domingo - 13/08/2023 - 06:50h

A mentira clássica…

Por François Silvestre

Foto captada na Web, sem identificação de autoria

Foto captada na Web, sem identificação de autoria

da honestidade militar.

Essa história de que os quarteis são templos de honestidade e retidão é apenas uma bela e falsa estória.

Há relatos de agressões entre militares, nos clubes do generalato reservista, sobre ladroagem, que saltam nas folhas de memorialistas da própria caserna. Basta ler as memórias de Nelson Werneck Sodré, Assis Brasil, Juarez Távora, Teixeira Lott, pra citar apenas estes.

Há um fato muito grave, que teve repercussão no período ditatorial, sobre uma questão envolvendo dona Iolanda Costa e Silva, mulher do ditador de mesmo sobrenome, que influiu na própria autoridade do General. Nas redações dos jornais a noticia corria franca, mas a censura não permitia publicação. Envolvia a primeira dama e coronéis. Costa e Silva perdeu autoridade internamente. Tanto que ao tentar revogar o AI-5, sofreu uma agressão verbal de um coronel, ao gritar “você não vai revogar porra nenhuma”.

O resultado foi um AVC e o impedimento de Costa e Silva, juntamente com o veto ao vice-presidente Pedro Aleixo. Assumiu uma junta militar, que foi denominada por Ulisses Guimarães de “os três patetas”.

Eu militava na época, quando saía da cadeia, no jornalismo em São Paulo. Freelancer no Jornal de Tarde, revista Visão, fundação da Gazeta do Brás, chefia de redação do Boletim Cambial. Frequentava as redações de vários jornais. As notícias sobre corrupção e corruptos, entre militares e políticos, eram vastas e abundantes.

Só não se podia publicar. O derrame de dinheiro na construção da Transamazônica, governo do torturador Médici, foi na mesma dimensão da quilometragem da própria rodovia. Todo mundo sabia e comentava. Entre cochichos e medo.

O que fez o general Pazuello no Ministério da Saúde? Corrupção. Se não há a denúncia preventiva, tudo teria se consumado. Com muita grana empenhada para compra de vacinas inexistentes. Essa patifaria de agora é ficha pequena nessa história. Se Bolsonaro houvesse sido eleito, nada disso seria descoberto ou punido. Nisso, a Bíblia citada pela operação da PF seria desmentida.

“Quando a política entra no quartel pela porta da frente, a disciplina sai pela porta dos fundos”. Não lembro do general que disse isso. Só não é verdade pela simples razão de que, no Brasil, a política nunca saiu dos quarteis. E por nunca ter saído, confunde-se com corrupção e golpes. São incontáveis os golpes. Entre os tentados e os consumados. É isso. Pobre e sempre jovem Democracia, posto que nunca deixam que ela amadureça.

François Silvestre é escritor

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sexta-feira - 19/05/2023 - 13:06h
Opinião

Duelo entre duas quadrilhas

Por François Silvestre

Tudo dentro de um fórum com as mangueiras ligadas, água jorrando na lama, e o sabão escasso. Ficou de resto a sujeira de um Lava Jato moralmente decadente. Ponto. Tape o nariz, fedor, catinga, podridão, corrupção

Eram bandidos os investigados? Sim. Uns pela exuberância de provas e outros pela confissão delatada, e deletéria. Ou pelo volume indiciário e convergente, que constitui prova, segundo ensinou Hely Lopes Meireles.

Políticos corruptos confessos, exemplo de Antônio Palloci, que chegou a devolver dinheiro, nem precisa comentar. Diretores de estatais, confessos. Empresários corruptores, confessos. Os montes. Bandidagem cristalina e indiscutível. Não é opinião. São fatos. Constituiu a primeira quadrilha.

Foram bandidos os investigadores e julgadores? Sim. O uso do aparato policial, da formação de culpa ministerial e do julgamento com fins distantes do alcance da prescrição legal, com fins outros, de interesses políticos configurados, confirmados, constitui crime. E quem pratica crime em grupo configura quadrilha.

Policia Federal, por alguns agentes, instrumentalizada; Ministério Público, sob o comando de um Procurador, ao arrepio escancarado da lei, montando um aparato probatório que teve tudo para prover nulidade, como ocorreu, com chantagem, negociações entre delinquentes, uso abusivo de delações e outros métodos inconfessáveis. Tudo sob a orientação, acompanhamento, sugestões de operações e outras mumunhas do próprio Juiz julgador do feito.

Embate entre duas quadrilhas. Uma quadrilha público-privada versus outra quadrilha forense. Deu empate.

Tudo politicamente montado. O que tinham com isso Lula, Dilma, José Genoino, por exemplo? Nada. Não alcançaram Dilma, juridicamente. Politicamente a descartaram. Não encontraram Lula na Petrobras, alvo da Lava Jato, foram atrás de um triplex e de um sítio, ambos sem comprovação de propriedade.

Duas sentenças, uma do primeiro juiz, pobre de Literatura e escassa de Direito. Língua e Lei agredidas. A segunda sentença, de outra juíza, cópia da primeira, clone do primeiro juiz.

