Por Odemirton Filho
De vez em quando vem à memória os sonhos acalentados na infância. Uns, foram concretizados, outros, continuam guardados no coração.
Quando eu era criança, enquanto comia as seriguelas verdes no quintal da minha casa, lá na rua Tiradentes, sonhava em trabalhar na Petrobras e ter um Jeep Willys preto, equipado com som, um santo Antônio e “rodão”.
Estudava no Colégio das irmãs. Toda quinta-feira a turma cantava o Hino Nacional no pátio da escola, antes de assistir às aulas. Diariamente íamos rezar na capela, sob o olhar atento de irmã Aparecida. Eu gostava mesmo era do recreio. À tarde, praticava educação física com o professor Pereirinha e tentava jogar basquete.
Não era, nem sou, como o nosso escritor e poeta Marcos Ferreira, um craque no jogo de voleibol e na construção de belos textos.
Na infância, cheguei a andar no trem da estação de Mossoró. Lembro-me, também, dos velhos armazéns, prédios caindo aos pedaços, ali, na avenida Alberto Maranhão.
Gostava de ver o desfile na noite do dia trinta de setembro. Tinha de preguiça de acordar cedo para ver o desfile na manhã do dia 07. Algumas vezes cheguei a desfilar. Era bacana a disputa entre as fanfarras das escolas. Admirava o desfile da Polícia Militar, do Tiro de Guerra 07-010 e dos maçons vestidos com os seus paramentos.
Quando eu era criança, como todos os garotos, queria ficar adulto, nem sabia que a maturidade traz inúmeros problemas e decepções. Eu sonhava alto, embalado pelos desejos de minha meninice.
É. Não trabalhei na Petrobras. Aliás, nunca tentei ingressar em seus quadros de empregados. Mas, quem sabe, eu ainda realize parte do meu sonho de criança e compro um Jeep Willys preto, equipado com vários acessórios. Ah, como seria massa.
Afinal, diria Dostoiévsk, “o sonhador remexe nos seus antigos sonhos, como se ainda procurasse no rescaldo uma centelha, uma só, por pequena que fosse, sobre a qual pudesse soprar, e com a nova chama assim ateada, aquecer depois o coração gelado e voltar a despertar nele o que dantes lhe era tão querido”.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Em tom coloquial:
MATOU A PAU.
Obrigado, meu caro. Seus comentários são sempre bem-vindos.
Um fraternal abraço.
Bom dia, meu dileto cronista Odemirton Filho.
Que lindeza de crônica. Mais uma saborosa página, fruto do seu admirável talento de mexer com as coisas do passado. É impressionante como você, com tão poucas palavras, e quando a gente menos espera, consegue tocar de forma especial o nosso coração, revolvendo nossas reminiscências. Grato pela gentil citação do meu nome na sua crônica. Um mimo e uma honra para este seu leitor e admirador.
Cordialmente,
Marcos Ferreira.
Amigo Marcos Ferreira, você é digno de toda reverência. És um escritor-poeta danado de bom. Uma inspiração para mim, aprendiz. Obrigado pelo comentário.
Forte abraço.
Modestia, modestia Caro Mestre Odimiron!
Vossos textos são de uma fluidéz e de um lirismo que toca sempre no alvo! O coração!
Pois bem; entre vários dos meus sonhos ou desejo de criança era, veja só, quebrar o braço prá ir ao Chico Agrício “encanar”. Puxa vida, como tinha inveja dos meus amigos ao ve-los com o braço em L engessado e branco.
Rsrsrs
Uma abraçaço
Amorim, você é um comentarista fiel na maioria das crônicas e artigos deste Blog. Qualquer dia, escreva um texto. Será bem-vindo.
Obrigado pelas palavras.
Abraços!
Se alguém souber da existência de alguma equipe de voleibol para homens de baixa estatura (tipo anão mesmo), inscrevam o cronista autor da peça em tela (brincadeira amigo Odemirton). Tenha inveja santa do nosso mestre Marcos Ferreira, pela habilidade do mesmo no voleibol, já pela habilidade de escrever deixe de ser modesto!! Tenho certeza que Marcos concordará comigo.
Caro Odemirton, triste de nós se não existisse o sonho, pois as maiores realizações do homem advém da faculdade do sonho, pois sonhar com aquilo que é bom nos faz saudáveis,inteligentes e grandes.
Continuar sonhando, inclusive em ser jogador de voleibol. Tenho certeza que Morgana e filhos não irão ter coragem de ir ao jogo. Assim creio!!!
Parabéns pela crônica.
Rocha Neto, você é uma figura! Rapaz, vou lá jogar vôlei! Sou doido não! Rsrsrs.
Se eu soubesse que era seu aniversário tinha ido almoçar no Prato de Ouro. Por sua conta, claro.
Obrigado pelo comentário, amigo. E parabéns! Tudo de bom na vida.
Um caloroso abraço.
Pois num é Odemirtom, pobre não pode mudar de idade, todo mundo quer comer e beber na comanda 0800…kkkkkkkkkkkk
Carlos Santos almoçou no Prato de Ouro, por sinal é assíduo assim como você e a santa Morgana.
Mais Carlos Santos pagou tudo, também não me cumprimentou… ainda bem!!! Kkkkkkkkkk