeiro lugar, peço desculpas achando que não pulblicarias o meu outro comentário. Mas é porque eu generalizei (risos). As colunas dos jornais do meu estado, não são democráticas.
Mas, vamos lá!
Uma coisa tem haver com a outra sim, o descalabro administrativo do município, onde se enquadra também o senhor Betinho Rosado, defensor dos seus própios interesses; inclusive, bancando essa "emenda do petróleo", onde o seu grupo, composto por (José Agripino, Rosalba e Betinho sei lá de que cor), pode provocar, passando a emenda, e esses grupos privados não tem o cunho social, a determinação de comprar no município, o aproveitamento da mão de obra, ocasionará o caos.
E a prefeita do povo e a senadora do povo e o senador do povo, o que fará quando o holocausto for implantado, quando a emenda passar?
Que campo permanecerá nas mãos da Petrobrás, Canto do Amaro?
Os outros campos que a BR gastou durante todos os 40 anos de investimentos, serão devolvidos à Agência Nacional de Petróleo (ANP), para uma nova licitação?
Inclusive, alguns campos aqui são deficitários e a BR banca. Esses empresários iriam bancar?
Vamos ser justos, quando falarmos em empresa nacional e abrirmos os olhos para um lobby pesado que esses políticos estão armando, em detrimento do "povo". Em busca de grana, para a campanha do ano que vem.
Um grande abraço Carlos Santos e que o seu Blog mantenha essa postura elegante, isenta, lúcida e democrática no melhor sentido.
Marco Aurélio de Lima Azevêdo.
Veja AQUI a matéria que originou o comentário pertinente do internauta.
Nota do Blog – Sobre minha postura pessoal e do Blog, outra vez assinalo o seguinte:
Eu sou parcial. Repito: parcial. O Blog é imparcial e pluralista. Estimula o contraditório.
O Blog é um fórum de debates em que todos podem emitir opiniões, elogios, críticas etc. Basta que se respeite suas regras.
Ser "democrático" com nome ou endereço falso, enquanto eu me exponho diariamente aqui, de cara limpa, sujeito a processos, ataques abjetos e até ameaças-torpezas à minha familia, não é para qualquer um.
A maioria prefere sombra e água fresca. Eu decidi caminhar por esse terreno minado e não me sinto vítima, herói ou mártir. Sou demasiadamente feliz e reconheço que esse paroxismo incomoda algumas almas penadas, zumbis que vagam por aí no mundo real e no mundo virtual.
Caro Carlos,
Em resposta a argumentação de seu web leitor Marco Aurélio de Lima Azevedo sobre a proposta de emenda do deputado Betinho Rosado ao Projeto de Partilha do pré-sal, me antecipo a dizer que ela tem o objetivo principal de incentivar a criação de uma indústria nacional do petróleo no país. Algo salutar em uma economia de mercado.
Betinho foi autor de emenda à Lei do Petróleo de 1997 que hoje rende 35 milhões de reais por ano ao Rio Grande do Norte, e beneficia diretamente 1.300 famílias potiguares. Ele não precisa provar a ninguém sua capacidade como parlamentar, já que está no quarto mandato como deputado federal e todo o RN pôde durante este tempo ter a exata imagem do caráter e civilismo deste mossoroense.
Finalizo dizendo que é preciso o Sr. Marco Aurélio lê a Proposta do Deputado antes de comentá-la, pois me pareceu muito vago seu conhecimento em relação a ela.
Um abraço,
Sergio Levy – Jornalista
Li a proposta e me incomodo com as conseqüências. Que tal a Petrobrás aos poucos, sair do estado? O que será de Mossoró? O que acontecerá com o setor imobiliário? O que será do comércio local? Quando o jornalista fala em indústria nacional, exclui a Petrobrás. Porque?
Outra coisa, ele (Betinho), precisa sim, mostrar e provar sempre a sua representação. É um servidor público. Parlamentar não é uma casta e deve por obrigação, sempre, dar satisfação ao eleitor.
