segunda-feira - 04/08/2025 - 19:56h
Medidas cautelares

Alexandre de Moraes decide prisão domiciliar de Bolsonaro

Bolsonaro foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Bonet (Foto: Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro usou redes de terceiros para propagar ataques aos STF (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira 4 a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente.

Segundo Moraes, Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para veicular mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, escreveu o ministro. Para Moraes, mesmo sem usar diretamente seus perfis, Bolsonaro burlou de forma deliberada as restrições determinadas pela Corte.

Com isso, o ex-presidente deverá cumprir prisão domiciliar em sua residência. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de visitas — salvo por familiares próximos e advogados — e recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.

O ministro afirmou ainda que as condutas de Bolsonaro evidenciam “a necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu”. Moraes considerou que as restrições menos severas já impostas foram desrespeitadas.

A decisão foi tomada no âmbito da investigação que apura a articulação de uma tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. Bolsonaro é réu nesse inquérito e também responde a outras ações penais que tramitam no STF.

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segunda-feira - 04/08/2025 - 07:24h
Brasil

Governadores evitam manifestações em favor da anistia de Bolsonaro

Manifestação na Avenida Paulista em São Paulo-SP nesse domingo (03), em foco da CNN

Manifestação na Avenida Paulista em São Paulo-SP nesse domingo (03), em foco da CNN

Do Canal Meio e outras fontes

Coincidência ou não, governadores do espectro da direita que vinham marcando presença em atos em defesa da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe, não compareceram ao ato convocado por bolsonaristas neste fim de semana. O próprio Jair Bolsonaro (PL) esteve ausente, já que cumpre medida cautelar que proíbe que ele saia de casa aos sábados e domingos.

Já os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), alegaram outros compromissos para justificar sua ausência. As manifestações ocorreram em pelo menos 20 capitais, incluindo São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Belém, além de Brasília. No Rio, Bolsonaro fez uma participação por videochamada.

Segundo o Monitor do Debate Político e a ONG More in Common, 37,6 mil pessoas compareceram à manifestação “Reaja, Brasil: Agora é a hora” na avenida Paulista. A margem de erro de 12% indica um público entre 33,1 mil e 42,1 mil participantes. (Globo)

Segundo levantamento do jornal digital Poder360, a manifestação deste domingo (3) na Avenida Paulista reuniu 57,6 mil pessoas. Foram utilizadas fotos aéreas de alta resolução pelo jornal digital para realizar o cálculo de estimativa.

O pastor Silas Malafaia, organizador do evento, não poupou críticas aos governadores: “Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro”. (Estadão)

Em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) foi a principal atração entre políticos que fizeram uso da fala durante o ato. No discurso, o parlamentar atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a diplomacia do governo Lula (PT) e cobrou os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União). Também por vídeochamada, Nikolas mostrou o ato para Jair Bolsonaro. (Metrópoles)

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
segunda-feira - 28/07/2025 - 07:44h
Jogo duro

Trump fecha acordo com a União Europeia; tarifaço segue para o Brasil

Eduardo Bolsonaro quer acordo com anistia para o pai e se revolta contra governadores aliados
Ursula von der Leyen e Donald Trump: entendimento ou mal menor (Foto: Brendan Smialowski/AFP)

Ursula von der Leyen e Donald Trump: entendimento ou mal menor (Foto: Brendan Smialowski/AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram neste domingo (27) um acordo comercial preliminar que impõe tarifa-base de 15% sobre a maioria dos produtos do bloco, em linha com o modelo já adotado por Donald Trump em negociações com Japão, Indonésia e Vietnã. O pacto foi fechado após reunião entre o presidente americano e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, na Escócia, e inclui compromissos da UE de comprar US$ 750 bilhões em energia dos EUA, investir mais US$ 600 bilhões no país e adquirir grandes volumes de equipamentos militares americanos.

Trump comemorou o acerto como “o maior de todos os tempos”, enquanto a Europa vê o acordo como um mal menor diante da ameaça anterior de tarifas de até 30%. (Globo)

O Brasil, no entanto, segue fora dessa rodada de acordos. Também no domingo Trump garantiu que não vai adiar o início do tarifaço aos parceiros comerciais a partir de 1º de agosto, nesta sexta-feira. A informação já tinha sido dada pelo secretário de Comércio americano. Em entrevista à Fox News, Howard Lutnick disse que o presidente está disposto a negociar, mesmo depois do prazo. (UOL)

Faltando tão pouco para a entrada em vigor de tarifas americanas de até 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula ainda não conseguiu avançar nas negociações com Washington. Chanceler Mauro Vieira está em Nova York para um evento da ONU, mas não há sinais de que vá ser recebido pelo governo americano. Sem diálogo formal aberto, a equipe econômica prepara um plano emergencial para mitigar os impactos sobre setores mais vulneráveis, como frutas, pescados e pequenas empresas exportadoras. (Folha)

Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), o Brasil tem pouco tempo e margem de manobra para evitar o impacto das medidas anunciadas por Trump. Para o especialista, os EUA não demonstram interesse em negociar no curto prazo, e o Brasil corre risco de prejuízos significativos.

