quarta-feira - 05/11/2008 - 13:19h

Sim, ele conseguiu

O filho de imigrante africano com mãe norte-americano conseguiu. Barack Obama está eleito presidente da mais poderosa nação contemporânea, desde Roma.

Integrante do Partido Democrata, Barack Hussein Obama não é tão-somente o sucessor de George Bush, mas símbolo da obstinação e de como é possível superar o que parece impossível. Seu êxito pode e deve ser analisado sob os mais variados ângulos, em face até mesmo de uma série de simbologias que carrega.

Não se chega ao topo do poder, entre as nações terrenas, por sorte ou qualquer outro capricho surreal e metafísico.

Como escrevi há dois dias, independente de vencer ou não, o agora presidente eleito materializava um apelo profético imortalizado pelo reverendo Martin Luther King em 1963. Os Estados Unidos abraçam um negro para dirigir seus destinos.

Será o guia de uma civilização assentada no purismo racial, em conceitos como propriedade, tradição e família, herdados da Irlanda, de onde partiram seus primeiros colonizadores. Fizeram-na um gigante.

Para uns é o “Grande Satã”, para outros é a síntese de uma sociedade com oportunidades para todos. Nem uma coisa nem outra. Entretanto existe muito a ser aprendido com os gringos, agora batizados com legítimo sangue tribal negro, de além-mar.

Quanto às relações entre EUA e o restante do mundo, é estúpido enxergar a era Obama pelo prisma de miopia política. Suas responsabilidades são, prioritariamente, com o estilo de vida estadunidense.

Quanto aos americanos aqui do Cone Sul, nós, nenhum motivo para euforia. Temos que nos impor e não esperar a benção de outro conquistador.

“A América Latina é o quintal dos Estados Unidos”, chegou a afirmar Theodore Roosevelt, presidente do país, no início do século passado. E complementava: “Se é para conversar, converse baixinho, mas com um porrete à mão”.

Como Roma, que se expandiu por quase todo o mundo da antiguidade, impondo-se pela força, os Estados Unidos também revelam esgotamento do poder. Recicla-se ou vai à bancarrota, levando meio-mundo de parceiros e súditos.

Compartilhe:
Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Bosco Araújo diz:

    Ótimo, meu caro Carlos Santos. Gosto muito desse tema da América, volto a dizer, nossos primos ricos, claro, sem nenhum complexo, e paranóia anti-americanismo dos tempos da faculdade, final dos anos setenta. Quanto ao Obama, valeu a torcida unida pela conquista histórica. Agora, uma coisa, que me fez chamar a atenção foi o discurso do presidente Georg Bush, ao final do resultado, com aquele jeitão de vaqueiro americano como que a dizer ele (o presidente eleito) vai entrar aqui, na Casa, mas a América somos todos nós americanos. Para bom entendedor, já dizia meu avô, meia palavra basta. É isso. E do lado de cá, continuamos nós, com ou sem o barraco da Brahma. Tenhamos moderação, meu rapaz, afinal quem tem a direção?

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.