A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) poderia ter sido uma das dezenas de vítimas do desabamento do Camarote TCM/Futebol Bets. Ela estava nesse ambiente, quando o piso cedeu e tragou dezenas de pessoas à madrugada desta sexta-feira (8) na Estação das Artes Elizeu Ventania, dentro do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2018.
Rapidamente, ao lado de três mulheres que a acompanhavam, a prefeita foi retirada do local em meio ainda ao tumulto.
Seguranças fizeram um isolamento e a socorreram de imediato. Abriram caminho no meio da multidão, da gritaria, do pânico generalizado, desaparecendo com ela.
“Ela estava trêmula, com os olhos arregalados, parecia não acreditar que por pouco não tinha sido uma das vítimas”, relata um circunstante que também escapou do acidente.
Rosalba tinha acabado de passar por uma espécie de passarela de um local do camarote, para outro patamar.
De repente, tudo veio abaixo.
“Rosalba sabe que escapou da morte”
“Quando eu cheguei com meu marido, ainda havia pouca gente no camarote. Mas quando a banda Aviões começou a tocar a terceira ou quarta música, eu saí dessa área que veio a cair. Ela também passou atrás de mim. Foi um filme de terror. Era para ter morrido muita gente. Rosalba sabe que escapou da morte”, comenta a gerente de uma loja em Mossoró, que pede para ter seu nome preservado.
Parte do camarote que desabou estava incompleta, conforme outros depoimentos. Era um equipamento em obras, feito às pressas, com tapumes, fiação e ferragens à mostra.
O próprio Estação das Artes é um canteiro de obras, com homens trabalhando na montagem das estruturas de camarotes, palcos, barracas, equipamentos de propaganda e outros componentes dessa “Cidade Junina”.
“O piso, logo que cheguei, metia medo e tinha ainda pouca gente. Balançava. Eu e meu marido até resolvemos nos afastar, indo para mais próximo de uma mureta de ferro. Foi Deus”, relata uma internauta não identificada, em áudio que circula em grupo de WhatsApp.
A Prefeitura Municipal de Mossoró chegou a emitir uma nota de esclarecimento à madrugada, eximindo-se de culpa. Transferiu responsabilidades e prometeu fiscalizar serviços e estruturas (veja AQUI).
Veja o momento do desabamento no vídeo abaixo:
Algumas pessoas resolveram registrar Boletim de Ocorrência (BO). Os feridos – cerca de 30 – foram atendidos logo em ambulâncias do Samu, bem como no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e Comunidade de Saúde (a poucos metros da Estação das Artes).
Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN (CREA/RN), Ministério Público, empresa responsável e outros envolvidos no caso ainda deverão se pronunciar. Há versão corrente (sem amparo técnico, que se diga), é de excesso de gente – muito além do especificado – no camarote.
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Furo de reportagem.
Direto do Hospital Tarcísio Maia, uma das vítimas relata o acontecido para o Pensando Bem…
– Seu nome, por favor.
– John Clodô.
– John, por favor nos conte o que aconteceu na Estação das Artes.
– Desculpa, mas eu estar sentindo muitas dorres no minha corpo todo. Eu foi convidada a prestigiar a evento. Eu chegar por volta do meia noite ao fojo e com o ( * ) cheia de cana. Non nego. Eu me lembrar de cumprimentar algumas colegas dê profisson, todas muito alegrres e cheias de purrpurrinas. Non nego. Vi quando o prefeita chegou cercada porr muitas puxa perereca, baba saia ê anágua. Fato, fato e fato. Quando o banda tocou a ‘hit’ Vai sacudir, vai abalar’, tudo veio abaixo e ficou tudo muita escurro. Eu olhei parra cima e non vi mais nada. Aí eu grritar muito: ‘Aaaaaaaffffff! Pelos barbas da profeta Isaias. Alguém me ajuda, porr favorrrrrrr’. Até aí, eu pensar que era o cachaça que tinha subido ao minha cabeça e eu tinha trropeçado em alguém. Depois me disserram que ô camarrote tinha caído.
– O que você acha de tudo isso?
– Eu achar um bucho.
– Pretende ir hoje à Estação das Artes?
– O ‘gado’ vai?
– Claro!
– Eu também vai.
– Quando você vai receber alta do hospital?
– O doutora me falou que após ô banho dê luz no minha coxa, eu estar liberrado. Recomendou eu usarr Emplastro Sabiá na peito e nos costas, uma tipóia nô brraço dirreito ê andar apenas de cadeirra de rrodas.
– John, obrigado pela entrevista, os nossos microfone estão à sua disposição para as suas considerações finais.
– Ô circo non pode parrar. Ô ‘gado’ non pode viverr sem fojo. Pode faltar arroz e feijon. Circo, non.
– Direto do Tarcísio Maia para o plantão do Pensando Bem…
Os apresentadores de programas da TCM não se cansavam de falar que ‘O camarote da TCM é enorme, que o camarote da TCM fica bem pertinho do palco, que o camarote da TCM vai bombar, etc e etc.’
Depois que o dito cujo foi as chão, a TCM emitiu aquela famosa notinha afirmando com todas as letras que o camarote nunca pertenceu à emissora.
Entendeu? Eu não!!!
Tradução:
Tirou o dela da reta ao ver a coisa preta.
Entendeu?
Ah, tá.
Situação muito séria e flagrante desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor, em virtude na falha na prestação de serviços, assim como, colocando em risco a vida de várias pessoas. As vítimas devem buscar a reparação incondicional dos seus direitos.