A autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) à investigação de quase 50 políticos, no caso da Operação Lava Jato, prova: corrupção não é caso partidário, mas endemia suprapartidária.
Está entranhada em nossa cultura política há anos e décadas. É herança multissecular, coisa de além-mar.
Isso fica ainda mais claro, quando testemunhamos na Web uma guerra entre jagunços cibernéticos desses e daqueles partidos, atribuindo a lama ao outro.
Todos fedem. Exalam um odor insuportável.
Sujos falando de mal-lavados.
Os dois lados estão certos.
O ambiente partidário e esse simulacro de democracia que temos, terminam fazendo florescer vermículos em todos os partidos.
Assim continuará.
Sem uma verdadeira reforma política, continuaremos testemunhando o butim na Petrobras, corrupção no BNDES, pilhagem em prefeituras ou rapa em qualquer autarquia municipal.
O Congresso que aí está, lógico que possui legitimidade constitucional e institucional à reforma, mas nenhum amparo moral.
Sem reforma, nada feito.
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Só vejo uma saída com um mínimo de eficácia. É uma Constituinte originária, exclusiva, com candidaturas avulsas, para criar uma nova ordem constitucional. Que será dissolvida após a promulgação, sem permissão dos seus membros se candidatarem nas eleições imediatamente seguintes para a formação do novo parlamento. Essa nova ordem implica na alteração radical dessa bagunça institucional criada pela Carta de 88, onde todas as corporações foram contempladas com privilégios e regalias, à revelia da vontade ou consulta popular. Ou isso ou esse ramerrão do qual você falou com muita propriedade.
Há tempos não lia, nesta coluna do Herzog, uma opinião que merecesse elogio. Mas, tudo tem seu dia e hoje (surpresa) leio um comentário relacionado a politica que merece aplausos……
Caro Carlos Santos, faço minhas suas palavras, e digo mais:
A disputa entre ampliar ou restringir a democracia é o centro da reforma política em debate no Congresso Nacional.
No caso, a aprovação do financiamento público de campanha é à meu ver, fundamental para mitigar o endêmico e atávico processo de corrupção no bojo das campanhas político-eleitorais em busca do voto dos desvalidos.
Quanto mais se investiga, mais fica meridianamente claro, o quão é deletério e nocivo à democracia o financiamento privado de campanhas, quando notoriamente constatamos dinâmico processo de compra dos parlamentos estadual e federal.
Assim temos claro, que o primeiro e decisivo passo é a reforma política, que efetivamente resulte, sobretudo em instrumentos de controle sobre a avassaladora e descomunal força do poder econômico sobre o processo político-eleitoral.
Caso consigamos concretamente esse avanço no âmbito da nossa Legislação eleitoral, com certeza teremos dado o primeiro e decisivo passo na direção de uma real perspectiva de um mínimo democratização e representatividade dos Partidos junto à sociedade como um todo.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.