Da Folha de São Paulo
O Partido Social Democrático (PSD) já nasce, se aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com uma estrutura de fazer inveja aos concorrentes. Começará com 7,2 milhões de votos — cálculo aproximado de quanto receberam em 2010 os deputados federais, senadores e governadores que irão se filiar ao partido.
Deverá ocupar a terceira ou quarta maior bancada no Congresso, com, até agora, 49 deputados, que representam 4,4 milhões de votos, dois senadores e um par de governadores. Também terá forte representação nos estados. Mas não é só isso.
Todos os que estão de malas prontas para desembarcar na agremiação idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), querem trocar de legenda sem o risco da perda do mandato por infidelidade partidária. A maioria ainda pretende deixar de ser oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.
O PSD surgirá como uma sigla independente, com tendência à base aliada do governo. Prova disso é a proximidade com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, escudeiro do governo Dilma.
Mesmo antes de ser criado, o PSD tem dado demonstrações de que, além de ser “bom de voto”, é bom também na hora de superar a burocracia. Em nove meses, já trocou de nome e ainda afirma ter conseguido todos os documentos para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de criação de um partido leva, em média, um ano e meio.
A sigla, no entanto, conseguiu façanhas como obter um número de CNPJ na Receita Federal no mesmo dia em que deu entrada no pedido no cartório, ter registros deferidos em tribunais regionais em sessões que duraram menos de 10 minutos, além de reunir 500 mil assinaturas em pouco mais cinco meses.
Faça um Comentário