Taí o resultado. Julgamento popular com eleições, procedimentos jurídicos corretivos de rumos, tentativas frustradas de golpe, escândalos aos borbotões de “vestais” que vendiam a mentirosa carapuça de moralidade, quando, na verdade nua e crua, são apenas fariseus vendendo trapos, como sendo o manto de Cristo, e fatiando pedaços de madeira podre como sendo relíquias da Cruz.

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quinta-feira - 11/05/2023 - 09:06h
Crônica

Padre Vieira e D. Helder…

Por François Silvestre

…a repetição que não foi farsa.

Foto ilustrativa (Reprodução)

Foto ilustrativa (Reprodução)

Na abertura do Dezoito de Brumário Karl Marx retoma Hegel para lembrar que o genial pensador declarara ser repetitivo na História grandes eventos ou ilustres personagens. Porém, Marx ressalva que Hegel esquecera de afirmar outra verdade, qual seja, que na repetição o fato ou personagem é a farsa da tragédia repetida.

O Padre Antônio Vieira, pensador, orador, argumentador ferino, sábio da igreja católica, infernizava, com seus Sermões, o sossego do poder oficial da Corte, nos idos da metade do século XVII. E esse poder agiu, conseguindo da Cúria Romana a imposição do silêncio ao padre Vieira. O famigerado silêncio “obsequioso”. A língua do Padre Vieira incomodava.

Padre Vieira obedeceu, não sem antes ferir, ferinamente, a estupidez. E declarou: “Deus, na sua infinita misericórdia, fez surdos os que eram mudos e fez mudos os que eram surdos. Posto que até a natureza, provocada pelo grito, responde com o eco”.

Honório de Medeiros escreveu sobre D. Helder e o chamou de Santo (veja AQUI). Pois pois, confirmaria o Padre Vieira. O Bispo D. Helder Câmara também foi vítima do Silêncio “obsequioso”. Repetição de Vieira. Só que, em vez de farsa, foi a tragédia repetida e agravada. Por que agravada? Porque ocorrida quatro Séculos depois. Sem reinos e sem reis absolutos. Apenas Ditadores truculentos e assassinos, nos tempos da modernidade.

A Ditadura militar do Brasil conseguiu, tal qual a Corte de Lisboa, que a Cúria Romana calasse a voz de D. Helder. Diferentemente do Padre Vieira, D. Helder silenciou humildemente. E fez mais. Quando o papa silenciador veio ao Brasil, D. Helder ajoelhou-se aos seus pés e beijou-lhe as mãos. O Papa, inteligente e culto, deve ter pensado: “Meu Deus, isso é Jesus beijando as mãos lavadas de Pôncio Pilatos” . Baixe o pano.

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quinta-feira - 27/04/2023 - 08:26h
Foi a morfina

A vítima vira cúmplice…

Por François Silvestre

…do roubo que sofreu.

Defesa de Bolsonaro garante que ele não estava consciente (Foto: CNN)

Defesa de Bolsonaro garante que ele não estava consciente (Foto: CNN)

Isso aconteceu numa casa de praia na Zona Norte de Natal. A família viajou para o Sudeste, deixando a casa sob a guarda de um cuidador diário, sem vigilância noturna.

Um mês após voltar do passeio, a família foi informada pelo zelador da casa de que a mesma fora invadida e que os ladrões levaram tudo que havia de valor na bela casa de veraneio.

O zelador prestara queixa na delegacia do Município, orientado por vizinhos. O proprietário foi à mesma delegacia confirmar o roubo e prestar informações sobre os bens roubados. O Delegado, muito prestativo, como são todos os delegados, principalmente na presença dos “homens de bem”, prometeu diligências.

Dias depois, o Delegado informou que um suspeito fora preso. A vítima ficou satisfeita. Ao chegar à delegacia, notou um comportamento estranho do Delegado. Ao perguntar sobre a apuração, o dono da casa ouviu uma resposta evasiva. “Tem um problema”, disse o delegado. “Que problema”? pergunta a vítima. “O senhor deixou uma janela sem tranca, no oitão direito da casa”. A vítima espantou-se. “Como o senhor sabe disso”? Resposta: “O jovem que invadiu a casa informou esse detalhe”.

“E daí”? Perguntou a vítima. “E daí? O senhor é corresponsável pelo evento, por negligência no cuidado com a segurança da sua casa “, respondeu o delegado. E a vítima abismado indagou: “Sou cúmplice do assalto que sofri”? O Delegado, meio bobo, mas esperto, respondeu: “Cúmplice, num sei. Mas facilitador”. Dia seguinte, a vítima descobriu que o preso era parente próximo de um influente empresário apoiador de um importante político do Estado.

Taí. Qualquer semelhança com a “cumplicidade” do governo na tentativa de golpe contra o próprio governo não é apenas semelhança. É a mesma patifaria.

Bolsonaro disse “estar sob efeito” de Morfina quando fez postagem sobre o Oito de Janeiro. Pronto. Temos um presidente usuário de Morfina? Já houve um presidente acusado, pelo próprio irmão, de usar Cocaína.

