sexta-feira - 22/08/2014 - 06:45h
Disputa presidencial

“Bolsa Família continua, mas para superar pobreza”, diz Aécio

Em Natal, nesta quinta-feira (21), o candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB) esteve na fábrica Guararapes e na sede regional do PSDB. Em coletiva à imprensa, o presidenciável declarou seu compromisso com a retomada do crescimento do país.

“O Brasil não se contenta com esse crescimento pífio. E a responsabilidade é, sim, do governo atual. Não podemos nos contentar em sermos lanternas do desenvolvimento. É preciso ter coragem para mudar o país. E nós temos um projeto para o Brasil”, disse.

Aécio participou de coletiva (Foto: Assessoria)

O deputado federal Felipe Maia (DEM), presente em toda a agenda do presidenciável na capital potiguar, destacou as propostas de governo do candidato para fazer o Nordeste crescer. O parlamentar ressaltou o choque de logística para atrair indústrias para a região e seu compromisso com a inovação e a geração de empregos nos estados.

“Aécio anunciou o programa ‘Nordeste Forte’, em que serão avaliados eixos de investimento para aproveitar os potenciais da região. Acredito nas propostas de Aécio e com ele no governo, o Nordeste sempre será prioridade”, afirmou o deputado.

Mapa de investimentos

“Minha proposta é construir um governo com essência e eficiência, colocando o Rio Grande do Norte no mapa de investimentos”, completou Aécio.

Na visita à Guararapes, a comitiva formada também pelo coordenador-geral da campanha, senador José Agripino (DEM), o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) e a ex-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina (DEM) foi apresentada aos funcionários da fábrica. Os empresários Nevaldo e Flávio Rocha conduziram a comitiva entre os diversos setores da empresa.

Sobre políticas públicas, o tucano afirmou que investirá em políticas sociais para superar a pobreza.

“O programa Bolsa Família continua. Mas vamos buscar iniciativas para superar a pobreza, e não administrá-la, como acontece hoje. Criaremos o programa ‘Família Brasileira’ em que, além da renda, trataremos outras carências das famílias, oferecendo serviços como pré-natal e qualificação profissional”, anunciou o presidenciável.

Com informações da Assessoria de Imprensa de Felipe Maia.

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sexta-feira - 08/08/2014 - 07:49h
Política e gestão

Prefeito terá nome a deputado e se queixa de “herança”

Em comunicado oficial, o prefeito mossoroense Francisco José Júnior (PSD) adianta que até a próxima segunda-feira (11) anunciará seu candidato a deputado estadual, após impugnação da candidatura do pai, o ex-deputado estadual Francisco José (PROS).

Prefeito diz que enfrenta "heranças negativas" de antecessoras (Foto: Assessoria)

“A decisão foi tomada em conjunto com a família com base em um propósito chave: o jovem prefeito que foi o mais votado da história da cidade quer se dedicar ao exercício de seu mandato para cuidar de Mossoró”, diz a comunicação oficial.

“Em termos políticos, ele continua na campanha. Vai agora trabalhar pelas vitórias de Robinson Faria (PSD), Fátima Bezerra (PT) e Fábio Faria (PD)”, acrescenta, se referindo aos candidatos ao Governo do Estado, Senado e Câmara Federal. dentro do esperado, “seguindo a mesma coerência de sempre, embora com as atenções voltadas para superar questões relacionadas ao seu governo.”

Ex-prefeitas

“O chefe do executivo mossoroense tem pouco tempo e muitos projetos para por em prática. Juntam-se a isso os problemas financeiros que enfrenta a Prefeitura com as frequentes quedas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e royalties da Petrobras, além das heranças negativas deixadas por outras gestões,” afirma o mesmo comunicado.

Na prática, retoma posição de questionamento ao que recebeu das ex-prefeitas Fafá Rosado (PMDB) e Cláudia Regina (DEM).

Nota do Blog – O prefeito tem, em mãos, os instrumentos necessários para o combate à crise administrativa. Basta usá-los.

Mandou fazer uma auditoria na folha de pessoal, algo imprescindível para começar a governar em terra firme.

Recebeu levantamento que apontou um “rombo” de mais de R$ 46 milhões nas contas públicas.

Tem dados que apontam indícios de superfaturamento na Saúde, com compra de insulina e oxigênio hospitalar a preços absurdos.

Enfim, basta querer mudar. Conseguirá.

Se ficar no tatibitate e no ramerrame politiqueiro, não chegará a lugar nenhum.

O que é lamentável.

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segunda-feira - 28/07/2014 - 15:53h
Descaso

CEO segue fechado e terra mossoroense sofre prejuízo

O prédio que sediou durante longos anos o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), da Prefeitura de Mossoró, no centro da cidade, diante da Praça Bento Praxedes (Praça do Codó), está em escombros. E tudo pode ficar ainda pior.

O local virou valhacouto para drogados e vaso sanitário a céu aberto.

“O Ceo está em escombros. Sustenta-se em gambiarras, improvisos e na boa vontade de boa parte de seus servidores. Graças a manobras e arranjos de bastidores, com uso de influência política, continua aberto”, relatou este Blog em postagem no dia 30 de abril de 2013 (veja AQUI).

Dias depois, a prefeita Cláudia Regina (DEM) caiu na real. Descobriu que não podia fazer mais gambiarras e gambiarras, encobrindo a “herança maldita” da sua então aliada, ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB). Suportou o desgaste enquanto pode.

UPA

Situação que só perde em descaso e cinismo, em relação à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), do Belo Horizonte, que fora inaugurada no final do governo dela, mas só entregue ao funcionamento quase um ano e três meses depois, com o então prefeito interino Francisco José Júnior (PSD).

Cláudia fechou o CEO, com promessa de restauração e seu funcionamento mais adequado. De lá para cá, servidores distribuídos em outros locais, nada foi feito no imóvel e muitos de seus serviços ficam comprometidos ou foram suspensos.

O CEO deveria ser prioridade na terra mossoroense.

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sábado - 26/07/2014 - 04:15h
Mossoró

Cláudia Regina deve se empenhar em favor de Henrique Alves

Cláudia Regina (DEM) deve se empenhar de corpo e alma – em Mossoró – na campanha majoritária da Coligação União pela Mudança.

Henrique apoiou Cláudia nas eleições de 2012 (Foto: Raul Pereira)

A expectativa é de que ela, prefeita cassada e afastada do município, seja um dos baluartes locais na movimentação do presidente da Câmara Federal, Henrique Alves (PMDB), ao Governo do Estado.

Em conversa recente com o senador e presidente do DEM, José Agripino, ele reiterou a necessidade de sua força de trabalho, carisma e inteligência em favor de Henrique e do deputado federal (e seu filho) Felipe Maia (DEM.

O.K.

Assim será.

Em 2012, Henrique apoiou Cláudia à Prefeitura de Mossoró.

O PMDB botou o advogado Wellington Filho como seu vice.

Já nas eleições suplementares de 2014, não. Henrique e o PMDB saltaram para o palanque adversário da deputada estadual Larissa Rosado (PSB).

Cláudia enfrentou uma campanha natimorta, que sequer teve candidatura acatada pela Justiça eleitoral.

*Acompanhe bastidores políticos em nosso TWITTER, clicando AQUI.

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domingo - 20/07/2014 - 14:52h
Viva!

Cláudia Regina e “Conceição” na campanha 2014

Bem ao estilo “Conceição” (ninguém sabe, ninguém viu…”) a prefeita cassada e afastada de Mossoró – Cláudia Regina (DEM) – não tem sido vista na programação política atual.

Mas não deve ficar equidistante.

Seu candidato a deputado federal, Felipe Maia (DEM), terá seu esforço a plenos pulmões na cidade, como nas duas campanhas anteriores.

Ninguém subestime Cláudia, mesmo combalida e com reduzido “exército”.

Ela está viva.

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quinta-feira - 17/07/2014 - 09:46h
Política de resultados

Robinson “confia” em Rosalba para ganhar em Mossoró

Candidato e vice-governador dissidente aposta em governadora para mudar cenário mossoroense

O alto escalão da campanha ao Governo do Estado do vice-governador dissidente, Robinson Faria (PSD), aposta numa vitória por boa margem em Mossoró. O diferencial para essa crença, parece um paradoxo – mas não é: Rosalba Ciarlini (DEM).

