Por François Silvestre (O Novo Jornal)
Comparação infeliz.
Um programa de televisão, canal fechado, do jornalista Lucas Mendes, discutiu com um brasilianista a respeito de um recém-publicado ensaio que trata de comparações entre o Brasil e os Estados Unidos. Numa intervenção do apresentador, ele pergunta ao ensaísta onde foi que nós pisamos na bola e perdemos a capacidade de evoluir da mesma forma que evoluíram os americanos do Norte.
Saíram dessa questão várias interpretações.
Numa delas, disse um dos jornalistas do programa que a diferença principal se dera porque “enquanto os fazendeiros americanos estavam lendo Montesquieu, os brasileiros latifundiários estavam engravidando as escravas”.
Pincei essa assertiva, para evidenciar que tais comparações acabam em pilhérias ou conclusões pueris.
Os fazendeiros americanos que liam os clássicos da literatura eram pouquíssimos, até porque esses não eram fazendeiros profissionais; muito mais políticos ou empresários. Exemplo típico dessa espécie de “fazendeiro ilustrado” é o General George Washington, líder da guerra de independência e primeiro Presidente do novo país.
Possuía um latifúndio no Estado do Kentucky; nem por isso pode ser chamado de fazendeiro.
Os latifundiários brasileiros eram, na sua quase totalidade, arbitrários e desumanos. E não para engravidar escravas, mas estuprá-las. A gravidez era um resultado indesejado, que dava em aborto ou assassinato da mãe.
Lá, na América, não era diferente. Era pior. As diferenças da evolução civilizatória e econômica entre Estados Unidos e Brasil são tantas e tão variadas que ninguém será capaz de esmiuçá-las com certeza probatória. Uma coisa é certa: Nenhuma diferença fundamental nasce do acaso.
Há causas históricas ou antropológicas que esclarecem ou apontam uma explicação.
A independência americana se dá em 1776, numa guerra que trazia a marca de uma revolução. Derrotada a corte, a colônia assumiu seu destino. Não ficou ninguém da Inglaterra tutelando o país nascente.
No Brasil, a independência, em 1822, foi um acerto entre corte e colônia, quatro décadas após a independência americana. E o Brasil continuou sob o domínio da Casa de Bragança. Pelo filho e neto do Rei de Portugal.
Dominação que foi de 1822 a 1889. Mais de um Século depois da República americana.
Sem falar na diferença entre as cortes que dominaram americanos e brasileiros. A Inglaterra lutou contra Napoleão e o derrotou. Portugal fugiu de Napoleão e entregou-se, como concubina, ao poderio inglês. O que fez do Brasil ser colônia de outra colônia. Repetição; pois já fora colônia de Portugal durante a dominação espanhola, quando a Espanha anexou a pátria lusitana ao seu domínio de 1580 a 1640.
Sem revisitar as origens fica difícil compreender os resultados da contemporaneidade.
Retroceder no tempo significa ir buscar as fibras mais simples que compõem o organismo mais complexo.
Té mais.
François Silvestre é escritor e cronista
“No Brasil, a independência, em 1822, foi um acerto entre corte e colônia”
O que no Brasil não continua funcionando no campo pólítico na base do acerto?
Há quantos dias eu venho fazendo estas perguntas sem que ninguém as respondam?
E ainda existem uns veradores que se dizem de oposição.
OPOSIÇÃO…
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eis as perguntas:
PERGUNTAS DE PROVA
A Câmara Municipal de Mossoró tem mais cadeiras ou funcionários?
A Câmara Municipal de Mossoró tem quantos carros alugados?
Quanto a Câmara Municipal de Mossoró gasta com água mineral e cafezinho?
Qual o custo total de um vereador para os cofres municipais?
Todas estas perguntas poderão ser facilmente respondidas com o uso devido de uma Bola de Cristal ou de Cartas de Tarô. Jogar búzios pode também funcionar nos desvendamentos destes mistérios.
Não é recomendável o uso da astrologia.
Por que?
Sei lá porque.
Não sei nem quanto dos impostos que pago vai para manter esta Câmara.
VOCÊ JÁ LEU O JORNAL OFICIAL DO MUNICÍPIO HOJE?
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CUSCUZ COM OVO FRITO SEM CAFÉ É SERVIDO NA MERENDA ESCOLAR
O UNIFORME ESCOLAR AINDA NÃO FOI DISTRIBUÍDO EM MOSSORÓ
O IPTU VAI SUBIR EM 2014.
