Pensar a produção econômica é pensar o racional, principalmente no quesito meios de transportes. A produção, sobretudo perecível, necessita ser escoada com o mínimo de custos e de obstáculos.
O sonho de Ulrick Graff foi a construção de uma via férrea que ligasse Mossoró ao São Francisco, objetivando viabilizar, sobretudo, o escoamento da produção salineira para as regiões meridionais do Brasil. Somente no final da década de cinqüenta do século passado, após tentativas frustradas de conseguir tal desiderato, partidas de mentes lúcidas como Jerônimo Rosado e Felipe Guerra, entre outros, foi que os trilhos da velha ferrovia do oeste potiguar chegavam às portas de Sousa, Estado da Paraíba.
Se isso tivesse ocorrido quando os pioneiros começaram a arquitetar o traçado da ferrovia, a situação privilegiada de Mossoró no cenário econômico regional e nacional teria sido mais enfática. O fluxo da produção paraibana em direção a Mossoró teria sido multiplicado sensivelmente.
O trabalho árduo dos velhos tangerinos e as perdas decorrentes dos riscos das viagens, com certeza, teriam diminuído significativamente.
Nenhuma nação rica e industrializada prescinde de suas ferrovias, pois os transportes são racionalizados ao extremo para que a produção de bens e de serviços cumpra sua efetiva racionalidade. É marca indelével na postura do Estado e do empresariado em países desenvolvidos.
Então, o que falar sobre a prioridade ao transporte rodoviário em um espaço marcado pela dinâmica da produção da fruticultura tropical irrigada, do sal e do petróleo?
Posso destacar inúmeros benefícios de um transporte que permita viabilizar a produção de bens em larga escala, exigente de uma infraestrutura de grande porte que não torne caótico o cotidiano das pessoas.
Estradas esburacadas e a falta de segurança devido ao tráfego intenso de veículos, sobretudo de grande calado, são apenas exemplos simples dos transtornos causados pela opção desastrada de priorizar o objetivo das transnacionais, principais beneficiárias da desdita econômica de uma região.
Não adianta liberar recursos para recuperar estradas que serão destruídas em poucos meses, graças ao fluxo constante de veículos pesados que em um vai-e-vem contínuo deram novas nuances ao cotidiano local, tendo substituído o silvo harmônico das locomotivas pelo ensurdecedor som das buzinas apressadas.
Temos também que ser racionais, pois precisamos repensar a Estrada de Ferro Mossoró-Sousa como expressão prioritária de todos as propostas públicas e privadas. A ferrovia é a única forma de revitalizar economicamente o município e a região no que diz respeito às exigências, sensatas, pertinentes aos meios de transportes adequados para determinadas situações que envolvem a produção econômica, caso da fruticultura tropical irrigada.
Mas não basta apenas revitalizar a Estrada de Ferro Mossoró-Sousa se não houver modernização, com a dotação de infraestrutura que atenda à população e às empresas, condição indispensável para que a competitividade da produção local não fique prejudicada.
Com a volta do trem, Mossoró, o Estado do Rio Grande do Norte, o Estado da Paraíba, o Nordeste e o Brasil só têm a ganhar, trazendo ainda o romantismo de outrora através da retomada do modus vivendi dos usuários deste importante meio de transporte que nunca pode ser relegado ao ostracismo.
José Romero Araújo Cardoso é geógrafo e professor-adjunto da Uern
Linha Ferrea;? quando Rosalba era prefeita, Garibaldi era governador e FHC ERA presidente estes venderam tudo ate os dormente dos trilhos ainda tem gente que votaria neles…. ai meu DEUS…………………
Quando Rosalba Rosado era prefeita teve a iniciativa de comprar,com recursos do município, a estação ferroviária, para transformá-la em estação de cultura. Gesto louvável. No entanto,da noite para o dia sumiram 04 tróilers,telefones antigos e outros acessórios que constituíam o passado histórico da estrada de ferro Mossoró-Souza. Vale observar que estes objetos históricos faziam parte da compra feita pela PMM. Como Diretor do Museu Histórico “Lauro da Escóssia”, àquela época, fiz, reiteradas vezes, à Prefeita e ao Gonzaga Chimbinho, sugestão para que, com aquele importante acervo histórico, fosse instalado um MUSEU TEMÁTICO, enfocando a HISTÓRIA DA ESTRADA DE FERRO PORTO FRANCO-MOSSORÓ, E MOSSORÓ-SOUZA. Lamentavelmente, fizeram ouvidos de mercador. Quem teria comprado esse rico acervo? Onde estará ?
O pior é escutar essa ladainha em mais um periodo eleitoral. Não acredito que tem candidato que pensa que vai enganar o povo com essa historia.
Parece que os governantes não tem muito interesse em Transportes Ferroviário no País, isso é muito claro que as poucas ferrovias existentes são desativadas e abandonadas. Fica dificil entender a qual caminho querem levar o Brasil. O desconforto e a falta de credibilidade em nossos Políticos é alarmante, só pensam neles mesmo e o Povo só serve para votar. Alem da falta de saúde, educação e segurança no Brasil é muito grande, isto sem falar nos transportes de massa nas grandes cidades. Será que nossos governantes sabem disso, ou fazem ouvidos de mercador. A Europa anda sobre trilhos e tem uma vasta economia, deveria-mos copiar isto.