Robinson e Rosalba na posse (1º de janeiro de 2011): os bons tempos estão de volta

Em pesquisa divulgada no último dia 27 de junho, pela Rádio Difusora de Mossoró, a partir de trabalho realizado pelo Instituto Consult no dia 24 do mesmo mês, o Governo Rosalba foi desaprovado por 53% dos mossoroenses. Mas, 38% aprovaram-no. É o maior índice de endosso em todo o estado, algo superlativo para a realidade vivida pela governante.

Esse percentual é o “ponto xis” de estudo da campanha de Robinson, para potencializar seu nome em Mossoró.

Mesmo seu principal apoio visível e nominal, na cidade, sendo do prefeito Francisco José Júnior (PSD), que na mesma pesquisa obteve 65,17% de aprovação, Robinson sabe que Rosalba é quem poderá fazer a diferença em seu favor.

Governo Rosalba Ciarlini em Mossoró:

Aprovam – 38%
Desaprovam – 53%
Não sabe – 9%

Governo Francisco José Júnior em Mossoró:

Aprovam – 65,17%
Desaprovam – 20%
Não sabe – 14,83%.

Na campanha municipal suplementar que elegeu o prefeito “Silveira” no dia 4 de maio, Robinson participava das movimentações do seu candidato orientado pelo marketing, para “não tocar em Rosalba”. E assim fez.

Manteve-a “intacta”, contornando qualquer crítica pessoal à governadora. Foi como se ela não existisse. Poupou-a cirurgicamente.

Nas urnas, o prefeito interino consolidou sua vitória com 68.915 votos, um resultado que seria espantoso, se não houvesse o amplo conhecimento da conjuntura e contexto da campanha. Não deve ser ignorado, que como vereador, ele foi reeleito em 2012 com 2.586 votos. Apenas o sexto mais votado.

Na campanha suplementar, a “adversária” Rosalba ficou explicitamente sem uma candidatura para apoiar, mas subliminarmente tangeu seus eleitores para o candidato de Robinson. Foi uma força invisível considerável.

Para a disputa estadual, é diferente. Seu cunhado e deputado federal Betinho Rosado (PP) desembarcou às claras no palanque de Robinson, logo na convenção da Coligação Liderados pelo Povo, que abriga o candidato governista.

Betinho Rosado

Se havia alguma dúvida quanto ao apoio de Rosalba, ao vice-governador dissidente, é só acompanhar noticiário e redes sociais, em que Betinho convoca seus “amigos” (eleitores da “Rosa”) para apoio a Robinson (veja AQUI).

Rosalba, mesmo com todo o desgaste, ainda é a maior eleitora de Mossoró. É, pessoalmente, quem possui maior capital político. Está enraizado, mesmo que tenha sofrido boa erosão.

Diferente situação vive o prefeito, que desembarcou na prefeitura há poucos meses, não tendo capilaridade e consistência, ainda, para se munir do cajado de “líder”. Tem a caneta, mas ela é finita e não pode tudo.

Qualquer dúvida, é só se identificar o que aconteceu com a prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM). Tentou novamente ser candidata na campanha suplementar, mas foi barrada pela Justiça e pelo pior dos vetos: a falta de militância, aquela multidão de antes.

A própria ex-prefeita Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB) passou oito anos na prefeitura. Afastada e sem apoio do prefeito aos seus projetos políticos, recentemente (veja AQUI) não conseguiu aglomerar um número satisfatório de pessoas na ampla área de lazer de sua mansão, como fazia antes.

O candidato Robinson está em desvantagem nas intenções de voto no estado e em Mossoró (veja boxe abaixo). No caso específico de Mossoró, conforme o próprio Consult, Henrique Alves (PMDB) teria vantagem de 20,67%.

Pesquisa Consult/Difusora 27 de Junho de 2014:

Henrique Alves (PMDB) – 37,50%
Robinson Faria (PSD) –  16,83%

A pesquisa, feita no dia 24 de junho e divulgada no dia 27, aconteceu num momento em que a questão do apoio de Rosalba era um assunto conhecido apenas nos bastidores políticos. Não tinha chegado ao grande público ou conhecimento expressivo da massa-gente.

O apoio nítido, àquele momento da pesquisa, era do prefeito Francisco José Júnior, do próprio PT da deputada federal Fátima Bezerra e do vice-prefeito eleito Luiz Carlos Martins. Tinha os reflexos da própria campanha municipal encerrada semanas antes, em que Robinson teve presença continuada e expressiva, potencializando imagem.

Fafá, Robinson, "Silveira", Luiz Carlos e Fátima Bezerra na campanha suplementar. Rosalba oculta

Numa próxima pesquisa, a estimativa da alta cúpula da Liderados pelo Povo é que o “efeito Rosalba” já poderá ser sentido. O candidato terá uma militância aguerrida e motivada em seu favor, sem praticamente investir nada para isso.

A aposta nisso está sendo divulgada pela própria campanha do candidato, conforme notícia oficial enviada à imprensa no dia passado, que este Blog reproduziu (veja AQUI). Na matéria, que o jargão jornalístico trata como “release” (pronuncia-se ‘rilise’), é explicitado:

– “Tudo indica que (Robinson) receberá a atenção dos rosalbistas que não se conformam com a traição sofrida pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) dentro do seu próprio partido (…).”

Enfim, os militantes da governadora já sabem: podem gritar a plenos pulmões em Mossoró nas mobilizações de Robinson; “É a Rosa! É a Rosa!”

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Categoria(s): Reportagem Especial
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quinta-feira - 03/07/2014 - 08:16h
Jogo do poder

Militância comissionada e a “doce ilusão” da liderança política

Um bom exemplo de “militância comissionada” é o que aconteceu à prefeita cassada e afastada de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), quando tentou novamente concorrer à prefeitura. A infantaria aguerrida sumiu quase toda.

Nas escaramuças de movimentação de rua, tentando botar a campanha para valer, Cláudia contou com escassas presenças de correligionários e raros comissionados que ainda ficaram fieis a seu nome, mesmo com outro prefeito (interino) na prefeitura.

É mais ou menos o que tende a acontecer com a ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB).

O prefeito eleito Francisco José Júnior (PSD) é que poderá lhe dar uma sobrevida, dependendo da forma como tratará a militância comissionada da ex-prefeita, que ocupa centenas e centenas de cargos no município.

Na prática, Mossoró só tem dois grupos políticos com militância de verdade: o da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o da deputada federal Sandra Rosado (PSB).

O prefeito Francisco José vive o que Cláudia viveu de forma fugaz, iludindo-se com tapinhas nas cotas, “selfie”, abraços e declarações de fidelidade nas redes sociais.

A forma como vai governar e a capacidade de construir uma liderança, sendo sobretudo correto nos compromissos e inspirando confiança, determinarão seu futuro.

O resto é faz-de-conta. Doce ilusão passageira.

Cláudia que não me deixa mentir: foi rapidamente jogada no ostracismo por quem lhe jurava devoção.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog
quarta-feira - 02/07/2014 - 07:37h
Política e Justiça

Juiz que sentenciou Larissa Rosado reage à “satanização”

Do Blog do Tio Colorau

A deputada estadual Larissa Rosado (PSB), que foi candidata a prefeito de Mossoró nas eleições suplementares, foi absolvida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – (Veja AQUI) – da acusação de abuso de poder midiático. Ela havia sido condenada pelo Juiz Eleitoral da 33ª Zona, Herval Junior, e também pelo TRE-RN, que manteve a decisão do Juiz. Tal condenação é apontada pelos seus correligionários como uma das causas de seu insucesso no pleito, tanto que foi martelada pelos adversários e pela própria Justiça Eleitoral.

Herval teve sentença reformada por colegiado do TSE (Foto: Portal Difusora)

Com a decisão do TSE a absolvendo da acusação, os correligionários passaram a procurar responsáveis. A frase mais entoada, nos órgãos de imprensa da família, está sendo: “E agora, quem será responsabilizado pelo prejuízo?”. Trata-se, claro, de uma alusão indireta ao juiz eleitoral Herval Júnior, que assinou a sentença condenatória. O magistrado também passou a ser cutucado nas redes sociais.