A INDEPENDENCIA QUE AINDA NÃO ACONTECEU!
Aproveitando a prosa do mestre François Silvestres, atrevo-me a escrever sobre a independencia brasileira e a americana, com uma breve inserção do ideário cristão, pois todos os juristas filósofos de respeito reconhecem que ao se falar em Independencia, Liberdade e Direitos Humanos, não há como se prescindir a menção do precursor: Jesus Cristo.
E já que a análise é entre Brasil e Estados Unidos, tomo como referencia uma coincidencia do Cristo com um americano ilustre: Thomas Jefferson.
Os dois tinham 33 anos de idade ao se declararem ativistas de causas públicas, mas somente obtiveram o reconhecimento mundial décadas e até séculos depois de suas mortes. Nasceram em regiões e épocas diferentes, um de família pobre e o outro de família rica, mas comungavam de um mesmo ideal: a liberdade e a igualdade entre os homens. Cristo obteve reconhecimento mundial. Jefferson, nem tanto! Cristo, o salvador do mundo, veio nos libertar espiritualmente do pecado; o segundo, um advogado inflamado, entrou na guerra para libertar a escravidão e o trabalho forçado das Colônias americanas em relação à tirania dos Ingleses. O primeiro dizia que somos todos iguais e que só ele libertava, era o caminho, a verdade e a vida (Evangelho de São João). O segundo, num discurso mais político e sociológico, cunhou na Declaração da Independência dos Estados Unidos uma frase que caberia muito bem na boca do próprio Cristo: “Julgamos evidentes por si mesmas estas verdades: todos os homens nasceram iguais; estão dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis; entre esses direitos contam-se o direito à vida, à liberdade e o da procura da felicidade.” Cristo denunciou a hipocrisia e a devassidão moral, Jefferson a ambição material e a exploração do homem pelo homem.
Pois bem. Nesses dias que tanto se fala de liberdade e independência, é preciso que nos lembremos de Cristo e de Jefferson. Foram eles os motivadores de nosso espírito libertário. De Cristo, veio os eflúvios espirituais e a motivação religiosa da igualdade, da irmandade divina e da fraternidade. De Jefferson vem o iluminismo, o furor social, a motivação filosófica e política da igualdade racial e social. Foi justamente sabendo de Jefferson e respirando a ação de George Washington que Tiradentes ensaiou por aqui os passos de nossa independência. Foi o martírio de Tiradentes – assemelhado ao de Cristo – quem contribuiu para a queda do império e da monarquia portuguesa.
Unindo os preceitos de Cristo (espírito) e de Jefferson (matéria), a liberdade é um estado de espírito e uma realização concreta e material de uma independência harmonia e social. No homem, a liberdade é a garantia de desenvolvimento de suas potencialidades no seu conjunto – as leis, a organização política, social e econômica, a moral, etc. –.
Se liberdade é tudo isto, que espécie de libertação ou independência o Brasil comemora? E o Estado, tem o que comemorar quando se fala em independência? De quem nos julgamos livres? Será que o homem exerce as suas potencialidades no seu conjunto? Pelo prisma de Jefferson, tem o homem atual os seus direitos civis respeitados? Se necessitar da Justiça receberá tratamento igualitário e equânimo? Se precisar do prefeito de sua localidade terá igualdade de acesso aos alpendres dos palácios? Acaso se adoecer, receberá tratamento condigno e eficiente, e terá garantida a alimentação dos seus dependentes? Observando pelos olhos de Cristo que denunciava os poderosos do seu tempo, caso queira o cidadão atualmente denunciar uma injustiça, terá acesso aos meios de comunicação? Caso entenda de falar contra os ocupantes do Poder, lhe darão ressonância nos rádios e emissoras de televisão? Caso as respostas sejam negativas, quando o assunto é liberdade, o Brasil, nem o mundo têm nada a comemorar. No panorama mundial, os países árabes democráticos gostariam de conter a Síria, mas não têm a liberdade de assumirem esta postura por temor ao presidente russo, Vladimir Putin. Até o Brasil em nada se manifestou quanto a esse morticínio coletivo.
O homem é construtor de sua própria história. Jefferson foi presidente americano por duas vezes, tendo entrado para a história americana por nunca haver vetado um projeto de lei do Congresso. Por aqui, os parlamentos são apenas – e tão somente! – caixas de ressonancia das intenções do Poder Executivo. Não conheci ao longo da minha vida Poder Legislativo independente.
