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domingo - 04/09/2022 - 09:32h

Rir para não chorar

Por Odemirton Filho 

Angenor de Oliveira ou, simplesmente, Cartola, era natural do Rio de Janeiro, o mais velho dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. O seu nome, por um erro no momento do registro, ficou como Angenor, ao invés de Agenor.

Cartola e Dona Zica (Foto: Web)

Cartola e Dona Zica (Foto: Web)

Nascido no bairro do Catete, tempos depois, em razão de dificuldades financeiras, foi com a família morar no morro da Mangueira. Ali, conheceu Carlos Cachaça, parceiro do compositor em dezenas de sambas.

Inicialmente trabalhou como tipógrafo e, posteriormente, veio a ser pedreiro. Com a profissão de pedreiro surgiu o apelido. Para que o cimento da obra não caísse sobre sua cabeça, começou a usar um chapéu-coco, parecido com uma cartola, como diziam os colegas de profissão.

Após sair de casa depois da morte de sua mãe, por desentendimentos com o seu pai, começou a viver com Deolinda, sete anos mais velha, mas que se apaixonou pelo jovem e futuro sambista.

Foi um dos fundadores da Estação Primeira de Mangueira, compondo o primeiro samba-enredo. Entre as suas inúmeras composições, destacam-se: O sol Nascerá, Preciso Me Encontrar, O Mundo é Um Moinho, As Rosas Não Falam.

Tempos depois, já vivendo com d. Zica, criaram o “Zicartola”, um bar no qual reuniam-se sambistas, compositores e músicos. Foi um marco na música popular brasileira. Em 1970, organizou uma série de shows, onde se apresentavam vários nomes do samba.

Por que resolvi escrever sobre Cartola? Porque, dia desses, fiquei curioso, após ouvi uma linda canção. Já tinha ouvido a música em outras ocasiões é certo, mas resolvi pesquisar sobre o autor. Sim, eu sabia quem era, entretanto, não fazia ideia da sua inestimável contribuição para a música brasileira.

É fato que existem outras passagens da vida do compositor. Aqui, tem-se um resumo. De toda forma, seria um pecado deixar o grande sambista cair no esquecimento.

Pois é.  

“Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar, quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver” …

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Caro Odemirton
    Muito oportuno o verdadeiro resgate que você faz do CARTOLA.
    Bem que você poderia iniciar a série grandes compositores e levar ao conhecimento de todos, principalmente dos estudantes, nomes como LAMARTINE BABO, CAPIBA, DOLORES DURAN etc.
    Somos um povo com pouca. memória musical.
    Parabéns pela crõnica e por ter tão bem escolhido o homenageado.

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      COMPOSITORES QUE ADMIRO
      HumbertoTeixeira
      Zé Dantas
      João do Vale
      Mário Lago
      Orestes Barbosa
      Adelino Moreira
      Evaldo Gouveia
      A lista é longa. Se olharmos a turma mais recente, Belchior, Gonzaguinha…
      A lamentar que os nossos jovens desconheçam os grandes talentos e fiquem admirando, deixa pra lá…

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    Odemirton, mais uma vez, parabéns por suas acertadas análises e opções de artigos seja em prosa em verso ou verso em prosa.

    Cartola é, de fato, o que se poderia denominar um dos gênios da MPB, digo MPB com cérebro, gingado e conhecimento de causa do que realmente seja e importa o ato de compor , musicar e construir letras de músicas e canções, que não só enlevem e nos façam enternecer, mais ainda nos levem a devida reflexão.

    Infelizmente, muito ao contrário do atual quadro ,.por exemplo do sertanojo, que nos envergonha e nos faz refletir dos deletérios efeitos da DITADURA militar de 1964.

    Um baraço

    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO
    OAB/RN 7318

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