Errar é humano

Ele então resolveu responder. Escreveu em uma conta numa rede social: “Errar é humano mesmo, pode ter certeza, e eu às vezes erro, mas não é porque minhas decisões são reformadas que significa que errei. Fique claro”.

Na noite de ontem o magistrado, que não mais exerce a função de Juiz Eleitoral, esteve no programa TCM Debate (TV Cabo Mossoró), e novamente tratou do assunto, explicando as razões de sua decisão.

Claro que a condenação em primeira e segunda instância da então candidata Larissa Rosado (PSB) teve um peso negativo na campanha, mas não acredito que tenha sido determinante para o insucesso nas urnas. A diferença de votos foi muito grande.

Em relação à reforma da sentença, é algo corriqueiro no Judiciário o juiz ter uma sentença desfeita por um órgão superior. Não é nada que mereça espanto

Nota do Blog Carlos Santos – Esse é o mesmo magistrado que deu sentenças desfavoráveis à prefeita eleita e cassada Cláudia Regina (DEM), adversária de Larissa.

Causou frisson entre correligionários e militantes mais empedernidos da candidata do PSB.

Era tido como “justo” e “imparcial”.

Cláudia e Larissa foram punidas por Herval: parcialidade?

Deve ser lembrado, ainda, que o mesmo magistrado também teve sentença prolatada em favor de Larissa, que foi  reformada pelo TRE.

As escalas recursais da Justiça servem de “filtro” às decisões desse mesmo poder.

Particularmente, entendo que ocorreu justiça em relação à Larissa.

Mas também vejo, que atribuir a sua derrota ao impasse judicial, é um desvio da verdade.

Menos, gente!

Sem o mínimo de distanciamento crítico, o conhecimento da política paroquial e até a análise e contextualização das recentes disputas municipais, é impossível entendermos os acontecimentos.

Resultado das eleições suplementares de Mossoró (4 de Maio de 2014):

– Francisco José Júnior (PSD) – 68.915 (53,31%);
– Larissa Rosado (PSB) – 37.053 (27,55%);
– Maioria pró-Francisco José Júnior de  31.862

Pesou a indefinição quanto à postulação, mas nem de longe foi determinante no resultado final do pleito, que analisamos em reportagens especiais. Seu grupo precisa se reciclar, fazer um “mea culpa” e repensar métodos. Os tempos são outros.

Larissa é, claramente, um quadro político diferenciado, com perfil popular e articulada, mas essa mesma Justiça que procuram satanizar, é a mesma Justiça que puniu de forma acachapante a adversária Cláudia Regina e seu grupo, com enxurrada de decisões incisivas.

Leia AQUI a postagem especial “Novo prefeito ganha para para dividir história ou confirmar os Rosado” e também AQUIFuturo já começou para Larissa Rosado após 4º insucesso“.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Política
  • Repet
quinta-feira - 26/06/2014 - 08:18h
"Siga o dinheiro"

Superfaturamento de insulina é um escândalo a ser apurado

A Câmara de Mossoró sepultou requerimento para instalação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) que apuraria compra de insulina, pela Prefeitura de Mossoró. O escândalo remonta ao período de gestão da então prefeita Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB), mas faz “escala” no governo da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM).

Saúde com superfaturamento e entrega de produto aquém do contratado

Mesmo assim, o Ministério Público tem dever, de ofício, de pegar o que querem esconder e tocar para frente. Ir às últimas consequências.

Existem elementos de sobra que justificam apuração do caso, haja vista que a própria Prefeitura de Mossoró admite que passou a comprar a unidade do produto bem abaixo do que fazia antes, quebrando um longo ciclo de superfaturamento.

O requerimento de número 716/2014 – que foi assinado pela oposição, mas depois retirado de pauta devido “erro técnico”, está assentado em depoimento oficial do então prefeito interino Francisco José Júnior (PSD).

Licitação

Na leitura da Mensagem Anual do Governo, dia 18 de fevereiro deste ano, na própria Câmara, ele relatou que a Prefeitura passou a comprar insulina a R$ 61,00 por unidade. Antes, na gestão da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM), o valor chegara a R$ 87,00. Custo 40% maior do que o obtido pelo novo prefeito.

Os vícios retrocedem no tempo, com informações de bastidores que apontam até mesmo para a entrega do produto em quantidade bem inferior à contratada em licitação. O atual Governo Francisco José Júnior sabe disso, tem informação nesse sentido.

“Siga o dinheiro” (“Follow the money”), frase do livro-filme sobre caso “Watergate” serve à investigação sobre compra de insulina em Mossoró. A recomendação é a mesma: Ministério Público, “siga o dinheiro”.

Questão inadiável

No rastro do money há distribuidora de medicamentos, farmácia, carrões, apartamentos e nascente posto de combustível; nomes ilustres ligados ao poder, novos ricos e certos personagens soturnos.

Para quem não sabe ou não lembra, Watergate (veja AQUI) é a denominação do escândalo investigado pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do jornal Washington Post (Estados Unidos), considerada a maior reportagem investigativa da imprensa mundial.

Resultou no afastamento do então presidente Richard Nixon do cargo.

Em Mossoró, elucidar esse desvio milionário e sem limites, que causou enormes prejuízos ao erário e danos à saúde pública, é uma questão inadiável e saneadora.

É um escândalo a ser apurado, mesmo que muitas reputações sejam desnudadas à realidade.

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Categoria(s): Administração Pública / Política / Saúde
terça-feira - 24/06/2014 - 22:03h
Rompimento (Primeira mão)

Prefeito e esquema de Fafá chegam ao “fim da linha”

Fim da linha na coabitação política entre o prefeito Francisco José Júnior (PSD) e o esquema da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB). Cada um vai pro seu lado.

Prefeito pediu união: Fafá preferiu deixar Robinson para trás (Foto: divulgação)

Terminou há poucos minutos no apartamento do prefeito, num condomínio do bairro Nova Betânia, reunião entre ele, a ex-prefeita, deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), presidente da Câmara Municipal Francisco Carlos (PV) e o secretário municipal da Cultura e líder do “fafaísmo” – agitador cultural Gustavo Rosado (PV).

O desenlace confirmou-se, após curto período de convivência no poder, tendo Francisco José Júnior como prefeito.

O prefeito tentou – pela última vez – reverter mudança de rumo político do esquema de Fafá, em relação às eleições de 2014. Não conseguiu.

Ofereceu a presidência local do PSD à Fafá e ratificou apoio incisivo ao projeto de reeleição de Leonardo.

Acerto

Ouviu dos componentes do fafaísmo, que o acerto para apoio à postulação do deputado federal Henrique Alves (PMDB), ao Governo do Estado, estava mesmo selado.

Apesar de ter ocorrido promessa anterior (veja postagem AQUI), de que apoiariam o vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD), nome de Francisco José Júnior, eles não tinham como cumprir o compromisso.

Fim da linha.

O prefeito fica à vontade para reordenar seu grupo político e planos para as eleições deste ano, sem o esquema de Fafá.

O Blog tentou contactar com o prefeito por telefone. Não conseguiu.

As fontes que passaram as informações, quanto à reunião, asseveraram que o prefeito se mostrou bastante chateado com a posição de Fafá, familiares e aliados próximos. Não esperava essa reviravolta na posição política. Sentiu-se ludibriado.

Dois palanques

Desde que assumiu a prefeitura – dia 6 de dezembro de 2013 – na fase interina, até se eleger prefeito no pleito do dia 4 de maio deste ano, Francisco contou com presença do fafaísmo. Manteve espaços e ampliou sua presença no Governo.

Paralelamente, esse esquema escanteou instantaneamente a prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM). Deixou-a à própria sorte.

Na campanha municipal suplementar, o fafaísmo abandonou ainda as últimas ligações políticas com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e dividiu-se em dois palanques: apoiou Francisco e a adversária Larissa Rosado (PSB).

Acompanhe bastidores políticos acessando nosso Twitter AQUI.

Para o pleito estadual, Francisco José cobrou união em torno de Robinson Faria. Deixou claro que não aceitaria, novamente, dois palanques. Sem afinação, encerrou diálogo.

Agora, é cada um pro seu lado.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 22/06/2014 - 19:44h
Izabel Montenegro

Vereadora poderá pedir licença do seu mandato

Presidente do PMDB em Mossoró, a vereadora Izabel Montenegro (PMDB) poderá pedir nova licença do seu mandato.

