Muitos deputados estaduais que devem concorrer à reeleição fazem fila em direção a Mossoró, costurando apoios estratégicos para 2022. O tempo não para. E o apetite é grande e necessário.
Só essa semana, por enquanto, passaram Ubaldo Fernandes (PL) – veja AQUI, e Coronel Azevedo (PSC) – veja AQUI.
O principal foco de atenção deles é a Câmara Municipal, onde a maioria dos vereadores é novata e está de braços abertos à colaboração.
Nas eleições de 2018, dos dez mais votados à Assembleia Legislativa em Mossoró, nove eram naturais ou tinham ligação muito próxima com o município (veja boxe abaixo). O eleito coronel Azevedo foi a exceção nesse rol.
Deputado estadual – Os dez mais votados em Mossoró (2018)
– Larissa Rosado (PSDB) – 17.753 (15,08%)
– Allyson Bezerra (SD) – 13.095 (11,13%) *
– Jorge do Rosário (PR) – 12.017 (10,21%)
– Isolda Dantas (PT) – 11.031 (9,37%)*
– Bernardo Amorim (Avante) – 4.543 (3,86%)*
– Flávio Tácito (PPL) – 4.279 (3,64%)
– Souza (PHS) – 3.073 (2,61%)* Eleito
– Daniel Sampaio (PSL) – 2.881 (2,45%)
– Gutemberg Dias (PCdoB) – 2.205 (1,87%)
– Coronel André Azevedo (PSL) – 1.910 (1,62%) *
– Brancos – 7.816 (5,42%)
– Nulos – 18.691 (12,96%)
Válidos (nominais e legenda) – 117.698 (81,62%)*Eleitos
Desse total, apenas um tinha mandato, Larissa Rosado (PSDB), mesmo assim obtido porque o titular (Álvaro Dias) havia sido eleito vice-prefeito de Natal em 2016, abrindo vaga para ela que era suplente.
Apesar de ter obtido 17.753 votos, Larissa não conseguiu novo mandato na Assembleia Legislativa.
Ao todo, houve soma de 117.698 (81,62%) votos válidos a deputado estadual nesse mesmo pleito e esse volume foi distribuído entre 259 candidatos que foram votados em Mossoró.
Como é um município polo e segundo maior colégio eleitoral do estado, que em 2018 tinha 174.189 eleitores cadastrados, é mais do que natural esse assédio de nomes já com mandatos e outros tantos, em busca de votos.
Porém, num comparativo com o comportamento do votante em 2018, com a eleição anterior, em 2014, observa-se que houve um surto bairrista, o que não ocorrera no pleito antecedente. Se em 2018, o eleitor fez nove candidatos ‘da terra” os mais votados, num elenco de dez, em 2014 foi diferente (veja boxe abaixo):
Deputado Estadual – Os dez mais votados em Mossoró (2014)
Larissa Rosado (PSB) – 24.585 (24,35%)
Galeno Torquato (PSD) – 12.306 (12,19%) *
Leonardo Nogueira (DEM) – 9.111 (9,02%)
Souza (PHS) – 4.186 (3,98%) *
Fernando Mineiro (PT) – 3.914 ( 3,88%) *
Getúlio Rego (DEM) – 3.496 (3,46%) *
Adenúbio Melo (PSC) – 3.471 (3,44%)
Bispo Francisco de Assis (PSB) – 2.130 (2,11%)
Kelps Lima (SD) – 2.111 (2,09%) *
Jacó Jácome (PMN) – 1.929 (1,91%) *
Brancos – 13.592 (9,54%)
Nulos – 23.760 (16,67%)
Válidos (Nominais e Legenda) – 105.149 (73,79%)* Eleitos
Entre os que receberam maior votação, pelo menos sete eram ‘forasteiros’ (termo pejorativo que sobretudo o clã Rosado sempre utilizou para demarcar Mossoró como possessão sua): Galeno Torquato, Fernando Mineiro, Getúlio Rêgo, Adenúbio Melo, Bispo Francisco de Assis, Kelps Lima e Jacó Jácome.
O ex-vereador, ex-vice prefeito (duas vezes) e ex-prefeito (duas vezes) de Areia Branca, Manoel Cunha Neto, o “Souza”, não deve ser rotulado como um estranho a Mossoró.
