É ritualístico: ao final de cada edição do Mossoró Cidade Junina (MCJ), o prefeito (a) da ocasião encomenda uma pesquisa de opinião pública para avaliar as impressões do povo sobre governo e governante. A expectativa é sempre a mesma, ou seja, de transformar satisfação coletiva em gratidão política.
O Mossoró Cidade Junina é uma festa popular anual no município, que foi convertida em patrimônio imaterial dos mossoroenses, mas é primariamente um bem político pessoal de todo inquilino do Palácio da Resistência (sede da municipalidade).
Quem ocupou o poder municipal até aqui, não deixou de fazer do festim um produto seu, com sua impressão digital, num personalismo que nunca permitiu fermentá-lo e consolidá-lo como uma marca própria (imaterial) da cidade no plano nacional. Jamais foi um negócio com a dimensão econômica estelar experimentada por Campina Grande-PB e Caruaru-PE, por exemplo.
Tem-se mantido como um chamariz de público arrabaldino e regional, porque não se liberta desse jugo politiqueiro.
Não se trata de lenda urbana ou política, mas fato, que a festa é oportunidade para se levar a termo uma máxima romana da antiguidade à contenção da inquietude das massas: Panem et circenses (pão e circo).
Neste ano, o empenho da gestão Rosalba Ciarlini (PP) ganha importância estratégica e fundamental à recuperação da imagem da governante, com vistas à campanha municipal de 2020. Ela sabe que precisa sair bem na “fita”.
Fracassos recentes
Ano passado, uma série de incidentes e até acidente com desabamento de camarote (veja AQUI) marcou negativamente o MCJ, fracasso de proporção nacional (veja AQUI), que agora precisa ser apagado. Em 2017, também foi sofrível. Em 2019 não podem existir falhas e os investimentos humano, material e financeiro são expressivos, para que esse propósito seja alcançado.
A restauração de índices de aceitação da prefeita e governo em boa parte é confiado ao MCJ. Porém é óbvio que ele não funciona de modo isolado para alavancar essa mudança. É catalizador das massas, mas sem o poder anestésico infinito. Seu prazo de validade pode não passar de semanas.
A prefeita e sua administração lidam com um tipo de produto que não não vai entorpecer quem segue desempregado, não possui atendimento adequado no sistema de saúde, convive com insegurança, ruas esburacadas, limpeza urbana sofrível e outros serviços públicos que não satisfazem principalmente às populações periféricas.
O MCJ talvez dê à Rosalba e a seu grupo à falsa sensação de vitalidade. Contudo pode ser apenas a “melhora da morte!”
Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Seria uma ilusão da prefeitura achar que o MCJ cobriria de flores o seu desempenho. Provoca arroubos passageiros, que podem ” não passar de semanas”. Prefiro entender como investimento, ainda não competindo com Campina Grande e Caruaru. Apenas o início. Nada começa agigantado. Planta-se a semente.
Naide Maria Rosado de Souza, o pior cego é aquele que não quer ver!!!!
Temos o direito a raciocínio e interpretações diversas. Isso não implica em cegueira, Aldenor Cortez de Paiva.