A fome e o discurso
Evento público em Martins, praça abarrotada de gente, uma feijoada borbulha para ser servida – inteiramente grátis. O aroma está no ar. Convidativo.
Ao microfone, Garibaldi Filho arrasta-se num discurso sem-fim.
Em meio ao povão, alguém arranja um jeito de apressar o orador: “Gente, parece que não tem feijoada pra todo mundo. Quem não correr, não come”.
É a “senha”. O suficiente para provocar dispersão à frente do palco.
Ensimesmado, com sua voz arrastada, quase parando, Garibaldi não perde a “deixa” para soltar mais uma das suas ao microfone:
– O que foi isso!? É uma briga?
Não, governador. É a fome!
Faça um Comentário