Castro também considera que o governo brasileiro acabou dando algumas declarações “que não ajudaram muito”. “O fato de essas operações terem se tornado pessoais fez com que o Brasil, neste momento, não tenha condições de propor um acordo que seja aceito por Trump”, avalia. (Globo)

Eduardo Bolsonaro quer salvar o pai

Enquanto isso… Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Júnior (PR) por tratarem das negociações contra o tarifaço imposto pelos EUA sem mencionarem a anistia aos, segundo ele, “presos políticos” ou a carta de Trump que cita Jair Bolsonaro. Em um post no X, o deputado federal acusou Tarcísio de enganar a população e “jogar para a plateia”, ao falar da tarifa de 50% sem abordar a crise institucional.

Também rebateu declaração de Ratinho Júnior, que afirmou que Bolsonaro “não é mais importante que a relação comercial” entre Brasil e EUA. Acrescentou que ignorar o apoio de Trump ao ex-presidente só prolonga o problema. (UOL)

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quarta-feira - 23/07/2025 - 08:26h
Medidas cautelares

Moraes pode decretar prisão de Bolsonaro se enxergar desobediência

Jair Bolsonaro esperava manifestação no Congresso Nacional que está em recesso (Foto: Mateus Bonomi/AGIF via AFP)

Jair Bolsonaro esperava manifestação no Congresso Nacional que está em recesso (Foto: Mateus Bonomi/AGIF via AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

O dia seguinte à ameaça de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes foi de expectativa para uns e apreensão para outros. Moraes afirmou, no despacho em que pedia explicações aos advogados de Bolsonaro, que o ex-presidente havia descumprido as medidas cautelares impostas pelo Supremo na sexta-feira, que o proibiam de acessar as redes sociais.

Na segunda-feira, Moraes reiterou a decisão e afirmou que Bolsonaro não poderia sequer dar entrevistas, sob o risco de que elas fossem transmitidas nas redes, o que caracterizaria um uso indireto das plataformas digitais.

Pouco antes do prazo de 24 horas estipulado por Moraes, os advogados de Bolsonaro apresentaram as explicações requeridas pelo ministro. Alegaram que o ex-presidente não sabia que estava proibido de conceder entrevistas e garantiram que ele se manteria calado dali em diante. (UOL)

Moraes deve analisar hoje as alegações da defesa de Bolsonaro. Segundo analistas, o ministro tem duas alternativas: encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República para que emita um parecer ou decidir sozinho. Caso avalie que as respostas não são suficientes, ele pode decretar a prisão do ex-presidente. (g1)

Bolsonaro parece ter entendido o recado de Alexandre de Moraes. Nessa terça-feira (22), o ex-presidente não apareceu publicamente. Pela manhã, cancelou uma ida à Câmara dos Deputados para se encontrar com parlamentares aliados. Depois, foi para a sede do PL, onde passou todo o dia em reunião com seus interlocutores mais próximos e com seu filho caçula, o vereador por Balneário Camboriú (SC), Jair Renan. (Globo)

Sem poder se manifestar, Bolsonaro esperava que seus aliados no Congresso usassem as tribunas em sua defesa. Parlamentares próximos ao ex-presidente afirmaram que não entrariam em recesso e marcaram sessões nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores. A ideia era usar o espaço para, oficialmente, defender Bolsonaro e criticar a atuação de Alexandre de Moraes. Mas a estratégia fracassou. Na manhã de terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou um ato proibindo, até 1º de agosto, as reuniões das comissões da Casa. (Folha)

Filho tenta um atalho

Enquanto o pai se vê ameaçado de prisão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue em busca de uma saída para não perder o mandato, enquanto continua nos Estados Unidos fazendo lobby contra o governo brasileiro. Nesta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), indicou que poderia nomear Eduardo para uma secretaria estadual, o que justificaria sua ausência no Congresso. (Valor)

Ato contínuo, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), entrou com um pedido no STF para que o ministro Alexandre de Moraes conceda uma medida cautelar que impeça Eduardo Bolsonaro de assumir uma secretaria estadual no Rio. Lindbergh argumenta que a nomeação teria como único objetivo a manutenção do mandato de Eduardo e a garantia de sua permanência nos Estados Unidos. (CNN Brasil)

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Categoria(s): Política
  • Repet
terça-feira - 22/07/2025 - 21:20h
Vale a pena

Duas ótimas entrevistas sobre a tensa política nacional

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Acesse o portal UOL e veja duas ótimas entrevistas dessa terça-feira (22).

Jornalistas conversam com o professor de Direito Penal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Davi Tangerino, e com o deputado federal paulista Guilherme Boulos (Psol).

Abordagens com opiniões e análises que colaboram para entendermos melhor sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), postura do clã Bolsonaro, relações entre poderes, política internacional do governo Donald Trump, soberania nacional e efeitos do tarifaço dos EUA na luta eleitoral brasileira.

Vale a pena. De alto nível.

Links abaixo:

Davi Tangerino

Guilherme Boulos

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terça-feira - 22/07/2025 - 12:36h
Está escrito

Qualquer um será alcançado pela “democracia” do STF

Arte ilustrativa produzida com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa produzida com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Testemunhando esse arremedo de democracia em que vivemos, logo vem à memória um conceito magistral sobre o tema, cunhado por Millôr Fernandes:

– “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.”

