Sede e roladeira
Reeleição é sempre uma tarefa muito difícil. O cantor-compositor e vereador mossoroense Regy Campelo sente isso na pele em 1988.
Reta final de campanha, ele é alertado que na comunidade rural do Jucuri há clamor coletivo por água.
Sente o vácuo. Deduz que é aí em que pode entrar, fechando votos necessários à vitória.
O vereador compra às pressas dez roladeiras, soca-as num caminhão e parte para o Jucuri com carro-de-som à frente.
Microfone à mão, ele solidariza-se com o povo, promete ser arauto em favor da comunidade e oferece o paliativo das "roladeiras" ao transporte de água.
Horas depois já em Mossoró, cabisbaixo, entrega-se diante de colaboradores de sua campanha: "Não tem jeito; a campanha tá perdida!"
– O que é isso!? O que foi que houve? – diz um aliado com fôlego para reanimá-lo.
– Meu amigo, o povo com sede, quase morrendo, eu ofereci ajuda com dez roladeiras e eles não quiseram (sic). Voltei com ‘nove!’
Faça um Comentário