Por François Silvestre
Se no sertão, em pleno inverno,
a sombra é rala,
imagine o sol espantando a sombra
na seca farta.
Do juazeiro nem se cobra,
pois juazeiro já não há.
A oiticica, sempre de sombra escassa,
descasca agora o sol das folhas.
E nem as folhas da jaqueira,
cá na serra,
escondem os retalhos da sombra
que se rendem à luz do sol.
Pior que a seca das nuvens de ontem
só a secura dos homens de hoje.
Cuja sombra é sujeira da luz
E cuja luz é mentira das sombras.
François Silvestre é escritor
Pior que a seca das nuvens de ontem
só a secura dos homens de hoje.
Cuja sombra é sujeira da luz
E cuja luz é mentira das sombras.
PARABÉNS, POETA. PARABÉNS.