• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sábado - 07/03/2015 - 08:43h
O remédio

Sem reforma política, nada feito

A autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) à investigação de quase 50 políticos, no caso da Operação Lava Jato, prova: corrupção não é caso partidário, mas endemia suprapartidária.

Está entranhada em nossa cultura política há anos e décadas. É herança multissecular, coisa de além-mar.

Isso fica ainda mais claro, quando testemunhamos na Web uma guerra entre jagunços cibernéticos desses e daqueles partidos, atribuindo a lama ao outro.

Todos fedem. Exalam um odor insuportável.

Sujos falando de mal-lavados.

Os dois lados estão certos.

O ambiente partidário e esse simulacro de democracia que temos, terminam fazendo florescer vermículos em todos os partidos.

Assim continuará.

Sem uma verdadeira reforma política, continuaremos testemunhando o butim na Petrobras, corrupção no BNDES, pilhagem em prefeituras ou rapa em qualquer autarquia municipal.

O Congresso que aí está, lógico que possui legitimidade constitucional e institucional à reforma, mas nenhum amparo moral.

Sem reforma, nada feito.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política

Comentários

  1. François Silvestre diz:

    Só vejo uma saída com um mínimo de eficácia. É uma Constituinte originária, exclusiva, com candidaturas avulsas, para criar uma nova ordem constitucional. Que será dissolvida após a promulgação, sem permissão dos seus membros se candidatarem nas eleições imediatamente seguintes para a formação do novo parlamento. Essa nova ordem implica na alteração radical dessa bagunça institucional criada pela Carta de 88, onde todas as corporações foram contempladas com privilégios e regalias, à revelia da vontade ou consulta popular. Ou isso ou esse ramerrão do qual você falou com muita propriedade.

  2. RCA diz:

    Há tempos não lia, nesta coluna do Herzog, uma opinião que merecesse elogio. Mas, tudo tem seu dia e hoje (surpresa) leio um comentário relacionado a politica que merece aplausos……

  3. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Caro Carlos Santos, faço minhas suas palavras, e digo mais:

    A disputa entre ampliar ou restringir a democracia é o centro da reforma política em debate no Congresso Nacional.

    No caso, a aprovação do financiamento público de campanha é à meu ver, fundamental para mitigar o endêmico e atávico processo de corrupção no bojo das campanhas político-eleitorais em busca do voto dos desvalidos.

    Quanto mais se investiga, mais fica meridianamente claro, o quão é deletério e nocivo à democracia o financiamento privado de campanhas, quando notoriamente constatamos dinâmico processo de compra dos parlamentos estadual e federal.

    Assim temos claro, que o primeiro e decisivo passo é a reforma política, que efetivamente resulte, sobretudo em instrumentos de controle sobre a avassaladora e descomunal força do poder econômico sobre o processo político-eleitoral.

    Caso consigamos concretamente esse avanço no âmbito da nossa Legislação eleitoral, com certeza teremos dado o primeiro e decisivo passo na direção de uma real perspectiva de um mínimo democratização e representatividade dos Partidos junto à sociedade como um todo.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

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