O comentário nos bastidores, é que essa movimentação objetiva criar força à parte dentro do PMDB local e na Câmara Municipal, em contraposição ao esquema da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB).

A ex-prefeita exigiu a presidência do partido e, por conseguinte, o afastamento de Izabel do cargo.

Com novo afastamento, Izabel ensejará a convocação do suplente Zé Peixeiro (PMDB), que fez parte da legislatura p assada como titular no Legislativo mossoroense.

Em seu afastamento inicial, Izabel foi secretário do Desenvolvimento Econômico do Município, no período da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM).

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sábado - 21/06/2014 - 16:49h
Mossoró

Projeto de reforma tem adiamento em sua apresentação

Deverá desembarcar no início da próxima semana, na Câmara de Mossoró, o projeto de reforma administrativa do prefeito Francisco José Júnior (PSD).

Ele tinha criado expectativa de que isso ocorreria até o dia 20 deste mês, ontem (sexta-feira).

Mas o trabalho da equipe montada por ele para estudo e definição do arcabouço, do projeto, não ficou pronto.

Algumas secretarias vão ser criadas, mas a intenção, mesmo assim, é reduzir o peso da máquina pública e inibir mais despesas.

Venhamos e convenhamos, uma equação muito difícil.

A última reforma aconteceu no final do Governo Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB), em dezembro de 2012.

Ela atendeu a pedido e orientação da então prefeita eleita Cláudia Regina (DEM), posteriormente cassada e afastada do poder.

O modelo anterior derivava ainda da época da então prefeita Rosalba Ciarlini (DEM), no início dos anos 2000.

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quinta-feira - 05/06/2014 - 08:41h
Cláudia Regina

Henrique e Wilma terão importante reforço em Mossoró

A chapa Henrique Alves (PMDB) ao Governo do Estado-Wilma de Faria (PSB) ao Senado terá considerável reforço em Mossoró.

Henrique e Cláudia (à esquerda) em 2012; de novo em 2014 (Foto: reprodução)

A prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM) deverá pedir votos para ambos.

Ela faz parte do grupo do senador José Agripino (DEM), que vetou – com apoio maciço do Diretório Estadual do DEM (veja AQUI) – a postulação à reeleição da governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Quem também apoiará Henrique Alves e Wilma será a deputada estadual Larissa Rosado (PSB), que enfrentou Cláudia à Prefeitura de Mossoró, em 2012.

A propósito, em 2012, Henrique esteve no palanque de Cláudia e do então candidato a vice, Wellington Filho (PMDB), ladeado ainda pela então prefeita Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB).

Em 2014, o governadorável subiu no de Larissa.

É a roda-viva da política… sempre girando.

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quarta-feira - 28/05/2014 - 11:14h
Transparência de verdade

Vereador cobra abertura do “Caixão preto” do Governo Fafá

O vereador oposicionista Tomaz Neto (PDT) tem em mãos, finalmente, a relação das 183 ruas listadas pela Prefeitura de Mossoró, que tiveram contratação de recursos para pavimentação a paralelepípedo. Ele quer mais. Quer abrir o que jocosamente denominou de “caixão preto” da municipalidade.

Tomaz Neto (à direita) foi ouvido no Cenário Político da TCM (Foto: Assessoria de Tomaz Neto)

Em entrevista ao programa Cenário Político da TV Cabo Mossoró (TCM), à noite dessa terça-feira (27), ele antecipou que irá contratar através do seu gabinete, serviço de topografia para apurar o serviço em cada artéria.

O empreendimento financiado com recursos da União foi contratado ainda na gestão da então prefeita Fafá Rosado (PMDB), com recursos que passam dos 37 milhões de reais.

Veja bastidores políticos em nosso Twitter clicando AQUI.

Tomaz disse que só conseguiu as informações através de um vereador situacionista, que tinha em mãos cópia com relação das ruas, mas por meio de requerimento, nunca foi atendido. A prefeitura, desde a administração da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM), se esquivou de fornecer os dados, com metragem de cada artéria.

Ele garantiu que fará o trabalho, levantando se todo o serviço contratado foi ou está sendo cumprido.

Caixão preto

Na mesma entrevista, voltou a criticar o prefeito eleito Francisco José Júnior (PSD), por não expandir a auditoria que mandara realizar na folha de pessoal, para a gestão anterior de Fafá Rosado. Em sua ótica, não existe uma “caixa preta” na prefeitura, mas um “caixão preto”. Todos têm medo de revelar à opinião pública os reais dados do período de oito anos de Fafá.

O vereador entende que a gestão de Cláudia e a de Francisco José nasceram do mesmo ventre. Lamentou que mesmo anunciando um “rombo” de mais de R$ 46 milhões nas contas municipais, o governo não tenha aberto as informações.

Ele considera que é precipitado se afirmar que Cláudia Regina gerou todo esse passivo. Só retroagindo no tempo administrativo, é que se encontrará a verdadeira raiz desse débito.

Também criticou uma “cláusula de confidencialidade” que rege o trabalho da auditoria que está sendo feita por equipe da Universidade do Estado do RN (UERN), a pedido do prefeito. “O assunto é do interesse público, mas os dados são guardados, são confidenciais”, censurou Tomaz.

Campanha

Durante a campanha eleitoral suplementar, a auditoria foi peça de propaganda para o prefeito que conseguiu se eleger, mas objeto de críticas da oposição. Em debate promovido pela própria TCM, com os candidatos a prefeito, a então concorrente Larissa Rosado (PSB) fez igual questionamento levantado por Tomaz, pedindo para o trabalho retroagir para a era Fafá.

Larissa ouviu de Francisco (de amarelo) promessa de resultado (Foto: TCM)

Francisco José Júnior ponderou que a auditoria não tinha propósito político ou de “caça às bruxas”, mas de oferecer à administração alguns meios de informações mais urgentes, para identificar problemas e encontrar medidas saneadoras.

Até gracejou com a candidata, prometendo que ao receber o resultado do trabalho lhe entregará uma cópia, se assim o desejar.

Antes disso, no dia 12 de janeiro, ele deu entrevista ao jornal O Mossoroense, em que admitiu: “Eu diria que encontrei a Prefeitura caótica no sentido financeiro. Realmente é uma situação extremamente caótica”. Veja AQUI os principais trechos da entrevista.

No dia 14 de fevereiro, o prefeito provisório apresentou um balanço das dívidas da Prefeitura de Mossoró (veja AQUI). Só na Saúde, o buraco seria de R$ 16.568.970,70. Ao todo, a erosão no erário chegava a R$ R$ 46.667.094,26 no ano de 2013.

Nota do Blog – Não vi em campanha, o então candidato Francisco José Júnior apontar que cabia a Cláudia a responsabilidade do débito apontado. Mas também não a vi se defender ou transferir responsabilidades para a antecessora Fafá, que a apoiara até meses antes.

Enfim, quem pode melhor esclarecer esse rombo – que na verdade já chegara a mais de R$ 74 milhões no início da gestão de Cláudia, conforme fontes da Prefeitura, é a própria Cláudia.

Seu silêncio é uma peça de auto-admissão de culpa ou de proteção a antigos aliados, que a abandonaram sem qualquer cerimônia, logo após seu expurgo do Palácio da Resistência, sede da municipalidade.

Veja AQUI, reportagem especial deste Blog traçando crise na Prefeitura, quando Cláudia completou 100 dias de gestão. Até então, ela e a pesada mídia governista escondia debaixo do tapete e propaganda fantasiosa, a real situação do erário.

O Blog era uma rara exceção na abordagem do assunto. Falar em crise, rombo, débito monstruoso herdade da “era Fafá”, eram temas proibidos.

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terça-feira - 27/05/2014 - 19:25h
Mossoró

Juíza não acata processos contra prefeito

Do programa Cenário Político (TV Cabo Mossoró-TCM)

A juíza Ana Clarisse Arruda (34ª Zona Eleitoral) rejeitou seis representações contra o prefeito eleito Francisco José Júnior (PSD).

Elas foram protocolizadas pela Coligação Força do Povo. Referem-se à propaganda na campanha eleitoral suplementar deste ano.

No entendimento da magistrada, que acumula a 34ª Zona com a 33ª Zona Eleitoral, a coligação demandante “não tem legitimidade” para ajuizar as ações.

