O que é oposição?

Bem, as duas interrogações sustentam uma tentativa deste Blog de responder a uma terceira pergunta latente nos últimos meses, desde que o governismo ficou inferiorizado na Casa:

– Essa oposição sustenta a maioria até quando?

Oposição é um antagonismo necessário a qualquer regime democrático. Fundamental e imprescindível à sua oxigenação e fortalecimento.

Mas que oposição é essa na Câmara de Mossoró?

Certamente não é uma oposição ideológica, que abriga um conjunto de ideias e aspirações à esquerda ou direita, por exemplo, numa concepção própria da Ciência Política ou filosofia.

Temos aí uma oposição talhada sobretudo pela incompetência do governismo em lidar com vozes em contrário, em conviver com insatisfações. Um governismo que usa o cotovelo para fazer política, o cérebro para maquinar perversões contra quem não lhe agrada e as mãos para fins menos nobres na gestão pública.

A oposição é inconsistente, por não ser ideológica e feita  no arranque. Mas mesmo assim é e pode ficar forte porque alguns interesses estão convergindo entre seus componentes, num total de sete vereadores.

Ganha a sociedade, também ganha a própria atividade política em Mossoró, tão acostumada e culturalmente convertida à dependência, à omissão e à cumplicidade com os donos do poder.

Aonde vai chegar essa oposição?

Depende de uma série de fatores e variáveis.

O governismo aposta na cizânia esvaziando repasses financeiros à Câmara Municipal, "cantando" vereadores com vantagens pessoais e promovendo uma campanha sórdida na imprensa azul-turquesa, à desmoralização do legislativo.

A oposição, por sua vez, está contra a parede, mas armada. O cuidado é no uso das prerrogativas que possui, para não se tornar incendiária, virulenta e inconsequente ou simplesmente vender a "alma" ao diabo.

Ao contrário de muitos que acham esse cenário repulsivo e vêem nele o fim da linha do Legislativo, penso diferente.

A Câmara de Mossoró tem em mãos os meios políticos para fazer história, sendo independente. Pode agir, sem permitir que o principio da "harmonia entre os poderes" continue sendo sinônimo de servilismo, numa permanente traição contra as aspirações da sociedade.

Mas, voltemos àquela pergunta: "Essa oposição sustenta a maioria até quando?"

Confesso que não sei. Mas ser minoria daqui para frente talvez signifique bem mais do que estar inferiorizado numericamente em plenário.