A reforma política sai ou não sai? Não sai. Sai uma meia-boca. Outro remendo, algum tipo de gambiarra.
Mas algumas propostas começam a tomar corpo, sem dúvidas.
O fim da suplência para o Senado, por exemplo, está na pauta. É uma excrescência, tão ridícula quanto a figura do "senador biônico" criada pelo regime militar, depois que levou uma "lapada" do MDB, perdendo as eleições de 1974 para o Senado, perdendo em 16 dos 22 estados.
Tem ainda boa possibilidade de se estabelecer eleição direta e não proporcional para a Câmara Federal. Os eleitos seriam sempre os mais votados e não resultado da soma de votos de candidatos de cada partido ou coligação.
Existe ainda a ideia de criação de uma "janela" para mudança de partido a seis meses da eleição, ou seja, a "porta da esperança".
Nos três casos temos sinais de avanço e retrocesso. Na ponta do lápis, um giro de 360 graus. Não saíremos do ponto em que estamos. Ou teremos um quadro pior.
A suplência ao Senado pode se transformar num posto a ser escolhido também pelo voto direto. Menos mal.
Quanto ao fim do voto proporcional à Câmara Federal, entendo que é uma distorção que fragiliza mais ainda o sistema partidário. Em qualquer lugar do mundo civilizado e democraticamente ordenado, partido forte é uma exigência.
Deveriam por fim às coligações a cargos proporcionais e essa tolice de exigir cota de 30% das vagas para o sexo feminino. Mulher rica ou oligárquica não sofre discriminação para ser candidata a deputado, vereador etc.
Em relação à janela para mudança partidária, à beira das eleições, o estrago é ainda maior. Partido para quê? Melhor acabar logo com partido e voltarmos ao tempo da República Velha (1889-1930), com as candidaturas avulsas, sem necessidade de agremiação partidária.
Assim vejo o quadro hoje. Porém é lógico que essa é uma discussão ainda mais ampla, que devemos manter no ar.
É mais do que imprescindível e essencial para a democracia do país que se acabe, de vez, com o corruptor modelo de reeleição para os executivos municipais, estaduais e federal. Nada mais correto do que a alternância de/no poder.