Na prática, a Força do Povo nunca existiu. Sequer foi aceito seu registro como aliança interpartidária, com postulação a prefeito da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM).

O parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) tinha sido pela improcedência das ações.

Ainda tramitam nove outros processos, sendo mais seis da Força do Povo e três da Unidos por Mossoró, que teve a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) como candidata a prefeito.

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terça-feira - 27/05/2014 - 08:57h
Crise

DEM se divide em luta que é prévia de eleições estaduais

José Agripino enfrenta Carlos e Rosalba em partido para fazer aliança com PMDB de Henrique Alves

O senador José Agripino (DEM) empreende cruzada para assegurar aliança do seu partido com o PMDB, na campanha eleitoral deste ano. Mas enfrenta contraposição de outra corrente, que defende candidatura própria, a princípio, da própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Henrique (centro), divide Carlos (à esquerda) e Agripino (à direita) em momento delicado (Foto: divulgação)

Agripino tem conversado pessoalmente e por telefone com integrantes-votantes do partido. No próximo dia 2, os convencionais vão decidir se o DEM formaliza composição com o PMDB e candidatura a governo do presidente da Câmara Federal, Henrique Alves (PMDB), ou segue em faixa própria.

Apesar da lealdade e afinidade de décadas com Agripino, o líder governista na Assembleia Legislativa, Getúlio Rêgo (DEM), tem sido o principal nome da infantaria em defesa da candidatura à reeleição. Cumpre missão confiada pelo secretário-chefe do Gabinete Civil do Estado e marido da governadora Rosalba, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM).

Em contrapartida, a Governadoria tem-lhe sido generosa no atendimento a pleitos diferenciados.

Getúlio: trabalho para Carlos/Rosalba (Foto: AL)

À semana passada, o próprio Getúlio acompanhou o casal Carlos-Rosalba em reunião no apartamento de Agripino em Natal, quando se reforçou argumento em defesa do projeto de reeleição de Rosalba. O senador manteve–se recalcitrante.

Para José Agripino, Rosalba está inviabilizada eleitoralmente, com maciça rejeição em todo o estado, além de impedida legalmente, haja vista que continua inelegível. Mesmo com decisão favorável de um processo, recentemente, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), segue com esse impedimento em instância judicial maior – o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na visão de Agripino, manter uma postulação dessa natureza é repetir o erro cometido em recente eleição suplementar de Mossoró.

No pleito de Mossoró, a prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM) não abriu mão de ser outra vez concorrente, mesmo Agripino ponderando que seria uma insanidade. “É uma loucura”, exclamou.

Cláudia sequer teve o nome e chapa registrados pela Justiça Eleitoral. Pela primeira vez em 26 anos, o grupo de Agripino, Carlos e Rosalba não teve um candidato em chapa à Prefeitura mossoroense.

Agripino estava certo e, como adiantara para ela, sequer apareceu em Mossoró para as primeiras escaramuças da candidatura natimorta da aliada e amiga.

Resistência

Em relação à Rosalba, nitidamente existe um partido dividido: a bifurcação aponta para uma decisão já costurada pelo próprio Agripino, de aliança com o PMDB. A outra, é de pura resistência do casal Carlos-Rosalba, que mesmo diante de tantas adversidades, quer ir para nova campanha.

Na campanha municipal de 2012, governadora do estado, Rosalba só esteve em cerca de quatro municípios como força de apoio. Dos 167 municípios potiguares, na enorme maioria a sua presença foi considerada inapropriada por candidatos ligados à base governista.

Para uma nova campanha, hoje a governadora teria um DEM dividido, o apoio do PP, controlado por seu cunhado e deputado federal Betinho Rosado, além de alguma legenda de pouca expressão.

Sua chegada ao poder em janeiro de 2011 foi endossada por forte apoio interpartidário e cresceu nos primeiros meses de gestão. Mas em momento algum deu sinal de vitalidade. Acumulou desgaste com os mais diversos setores da atividade pública e da sociedade, alcançado níveis superlativos de reprovação.

Desdobramentos

O agravante, é que gradualmente foi perdendo apoios e ganhou a antipatia da opinião pública. Centralizador e com dificuldade de dialogar com a sociedade civil organizada, outros poderes e dar resposta às demandas sociais, acabou ensimesmado.

Rosalba e Cláudia: semelhanças (Foto: Arquivo da PMM)

A aposta de Carlos e Rosalba, é que com a “máquina” do Estado possa reverter tudo, transformando água em vinho, multiplicando os pães e obtendo a ressurreição de imagem. Enfim, uma sequência de milagres políticos.

No encontro do DEM, no próximo dia 2, valerá a força de liderança e de catequese dos convencionais, independentemente de aspectos eleitorais e legais. Agripino com seus argumentos; Carlos e Rosalba com o “convencimento” da caneta.

O resultado do que será decidido não encerrará esse litígio entre as lideranças. A parte vencida, dificilmente sairá dócil e conformada. A vencedora, também engolirá algum ônus.

Os desdobramentos devem produzir novos efeitos políticos na campanha deste ano e adiante. O DEM não será o mesmo.

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segunda-feira - 26/05/2014 - 22:33h
Eleições 2014

“Candidatura de Rosalba é totalmente viável”, diz advogado

Por Ciro Marques (Portalnoar)

O presidente nacional do Democratas, o senador José Agripino, quer apoiar a pré-candidatura de Henrique Eduardo Alves, do PMDB, para o Governo do Estado nas eleições deste ano, alegando que a governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, além do alto índice de rejeição, sofre também pela condição de inelegibilidade. Contudo, para o advogado dela, Thiago Cortez, o aspecto jurídico de Rosalba pode ser “facilmente” contornado.

Thiago Cortez é advogado de Rosalba Ciarlini nos processos que ela tem na Justiça Eleitoral (foto: Alberto Leandro)

Segundo ele, inclusive, para ser candidata à reeleição, Rosalba só precisa querer e conseguirá, “sem qualquer dúvida”, uma permissão para isso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“A candidatura de Rosalba Ciarlini é totalmente viável no aspecto jurídico. Basta ela querer. Ela reúne todas as condições para ir para a disputa”, afirmou Thiago Cortez em entrevista ao portalnoar.com na tarde de hoje (26), sem adentrar na questão política da viabilidade dela. “Estou falando da condição judicial, apenas”, ressaltou o advogado.

A dúvida sobre a questão jurídica de Rosalba Ciarlini é consequência das condenações sofridas por ela no segundo semestre do ano passado, por intervenções na eleição mossoroense – ela apoiou a candidata cassada Cláudia Regina (DEM). Foram duas decisões (na zona eleitoral e no Tribunal Regional Eleitoral) colocando a governadora como litisconsorte passivo do processo, o que acabou por estender a ela, também, a condição de inelegibilidade por oito anos.

Thiago Cortez, no entanto, explicou que há apenas uma condenação contra Rosalba Ciarlini ainda com efeitos válidos, que foi a segunda sofrida no TRE.

“Diz respeito à instalação de um poço em Mossoró, mas o juiz que a proferiu, ainda na zona eleitoral, deixou claro que Rosalba não teve benefício eleitoral algum no caso. A condenação foi só porque não podia ter aberto um poço nos últimos dias da eleição”, explicou o advogado, ressaltando que, dessa forma, a reversão da condenação é “bem fácil”.

Cláudia Regina

“Esse seria o único processo que poderia dificultar as pretensões eleitorais da governadora, mas é facilmente reversível tanto por meio de liminar, quanto pelo julgamento do mérito. Até porque o TSE vem suspendendo todas as decisões contra prefeitos do RN. Na semana passada mesmo, o Tribunal devolveu os mandatos dos prefeitos de Olho d’Água dos Borges e Luiz Gomes. A única que não teve o mandato devolvido foi Cláudia Regina, por conta da quantidade de condenações”, exemplificou Thiago Cortez.

Outra condenação sofrida pela governadora Rosalba Ciarlini confirmada pelo TRE no final do ano passado diz respeito ao uso do avião oficial do Estado para ir seguidas vezes a Mossoró durante a campanha eleitoral. “Nessa decisão, o TRE usurpou o direito que tinha e ainda afastou a governadora do cargo, mas a ministra do TSE, Laurita Vaz, suspendeu os efeitos da condenação no dia seguinte”, lembrou Cortez.