Lobby do petróleo
Deputados têm influência direta do setor petrolífero
Os trabalhadores devem lutar pela nacionalização do petróleo, contra a entrega da maior riqueza nacional nas mãos dos grandes capitalistas nacionais e internacionais
19 de setembro de 2009
A Folha de S. Paulo divulgou nesta sexta-feira uma notícia vinculando diretamente três deputados da oposição direitista ao governo a grandes empresas do setor petrolífero. José Carlos Aleluia (DEM-BA), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Eduardo Sciarra (DEM-PR) apresentaram emendas ao projeto do pré-sal que eram cópias, ou seja, de redação idêntica a projetos de grandes empresas petrolíferas.
Entre as modificações às propostas do governo está a bandeira de que a Petrobrás “não seja a operadora exclusiva dos campos” (Folha de S. Paulo, 18/9/9). Um dos trechos divulgados diz que “a previsão legal de um monopólio ou reserva de mercado para a Petrobrás não se justifica em hipótese alguma”.
O prazo para a apresentação de emendas terminou na sexta-feira e até quinta haviam sido apresentadas 738 emendas. O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) procurou lideranças de oito partidos em Brasília entre quarta e quinta. Eduardo Gomes confirmou que a emenda apresentada por ele foi entregue pelo setor “tenho contato com todas as associações, todas, o IBP, Sindicom [distribuidoras de combustível e lubrificantes], não tenho nenhum constrangimento em relação a esse tipo de auxílio” (idem).
Segundo o jornal, outros deputados apresentaram projetos que coincidem explicitamente com os interesses das petrolíferas, como Ronaldo Caiado, líder do DEM e Arnaldo Jardim (PPS-SP). Este último vai presidir uma das comissões dos projetos do novo marco-regulatório para o setor petrolífero.
Longe de ser um “escândalo” a divulgação da Folha revela o que todos já sabem: que as grandes empresas nacionais e internacionais do petróleo estão por trás de toda a movimentação parlamentar para garantir, através de lobby e da distribuição de muito dinheiro, a aprovação de um projeto de acordo com seus interesses econômicos. É o que acontece em todos os setores, todas as esferas e camadas do Estado estão incrustadas pelos grandes capitalistas.
A direita está ligada até os ossos com os maiores interessados na privatização do nosso petróleo. O fato de a iniciativa mais clara ter vindo de partidos como o PSDB e o DEM mostra que esses partidos querem entregar toda a riqueza do povo brasileiro aos capitalistas internacionais. Isso fica revelado pela crítica que a direita esboça ao governo, afirmando que a proposta do governo seria “estatizante”. Não só querem o fim do monopólio da Petrobrás na operação dos novos campos, mas o fim da exigência de que a empresa tenha no mínimo 30% de participação em todos os novos campos.
Quer dizer, são contra a proposta de 30% que, como Causa Operária já esclareceu em matérias anteriores, representa uma das maiores entregas da riqueza brasileira aos capitalistas. A proposta de Lula é uma proposta privatizante e não estatizante como quer afirmar a direita.
Na seqüência, outra matéria do jornal burguês revela que a ligação de parlamentares e políticos com as grandes empresas petrolíferas atinge todos os partidos. Ao todo, as empresas do ramo doaram R$ 28,5 milhões para candidatos em 2006. O principal beneficiado foi o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que trabalhou no grupo Shell e foi diretor da Petrobrás. Ele teria recebido R$ 800 mil da UTC Engenharia. Na Câmara, 65 deputados federais dos 513 que compõem a casa receberam financiamento do setor. O deputado que mais recebeu foi Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA); foram R$ 300 mil da Unipar (União de Indústrias Petroquímicas). Segundo a Folha, entre os dez mais beneficiados estão oito integrantes de partidos do governo e quatro da oposição.
As grandes empresas do Petróleo têm influência sobre todas as alas dentro do Congresso. Para garantir que as reservas brasileiras sejam 100% do povo brasileiro, os trabalhadores devem lutar pela nacionalização completa do petróleo. A luta deve se dar de maneira independente de qualquer ação do parlamento.