O protagonismo judicial invadiu a seara da política e mexe com todos os brasileiros. Assuntos de governo, de Estado e da rotina nacional estão totalmente tutelados por excessos de quem devia dar limites. “O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”, lembra o Lord Action.

Alguns gargalham e vibram, outros rosnam e espumam de ódio.

Mas quase ninguém reage de forma racional. Vivemos num país dividido, de manadas ensandecidas e sentimentos primitivos que prevalecem em relação ao bom senso e respeito comum.

Quem ousa raciocinar e ponderar, pedir o mínimo de equilíbrio e zelo à Constituição, é desprezado ou enxovalhado moralmente. Típico argumento dos sem argumento.

O que ocorreu com Lula da Silva (PT) lá atrás, com turbas do contra e a favor, repete-se com Jair Bolsonaro. Quem chorava, agora dar risadas; e vice-versa.

Um ex-presidente sem qualquer condenação transitado em julgado ganha tornozeleira, é impedido de falar, de usar suas redes sociais e de ser entrevistado. Conteúdo seus já veiculados em suas mídias também sofrem garroteamento.

Por tabela, a imprensa não pode entrevistá-lo. Um réu em processo judicial gravíssimo que trata sobre denúncia de trama para golpe de Estado, simplesmente deixa de ser fonte e tem suprimido o amplo direito à autodefesa.

Amanhã, qualquer um será alcançado. Uns vão rir, outros chorar. E seguiremos sem aprender as lições que casos como esses deixam espalhados por aí, na própria superfície dos acontecimentos.

P.S – Millôr Viola Fernandes foi desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Nasceu em 1923 e faleceu em 2012 no Rio de Janeiro. Gênio, que se diga.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política
  • Repet
sexta-feira - 18/07/2025 - 19:22h
Brasília

Por ordem de Alexandre de Moraes, Bolsonaro é ‘tornozelado’

Ex-presidente diz passar por “suprema humilhação” e é obrigado a várias restrições
Bolsonaro chega à PF para receber tornozeleira Foto: Brenno Carvalho Agência O Globo

Bolsonaro chega à PF para receber tornozeleira (Foto: Brenno Carvalho-Agência O Globo)

Do G1, UOL, O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a usar tornozeleira eletrônica nesta sexta-feira (18), por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

A medida, classificada por ele como “suprema humilhação”, foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também impôs recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso de redes sociais e de contato com investigados, diplomatas e embaixadores. Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. A decisão foi motivada por uma série de fatores apontados pela PGR e por Moraes.

A defesa de Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (18) que recebeu com surpresa e indignação a decisão do STF que impôs medidas cautelares ao ex-presidente.

Os advogados alegam que as medidas foram baseadas em atos de terceiros e negam que Bolsonaro tenha feito declarações contra a soberania nacional. Também criticam a ausência de indícios de fuga e consideram injustificável a proibição de contato familiar com Eduardo Bolsonaro.

Veja os principais motivos apresentados pelas autoridades:

1. Risco de fuga

A PGR alertou o STF para o que classificou como uma “concreta possibilidade de fuga” de Bolsonaro. A avaliação levou em conta o avanço das investigações da tentativa de golpe de Estado e o risco de que o ex-presidente deixasse o país para escapar da Justiça.

Com base nisso, a procuradoria solicitou medidas cautelares urgentes, acatadas por Moraes, que impôs recolhimento domiciliar das 19h às 6h (inclusive fins de semana) e o uso de tornozeleira eletrônica.

2. Obstrução de Justiça com apoio ao filho

Outro argumento central da PGR foi a atuação coordenada entre Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para obstruir investigações em curso no STF.

Segundo a apuração, Bolsonaro enviou R$ 2 milhões via Pix para Eduardo no dia 13 de maio de 2025 — quando o filho já estava nos Estados Unidos. Para Moraes, o repasse é um “forte indício de alinhamento” entre pai e filho com o objetivo de atrapalhar a ação penal.

A PGR sustenta que ambos vêm “adotando medidas deliberadas” para interferir no andamento dos processos, o que representa risco real à aplicação da lei penal.

3. Confissão de tentativa de extorsão contra a Justiça

A decisão de Moraes também menciona declarações públicas de Bolsonaro que, segundo o ministro, configuram tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira.

Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras, Bolsonaro relacionou a retirada das sanções à possibilidade de ser anistiado no Brasil.

“Vamos supor que Trump queira anistia. É muito?”, declarou em entrevista coletiva. Para Moraes, a fala representa uma “confissão consciente e voluntária” de coação no curso do processo, além de atentado à soberania nacional.

4. Material apreendido pela PF

Durante operação de busca na casa do ex-presidente, a Polícia Federal apreendeu:

  • Um pen drive escondido no banheiro;
  • Cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie;
  • Cópia da ação movida pela plataforma Rumble contra Moraes nos EUA.

O dispositivo e os documentos serão periciados. Bolsonaro alegou não saber da existência do pen drive e disse que perguntaria se ele pertencia à esposa, Michelle.