A de se questionar, entretanto, que apesar de afirmar ser fácil a reversão da inelegibilidade de Rosalba, o advogado não explicou porque então a governadora permanece nessa condição de inviabilidade eleitoral já há alguns meses, o que tem contribuído para aumentar a rejeição ao nome dela.

Rejeição

Especulações sobre a condição eleitoral de Rosalba Ciarlini teriam motivado a decisão do presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia, de não lançá-la candidata ao Governo do Estado neste ano. Agripino estaria convencido que a reeleição da gestora estadual (a única do DEM atualmente) seria uma tarefa muito árdua, sendo melhor focar na reeleição dos deputados federal (Felipe Maia) e estaduais (José Adécio, Getúlio Rêgo e Leonardo Nogueira). E, para isso, seria mais fácil que o DEM se coligasse com o PMDB na chapa proporcional porque, assim, se conseguiria um maior coeficiente eleitoral.

A “árdua tarefa” seria consequência da inelegibilidade de Rosalba Ciarlini, mas não só disso. Seria resultante, também, do alto índice de rejeição da gestora estadual, que tem uma administração desaprovada por mais de 70% da população, segundo as últimas pesquisas divulgadas.

Diante de tudo isso, José Agripino teria fechado, na semana passada, o apoio a Henrique Eduardo Alves. A governadora foi comunicada da decisão na sexta-feira (23), durante encontro com o presidente nacional do DEM em Natal. Apesar de aparentemente definido, no entanto, quem o DEM apoiará em 2014 só deverá ser oficializado no encontro do Diretório Estadual do partido, marcado para o dia 2 de junho, em Natal.

 

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terça-feira - 13/05/2014 - 12:14h
Ecos das eleições suplementares IV

“Rosalbismo” vive período de trevas e com futuro incerto

Grupo de Rosalba e ex-deputado Carlos Augusto Rosado, mesmo assim, ainda têm bom capital político

“Aluízio morreu! Aluízio morreu!!” Esse brado de meninos levados e irrequietos, sitiando uma esmoleira insana pelas ruas de Mossoró, anos 70, parecia atestar não apenas o falecimento político do líder popular e populista Aluízio Alves, mas a orfandade patológica da “gentinha”, sua massa de seguidores.

Carlos e Rosalba: tarefa hercúlea para repetir o passado no futuro (Foto: Governo do Estado)

A molecagem que impulsionava a louca a vomitar palavrões às mães dos endiabrados meninos,  além de arremessar pedras contra eles, o tempo tratou de sepultar. E, esse mesmo tempo, provou que a meninada errante exagerava: Aluízio não morrera.

Sua cassação política no final dos anos 60, pelo regime militar que apoiara, o deixou por dez anos fora de cena. Parecia morto e sepultado.

Retornou às ruas e a uma disputa ao governo estadual em 1982, sofrendo fragorosa derrota por mais de 107 mil votos de maioria para o engenheiro e ex-prefeito biônico de Natal – José Agripino Maia (PDS). Nos anos seguintes, sua liderança fez crescer seu grupo, colecionando vitórias e expandindo influência.

“Mas Aluízio era Aluízio”,  poderia afirmar qualquer estudioso da política potiguar do século passado e deste. Gênio político. Fenômeno. Outra pessoa teria fôlego para tamanha recuperação e saída do desterro obrigatório?

A ex-prefeita mossoroense por três vezes, Rosalba Ciarlini (DEM), caminha para ser cobrada quanto a essa capacidade quase mitológica, de renascer das cinzas.

Governadora do Rio Grande do Norte, com passagem pelo Senado, e “divindade” mercadológica do que se denominou de “rosalbismo”, neologismo que deriva do seu nome, Rosalba está na coxia dos acontecimentos políticos, esse teatro de guerra. Mesmo sendo governadora, está alheia e excluída do próprio processo sucessório.

Eleição ao Senado em Mossoró (2006)

– Rosalba Ciarlini (PFL) – 90.660 (83,33%)
– Fernando Bezerra (PTB) – 14.049 (12,91%)
– Votos Apurados – 129.082

Eleição ao Governo do Estado em Mossoró (2010)

– Rosalba Ciarlini (PFL) – 98.964 (84,86%)
– Iberê Ferreira (PSB) – 16.043 (13,76%)
– Votos Apurados –  158.920

É pouco provável que sequer seja candidata à reeleição, por força de decisão judicial que a torna inelegível ou por imposição de comando partidário, o DEM, que não a deseja candidata. Ela é um peso, um estorvo para o Democratas.

Entretanto o maior sinalizador desse período de trevas foi a recente campanha municipal suplementar de Mossoró, seu berço político e até bem pouco tempo espécie de possessão. Sequer teve candidatura própria a comandar e apoiar.

Viu-se no papel de figura distanciada do pleito. Obrigou-se a anunciar numa entrevista que estaria cumprindo postura de “neutralidade”, poucas horas antes do dia da eleição.

Abdicou de ser proativa e pontificar onde era seu próprio “reino”.

Para quem se habituou a afirmar em círculos fechados com apaniguados e xeleléus, que “quem manda em Mossoró é Rosalba”, ficar longe das ruas e das urnas foi um choque para a mãe do rosalbismo. Ela até tentou construir uma candidatura, mas pesquisas encomendadas revelaram rejeição assombrosa da quase-ungida Kátia Pinto, sua secretária de Infraestrutura do Estado. Reflexo de sua própria imagem desgastada como governante, que chegou a Mossoró.

Teve que aceitar goela abaixo a imposição de Cláudia Regina (DEM), que não aceitou retirada de postulação, mesmo sendo prefeita cassada, afastada e inelegível para o pleito especial. A “Rosa” terminou sem Cláudia ou qualquer outra candidatura.

Estava entre a cruz e a espada: apoiar a deputada estadual Larissa Rosado (PSB), filha da prima e adversária – deputada federal Sandra Rosado (PSB); apoiar o prefeito provisório e ex-aliado Francisco José Júnior (PSD), que assentado na ‘Prefeitura de Rosalba’ resolveu enfrentar quase 70 anos da força oligarca dos Rosado. Acabou optando por sair de cena. Nenhum nem outro.

Após 26 anos participando diretamente de eleições municipais mossoroenses, o rosalbismo ficou fora. Foi um coadjuvante oculto.

Rosalba ficou alijada de um processo no qual tinha interesse direto e indissociável. Em duas eleições estaduais, Mossoró lhe ofertou votações estelares, consagradores e determinantes em sua vitória ao Senado (2006) e Governo do Estado (2010).

Pilatos

Ficar ausente do pleito, mesmo que indiretamente, lavando as mãos com um Pilatos, pode ter sido um atestado de óbito à própria carreira política.  Ou não. Enfim, é precipitado se fazer afirmação categórica nesse sentido e nesse instante.

"O Jornal de Hoje" documentou Rosalba agradecendo gestão de Wilma; depois, o racha

Rosalba, sob a liderança inconteste do marido e chefe do Gabinete Civil do Estado, ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), já tivera outro momento em que se viu obrigada a tomar decisão delicada diante de uma bifurcação aflitiva. Estava também entre a cruz e a espada. Mas assumiu um lado.

Foi em 2002.

Àquele ano, Carlos Augusto era candidato a vice-governador na chapa do então senador Fernando Bezerra (PTB, hoje no PMDB). Sequer foi para o segundo turno. Quem chegou lá foi seu primo e adversário, deputado federal Laíre Rosado (PMDB, hoje no PSB). Era vice do governador Fernando Freire (PP).

Carlos emitiu sinais, que foram claramente entendidos pela candidata Wilma de Faria (PSB). Apoiaram-na e reforçaram seu palanque vitorioso no segundo turno, evitando uma ascensão iminente para o plano estadual, do grupo de Laíre e sua esposa Sandra Rosado.

Fizeram parte do Governo Wilma por alguns meses, exaltando sua gestão, até se incompatibilizarem com ela e seu estilo também impositivo.

Agora, mesmo equidistante e sob “neutralidade”, Rosalba não pode ser vista como um zero à esquerda, peso morto ou completamente alheia ao pleito municipal.

