Definitivamente passei a acreditar ainda mais que o Brasil possa ser hexacampeão na Copa da África do Sul. O jogo Brasil 0 x 0 Portugal assenta minha confiança.
Jogar com praticamente um jogador a menos durante quase toda a partida, haja vista que Júlio Batista entrou e não viu a bola, é um feito. Ainda mais contra Portugal, lusitanos autosuficientes depois do placar de 7 x 0 na Coreia do Norte.
O time de Dunga funciona à sua feição: joga por resultado e é turrão, com razoável técnica e muita disciplina tática, algo pouco comum em se tratando de tradição brasileira no futebol.
Ninguém espere espetáculo e arte. A ordem é ir levando aos trancos e barrancos. Na teimosia, em convocar Kaká que vem de longa contusão e não preparar alguém à altura para substitui-lo. Na partida de hoje isso ficou evidente, com um time limitado à tentativa de passagem de Maicon e Daniel Alves pela ala direita.
Mesmo com apetite pela vitória e acuando o adversário, faltou criatividade mínima e ousadia. Quem brilhou? O zagueiro Lúcio, sem precisar fazer praticamente nada.
Lúcio sobressaiu-se por "anular" o atacante Cristiano Ronaldo, em dia pouco inspirado e por fazer algumas arrancadas de defesa para o ataque, papel que Gilberto Silva e Felipe Melo não sabiam cumprir.
Talvez o mais significativo da partida seja a consciência que parece tomar conta de quase todos no grupo: é possível ser hexa, mas sem espetáculo. Vai ser como o chefe quer.
Se quiser.
Não é que a mídia esportiva perdeu um grande comentarista?
Preciso e certeiro, seu comentário.
Talentoso, esse velho representante da República de São Vicente!
Honório de Medeiros
Leitura perfeita. Já pode ser comentarista de futebol. Mas pelo amor de Deus, só não vá para a Globosta! Brincadeiras à parte, essa é a pura realidade de nossa seleção e não sei porque, mas estou torcendo como nunca pelo Dunga. Por que será hein?
A Globo, com seu infinito desejo de ser dona do Brasil, faz com que até as pessoas mais alheias ao futebol torçam com veemência pela Seleção Brasileira. Mesmo com um futebol burocrático, pouco criativo, incomum e não condizente com nosso futebol, que sempre foi caracterizado pela técnica e criatividade dos nossos jogadores, percebe-se que as pessoas torcem pelo triunfo do nosso “escrete canarinho”. Vamos vencer sim, apesar da Globosta!
Dunga teve (e tem) o que poucos neste país verde e amarelo tem coragem de fazer: peitar, bater de frete, ignorar aquela que se considera dona do Brasil, a “Vênus Platinada”. Por isso, mais do que nunca estou torcendo pela nossa Seleção.
Em se confirmando isso tudo,será fechado o sepulcro do futebol arte e a coroação à mediocridade.