Em plena Casa da Dinda. Só falta a Heroína pra completar o “heroísmo” dos patrioteiros. Ou seriam patribabacas?

Ou somos nós os idiotas?

Leia também: Defesa diz que Bolsonaro estava sob efeito de morfina.

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domingo - 09/04/2023 - 08:48h

Os golpes que abundam…

Por François Silvestre

e a bunda que impediu um golpe.

Pensa você que cito uma piada? Não. Uma ficção graciosa? Também não. É o relato de um fato real da nossa República. Essa República retalhada, cujos retalhos formam uma coberta esgarçada, tecida com fios de estopa.

Prudente, de volta à cadeira, para continuar no cargo (Reprodução)

Prudente, de volta à cadeira, para continuar no cargo (Reprodução)

Manuel Vitorino Pereira, um vice com ambições (Reprodução)

Manuel Vitorino Pereira, um vice com ambições (Reprodução)

Pois conto. No segundo governo da República, eleitos Prudente de Morais e Manoel Vitorino, aconteceu esse fato. Prudente perdera para Deodoro, na primeira disputa. Floriano fora eleito vice-presidente na chapa de Prudente.

Os florianistas tentaram convencer Floriano a permanecer na presidência. E ele próprio cogitou disso. Mas, a eleição de Prudente de Morais, a primeira eleição de fato, esfriou a tentativa. Até pelas ligações de amizade e a condição de aliados de Floriano e Prudente.

Era o segundo período republicano. De 1894 a 1898. Em Novembro de 1896, Prudente adoece, e o baiano Manoel Vitorino assume o governo. Se não erro, acho que Vitorino foi o único baiano que assumiu a presidência. Passam os meses de Novembro e Dezembro daquele ano, entra 1897 com Vitorino na presidência. Em começos de Fevereiro, Prudente de Morais, curado, informa que já pode reassumir a presidência. Manda recados a Vitorino, que nada responde.

Prudente de Morais convoca seu conselheiro Bernadino de Campos, mineiro que fez carreira jurídica e política em São Paulo, tendo sido inclusive governador daquele Estado, para intermediar o acerto de transmissão do cargo com o presidente interino. Bernardino de Campos vai ao Palácio falar com Vitorino, várias vezes. O interino ouvia, ora silenciava, ora dizia não haver pressa.

Bernardino informa a Prudente que não adiantava sua intermediação. Então Prudente decide de outra forma. Primeiro, pede a Bernardino que faça um mapa do Palácio com a localização do gabinete presidencial. Você pergunta: “Como assim, Prudente não conhecia o Palácio”? Exatamente. Prudente não conhecia o Palácio.

Durante a interinidade de Manoel Vitorino, ele comprou o prédio do antigo Palácio Nova Friburgo, de herdeiros falidos, com problemas hipotecários, e transferiu a Presidência da República do Palácio Itamaraty, no centro do Rio, para esse novo Palácio, agora denominado do Catete. Bernardino fez o mapa, e informou a Prudente que Vitorino chagava ao Palácio rigorosamente às nove horas da Manhã.

Prudente de Morais desce de Petrópolis, onde esteve doente, hospeda-se numa pensão na Rua do Príncipe, hoje Silveira Martins, oitão do Palácio do Catete. Na manhã seguinte, às oito horas da manhã, dirige-se ao Palácio. O corneteiro, ao avistá-lo, executa o toque de praxe. Todos pensam que Vitorino havia chegado cedo. Prudente entra no palácio, empertigado e sisudo, dirigindo-se para o gabinete da presidência.

Quando Manoel Vitorino chega, toma conhecimento, vai ao Gabinete. Ao entrar, recebe o bom dia de Prudente, sentado na sua cadeira, que lhe informa: “Senhor vice-presidente, reassumi a presidência da República, mande algum servidor pegar seus pertences pessoais e transferir para o gabinete que o senhor escolher”.

Era começo de Março de 1897.

Foi ou não foi uma bunda na cadeira que impediu mais um dos golpes ou tentativas deles que abundam na República?

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domingo - 19/03/2023 - 07:28h

A verdade é singular…

Por François SilvestreMentira, pinóquio, falsidade, fofoca

…a mentira é plural.

 

Uma verdade é coisa simples,/

solitária.

Não precisa de companhia./

 

A mentira é multidão,/

não se basta só.

carece do amparo de outras mentiras./

 

Pra cada mentira original,/

nasce uma ninhada.

Que se agasalha sob as asas da mentira mãe./

 

Parece o verso do Poeta João,/

lembra?

“Um galo sozinho não tece uma manhã.”/

 

A mentira solitária não tece uma versão,/

precisará de outra mentira.

Pra ir a outros quintais./

 

E de quintal em quintal,/

as mentiras tecem uma verdade.

Até que a teia do embuste/

se agasalhe nos ouvidos desatentos.

 

Se pra cada regra há exceção,/

há uma nessa regra.

Não é mentira a mentira da ficção.

François Silvestre é escritor

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quinta-feira - 09/03/2023 - 09:24h
Das Arábias

Brilhantes lapidados…

Por François Silvestre

… para uma dilapidada República.

Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Foto: AFP)

Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Foto: AFP)

Um príncipe nababo da Arábia Saudita, matador e esquartejador de jornalistas, prendedor da própria mãe, onde mulheres são objetos de uso para machos, sem direito de falar em público, apaixonou-se pela República do Brasil.

E sendo ela qualquer mulher do seu agrado, resolveu presentar com colares e brincos. A qual cama, ou em que esbórnia, ele iria deitar e lambuzar-se com essa República, beijando-lhe o pescoço ornado de peças lapidadas, e acariciando as orelhas enfeitadas de brilhantes brincos, não se sabe.

As camas da alfândega não são aconchegantes. Mas, como se diz que não era presente pessoal e sim para o acervo da República, tudo leva a crer que a cortesã republicana deitaria num beco, com ou sem saída, ou entrando e saindo.

Sabe-se de ciência própria e da anatomia institucional que nenhuma república, por mais esculhambada que seja, por mais prostituída que seja, possui pescoço ou orelhas. Ora, se a república não tem orelhas nem pescoço não poderá ser presenteada com brincos e colares. Elementar, meu caro Watson.

Para o general Heleno, não foi. Para Damares, também não. Sobra quem, nesse grau de importância? Há orelhas sobrando nesse cipoal e pescoço faltando nessa forca. Viva a República dilapidada, no brilho lapidado da mentira!

Leia também: Além de joias para Michelle, Bolsonaro também ficou com as suas.

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domingo - 12/02/2023 - 08:48h

O olho e o olhar

Olhar, susto, medo, pânico, olhos, psicosePor François Silvestre

A mesma coisa?

Não.

 

Mesmo um sendo/

e o outro saindo/

do mesmo lugar,/

cada um é uma coisa./

 

O olho é espião do dono,/

o olhar, não./

O dono manda no olho,/ não controla o olhar./

 

O olhar é o dedo-duro/

do dono do olho./

O olho espia,/ o olhar denuncia./

 

O dono tem olho,/

o olhar não tem dono.

François Silvestre é escritor

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domingo - 29/01/2023 - 09:04h

Tomás

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Por François Silvestre

Aproveite o recurso prometido/

E renove o estoque de Kaol./

 

Estrelas opacas/ nos ombros recentes/

Indicam Kaol vencido./

 

Vencido também o tempo/

do caráter opaco,/

Em cujos ombros brilhou a indecência.

 

Viu-se de tudo,/ menos o brilho das estrelas,/

Nos bolsos recheados do generalato/

da concupiscência./

Velhos, pijamados, cínicos,/

de trapaças e golpes sonhados./

Agora, recolhem-se, vencidos,/

Na alcova imunda, a lamber, no resmungo,/

as feridas nojentas dos decaídos./

 

Pois seja, General Tomás,/

o polidor de estrelas novas./

Exiba-se, sem temor, à luz do sol./

E em vez do viagra, na suspeita compra,/

ponha nos ombros o brilho da paz./

Renovando ou não o estoque de Kaol.

François Silvestre é escritor

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domingo - 22/01/2023 - 10:24h

Poema do bicho gente

homem e macaco - site provérbio e frasePor François Silvestre

Não há bicho mais sabido

do que gente.

Não há bicho mais estúpido

do que gente.

Não há bicho mais covarde

do que gente.

Não há bicho mais valente

do que gente.

Não há bicho mais odioso

do que gente.

Não há bicho mais amoroso

do que gente.

Não há bicho mais parecido com bicho

do que gente.

Não há bicho mais diferente de bicho

do que gente.

 

De tantas diferenças e semelhanças

por que não imitar os bichos,

No que eles têm de copiar?

 

Imitar formigas,

carregando em grupo folhas para os bivaques.

Imitar abelhas,

inventando o doce no sabor do mel.

Imitar borboletas,

no voo livre de vida breve.

 

Se for pedir demais,

imitar o jumento.

E rinchar de ira, sem perdão,

Nas grotas sangrentas da civilização.

François Silvestre é escritor

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domingo - 15/01/2023 - 08:00h

Bengala, ainda não!

Por François Silvestre

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Quando criança, a dádiva da infância recebe o mundo de presente,

O sol era meu, o riacho também. Vivi.

 

Adolescente, esgotei, entre alegrias e atropelos, toda a paisagem, sem fronteiras,

Nas trilhas da adolescência. Vivi.

 

Maturidade, abocanhando todos os gostos, bons e ruins no quintal do mundo,

Maduro, não precisei cair da árvore, amarelo ou podre.

Fui colhido pelas mãos da luta. Vivi.

 

Agora, na velhice, não sou velho. Misturo tudo, nacos de cada tempo. Maturidade, o sabor. Adolescência, a esperança. Infância, a irresponsabilidade.

Direito de peidar no palco. Colocar o dedo maior de todos, em pé, ladeado pelo indicador e o anelar, dobrados, e apontá-lo para os hipócritas!

Vivo!