Sobrecarga

Seu silêncio seguiu tendência majoritária de sua militância e eleitores. Nitidamente, houve um descarrego no nome de Francisco José Júnior, ajudando-o sobremodo a alcançar o patamar de 68.915 votos válidos no pleito do último dia 4.

Rosalba e Fafá navegam em águas diferentes e separadas (Foto: Carlos Costa, em abril de 2008, bairro Ilha de Santa Luzia)

O que o futuro reserva para Rosalba e seu rosalbismo,  pós-Governo do Estado, é uma incógnita. Há uma sobrecarga de maus presságios por ações e omissões do casal Carlos-Rosalba, além de fatores alheios à sua vontade.

Seu grupo encolheu e ocorreram dispersões (caso da ex-prefeita Fafá Rosado-PMDB, ex-vereador Chico da Prefeitura-DEM). Não se renovou em quadros, até pelo excessivo culto personalista à própria Rosa e pode ter pela frente uma inelegibilidade por oito anos (a contar de 2012), punindo-a e à Cláudia Regina por todo esse período.

Aposta na reeleição do deputado federal Betinho Rosado (PP) no pleito de outubro, mas não tem nomes a estadual até aqui. A ex-deputada e ex-vice-prefeita Ruth Ciarlini, irmã da governadora, está às voltas com problemas de indiciamento por estelionato e inaptidão à própria política.

O rosalbismo não existe além da própria Rosalba e o comando centralizador de Carlos. Eles não permitem a prosperidade de qualquer outro nome, desde sua primeira vitória em 1988, vencendo a prefeitura como “zebra”, ao superar Laíre Rosado. Cláudia Regina foi um “aborto”. Tiveram que engoli-la, porque ela conseguiu se viabilizar contra a vontade do casal.

Eleições à Prefeitura de Mossoró (1988)

– Rosalba Ciarlini (PDT) – 37.307 (49,7%);
– Laíre Rosado (PMDB) – 30.226 (40,2%);
– Chagas Silva (PT) – 2.507 (3,3%);
– Brancos – 3.594 (4.8%);
– Nulos – 1.503 (2%);
– Maioria Pró-Rosalba – 7.081 (9,5%).

Esse grupo sobreviveu a solavancos noutros momentos, como a perda da prefeitura em 1992, com a chapa Luiz Pinto (PFL)-João Batista Xavier (PCB) – derrotada por Dix-huit Rosado(PDT)-Sandra Rosado (PMDB), e o próprio fracasso de Rosalba como candidata a vice-governador de Lavoisier Maia (PDT), em 1994. Contudo renasceu à prefeitura em 1996, em circunstâncias completamente favoráveis.

De 2014 para frente, tudo pode ter outro rumo. A própria estada do prefeito Francisco José Júnior na prefeitura dirá muito sobre o que será o rosalbismo adiante, até mesmo com a hipótese do que parece improvável no momento: a reunificação dos Rosado.

Rosalba, que sempre revelou muita fibra, com incrível poder de recuperação e crescimento em campanhas, tem muito capital próprio ainda. Porém o tempo e atmosfera que se forma, não estão a seu favor.

A história pode ainda nos reservar surpresas e se repetir, ou apenas confirmar um adágio hindu que tem aura de uma verdade absoluta para Rosalba, para Francisco José Júnior e qualquer um de nós, pobres mortais:

– “Tudo passa!”

Veja matérias já publicadas da série “Ecos das eleições suplementares”:

– Novo prefeito ganha para dividir história ou confirmar os Rosado AQUI;
– Pleito de Mossoró causa efeitos diferentes para jogo estadual AQUI;
– Futuro já começou para Larissa Rosado após 4º insucesso AQUI.

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terça-feira - 06/05/2014 - 11:51h
Eco das eleições suplementares I

Novo prefeito ganha para dividir história ou confirmar Rosados

DNA de votos e uma série de fatores mostram o sucesso de Francisco José Jr. em disputa mossoroense

Cada eleição tem um metabolismo próprio. Contextualização e conjuntura precisam ser analisadas, para um melhor entendimentos dos fatos. Cada um de seus protagonistas  tem visão particular sobre números e resultado, o que é normal.

Cada uma dessas “verdades”, porém, é questionável. Algumas, até, porque tentam encobrir desastres e outras mitificar vitoriosos.

Silveira tem aclamação e o futuro para contar outra história ou justificar o ciclo oligárquico (Foto: Raul Pereira)

Mas quem foi o grande vencedor do pleito suplementar do domingo, em Mossoró?

A pergunta é de fácil resposta: o prefeito provisório e eleito Francisco José Júnior (PSD), da Coligação Liderados pelo Povo.

Saiu emergencialmente da presidência da Câmara Municipal de Mossoró – onde chegou para o quarto mandato como sexto mais votado com 2.586 votos –  para presença interina na prefeitura. Em pouco mais de quatro meses, catapultou o próprio nome ao topo do poder, de forma meteórica, com resultado avassalador.

Numericamente, empalmou a maior vantagem eleitoral de um candidato a prefeito sobre seu principal adversário em Mossoró. Em 1976, João Newton da Escóssia tivera margem percentual até maior, mas dentro de uma realidade em que cada partido poderia apresentar mais de um candidato a prefeito, o que se denominava de “sublegenda”.

Francisco José Júnior (PSD) superou até mesmo o êxito de Rosalba Ciarlini (DEM, na época PFL) em relação à Sandra Rosado (PSB, na época PMDB), em 1996.

Rosalba x Sandra (1996)

– Rosalba Ciarlini (PFL) – 57.407 (52,64%);
– Sandra Rosado (PMDB) – 26.118 (28,50%);
– Maioria pró-Rosalba Ciarlini de 31.289

Francisco José Jr. x Larissa (2014)

– Francisco José Júnior (PSD) – 68.915 (53,31%);
– Larissa Rosado (PSB) – 37.053 (27,55%);
– Maioria pró-Francisco José Júnior de  31.862

* Francisco José Júnior teve 573 votos de maioria em sua reeleição, num comparativo com Rosalba em 1996

É primário e inocente, se acreditar que esse êxito seja  resultado da força da “máquina” pública, na qual estava montado. Para o espaço de tempo entre sua última posse interina, ocorrida em 6 de dezembro de 2013 e a campanha, iniciada no dia 12 de abril deste ano, ele tinha pouca “pista” temporal para tamanha ascensão sobre campo minado.

Rosalba e Sandra: distância e judicialização

O prefeito provisório sobrou em destreza para apagar crises pontuais, enfrentar “herança maldita” das gestões Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB)-Cláudia Regina (DEM)  e “incêndios fabricados” com a intenção de desestabilizar a municipalidade e seu nome.

Costurou apoios e montou uma coalizão multifacetada, que juntou do PT a dissidentes do PMDB e do DEM, 15 dos 21 vereadores, em palanque para todos os gostos e cores. Apesar da predominância do amarelo, padrão de identidade política como candidato, a diversidade foi seu forte.

Exposição raivosa

Além disso, foi beneficiado pelos desdobramentos da autofagia do clã Rosado, duelo remanescente das eleições canceladas de 2012. Os grupos da deputada federal Sandra Rosado (PSB) e da governadora Rosalba e seu marido e chefe de Gabinete Civil do Estado, Carlos Augusto Rosado (DEM), praticamente aniquilaram-se para o pleito suplementar, com uma arenga no campo judicial e exposição raivosa em redes sociais (Net).

O que restou desses exércitos brancaleones, permitiu que “Silveira” (como o prefeito é conhecido desde a infância), avançasse  com uma candidatura alternativa à bipolarização Rosado X Rosado, mesmo que em seu palanque tivesse o apoio da ex-prefeita Fafá Rosado.

O DEM de Rosalba e Carlos Augusto sequer conseguiu registrar uma candidatura. A prefeita cassada e afastada Cláudia Regina fincou pé e não abriu mão de insistir em concorrer novamente, mesmo a Justiça Eleitoral atestando sua completa impossibilidade, por “ter dado causa” às novas eleições.

Mesmo que quisesse trocá-la, o casal não teria outra opção, tamanha a pobreza de quadros e as imposições legais à colocação de algum familiar. Sim, porque a prioridade é sempre alguém da família.