Sobre os dólares, afirmou que possui recibo do Banco do Brasil. Ter dinheiro em casa não é ilegal, mas valores acima de US$ 10 mil precisam ser declarados à Receita ao cruzar fronteiras.

5. Articulação internacional contra o STF

A cópia da ação da Rumble apreendida na residência de Bolsonaro reforçou, segundo Moraes, o envolvimento do ex-presidente em articulações internacionais para pressionar o STF.

A ação da Rumble — aberta em conjunto com a empresa de Trump — acusa Moraes de censura e tenta impedir que decisões do STF tenham efeito em território americano. Para a Corte brasileira, essa articulação fere a soberania nacional.

6. Medidas cautelares impostas a Bolsonaro

Veja as principais restrições impostas pelo STF:

▶️ Uso de tornozeleira eletrônica

▶️ Recolhimento domiciliar entre 19h e 6h e aos fins de semana

▶️ Proibição de uso de redes sociais

▶️ Proibição de se comunicar com diplomatas, embaixadores, réus e investigados, inclusive Eduardo Bolsonaro

▶️ Proibição de entrar ou se aproximar de embaixadas e consulados

7. O que diz Bolsonaro

Após a instalação da tornozeleira, Bolsonaro afirmou:

“Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para embaixada.”

Ele negou ter cometido irregularidades e classificou a operação como política.

A defesa do ex-presidente declarou que recebeu as medidas com “surpresa e indignação”, e que Bolsonaro tem cumprido todas as determinações judiciais.

8. Crimes investigados

A decisão do STF aponta que Bolsonaro pode ter cometido:

  • Coação no curso do processo (pena de até 4 anos)
  • Obstrução de investigação contra organização criminosa (pena de até 8 anos)
  • Atentado à soberania nacional (pena de até 8 anos)

Se condenado pelas penas máximas dos crimes investigados, Bolsonaro pode pegar até 20 anos de prisão nesse caso.

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Categoria(s): Política
terça-feira - 15/07/2025 - 11:24h
STF

PGR pede a condenação de Bolsonaro e outros 7 por tentativa de golpe

Ex-presidente pode pegar até 43 anos de prisão caso penas máximas dos crimes sejam aplicadas
Bolsonaro está no epicentro do caso, marchando para condenação (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Bolsonaro está no epicentro do caso, marchando para condenação (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Do Canal Meio e outras fontes

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus no processo por tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. Nas alegações finais (íntegra) apresentadas no fim da noite desta segunda-feira (14), a PGR afirma que Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.

Bolsonaro pode ser condenado a até 43 anos de prisão caso a Primeira Turma do STF aplique as penas máximas dos crimes listados pela PGR contra o ex-presidente.

O ex-presidente, diz o procurador-geral Paulo Gonet, foi o maior articulador e seria o principal beneficiário do golpe. Segundo Gonet, a organização criminosa começou a agir em 2021 “incitando a intervenção militar no país” e espalhando “narrativas falsas” sobre o sistema de votação. (g1)

Além de Bolsonaro, a PGR pediu a condenação do chamado “grupo central” do golpe:

Eis os nomes: os generais da reserva Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro em 2022), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército), o almirante da reserva Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), o deputado Alexandre Ramagem do PL do Rio (ex-diretor da Abin), do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro principal testemunha do caso.

Confira as acusações contra cada um deles.

A PGR pediu ainda a redução do benefício a Mauro Cid por contradições na delação. (CNN Brasil)

O próximo passo do processo é a abertura de prazo de 15 dias para que a defesa de Cid se manifeste. Ele tem prioridade por ter feito acordo de colaboração. Em seguida, os advogados dos demais réus terão também 15 dias para suas alegações. Encerrados esses prazos, a Primeira Turma do Supremo irá marcar a data do julgamento. (Folha)

Enquanto isso… O ministro do STF André Mendonça disse a interlocutores que deve negar o pedido dos advogados de Felipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, para interromper as investigações da tentativa de golpe. Mendonça pretende alegar erro processual, considerando que a ação deveria ser encaminhada à Primeira Turma, onde corre o processo.

Além disso, há uma jurisprudência de que um ministro não anula monocraticamente decisão de outro – no caso, o relator Alexandre de Moraes. (Estadão)

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segunda-feira - 14/07/2025 - 07:30h
Política nacional

Tarifaço reaproxima governo do Centrão e embaralha o bolsonarismo

Arte ilustrativa gerada com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa gerada com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Do Canal Meio e outras fontes

A taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros anunciada por Donald Trump na última quarta-feira buscando, segundo o próprio Trump, encerrar os processos contra Jair Bolsonaro, está provocando um rearranjo nas forças políticas por aqui. O Palácio do Planalto e o Centrão, que vinham se estranhando havia meses e entrando em guerra aberta por conta do aumento do IOF, ensaiam uma reaproximação com base no discurso de defesa da soberania nacional — e dos interesses de setores empresariais prejudicados pelo tarifaço.

