Por Roncalli Guimarães
Em 15 de novembro a população foi às urnas depositar seu voto e exercer sua cidadania. Escolheu seus candidatos por todo o país, de vereador a prefeito. Particularmente, como psiquiatra, com atuação na saúde pública, faço uma súplica como profissional e cidadão: o eleito, no caso de Mossoró o deputado estadual e engenheiro civil Allyson Bezerra, que entenda e execute as políticas de saúde mental.
Quem foi eleito entenda que as doenças mentais são as mais prevalentes e quando são comorbidades agravam as outras doenças. Entenda que as doenças mentais são a segunda causa de absenteísmo no trabalho, perdendo apenas para os traumas ortopédicos.
Importante salientar, que um trauma ósseo encerra com a consolidação do osso, já o trauma psicológico o prognóstico pode ser mais complexo. Entenda que o tempo para o ansioso passa diferente, e aguardar um tempo indefinido para uma consulta causa ansiedade.
Entenda que é deprimente para um deprimido alguém achar que a dor da sua angústia alivia com qualquer analgésico.
Prefeito, minha contribuição é pelo conhecimento diário, pela formação científica, por meu papel também como indivíduo que quer esse crescente universo de pessoas tendo tratamento adequado. Essas pessoas precisam de zelo, carinho, cuidados adequados.
A dependência química para ser tratada depende de acolhimento e respeito e não de julgamento e sermões moralistas, e que loucura é deixar faltar antipsicóticos para um esquizofrênico, deixando seu cérebro ser invadido pelo caos da realidade.
Minha súplica é que tenham afeto por quem tem desconexão do afeto.
O eleito e sua equipe precisam saber que política de saúde mental pra ser efetiva precisa de matriciamento. Essa palavra que tem sua origem no latim e quer dizer “mãe”, significa cuidado e proteção; e quem executa esse papel de “mãe” são órgãos diversos do ente público. Cito NASF, CRAS, CREAS, SAMU, CAPS, UBS e todos os setores da administração pública.
Elas são instituições, não somente siglas para receberem dinheiro público e servirem de cabides de emprego. Precisam funcionar no formato multi e interdisciplinares continuamente e não apenas de quatro em quatro anos.
O acolhimento começa em qualquer equipamento e de forma complementar funciona como círculos e círculos.
Enfim, espero que o prefeito eleito faça também do afeto, de forma pragmática, o caminho que respeita e reconhece a necessidade dos cuidados em saúde mental.
Mossoró agradece!
Roncalli Guimarães é psiquiatra
Josivan, vc seria um grande prefeito de Mossoró. Mas o PT,preferiu sacrificar sua postulação pra agradar aos Rosados. Infelizmente.
Tema relevante. Uma excelente lembrança ao futuro prefeito.
Abraços, doutor!
Excelente Artigo, Dr.Roncalli. Que a saúde mental seja protegida!
Muito bem colocado!
UISAM existia e acabaram com ela. Funcionava perfeitamente ali ao lado do São Camilo. Quem acabou, A Rosa. É só reconstruir a UISAM que o DR sabe do que estou falando. Fui paciente e fiz todo meu tratamento lá com assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, salas limpas e um corpo de funcionários excelente, simples
mente acabaram, quem? A Rosa.
O artigo é bem claro em relação às necessidades dentro da saúde mental…mas senti a falta explícita de o quanto a casa de saúde são Camilo de Lelis é tão importante para a psiquiatria e que tão requer uma atenção ,um olhar pro fundo do futuro gestor Municipal…senti que no artigo a casa de saúde ficou em segundo plano…sendo que o hospital psiquiátrico é de extrema importância sentro desse contesto…qquerenos atenção,valorização e respeito por parte dos gestores e de todos que lutam pela saúde mental…
Compartilho da súplica do Dr. Roncalli.
Meu objetivo não é de jogar pedras, é oferecer possibilidades de propostas para melhorar o fluxograma de atendimentos na saúde mental, seja nos Caps ou no São Camilo.
Sou pedagoga no Caps Infantil e só um Caps não é o suficiente para atender a demanda, pois as propostas de Caps é para que a criança e adolescente com sofrimento psíquico tenha um atendimento multiprofissional e muitas vezes, o usuário/cliente/paciente não é atendido por todos os profissionais porque é matematicamente impossível que um profissional acolha a todos.
A situação está gritante, tem muitos casos de autismo e muitas crianças com transtornos mentais moderados e graves, então, precisamos atender a criança, a família (muitas vezes os pais se separam por ter dificuldade em lidar com estas circunstâncias) e tudo isso demanda um olhar, uma escuta e um acompanhamento profissional. Matematicamente é impossível, precisa-se com urgência de pelo menos, mais um Caps Infantil. Com isso, surge uma grande preocupação seguida de mais um pedido: ao selecionar o profissional (pedagogo, psicopedagogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, fono, educador físico) que seja colocado no processo seletivo ou concurso a observação: É PARA ATENDER CRIANÇAS COM TRANSTORNOS MENTAIS SEVEROS, GRAVES E PERSISTENTES, porque 4 psicólogos que são bem sucedidos nos atendimentos ambulatoriais particulares não se identificaram com a saúde mental, sendo cedidos para outras secretarias e para os órgãos federais, dificultando assim, ainda mais o nosso trabalho em equipe, pois com a lacuna destes profissionais, o nosso trabalho aumentou e muitas pessoas deixaram de ter o atendimento psicológico no Caps Infantil. É de suma importância que o profissional tenha um perfil para trabalhar na saúde mental.
Um pedido ao novo gestor, juntamente com quem vai assumir a Secretaria de Saúde: formar uma equipe técnica para a possibilidade de implantar mais um Caps Infantil, pois a cada 70.000 mil habitantes é para ter um Caps (Portaria 336 de 19.02.2002 e Manual dos Caps) então, em 2018 esta contabilizado que em Mossoró possui 300.000 mil habitantes. Esta equipe técnica viabilizaria o convenio/projeto com o Ministério da Saúde e faria todos os tramites cabíveis, desde a prestação de contas analíticas e suporte técnico, administrativo e de recursos humanos (processo seletivo, concurso).
Que se possível, visite as equipes de cada Caps e observe o trabalho da direção e da equipe como um todo.
Luisa Maria Nunes da Cunha
Pedagoga do Caps Infantil
Psicopedagoga Clínica e Institucional
Professora da Ed. Especial no Novo Ensino Médio
Estágio Docente na Graduação de Ciencias e Tecnologias (Análise e Expressão Textual) – Ufersa
Mestre em Cognição, Tecnologias e Instituições – Ufersa
Conheço bem esse trabalho sensacional exercido por essa profissional fabulosa. Parabéns pelo o empenho, Luisa. Continue sendo essa guerreira.
A bem da verdade:
QUEM FECHOU A UISAM FOI FRANCISCO JOSÉ DA SILVEIRA JÚNIOR E REDUZIU O NÚMERO DE LEITOS DO HOSPITAL DE 150 PARA 70.
VC SE ENGANOU SR. WILLIAM.
A UISAM , era um centro de atendimento especializado em doenças mentais , trabalhei lá, era um modelo que reforçava a segregação do doente mental . A doença e o doente precisam de atendimento holístico, humano e que cubra de forma plena todas as necessidades de alguem que precise de ajuda. O portador de doença mental também precisa de assistência em outras áreas, a mente não é separada do corpo .