Por Inácio Augusto de Almeida
A partir do momento em que, na Serra da Ibiapaba, Tianguá-CE, teve oportunidade de ficar a menos de 20 metros de um objeto voador não identificado e conseguiu ver o que existia dentro, um desejo enorme passou a acalentar.
Saber como é viver fora da terra.
Naquela noite em que conseguiu olhar pela janela o que havia dentro daquele OVNI e, além da iluminação Azul violeta, viu um grande salão vazio, sua curiosidade aumentou.
Do avistamento já se passaram 50 anos.
Sonhar estando dentro daquela nave, quantas vezes sonhou…
Mas sonhos são sonhos…
Hoje, sempre que viaja a Natal e passa perto do Pico Cabugi, um vulcão extinto, lembra-se do avistamento e tem a impressão de que “ELES” estão ali.
Sente uma energia muito forte.
Na viagem a Natal, demorou-se mais do que de costume e regressou já de noite.
Ao aproximar-se do Pico do Cabugi, a mesma sensação de estar recebendo uma descarga elétrica. Olhou para o alto e viu várias luzes que se deslocavam fazendo um oito e depois se unindo para formar uma única luz.
Surpreso ficou ao ver a luz mergulhar no vulcão extinto.
Parou e viu uma trilha que tornava possível levar o carro até o sopé do Monte Cabugi.
E foi o que fez.
Dentro de si a certeza de que o contato desejado por tantos anos finalmente ia acontecer.
Perguntas se atropelavam na sua cabeça.
Perguntas que tinham se acumulado durante meio século e para as quais nunca encontrara respostas.
Desceu do carro. Só aí se deu conta do forte brilho das estrelas.
Antes de chegar ao cume do Cabugi sentiu que não mais estava com os pés no chão.
A sensação era de um elevador com visão panorâmica.
Via com clareza as luzes da cidade de Angicos. Pelo brilho colorido dos seus braços percebeu o mesmo Azul violeta do encontro na Serra da Ibiapaba.
Não viu ninguém, mas passou a entender que as perguntas, por tantos anos carregadas, começavam a ser respondidas.
Sentia-se feliz.
De repente começou a entender a razão de tanta desigualdade e sorriu quando se lembrou de que as mudanças acontecem lentamente, mas acontecem.
Exemplos passou a ver.
Viu a escravidão ser abolida.
Viu Teresa de Calcutá escandalizando o mundo ao mostrar a miséria causada pela fome.
Viu a justiça aplicar penas duras não só aos pobres e pretos.
Não perguntou nada, mas entendeu que tudo tem seu tempo e sua hora.
Não havia mais apreensão ou medo.
Pensou na injustiça social que persistia e parecia se agigantar. Teve a impressão de alguém lhe dizer que nada dura para sempre. Estranhou. Estranhou e a mensagem foi completada com a afirmação de que para sempre é muito tempo.
Ficou convencido de que, aos poucos, a injustiça daria espaço a um mundo sem dores.
Não via como isto se tornar possível.
Mais uma vez a impressão de ouvir alguém dizer-lhe que a demora seria menor porque tinham voltado e agora cuidariam mais do social.
No meio do Azul violeta viu vultos. Apenas vultos.
Quando deu por si já estava chegando a Mossoró.
Ficou a pensar o que realmente existe no Monte Cabugi?
O que realmente acontece naquele vulcão extinto onde quase todas as noites luzes são avistadas?
Por que o ambiente é igual ao mostrado nas fotos que a NASA divulga do planeta Marte?
Alguma coisa de muito estranha acontece no vulcão do Cabugi.
Organizar vigílias para ver as luzes, chamar ufólogos para a aventura e, quem sabe, até mesmo um contato com os iluminados.
Com estas ideias na cabeça adormeceu e sonhou ver um caroço de ervilha azul girando no espaço.
Inácio Augusto de Almeida é escritor e jornalista
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