Nada é por acaso na administração pública e, por conseguinte, na política. Em se tratando de Brasil e o Rio Grande do Norte, também.
A ascensão do delegado da Polícia Federal, Aldair da Rocha, à Secretaria Estadual da Segurança Pública, é parte de uma complexa engrenagem. Faz parte de uma política de Estado para o setor. O Governo Federal estimula a despolitização da pasta.
O Rio Grande do Norte não é uma exceção. É parte desse programa que visa a integração das polícias, comunhão e parcerias com o aparelho de inteligência do Governo Federal, bem como – se necessário – até mesmo o uso das Forças Armadas (veja o caso do Rio de Janeiro) em operações especiais.
O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) não caiu na tentação de se arriscar na politicalha. Poderia ter enveredado pelo compadrio, a acomodação de apadrinhados. Fez diferente.
Sondou, pediu informações e até mesmo indicações em Brasília, até chegar ao nome de Aldair da Rocha.
Afinação com o Governo Dilma Rousseff (PT)? Não.
Gargalo
O que se fez não é um primeiro passo para alinhamento político com Dilma. Ninguém se apresse a ter essa visão. Mas é lógico que se trata de uma atitude coerente e de bom senso político. A segurança pública é um gargalo no novo governo, como fora nos anteriores.
O Governo Federal trabalha tendo em vista a proximidade de uma Copa do Mundo e Olimpíadas, eventos planetários. Precisa vender a imagem de um país desenvolvido, em que os direitos de ir, vir e estar sejam garantidos para brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros em trânsito.
Portanto, essa é uma nova ordem em formação. Na verdade, a história de novo se repete.
Na primeira metade do século passado, com cangaceiros aterrorizando o Nordeste, o fim desse modelo de banditismo começou com a união dos governos estaduais, selando compartilhamento de ações. O complemento veio com o interesse do Governo Vargas em por fim ao domínio do medo.
Em questão de poucos anos o cangaço foi riscado do mapa, a partir da morte de "Lampião" em 1938 e de "Corisco", em 1940.
Quando o Estado quer, ele pode.
Foto (Arquivo) – Lampião foi morto por determinação do Governo Federal, a partir do compartilhamento de ações entre estados e União.
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