Por Odemirton Filho
Quem viveu à época dos bailes do Clube Ypiranga e da Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP) diz que não havia carnaval melhor. Quem brincou ao som de trio elétrico ou dançou ao som do frevo afirma que não há festa mais animada.
O carnaval é cultura popular. Cada um carrega na alma o seu carnaval saudade. Na maioria das cidades, em tempos idos, o carnaval era realizado nos clubes. Era ali que a sociedade se fantasiava e brincava os quatro dias de momo.
Com o passar do tempo, o carnaval saiu dos clubes e migrou às ruas, com o desfile de escolas de samba e, mais recentemente, trios elétricos a puxar blocos com centenas de foliões. Atualmente, o axé da Bahia e o frevo de Pernambuco ainda dominam os grandes carnavais do país.
A beleza dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo são tradicionais e atraem turistas do mundo inteiro.
Mas, o que quero falar é sobre aquele carnaval que cada um guarda, com especial carinho, na memória e no coração. Seja em um clube, nas ruas, em blocos ou em casa. Para quem gosta de celebrar essa festa há sempre uma lembrança que marcou a alma.
Na Mossoró do passado existia o chamado “corso”, na praça do Pax, onde nas tardes do carnaval havia o desfile de carros e foliões, circulando pelo centro da cidade. Era comum a tradicional “guerra” de lança-perfume.
Não cheguei a vivenciar os carnavais dos clubes de Mossoró. Segundo dizem, os blocos disputavam quais eram as fantasias mais bonitas e o mais animado.
Cristina dos pimpões e “Maria espaia brasa” não podem ser esquecidos da geografia carnavalesca de Mossoró.
Em mim, guardo o carnaval do clube Creda em Tibau. A juventude inflava esse momento com especial alegria, cercados de amigos. Durante o dia curtíamos a praia. À noite o frevo era no clube.
Nos idos de 1990 a cidade de Aracati/CE despontou com um ótimo carnaval, bons momentos foram vivenciados.
Hoje, em parte do país, as tradicionais marchinhas de carnaval e o frevo foram substituídos pelo carnaval “sertanejo”, embalado, ainda, pelo ritmo do forró. Acho estranho, mas não existe carnaval melhor ou pior. Há o meu, o seu carnaval.
Por fim, milhares de pessoas aproveitam esse momento para viajar, descansar e participar de retiro espiritual.
Não importa. Aproveite o carnaval à sua maneira. Em paz.
Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça
Faltou também do meu avô duiti homem do chocalho, também fez parte da história do carnaval de Mossoró!