Alguns nomes do Centrão, porém, alegam que o alinhamento é pontual. Além disso, a Câmara tem nesta semana votações que podem reabrir o conflito com o Executivo: no plenário, a revisão do licenciamento ambiental; nas comissões, a PEC da segurança pública e a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. (Globo)

Fora de Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca uma aproximação com outro setor que lhe é normalmente avesso: o empresariado. Ele se reuniu com ministros na noite deste domingo e anunciou a criação de um comitê para tratar da reação às tarifas, previstas para entrarem em vigor no próximo dia 1º. Além disso, pretende se reunir pessoalmente com líderes empresariais para discutir estratégias de defesa da produção brasileira e, de quebra, reforçar a imagem de que Bolsonaro é o responsável pelo tarifaço.

Nas redes, o governo e a esquerda intensificaram a campanha com foco na soberania, vendo a tensão com os EUA como uma oportunidade para acertar a comunicação e melhorar a imagem do presidente. (Folha)

Já na direita o cenário é de conflito e tentativa de reacomodação. Visto como potencial candidato conservador ao Planalto em 2026, já que Bolsonaro está inelegível, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve um fim de semana de idas e vindas. Inicialmente, ele culpou o governo federal pela elevação das tarifas e chegou a almoçar com Bolsonaro em Brasília, mas mudou o tom e, durante evento com empresários, disse que era necessário “unir esforços” e defendeu a atuação diplomática do Planalto. (g1)

A mudança de rumo tem explicação. Prejudicados pelas tarifas, empresários paulistas que vinham apoiando as pretensões presidenciais do governador começaram a questionar sua independência em relação ao bolsonarismo. (Folha)

A virada expôs ainda mais o racha com o clã Bolsonaro. Na sexta-feira, após Tarcísio se encontrar com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), condenou qualquer tentativa de negociação que não inclua a anistia aos golpistas de 8 de janeiro. O parlamentar, que está nos EUA desde fevereiro fazendo lobby contra o processo a que o pai responde no STF, classificou qualquer acordo nessa linha como “caracu”, uma expressão pouco educada para um resultado em que só uma parte sai ganhando.

Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que as tarifas são “um empurrãozinho” para a anistia e que o Brasil não tem “poder de barganha” para enfrentar os EUA. (UOL)

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sexta-feira - 11/07/2025 - 06:50h
Crise

Tarifaço com viés político de Trump tem desdobramentos no Brasil

Bolsonaro e Trump já tiveram encontros administrativos e políticos (Foto: Alan Santos/arquivo)

Bolsonaro e Trump tratam questões político-pessoais como questões de Estado e de economia (Foto: Alan Santos/arquivo)

Do Canal Meio e outras fontes

No dia seguinte ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, o clima no governo brasileiro foi de cautela, reafirmação pública da defesa da soberania nacional e nenhuma decisão concreta sobre como o Brasil pretende retaliar os Estados Unidos se, de fato, a sobretaxa aos produtos brasileiros entrar em vigor no dia 1º de agosto, como anunciou o presidente americano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não tomará nenhuma decisão até que as novas tarifas passem oficialmente a vigorar. A ideia é usar os próximos 20 dias para voltar à mesa de negociações e, se não houver acordo, encontrar uma maneira menos danosa para a economia brasileira para responder ao que o Planalto vê como uma agressão unilateral, de caráter político e desprovida de qualquer razão econômica.

Lula disse que pretende criar um comitê com empresários brasileiros para analisar as melhores saídas para a crise. Além de simplesmente taxar os produtos americanos, o governo estuda a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio e quebrar patentes de medicamentos. O presidente, no entanto, disse que se não houver acordo o Brasil vai aplicar tarifas de 50% aos produtos americanos. (Valor)

Internamente, o Planalto reforçou o discurso de que a culpa pelo tarifaço americano é da família Bolsonaro, que estaria usando sua relação com Trump para pressionar o Judiciário brasileiro a conceder anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo que investiga a trama golpista de 2022. Ontem, o presidente Lula disse que Bolsonaro deveria assumir a responsabilidade pelas medidas adotadas pelo governo americano.

Em entrevista à TV Record, Lula afirmou que a ação foi incentivada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Foi o filho dele [Eduardo Bolsonaro] que foi lá fazer a cabeça do Trump”, disse o presidente. (Globo)

Após semanas de embates com o Planalto, o Congresso deu sinais de que, ao menos desta vez, está em consonância com o governo. Ontem, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgaram uma nota conjunta afirmando que o Congresso vai agir com “equilíbrio e firmeza” para defender os interesses nacionais. Os chefes do Legislativo defenderam que o Brasil deve responder “com diálogo nos campos diplomático e comercial”. De acordo com a nota conjunta, Motta e Alcolumbre afirmaram que a nova lei de Reciprocidade Econômica tem “mecanismos que dão condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania”. (Estadão)

Nas redes, a estratégia do Planalto de responsabilizar os Bolsonaros ganhou adesão maior do que se esperava. De acordo com o cientista político Pedro Barciela, no dia seguinte ao anúncio das novas tarifas, entre 62% e 78% das postagens nas principais redes sociais exigiam reciprocidade, criticavam o “crime de lesa-pátria” e evocavam o nacionalismo como elemento em disputa contra o governo Donald Trump e seus apoiadores no Brasil. Segundo ele, a mobilização bolsonarista, que afirma que Lula foi o responsável pela ofensiva americana, teve pouco engajamento no país. (ICL Notícias)

