segunda-feira - 19/01/2009 - 19:11h

Rosalba é a “bola da vez” da oligarquia Rosado

Ela conta com apoios e conspirações em sua cidade para chegar ao topo

Aos olhos do mossoroense comum e daquele mais esclarecido, é apenas uma questão de tempo, obedecendo-se ao calendário eleitoral, para a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) ser eleita governadora. Ela seria hoje uma “governadora em férias”.

Ex-prefeita três mandatos, Rosalba não é uma unanimidade em sua terra, mas conseguiu adesivar uma imagem pessoal muito positiva no imaginário coletivo. Quem é cauteloso e parcimonioso publicamente, no trato desse assunto, é o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), marido de Rosalba.

Vale-se das dores particulares e experiência, para ingerir gotas de prudência. Ele era o “vice-governador em férias”, em 2002, em chapa ao governo encabeçada pelo então senador Fernando Bezerra. Perderam para Wilma de Faria (PSB).

Ideólogo e estrategista do que se convencionou chamar “rosalbismo”, um neologismo que deriva do prenome da senadora, Carlos também é testemunha do desastre eleitoral do senador Garibaldi Filho (PMDB), tido como “imbatível”. Em 2006, ele foi atropelado ao governo por Wilma.

Em Mossoró, o clã Rosado tem uma presença onipotente há mais de 60 anos. Rosalba é agregada, porém transformada nos últimos anos em seu maior ícone e de crescente potencial eleitoral. Nesse espaço geopolítico, ela coleciona vitórias e turbina-se para maior projeção além dos limites do município.

O Senado prova a sua ascensão.

ACERTO

Em termos locais, a senadora não tem qualquer dificuldade para se viabilizar ao governo. Recebe quase que uma louvação.

Nem mesmo outra banda da oligarquia Rosado, comandada pela deputada federal Sandra Rosado (PSB), chega a ser problema. A família pode se unir em torno da postulação ao governo, por diferentes motivos, cada lado engolindo sapos ou qualquer outro batráquio político. Lógica oligárquica.

Em 2006, o esquema de Sandra esteve a ponto de anunciar publicamente seu apoio à Rosalba, na corrida ao Senado. Acordo chegou a ser fechado secretamente em Natal, no apartamento da deputada estadual Larissa Rosado (PSB), filha de Sandra.

Carlos Augusto foi hóspede do endereço durante dois dias, chegando a um acerto com a prima Sandra Rosado. Ela refluiu do apoio formal, mas cruzou os braços à candidatura à reeleição do concorrente de Rosalba, o senador Fernando Bezerra.

Mossoró tem uma política quase ininteligível. Mesmo para os nativos, às vezes é difícil compreender o jogo do poder. “Mossoró é muito difícil”, costuma repetir o senador Garibaldi Filho, que já foi aliado de Sandra e agora não quer largar a companhia de Rosalba. Ou seja, Rosado do A ou Rosado do B.

A senadora pode ser a ponta de lança-de-lança à retomada de uma conquista da família, obtida pelo empresário Dix-sept Rosado em 1950. Ele (pai de Carlos Augusto) elegeu-se governador pela “Aliança Democrática”, encabeçada pelo Partido Republicano (PR), com 67,31% (101.690) da votação nominal. Enfrentou o deputado estadual Manoel Varela (PST).

De lá para cá, passados quase 60 anos, nunca mais um Rosado alcançou o topo do poder institucional do RN. Rosalba, Rosado afim, é a bola da vez.

Seu marido e líder, Carlos Augusto, repete Hernan Cortés, conquistador do México: “As caravelas mandei-as queimar, para não ter a veleidade de voltar”.

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