François Silvestre é escritor

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quinta-feira - 12/01/2023 - 23:04h
Presidente

Confirmação de voto

Voto, votação, eleiçõesPor François Silvestre

Se Lula houvesse roubado o petróleo do mar, da terra, a gasolina dos postos, ganhado de propina setenta triplex espalhados por várias praias, cento e cinquenta sítios de Atibaia, comprado vinte jatinhos, depositado milhões na Suíça, comprado juízes e nomeado filhos e netos pra cargos comissionados, falsificado documentos pra sonegar impostos, desviado obras de arte do Alvorada, mentido sobre sua paternidade, sobre seu nascimento, sobre seu emprego de metalúrgico, ainda assim, com toda essa constatação, eu estaria, como estou, satisfeito por ter votado nele.

Lula ganhou, apertadamente, uma eleição que derrotou uma ditadura programada pra ser estabelecida e legitimada por via eleitoral. Uma bandidagem.

Com amparo nas guaritas das Forças Armadas, na Policia Federal contaminada, na Policia Rodoviária instrumentada, nas policias estaduais infiltradas. Um esquema ditatorial que faria da Ditadura Militar de 64 uma imagem pífia da barbaridade.

Eles esperavam vencer. Perderam. Não implantaram, após a derrota, por covardia e falta das condições objetivas de apoio internacional.

Foram tão cretinos e safados que usaram idiotas pra produzirem o caos. Patriotários, patribabacas. E serem chamados pra manter a ordem. Esqueceram que Lula é cobra criada, num foi na onda. Botaram o rabo entre as pernas, e esperneiam agora pra fugirem da responsabilização.

Viva a Democracia.

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quarta-feira - 11/01/2023 - 15:20h
Opinião

Fascismo, rebanho…

Por François Silvestre

Girão é deputado federal pelo RN, compondo o bolsonarismo (Foto: assessoria)

Girão é deputado federal pelo RN, compondo o bolsonarismo (Foto: assessoria)

…e facínoras.

O que aconteceu no dia 8 de janeiro não tem precedentes. Ou melhor, precedentes factuais, dos fatos consumados. Há a precedência do fascismo tupiniquim na república brasileira, com sucessivos golpes, contra golpes, tentativas e ingerência militar, de energúmenos fardados. Que juram a disciplina, a hierarquia, a lealdade, porém, muitos deles fazem desse juramento um papel embrulhado para limpar o fiofó. Ponto.

Os cretinos que tentam passar pano nos atos terroristas, facínoras, ousam atentar contra a nossa inteligência, lembrando fatos passados de oponentes para justificar o Oito de Janeiro. Nunca, jamais, houve nada sequer parecido. Nem do MST, Cut, Blakbloks, ou qualquer outra merda, que tenha agido com violência.

Mas, nada parecido que mereça comparação. Nada. Quem compara é apenas um bandido caseiro, que sem coragem de agir, ou se misturar ao rebanho, fica no conforto de casa aplaudindo seus colegas de safadeza, covardia e terrorismo.

Esse generaleco, deputado e general de miçanga, nas duas qualificações, Girão, do Rio Grande do Norte, esteve no acampamento do Quartel, em Brasília, com um megafone incitando e sugerindo atos terroristas. Tá gravado. Ele diz claramente: “Não vim antes porque ainda não estava diplomado”. Pois bem, o TSE deve cassar sua diplomação, sob pena de prevaricação. Não é momento de passar mão na cabeça de ninguém, sob a cavilosa farsa de apaziguamento.

A Democracia é um bem caríssimo, frágil, não pode ser desguardada. A hora é de cortar raízes. Não basta descascar os caules nem aparar os galhos. É urgente enchiqueirar os tocadores do rebanho.

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domingo - 01/01/2023 - 04:10h

Antropologia da miséria…

Por François Silvestre

…ou miséria da antropologia.

A inversão substantiva tem o propósito de evitar que algum marxista da terrinha faça graça usando a resposta de Marx a Proudhon. Ao escrever a “Filosofia da miséria”, o anarquista recebeu de resposta o clássico “Miséria da filosofia”, no qual Marx triturou Proudhon. Mas isso é outra história…Messianismo, messiânico, Antônio Conselheiro, fanatismo,

Há muito tempo, nem lembro quando, escrevi que o Brasil não possuía Povo. Isto é, não existe povo brasileiro. Definitivamente, ainda não. Há um pré-povo, ora em formação, ora em deformação. E em cada processo deformador, mais longe fica a esperança do surgimento de um Povo.

Sérgio Buarque, o antropólogo da bondade, produziu uma obra ingênua, quase bocó, concluindo que o “brasileiro é um povo cordial”. Bobagem antropológica. Gilberto Freire, na sua obra capital, Casa Grande e Senzala, edificou um armazém cheio de assertivas verdadeiras, mas construiu um galpão lotado de conclusões equivocadas. Rui Facó bateu na trave, ao tratar das distinções contidas ou confundidas no estuário entre o fanatismo e o cangaço.

Darcy Ribeiro, o antropólogo do otimismo, partia de uma assertiva da mistura étnica, que sairia da combinação da tecnologia do europeu, da naturalidade do índio e da espiritualidade do africano. Muito bonito, mas o resultado, até agora, carece de beleza. Manoel Correia de Andrade e Josué de Castro trataram da geografia antropológica, tendo o homem como o centro geográfico da sua própria compleição, acima e mais importante do que a geografia. Não ousaram prever o resultado. Denunciaram. Assim o fez Paulo Freire, na sua máxima, “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor”.