Steve Bannon
, um dos principais ideólogos do movimento MAGA (Make America Great Again), afirmou à jornalista brasileira Marina Sanches, do UOL, que Trump retiraria as tarifas contra os produtos brasileiros se o STF encerrar os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Derrubem o caso, derrubamos as tarifas”, disse ele, um dos aliados mais próximos de Trump. (UOL)

Depois do silêncio inicial, o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se manifestar. Por meio de uma nota, Bolsonaro disse que admira o governo de Donald Trump e que espera que os poderes da República resgatem a normalidade institucional. “Essa caça às bruxas — termo usado pelo próprio presidente Trump — não é apenas contra mim. É contra milhões de brasileiros que lutam por liberdade e se recusam a viver sob a sombra do autoritarismo”, afirmou o ex-presidente. (Metrópoles)

Nota do BCS – O clã Bolsonaro, que tanto se apresenta como “patriota”, é desmascarado de forma flagrante. Coloca suas necessidades acima da soberania nacional, dos interesses econômicos do país e da interdependência dos poderes. Os efeitos danosos desse intervencionismo de Trump e dos EUA vão respingar no próprio Jair Bolsonaro e seus aliados, fomentadores e cúmplices dessa aberração.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
quarta-feira - 09/07/2025 - 23:42h
Sem extremos

O “Paradoxo de Popper” e o palanque “moderado” de Álvaro Dias

Ex-prefeito deixa claro que não é bolsonarista, mas uma pessoa grata (Foto: Arquivo/2022)

Ex-prefeito deixa bem claro que não é bolsonarista, mas uma pessoa grata (Foto: Arquivo/2022)

Em entrevista à jornalista Carol Ribeiro para o jornal/portal Diário do RN desta quarta-feira (09), o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) disse que não se considera bolsonarista, mas “tem gratidão” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pré-candidato a governador do RN, Dias faz questão de ter o ex-presidente em seu palanque, numa coligação “bem ampla e moderada.” Em sua compreensão, “nem a extrema direita nem a extrema esquerda” serve à política e não terá utilidade à sua campanha, caso seja mesmo candidato. “Condeno os extremos,” grifou.

Na companhia de Jair Bolsonaro, o ex-prefeito reprova o extremismo. Justamente alguém que é notório defensor de ditadura militar e exalta torturador. Vá entender.

A posição de Álvaro Dias lembra o “Paradoxo de Popper.”

Esclareçamos: O Paradoxo de Popper é um problema filosófico relacionado à tolerância e ao pluralismo. Ele foi formulado pelo filósofo austríaco Karl Popper, autor de livros como “Conjecturas e refutações” e o impactante “A sociedade aberta e seus inimigos.”

O paradoxo surge quando consideramos a seguinte questão: “Devemos tolerar tudo, incluindo aqueles que são intolerantes?” Argumenta que a tolerância deve ter limites. Se uma sociedade tolera tudo e todos, incluindo aqueles que pregam a intolerância e a violência, essa sociedade acabará sendo dominada por esses.

Já o escritor italiano Umberto Eco foi ainda mais claro e direto: “Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável.”

Bem, mas esse é um dilema, ou não, de Álvaro Dias.

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domingo - 06/07/2025 - 10:28h

A esquerda, a direita e o futuro do Brasil

Por Creomar de Souza

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Este é um país dividido. Longe de ser uma reflexão suficientemente esclarecedora da realidade que nos cerca, tal assertiva se apresenta muito mais como um mantra que, repetido exaustivamente, tenta dar conta dos dilemas e mazelas que caracterizam esta era de incertezas. Todavia, no esforço de destrinchar a afirmativa inicial e contribuir para o debate público e o esclarecimento do leitor, me permito construir algumas ilações que possibilitam avançar nesta compreensão.

Inicialmente, parece importante ter em mente o fato de que o Brasil é um país marcado por um conjunto enorme de diferenças regionais. Da Mata Atlântica à Caatinga, da Floresta Amazônica até o Pampa e do Cerrado até o Pantanal, o que se percebe é a propagação de uma miríade de paisagens que efetivamente conformam a relação de cada um de nós brasileiros com o espaço que nos cerca. Descendo mais um degrau nesta reflexão, se faz impossível não estabelecer uma correlação direta entre o espaço — ou melhor, os espaços — e a construção de olhares e crenças dos indivíduos sobre a realidade.

Os espaços e a nossa interação com estes são fundamentais para construirmos nossa cognição, o que delimita como cada um de nós reage aos estímulos e aos atores com os quais os dividimos

E o que isto significa? Que a forma como cada um de nós interage dentro de nossas casas, com nossos vizinhos e em nossos bairros, tendencialmente cria um rol de preferências que nos permitem entender a realidade. Neste exato momento, você pode estar se perguntando: “Mas o que efetivamente a noção de espaço e ocupação deste tem a ver com o título do texto?”. Pois bem, de maneira efetiva, tudo. Afinal, os espaços e a nossa interação com estes são fundamentais para construirmos nossa cognição, o que delimita como cada um de nós reage aos estímulos e aos atores com os quais os dividimos.

