quinta-feira - 06/09/2007 - 10:41h

Quito, Wilma e Gabriela na política do RN

Religiosa de uma congregação cristã, "Irmã Alves" sempre foi ouvida pelo irmão de maior projeção pública, Aluízio Alves. Apesar de nem sempre lhe dar ouvidos, o "Feiticeiro" não rejeitava a oitiva.

Essa mulher já enganou vocês e vai enganar de novo – previu Irmã Alves antes de 2002, quando o sobrinho e deputado federal Henrique Alves (PMDB), filho de Aluízio, esperava ser candidato a governador, com apoio da então prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB).

"Essa mulher" mencionada era a própria Wilma.

Quem terminou se candidatando ao governo e está no segundo mandato consecutivo foi Wilma de Faria. De lá para cá, já impôs outras derrotas acachapantes aos Alves.

Agora, como uma recidiva, vejo zunzunzum na imprensa e nos parlamentos informais, atestando que estaria em formação um novo acordo entre o Henrique e Wilma. Na mesa, um escambo político que seria bom para os dois: Henrique candidato a governador em 2010 e Wilma ao Senado. Tolice.

Vou ser pragmático para descrever o que penso sobre o tema.

Wilma não precisa de Henrique Alves para se eleger senadora em 2010. Já o deputado vê nela uma janela para costurar enorme acordão a seu favor (Ouça AQUI Diógenes Dantas). Eis o seu sonho. Sonha, Henrique! 

Só mesmo um neófito no ofício e desconhecedor da história e personagens da área, que raciocinaria diferente. Claro que em política tudo é possível. JK afirmava: "Não tenho inimigos para sempre nem amigos eternos".

O projeto de poder de Wilma não inclui a devolução gratuita ou num negócio simples, como a engenharia divulgada, a hegemonia obtida com tanto suor. Alves e Maias terão que ralar muito.  

Wilma é capaz de manter por anos a fio o esquete teatral do flerte, para ao final impor sua vontade. Sempre foi assim e não será diferente em relação a 2010.

Hoje, olhando o "cenário" – bordão que a governadora adotou como antevéspera do próprio bote, se percebe que não lhe faltam meios para ser senadora. Tarefas muito mais hercúleas enfrentou no passado, para poder construir uma biografia de excelência de resultados eleitorais.

Com Alves, sem Alves; com Maias, sem os Maias ou sozinha, WIlma é sempre Wilma. Primeiro ela, depois ela e assim continuamente.

Faz-me lembrar uma estrofe de música chula, de duplo sentido, que há alguns anos irritava os tímpanos mais refinados. "A capital do Equador é Quito, nunca mudou, é sempre Quito (…)."  

Ou para quem é mais seletivo, o jeito é recordar Dorival Caymmi em Modinha para Gabriela: "Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim. (…)."

Wilma!

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Sandrinha Alves diz:

    Se Vilma age dessa forma, é que aprendeu com os caciques as “manhas” da política. A irmã Alves, do alto de sua pureza, traz no sangue o micróbio político da famíliam mas, mesmo assim e às vezes, fala sem conhecimento de causa. A guerreira merece respeito!

  2. Reuben Góis diz:

    Wilma Gabriela, Ímpar, Mais uma vez brilhante; parabéns mais uma vez Carlos Santos .

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