Fico nesses. Esse movimento messiânico que assistimos agora, do bolsonarismo, e todo messianismo carrega dosagem saturada de estultice, e toda estultice alimenta-se de violência, seja física ou verbal, é uma novidade social ou política? Não. Não mesmo. É da nossa antropologia.

O que foi Canudos? Um movimento messiânico, sob a gerência de um anacoreta fanático, que abominava a República, ainda no seu nascedouro, na última década do Século Dezenove, e pregava a volta da Monarquia, sob a regência de Deus. E o Conselheiro era o porta voz da divindade.

O que foi o Contestado? Um movimento de origem politica, de fronteiras, que foi aproveitado pelo messianismo, também pregando o fim dos tempos, e negando a política temporal. Zé Maria, Maria Rosa e Adeod ato. Dois monges e uma monja. Na segunda década do Século Vinte.

O que foi o Caldeirão? Movimento messiânico no Sertão do Cariri, sob a orientação fanática dos Beatos Zé Lourenço e Severino. Sob a proteção meio escondida do Padim Cícero. Inclusive doou o terreno do acampamento. Pregavam o fim do mundo para breve, e para lá rumaram inúmeras famílias que abriram mão de todos os pertences, cujos poucos sobreviventes voltaram miseravelmente pobres. Muitos da região Oeste do Rio Grande do Norte.

Aí você pergunta: São movimentos comparáveis? Respondo: Do ponto de vista das motivações, dos hábitos, das intenções, da cultura, Não. Bem distintos.

Mas possuem todos eles a mesma carga cromossomática da nossa ainda miserável antropologia. É aí onde se pode avaliar a comparação, mesmo com todos os dados de distinção. Não é um povo, quem se repete em estupidez coletiva de tempos em tempos. Não é. Torcer pela evolução e transformação em povo é bom. Mas a torcida não pode preceder à avalição dos fatos. 

Somos um pré-povo, inculto, pouco dado ao estudo, pouco afeito à reflexão, de fácil manipulação, de tendência à condição de rebanho. Triste. Muito triste. Mas se quisermos evoluir, precisamos nos conhecer.

François Silvestre é escritor

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domingo - 11/12/2022 - 06:46h

O “golpe” sonhado foi apenas…

Por François Silvestre

…sonho de quem queria e pesadelo de quem temia.

O que esteve e continua presente na impossibilidade do golpe, que nunca temi, é a falta de condição objetiva para o sucesso da empreitada. Golpe

Você pergunta: O que danado é condição objetiva? É o conjunto de causas e situações que permitem a consumação da tentativa.

Vou desenhar. Um sujeito compra uma propriedade, na caatinga, cuja terra é completamente tomada por terreno arenoso. Sem qualquer área alagada. Sua pretensão é plantar arroz. Conseguirá? Não. Ou melhor, pode até plantar, mas nascerá o arroz? Não. Por quê? Porque o arroz precisa obrigatoriamente de área alagada para prosperar. Pra nascer. Se não tem uma vazante de açude, um alagado de lagoinha, uma ribeirinha de riacho ou córrego, não se pode plantar arroz naquele terreno. Porque o alagado é condição objetiva necessária para o plantio de arroz. Sem cuja existência a impossibilidade da colheita é absoluta.

Há condições objetivas, no Brasil de hoje, para um golpe de Estado? Não. Absolutamente não. Há quem queira? Sim. Mas é preciso recorrer a uma lição de guerra. Não tema do inimigo o que ele quer, tema o que ele pode. Os que querem o Golpe podem consumá-lo? Não.

Falta absoluta de condições objetivas. Tanto interna quanto externamente. Não interessa às Forças Armadas, única força capaz de consumar um golpe, o rompimento da ordem constitucional para uma aventura cujo desfecho seria a marginalização do Brasil no mundo de hoje.

Todos os países compradores e vendedores do e ao Brasil já declararam apoio à legitimidade do pleito que derrotou Bolsonaro. Todos. E só Bolsonaro aceitaria esse rompimento, porque é da sua índole o esgarçamento da sociedade.

Um “patriota” de mentira, um “estadista” de missanga e um “honesto” de fancaria. Só. Vai ficar feito maluco estimulando um bando de vagabundos que repetem chavões sem compreensão da realidade nem qualquer senso do ridículo.

Vão plantar arroz na pedreira, onde nascem os cactos.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
quinta-feira - 08/09/2022 - 19:52h
Crônica

Morreu uma rainha…

Por François Silvestre

…e eu lamento e fico triste.

Rainha Elizabeth reinava desde 1952 e faleceu nesta quinta-feira (8), na Inglaterra (Foto: Web)

Rainha Elizabeth reinava desde 1952 e faleceu nesta quinta-feira (8), na Inglaterra (Foto: Web)

Nunca gostei da pompa besta das cortes ou dos palácios. Criticava e produzia ironias quando Renato Machado, na Globo, noticiava o nascimento de um príncipe inglês, e falava até sobre o cocô saudável do novo herdeiro da corte bretã.