Neste momento, peço sua permissão para fazer um recorte. Nele migramos da compreensão abstrata da realidade e do espaço per se para um evento em específico: a celebração do dia 1º de maio de 2024. Neste dia, em São Paulo, o Presidente da República participou de um ato convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em comemoração ao Dia do Trabalhador. Naquele momento, Lula — político escolado e acostumado ao contato direto com as massas — teve uma das surpresas mais desagradáveis de seu mandato: o evento estava basicamente vazio. De forma clara, aproximadamente menos de duas mil pessoas compareceram à mobilização convocada por uma das centrais sindicais historicamente mais importantes do país, mesmo contando com a presença da principal figura institucional da nação, o presidente da República Federativa do Brasil.

A reação de Lula à situação desalentadora foi sucinta: “O ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que precisa levar”. Combinadas, o fiasco do evento e a declaração marcada pela tônica de desapontamento acenderam um sinal de alerta ao governo. Porém, o acontecimento não levou a uma mudança significativa nos quadros responsáveis por sua organização, ou mesmo na própria forma como o Presidente passou a engajar com os cidadãos a partir daquele momento. Ao contrário, no 1º de maio deste ano, o resultado foi recolher-se ao Palácio do Planalto e gravar uma mensagem alusiva ao evento a ser veiculada pelos canais comunicacionais tradicionais.

Dado esse contexto, é possível se debruçar sobre um segundo exemplo, tão significativamente importante quanto o primeiro. Neste caso, ainda em São Paulo, mas especificamente no dia 29 de junho de 2025, são trocados os protagonistas políticos: no lugar de Lula, entra o ex-Presidente Jair Bolsonaro. Tal qual ocorrido com Lula no exemplo dado, Bolsonaro teve que lidar com um acometimento popular menor que o esperado. Em termos de mensuração, as estimativas em torno de 12 mil presentes contrastam efetivamente com os números angariados pelo ex-chefe do Executivo neste mesmo local, como, por exemplo, no 7 de setembro de 2022. E quais as razões para essa diferença? Da psicologia até a sociologia, teses múltiplas podem ser construídas para retratar este processo, porém, aqui se optará pelo retorno à reflexão sobre o espaço e a capacidade deste de exercer influência e conformar a cognição.

Em um exercício de coerência reflexiva, me utilizarei de Milton Santos para dar clareza ao argumento. Afinal, o maior dos geógrafos que este país já produziu sempre insistiu na tese de que o espaço geográfico é um verdadeiro campo de força cuja formação é desigual. E esta desigualdade se manifesta no modo como os espaços e as pessoas se desenvolvem de formas diferentes, com olhares, gostos e percepções distintas, permitindo a partir daqui um retorno à nossa tese definidora: este país está dividido.

Esta divisão, todavia, não é recente. Ela é fruto do nosso próprio DNA formador (peço aos biólogos que leem este texto que perdoem a liberdade poética), o qual, por característica histórica, temos dificuldade de aceitar e que foi muito bem definido pelo engenhoso dramaturgo Nelson Rodrigues como “Síndrome do Vira-Lata”. Tais diferenças — que se expressam no tamanho das casas em que vivemos, na quantidade de luz solar que temos a possibilidade de absorver, nas horas de lazer as que se têm acesso ou que são impossíveis de se ter — formam a miríade das cognições do brasileiro comum, e é a partir destas lentes que eles, efetivamente, escolhem aqueles que darão respostas aos seus anseios.

Na atual quadra histórica, a percepção mais abundante é a de que as respostas mais atraentes às incertezas parecem ser mais vocais à direita do espectro político. Seja por convicção, seja por pragmatismo eleitoral ou por mera decepção com as opções ideológicas concorrentes, ser de direita parece ter se tornado um fenômeno mais atrativo que a alternativa, fazendo com que não apenas Bolsonaro e seu clã político-familiar angariem poder, mas permitindo o surgimento de nomes com os mais diversos perfis dentro deste grupamento. E, fundamentalmente, este cenário traz a necessidade de pensar no que alimenta a crescente rejeição da atual ordem de coisas entre os eleitores.

O que se percebe é um crescimento de um sentimento de desalento, um enfado com a política, os políticos e quiçá com a própria ideia de intelectualidade

Das imperfeições do Sistema Único de Saúde (SUS), passando pela desproporcionalidade das responsabilidades entre os entes federativos no que concerne a outras agendas importantes — na qual se destaca o maior fracasso da Nova República, a segurança pública —, o que se percebe é um crescimento de um sentimento de desalento, um enfado com a política, os políticos e quiçá com a própria ideia de intelectualidade, que parece a cada dia ser mais e mais percebida como descolada das necessidades de um mundo real que é violento e desafiador em níveis altíssimos.

