As próximas campanhas eleitorais vão obrigar candidatos, partidos, marqueteiros e assessorias jurídicas a uma nova preocupação: o uso indiscriminado da Internet como espaço formal e informal de propaganda.
O “fogo amigo”, muitas vezes produzido por arrogância ou vontade de influir a qualquer custo no processo de escolha de candidaturas, tem histórico de estragos.
Os dissabores que a prefeita e o vice cassados de Mossoró – Cláudia Regina (DEM) e Wellington Filho (PMDB) – vivem hoje foram, em boa parte, entregues de “bandeja” por militantes, jornalistas e blogueiros ligados à campanha.
No afã de mostrarem serviço e ajudar, produziram incontáveis provas de supostos excessos e abusos, comprometendo agora o mandato em questão.
Sem muito esforço, até hoje é possível se colher muitos depoimentos, fotos e vídeos embaraçosos sob o ponto de vista da legislação eleitoral.
Ministério Público Eleitoral (MPE) e adversários do governismo tiveram o cômodo trabalho de rastrear cotidianamente esses deslizes em redes sociais etc. Diante de um computador, apenas utilizando o mecanismo de copiar e reproduzir (Control C/Control V), amealharam informações envolvendo anônimos ou figurões envolvidos na campanha.
Um caso emblemático, por exemplo, foi a frenética participação da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) na reta final de campanha.
Rasgando e documentando
Ela chegou a ponto de percorrer comunidades rurais com promessas de benefícios, em troca de apoio a seus candidatos, além de comandar operação para substituição de cartazes da candidata adversária, Larissa Rosado (PSB), por peças similares de Cláudia. Veja AQUI.
Um filho e um sobrinho da governadora participaram dessa operação como simplórios militantes e operários, encarregados de rasgarem as peças de propaganda adversária, colando as novas.
No momento, Marlos Rosado (filho de Rosalba) e Betinho Segundo (sobrinho), integrantes desse “comando”, fazem parte do secretariado da prefeita cassada Cláudia Regina. Prêmio pelo esforço de campanha?
O caso ganhou enorme repercussão, principalmente porque a própria assessoria da governadora apressou-se em divulgar a “mudança” dos eleitores, espalhando fotos em redes sociais. Chegou-se a produzir também um vídeo, mas em face do desatino com as fotos, houve surpressão de sua veiculação também na Internet.
Simplificando: a própria governadora, familiares e auxiliares abasteceram o MPE e opositores às demandas judiciais que hoje enfrentam.
Há nítida mistura de estupidez com prepotência nessas situações. Não podem reclamar. São culpados pelos próprios aborrecimentos de agora.
Enfim, na próxima campanha o recomendável é mais parcimônia. Prudência, prudência com a língua e nas teclas.
Cada um segure seus pitbulls e pitburros.