Mas, sou um escravo da condição humana. Essa miserável e bela condição dos seres pensantes, que pensam serem superiores e terminam todos na mesma vala da insignificância, na mastigação voraz da Terra.

A Rainha da Inglaterra morreu. Lamento. Há, dela, na minha memória, um episódio nada heroico ou exuberante, que me fez seu admirador. Foi sobre a morte da sua nora, a princesa Diana. A corte inglesa estava sob ataque, e ela suportando bordoadas.

Ela decidiu sair ao desabrigo da rua. E havia um pátio grande com muitas flores, fotos, homenageando a princesa morta. Ela caminhou entre as flores e os presentes.

Nisso, ela viu uma criança com um ramalhete de rosas. Aproximou-se da menina e perguntou: “Quer que ponha lá”? A menina disse: “Não”. Ela fez uma cara de tristeza ou decepção e respondeu: “Tá certo”. Aí a menina disse: “Não é pra colocar lá, é pra você”. O rosto dela transformou-se, de triste para gratidão, “Ô, muito obrigada”. Recebeu o ramalhete e saiu vencedora.

A condição humana. Há um fosso entre a senzala e o palácio. Intransponível. O da senzala não vive, existe miseravelmente. O do palácio vive, entre o luxo e a desgraça humana. Porém, numa coisa terminam todos do mesmo jeito. Todos, da senzala ou do palácio, sem exceção, escravos do mesmo destino. A morte.

Leia também: Morre Rainha Elizabeth II aos 96 anos.

Contudo, o destino da vida não é determinante. Da morte, sim. Mas a desgraça da vida, na injustiça da desigualdade, é obra nossa. Dos que detém o poder de comandar e dos que sofrem esse comando sem a revolta de lutar.

Morreu uma Rainha. E o mundo continua vassalo da exploração.

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quinta-feira - 25/08/2022 - 21:00h
Opinião

Aécio Neves…

Por François Silvestre

…o neto sem avô.

Quando Auro Soares de Moura Andrade, que fora preterido por Jango para ser primeiro Ministro no parlamentarismo, aproveitou a movimentação militar que acabou derrubando o governo legítimo, estando na presidência do Congresso, gritou no microfone da Mesa: “Declaro vaga a Presidência da República”, recebeu do deputado paulista Roger Ferreira uma cusparada na cara. E da sua cadeira levantou-se o deputado Tancredo Neves, gritando: “Canalha! Canalha”!

O jovem Aécio Neves e o avô, Tancredo, no início dos anos 80 (Foto: Web)

O jovem Aécio Neves e o avô, Tancredo, no início dos anos 80 (Foto: Web)

Pois é. Tancredo avô de Aécio. O que restou dessa genética? Restou o preparo de leitura? Não. Restou a maneirice mineira? Não. Restou a dignidade moral? Não. Restou a coragem cívica? Não.

Aécio Neves desavosou-se. Não é neto do seu avô. Fosse, teria aproveitado a oportunidade do momento. Qual? Ele questionou o resultado das eleições, quando perdeu pra Dilma. Foi um questionamento legítimo? Foi. Direito dele. Após as apurações constatou-se a lisura do resultado. E ele aceitou, acatando o resultado das urnas.

O que ele deveria fazer agora, se neto de Tancredo fosse? Declarar publicamente que após o seu questionamento o resultado eleitoral estava correto. E fazer a defesa da Democracia, da Justiça eleitoral e das urnas eletrônicas.

Mas não o faz. É um neto sem avô político. Sem avô histórico. E deixa Tancredo, que tanto o amava, na condição de avô desnetado.

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quinta-feira - 11/08/2022 - 18:22h
Opinião

Medalhas de ouro

Por François Silvestre

Os generais do Brasil, aqueles que se encastelam nos cargos comissionados, não são sucessores de Caxias. São espertos politiqueiros, diferentemente, espero, dos que se aboletam nos quartéis, no comando de tropas. Espero.

General Braga Netto recebeu quase um milhão de reais em dois meses (Foto: Marcelo Camargo)

General Braga Netto recebeu quase um milhão de reais em dois meses (Foto: Marcelo Camargo)

Mas no peito deles, encastelados no poder, quando fardados, sobram medalhas. E comendas. E estrelas nos ombros.

Comendas de batalhas de ficção. Lutas de mentira. E estrelas de latão. Valentes para ameaçar a democracia e o poder civil. Muito valentes contra desarmados. Contra inermes. E todo valente armado contra indefeso desarmado não é valente merda nenhuma. É covarde.

As estrelas de latão brilham por força do kaol. E não pelo mérito áurico. Mas eles, os generais do palácio, ostentam no peito medalhas de ouro. Feitas de ouro? Não. Banhadas de ouro? Não. Nada disso. São medalhas que eles preferem não ostentar, se não por vergonha, pelo menos por um resíduo de pudor. São as medalhas do Contracheque. Brilhantes, envergonhadamente brilhantes.