Lembro que Martin Heidegger, grande filósofo alemão, foi amante e mentor de Hannah Arendt Ele optou por seguir o nazismo, ela ainda que perseguida por ser judia, desertou para escrever sobre a humanidade e o amor (seu doutoramento foi sobre o amor na obra de Santo Agostinho). O primeiro foi descartado no lixo da história, a segunda foi inscrita pela ação política em favor da humanidade. Temos que fazer as nossas escolhas.
A escravidão de hoje em dia mudou apenas a tonalidade da cútis. Não são mais só os negros a agüentarem a borrasca e a raiva dos senhores de engenho ou dos capitães-do-mato. Brancos, amarelos, pardos, índios, caboclos, negros, todos, sem exceção, estão jungidos num mesmo grilhão que os amarra pelo calcanhar ditando os rumos de suas vidas e o futuro de seus filhos. A esta casa grande, a esta senzala enorme chamamos de Estado (Nação, Estado e Município), cuja concentração de poder e de mando é feita erroneamente em uma só pessoa. Nesse todo-poderoso governante se centraliza o poder do chicote a vergastar os couros dos seus administrados. Conheço alguns que de tão tiranos com o povo, fazem dos prédios administrativos verdadeiros pelourinhos sociais. Permanece para os pobres incautos, é claro, a visão da liberdade apenas pela ótica racial. Quando vejo nos corredores da UERN frases estimulando o “Orgulho de ser negro”, penso: negros livres e brancos idiotizados. Que pena! Viva a liberdade e a independencia que ainda não conhecemos. Libertas quae sera tamen.
Marcos Araújo
Como sempre lúcida, ponderada e realista a prosa do mestre François Silvestre.
No caso, realmente esmiuçar, relembrar e querer fazer/emitir quadro comparativo da história dos dois países em comento, com certeza, não passa e não passará de mera pretensão, porquanto além da dinâmica do processo histórico, temos que, as informações que formaram a opinião dos ditos historiadores, assim como as que atualmente nos chegam a respeito do Império Militar Industrial Americano, são, desde priscas eras, absolutamente questionáveis sob vários aspectos.
Portanto, querer emitir opiniões definitivas do porquê, sobre o que aconteceu, por que aconteceu e como poderia ter acontecido, na verdade não passa de uma equivocada e pretensa tentativa de esmiuçar, examinar e reexaminar com se daria e se dará a dinâmica de um jogo de xadrez entre dois contendores, antes que a partida efetivamente se inicie.
No caso, fica bem explicitado que o viés político e (ou) ideológico da interpretação que se daria ou que se dará´sobre o processo histórico em seus fatos, ocorrência e acontecimentos, muito bem poderia por em dúvida a brilhante assertiva do Mestre François Silvestre, quando afirma…, que, há causas históricas ou antropológicas que esclarecem ou apontam uma explicação.
E mais adiante…Sem revisitar as origens fica difícil compreender os resultados da contemporaneidade.
Retroceder no tempo significa ir buscar as fibras mais simples que compõem o organismo mais complexo.
E é exatamente em função de todas essas variáveis, que sempre haverá uma matiz, uma escolha do ponto de vista ideológico quando porventura algum “iluminado” tentar nos responder acerca do processo histórico, que levou ou que tenha levado a esse ou aquele resultado, sobretudo por se tratar, primeiro de um Estado Militar Industrial que sempre teve grande parte da imprensa sob seu controle, já o segundo com origem e cultura absolutamente distintas com um histórico pacifista à sua maneira, é de ato, uma potência continental a procura de sua inserção no mundo dos ditos desenvolvidos e de um assento político estratégico na ONU.
No mais, estaremos…digamos a ler e a tentar interpretar futurologias pretéritas acerca de processos históricos tão distintos e tão antagônicos.
Um abraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Uma única e última pergunta: Por quê você só oportuniza artigos ou indagações que não colidem com seus interesses particulares ? Adianto-lhe que é minha última participação em seu profícuo blog. Abração amigo.
NOTA DO BLOG – Não entendi, Marcos. Quantas e quantas vezes vc escreveu aqui, com reprovação por não atender ao,que penso? Mas se é seu pensamento e escolha, abraços.
Venho notando isso a tempos Dr.Marcos,o senhor tem razão!