Essa alteração brusca num espaço de quatro anos, em parte pode ser explicado pela maior opção de nomes locais fortes, fora da política de ‘eugenia rosadista’ (conceito de purismo e superioridade familiar dos Rosados). Cresceu também um movimento político nacional de contraposição à elite política, aos sistemas tradicionais, que inclusive promoveu a maior mudança de todos os tempos no Congresso Nacional.
Em Mossoró, não deve ser deixado de lado e estudo precisa ser aprofundado, quanto ao fenômeno negativo da votação maciça em 2014 em favor de Galeno Torquato (PSD), eleito com a força da máquina municipal e prestígio, à época, do então prefeito Francisco José Júnior (PSD). Ele empalmou 12.306 (12,19%) sem ter mínima identidade com o local. Depois, sumiu.
Talvez encontrasse dificuldades em sair a pé do adro da Catedral de Santa Luzia e chegar à margem esquerda do rio Mossoró, que fica pouco mais de 500 metros. Apesar disso, acabou como segundo mais votado no município.
Agora, 2022
Para 2022, há outro cenário bem diferente de 2014 e 2018. Contudo, ele deve confirmar essa tendência de voto maciço do eleitor nativo em “candidatos da terra”.
Entre as peculiaridades do próximo pleito, há o ocupante do Palácio da Resistência, sede da municipalidade: prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), talvez maior fenômeno em muitas décadas da histórica política mossoroense, eleito deputado estadual em 2018 e prefeito em 2020, sem nenhum apoio relevante. Duas vitórias incomuns, inesperadas e como “azarão”.
É provável que ele não repita o pecado mortal de “Silveira”, o prefeito em 2014, ‘importando’ alguém de outras plagas. Contudo, precisará ungir nome a estadual e até mesmo a federal, que representem a cara e os conceitos que prometeu empregar na gestão pública e na política. Eis a questão.
Outro aspecto a desenhar essa inclinação para o voto castiço em gente de DNA de Mossoró, ou de profunda afinação com o município, é a própria legislação: partidos precisarão de mais e mais candidatos que impulsionem votação e eleições. Existem exigências da legislação para alcance de patamares da chamada clausula de barreira (ou cláusula de desempenho – veja AQUI), ou muitos partidos perderão espaços em propaganda política, representatividade parlamentar em Brasília e milhões em recursos financeiros.
Portanto, 2022 deverá existir uma enxurrada de candidatos locais à Assembleia Legislativa e bom número também à Câmara dos Deputados. Uma “boa casadinha” pode resultar em votações significativas.
Mossoró não tem dono, mas cobra
Saliente-se, que nenhum pretenso nome a estadual ou federal longe dos limites de Mossoró deve esmorecer ou desistir de investir em nacos de votos nesse colégio eleitoral. Primeiro, porque é legítimo; segundo, pela abundância de eleitores. E, terceiro, porque Mossoró não tem dono.
Mais: não seguir o péssimo exemplo de Francisco José Júnior e de Galeno, só fará bem a quem for votado em Mossoró.
Vale lembrar, que depois de obter 12.306 votos em 2014, o deputado foi reeleito em 2018 com apenas 315 votos dos mossoroenses. Punido pelos desdém.
Francisco José Júnior, pior ainda. Após ser eleito à prefeitura em disputa suplementar em maio de 2014, com 68.915 (53,31%) votos, na tentativa de reeleição em 2016 não conseguiu concluir a campanha. Desistiu.
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O caba vir lá da baxa da égua, muito deles só conhecem apenas a Av. Presidente Dutra (entrada e saída de Rosadolândia), vir e conquistar eleitores…sei não viu?
A propósito, os olhos desses sábios eleitores que votam em forasteiros, estão na cara ou nos frinfas sujos e cheio de birrus?
Figa djabo! Vão andar patrasmente lá no raio que os parta.
Esse Galeno é muito arrogante e prepotente, ninguém crie ilusões com ele.
Prepotência e arrogânci pra Galeno, caro Wendell, vc tá sendo generoso até demais. O cara nunca viu o chão, só enxerga as nuvens.