O caixão de Mário
Candidato novamente à Câmara Federal, em 1998, o herdeiro político do ex-prefeito mossoroense Dix-huit Rosado, industrial Mário Rosado, enfrenta uma campanha difícil. Pela primeira vez está sem a retaguarda do pai.
Como em toda corrida pelo voto, não faltam os pedintes profissionais, mestres da mendicância.
Mário, pão-duro empedernido, não cai na tentação de empalmar a mão.
– Doutor Mário, minha mãe morreu – suspira um circunstante diante do candidato, com olhos decaídos, boca em forma de bico, manifestando em trejeitos o seu sofrimento.
Na tentativa de despistar o inoportuno eleitor, Mário usa velho lugar-comum à ocasião: “Amigo, meus pêsames!”
O pedinte insiste. Não dá trégua ao candidato. Vai pro ataque decisivo, lhe pedindo dinheiro para pagar o caixão.
– Passe daqui a um mês. Vou ver o que posso fazer – reage Mário Rosado.
Aí o pedinde apela: “Então, doutor, arranje aí R$ 1,00 para comprar de sal!”
Estático, o candidato é obrigado a lhe indagar: “Sal pra quê?”
A resposta de humor negro vem a seguir:
– Vou salgar a velha pra ver se o corpo aguenta até lá!
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