domingo - 02/02/2025 - 03:30h

Quando fevereiro chegar

Por Odemirton Filho

Ilustração

Ilustração

Um dia desses um amigo me disse: “rapaz, quando você escreve sobre Tibau das antigas, me dá uma vontade danada de chorar”. Eu respondi que um dos meus objetivos era escrever sobre coisas que nos faziam bem, como lembranças, saudades e sentimentos.

Aliás, lembro-me dos ensinamentos do saudoso Inácio Augusto de Almeida que me dizia: “escreva com sentimentos, tente passar emoção ao leitor”. No mesmo pensar, o dileto editor deste Blog gosta de ressaltar que a leitura aos domingos deve ser leve.

E é o que tento fazer quando resgato do baú da memória lembranças de Mossoró e Tibau. Não com melancolia, mas com o propósito de fazer com que o leitor navegue por tempos idos.

Noutro dia, num supermercado, outro amigo me falou: “gosto de ler suas crônicas, pois remetem aos bons tempos”. E me contou histórias de tempos passados, as quais algumas também vivenciei; qualquer domingo desses, eu compartilho com o leitor.

Confesso que fiquei feliz, uma vez que já bastam os problemas cotidianos, as notícias sobre corrupção, o radicalismo político-partidário e a toxicidade das redes sociais. É claro que precisamos enfrentar a vida com pragmatismo, vivendo o presente, não do passado, nem no futuro. Contudo, aqui ou acolá, uma pitada de boas lembranças faz um bem danado.

Como sabemos, “todos os dias é um vai-e-vem, a vida se repete na estação”. Assim, continuemos nessa jornada de encontros e despedidas, afinal, não sabemos quando será o último adeus.

Certa vez, o cronista Fernando Sabino escreveu sobre o tempo pretérito. Segundo ele, um tempo em que as areias das praias eram mais claras. Em que as letras impressas eram maiores. Em que as ladeiras eram mais suaves. Em que as distâncias eram mais curtas. Em que os dias eram mais longos. Em que o amor era mais puro. Em que a mocidade era eterna”.

É a mais cristalina verdade. Quando estamos na flor da idade, a vida parece ser eterna, apesar do entardecer dos nossos dias chegar tão depressa.

E fevereiro chegou.

Vamos à luta, já que “saudade já não mata a gente”. Nessa breve caminhada pela vida, “a gente ri, a gente chora…

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

Compartilhe:
Categoria(s): Crônica

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.