Quando ao PSB da líder Sandra Rosado, insistiu na candidatura da deputada estadual e sua filha, Larissa Rosado (PSB), apesar de ela sofrer inelegibilidade em decisões judiciais em Mossoró e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com escassas chances de reversão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foi à luta por “sua conta e risco”, parcos recursos financeiros e histórico de três derrotas seguidas à prefeitura.

Seus votos foram contabilizados, mas estão  sub judice. O plano de substitui-la foi pensado até os últimos dias (Blog dará detalhes de bastidores), mas a esperança de reversão do quadro no TSE terminou frustrada.

A insegurança jurídica e os resquícios da luta Cláudia x Larissa de 2012 ajudam a entendermos os números dessa campanha. Eles reforçam a caracterização de uma vitória em que Francisco José Júnior teve incrível senso de oportunidade e talento para ocupar vácuo. Ascende como um contraponto à dinastia dos Rosado, em meio à sua divisão.

O que antes era tática para somar, virou motivo de fracionamento e dispersão de liderança entre os Rosados.

A votação de Silveira tem DNA multifacetado, onde se incluem – ainda – até consideráveis votos de seguidores de Rosalba e Cláudia, que enxergaram no palanque de Larissa “um mal maior”. Ambas declararam “neutralidade” no pleito. A maioria dos seus eleitores captaram a mensagem subliminar.

Em tese, a vitória de um não-Rosado causaria menor estrago a ambas do que a entronização do ramo familiar comandado por Sandra Rosado, legítima herdeira do “doutor Vingt”, Vingt Rosado, seu pai.

Ao mesmo tempo, a vitória espelha sentimento de mudança, mas não de seis para meia dúzia, de uma oligarquia multidecenal para outra emergente – o “Silveirismo” (!!).

Missão

Como prefeito eleito, completando mandato de pleito de 2012, com cerca de dois anos e sete meses de gestão pela frente, Francisco José Júnior terá uma missão de difícil cumprimento. Sofre pressão em duas vertentes: uma administrativa e outra política.

Larissa e Cláudia: mesmo veneno (Montagem do Blog do Magno César)

Rosado de A e Rosado de B não lhe darão trégua. Partilham das mesmas necessidades e de um entendimento de propriedade em relação à prefeitura. São ressentidos, em essência.

A instabilidade de seu governo é uma necessidade, para que a retomada do ciclo de hegemonia familiar seja feita, “provando” à cidade a tese de uma superioridade genética destinada à atividade pública, espécie de “eugenia política”.

Os solavancos aconteceram e continuam dentro da interinidade como prefeito, no curso da campanha suplementar e devem seguir a partir da posse como prefeito efetivo. Exemplo disso é que no sábado (3), menos de 24 horas antes do pleito, advogados ligados à Cláudia Regina despejaram 12 ações na Justiça Eleitoral, acuando o candidato e prefeito interino. A coligação de Larissa emplacou mais três.

A “judicialização” que tanto os dois lados propagam e definem como protagonista de 2012 e dessas eleições especiais, é na verdade o veneno que ambos tomaram na intenção de aniquilar o outro lado. Até aqui, fenecem os dois.

Contudo, preferem transferir responsabilidade para a Justiça Eleitoral. Para a opinião pública vendem o papel de vítimas. Em 2014, não colou.

Platão

Para o prefeito, a chance que ele mesmo soube esculpir, em meio ao acaso ou por oportunidade “de Deus”, como prefere definir, acontece para estabelecer o começo de novo ciclo. Ou, para revelar apenas um pequeno interstício de poder entre Rosado e Rosado.

O amanhã dirá.

Afinal de contas, a prefeitura não está nas mãos deles desde 1948, de forma quase contínua, por acaso. Há muito de competência e adaptação à realidade de cada tempo. É uma seleção quase “natural”, como se fossem prova de um conceito de “darwinismo político”.

Apesar se ser considerada por Platão (em “A República”) como a forma mais pobre e atrasada da política, a oligarquia (regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família) foi aceita pela maioria dos mossoroenses. Em décadas diversas, em tempos distintos, o mossoroense votou maciçamente nos Rosados.

Adiante, não deixará de votar, apenas porque o prefeito é Silveira. Como não votou agora por ele não ser um Rosado.

Em 1968, Antônio Rodrigues de Carvalho impôs a última derrota aos Rosados em Mossoró, ganhando pleito municipal por 98 votos, contra o professor Vingt-un Rosado. De lá para cá, em dez eleições consecutivas, os Rosado levaram a melhor em todas (veja retrospectiva histórica com exclusividade AQUI) .

A missão do novo prefeito é muito maior do que talvez ele mesmo imagine. Será divisor de águas ou apenas nuvem passageira. Tem os meios para não repetir Rodrigues, o “Toinho do Capim”.

O amanhã dirá.

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terça-feira - 06/05/2014 - 08:41h
Eleições suplementares

Agripino afirma que votação aponta “insatisfação do eleitor”

O senador José Agripino (DEM) disse que os níveis elevados de abstenção, votos brancos e nulos nas eleições suplementares de Mossoró, nesse domingo (4), mostraram a insatisfação do eleitor pela ausência da prefeita afastada, Cláudia Regina (DEM), da disputa.

Agripino não questiona atos jurídicos (Foto: Assessoria de Imprensa)

“Os níveis de abstenção fora do padrão, a quantidade elevada de votos brancos e nulos significaram votos de protesto do eleitor que queria votar na candidata preferida, na minha opinião, Claudia Regina, e que não pôde fazer isso”, ressaltou o líder do Democratas no Senado. “O eleitor de Mossoró mostrou nas urnas um sentimento claríssimo de frustração”, acrescentou.

Ao lado

O senador também destacou o esforço pessoal para que Cláudia Regina participasse da eleição suplementar. “Eu estive ao lado dela [Cláudia] em todos os momentos para que pudesse ser a nossa candidata na eleição suplementar. Infelizmente, a justiça não permitiu e não vou questionar atos jurídicos”, afirmou Agripino.

O parlamentar disse que sempre esteve ao lado da ex-prefeita porque acredita nos projetos de Claudia Regina para o desenvolvimento de Mossoró.

“Eu estive do lado de Cláudia desde o primeiro dia em que ela foi candidata e ganhou a eleição para prefeitura de Mossoró. Desde a discussão dos temas de campanha até a assessoria jurídica, para garantir que ela participasse da eleição suplementar. Cláudia teve meu apoio político, jurídico, pessoal, partidário. Ela teve todo meu apoio. Infelizmente nós não tivemos êxito, mas estivemos juntos até o fim. Estivemos e vamos continuar por muito tempo”, ressaltou o senador potiguar.

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  • Repet
domingo - 04/05/2014 - 16:45h
Eleições suplementares

Disputa pelo voto terá sequência com luta judicial

Ninguém espere um pós-eleições suplementares de calmaria em Mossoró. Muito pelo contrário. A luta pelo poder, de forma desenfreada e frenética, vai continuar na esfera judicial.

Há uma enxurrada de ações eleitorais em tramitação desde o início da campanha. Só ontem, foram mais 15, sendo três da Coligação Unidos Por Mossoró (da candidata Larissa Rosado-PSB) e 12 da Coligação Força do Povo (da candidata que não obteve registro, Cláudia Regina-DEM).

Todas as demandas  (representações e ações de investigação eleitoral) acuam o prefeito provisório e candidato a prefeito pela Coligação Liderados pelo Povo, Francisco José Júnior (PSD).

Quem for eleito terá que se virar. Não terá descanso.

Além das obrigações administrativas, como prefeito (a), o futuro (a) governante conviverá com cerco judicial.

Como já assinalei, não se luta apenas pela Prefeitura de Mossoró. Há muito mais em jogo.

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sábado - 03/05/2014 - 19:41h
Eleições suplementares

Francisco José sofre enxurrada de ações judiciais de uma vez

Do Blog de Carlos Skarlack

Por volta das 18h8, o advogado Wellington Filho, assessor jurídico do DEM, protocolou em nome da Coligação Força do Povo, da prefeita cassada, afastada e inelegível, Cláudia Regina, 12 ações contra o prefeito e candidato, Francisco José Júnior (PSD).

No mesmo momento, o assessor jurídico da Coligação Unidos Por Mossoró, da candidata a prefeito, Larissa Rosado, PSB, protocolou outras três ações, também contra Francisco José Júnior.

 

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