São esses os que questionam as urnas. Debocham das eleições. E não querem abrir mão de privilégios, vizinhos da ilegalidade. Irmãos da imoralidade!

Leia também: General Braga Netto recebeu quase R$ 1 milhão em dois meses.

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segunda-feira - 18/07/2022 - 13:32h

O sucesso do Brasil…

Brasil, bandeiraPor François Silvestre

…incomoda Bolsonaro.

O Brasil é um país de poucas admirações internacionais. Mas, há dois sucessos brasileiros que são reconhecidos internacionalmente.

Programa de vacinação nacional, tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde, merece aplauso e respeito pelo mundo todo. Unanimidade que nada tem de burrice, tem de orgulho nacional.

Sistema eleitoral brasileiro, após a implantação das urnas eletrônicas, substituindo a forma precária dos votos em papel, que produziam fraudes quase como regra, as famosas bejeiras, substitutas das eleições da República Velha, do bico de pena, é também motivo de respeito internacional.

Será mera coincidência o fato de que Bolsonaro detesta, com todo vigor da sua fúria, exatamente essas duas ferramentas? Claro que não. Bolsonaro não gosta do Brasil, não gosta do povo, não gosta da Democracia. Bolsonaro gosta de Bolsonaro. Só. Pouco se lhe dá os sucessos do Brasil. Porém, entretanto, mas porém, há estupidez pra todos os gostos. A estultice não é privilégio apenas dos imbecis. Há instruídos no meio desse cipoal.

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sexta-feira - 08/07/2022 - 19:26h
Constatação

Os doadores de bosta…

André Stefano Dimitriu Alves de Brito jogou artefato com fezes e foi preso (Foto: reprodução)

André Stefano Dimitriu Alves de Brito jogou artefato com fezes e foi preso (Foto: reprodução)

Por François Silvestre

…e a campanha de rua.

Lembro de uma estória antiga que contava um episódio didático. Um senhor mandou para um desafeto uma caixa de sapato, enrolada em papel celofane, contendo bosta de cavalo. O recebedor do presente devolveu ao inimigo um ramalhete de flores. E pôs um cartão com a frase: “Mando-lhe flores, que as tenho de sobra, enquanto você me manda merda, que deve sobrar na sua casa”.

Pois pois. O Bolsonarismo é riquíssimo em posse de merda. Foi merda espalhada por um drone. Depois, foi merda jogada no carro de um juiz. Ontem, na Cinelândia, diante da águia dourada do Teatro Municipal, um bolsonarista explodiu uma bomba de bosta (veja AQUI). Quem tem chefe cagão, possui cocô de sobra.

Essa é a marca da campanha; um lado oferecendo Democracia e o outro ofertando bosta. Cada um doa o que tem de sobra.

Estou convencido de que a campanha deve reduzir eventos públicos a céu aberto. É limitar-se a eventos fechados, com ampla divulgação nas redes sociais e na imprensa tradicional. E deixá-los estocando merda. Certamente farão bom uso dela. Será uma campanha suja, no sentido mais literal da expressão.

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sexta-feira - 01/07/2022 - 11:10h
François Silvestre

Aforismos desaforados…

letras, palavras, teclas, textos, nomes, datilografia, teclas, tecladoPor François Silvestre

O rio que passa é sempre outro”, mas as margens são as mesmas.

A rede é a mesma, o que muda é o endereço dos armadores.

A espuma, no chope, carrega a carícia de uma nuvem que se hospeda na mesa do bar.

O sonho é a ressurreição continuada da ilusão.

O antônimo da vida não é a morte, é a desesperança.

A criança é um aprendiz de adulto, e o adulto é uma criança que desaprendeu.

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quinta-feira - 23/06/2022 - 12:26h
Brasil

República nanica

Por François Silvestre

De bananas? Sim, senhor. Mas é da banana ouro? Não. Prata? Não. D’água? Também não. É do bananal de nanicas. A banana nanica é grande, porém a bananeira de onde ela vem é anã. Pequenina. Frutos aparentemente pomposos vindo de fruteira raquítica. banana nanica

Esse recheio de bexiga quer chegar onde? Num jantar pomposo de figuras e raquítico de miolos. Jantaram ontem, escondidos, na penumbra da vergonha, não deles, onde vergonha não se aboleta, mas na vergonha nossa. Nossa triste e bananosa vergonha coletiva.

“Até quando Catalina, abusarás da paciência nossa”? Perguntou Cícero e ficou sem resposta.

Quem estava no rega bofe? Muitos. Mas bastam quatro nomes pra definir e fotografar o escárnio gigantesco dos comensais com a pequenez do respeito que eles têm por nós. Estavam lá, à tripa forra, Artur Lira, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Pensam que é ficção? Aconteceu mesmo. Juízes, suspeitos, candidatos, farsantes, todos juntos e misturados. Isenção de privada, não da vida, da latrina mesmo.

Penca de bananas nanicas, vindo da colheita de uma República anã. Com a mesma dimensão da bananeira que fornece bananas vistosas, de qualidade inferior. O resto do cacho não foi divulgado. Deve haver bananas menores escondidas, que preferem não sair ao claro e resguardar-se na penumbra úmida do bananal.

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