Em face de uma plataforma de direita que aparenta compreender as indignações populares já identificadas em obras como O Povo Contra a Democracia, de Yascha Mounk, e A Vingança do Poder, de Moisés Naím, cabe a pergunta: o que a esquerda tem a oferecer? Tendo como parâmetro o ocorrido em eleições recentes nos Estados Unidos e na Argentina, a resposta mais objetiva é: muito pouco. Afinal, a ideia de preservação do status quo — traduzida no axioma de defesa da democracia — parece ser vista por eleitores em vários lugares do mundo como uma reflexão diletante feita por uma elite cuja vida parece resolvida, ao mesmo tempo em que é indiferente aos sofrimentos daqueles que se sentem reféns de uma era de incertezas.

Tal dilema, que possui uma camada retórica, outra política e uma eleitoral, parece ser um desafio de difícil transposição para aqueles que se acostumaram a serem vistos como tradutores privilegiados da realidade. Agora, se na teoria o horizonte parece mais favorável à direita em termos eleitorais, qual é o dilema para este grupamento e para aqueles que nele depositem suas esperanças? Sinteticamente, o risco de que, tal qual na atual conjuntura, a narrativa eleitoral não se transforme em uma agenda que resolva problemas reais ou, ao menos, dê a expectativa de que haja interesse real em resolvê-los.

Afinal, a fórmula de engajamento e de transformação da eleição em um plebiscito sobre quem polariza mais pode dar sinais claros de esgotamento. O risco para Bolsonaro, assim como Lula no 1º de maio de 2024, é o despertar em uma situação em que o seu protagonismo tenha se esvanecido e a percepção de fragilidade seja visível aos adversários, ao ponto que estes se sintam livres e desinibidos para fustigá-lo continuamente. E se Lula hoje sofre com um Congresso que o vê como alvo fácil, as complicações jurídicas autoprovocadas nas quais Bolsonaro se colocou servem como um elemento significativo de assimilação do quão frágil é sua posição apesar da retórica comumente agressiva.

Ao país, por sua vez, faltam atores que sejam capazes de mobilizar atenções e interesses para além dos vídeos curtos de redes sociais e do engajamento superficial no debate sobre sites de apostas. De maneira efetiva, a direita e a esquerda parecem muito cientes daquilo que desejam — poder —, mas pouco conscientes da forma de construir uma agenda que seja efetivamente capaz de diminuir as divisões que nos afetam em termos de espaço, sociedade e capacidade de olhar o futuro com alguma esperança.

Creomar de Souza é historiador de formação, mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília,  professor visitante na University of Florida (2010) e atualmente é professor da Fundação Dom Cabral

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
quarta-feira - 25/06/2025 - 06:00h
Pesquisa e foco

Rogério é citado à disputa presidencial, mas é pré-candidato a governo

Rogério Marinho foi colocado em planilha de entrevistas de instituto de pesquisa (Foto: Reprodução)

Rogério Marinho foi colocado em planilha de entrevistas de instituto de pesquisa (Foto: Reprodução)

Do Diário do RN

Incluído no radar nacional do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao entrar como opção possível em sondagem eleitoral da Paraná Pesquisas, divulgada nessa terça-feira (24), o secretário nacional do PL, Rogério Marinho (PL) prefere manter cautela e ratificar pretensão eleitoral ao Executivo estadual. Marinho conversou com o Diário do RN e mantém posicionamento que reforça nos últimos dias. “Sou pré-candidato a governador do Estado”, afirmou.

“Isso mostra mais uma fragilidade de Lula do que qualquer outra coisa. Eu sou hoje uma pessoa que não tenho essa dimensão nacional, não. Por mais que eu esteja fazendo esse trabalho como líder da oposição [no Senado], tem que rodar muito para ter projeção nacional. É outra dimensão”, pondera ele, que também é secretário nacional do PL e presidente do partido bolsonarista no RN.

Rogério Marinho se refere especificamente ao cenário apontado num segundo turno, em que perderia de Lula por dez pontos de diferença – 41,9% a 31,2%.

Num cenário de 1º turno Marinho aparece com 6,8%. Na sondagem, Lula (PT) apresenta 34,2%; Ciro Gomes (PDT) 15%; Ratinho Junior (PSD) 13,9%; Ronaldo Caiado (União Brasil) 7,1%; Rogério Marinho (PL) 6,8%; Helder Barbalho (MDB) 1,2%.

Confiança

A inclusão do senador potiguar entre presidenciáveis na pesquisa reforça seu papel como nome de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro e figura estratégica para a disputa estadual de 2026.

O dado é ainda mais simbólico pelo fato de Marinho ser um nome, como ele mesmo afirma, sem tamanha projeção nacional, como Ronaldo Caiado, que ele empatou, de acordo com a sondagem.

Neste momento, Jair Bolsonaro, que continua inelegível, ainda não bateu o martelo sobre quem apoiará na disputa presidencial de 2026. No levantamento, o nome do potiguar aparece ao lado de figuras como Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Ratinho Junior, Ronaldo Caiado e os filhos de Bolsonaro, Eduardo e Flávio.

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segunda-feira - 23/06/2025 - 09:44h
Saúde

Jair Bolsonaro enfrenta um quadro de pneumonia viral

Ex-presidente tem mais sete aliados sob o crivo do STF (Foto: Sérgio Lima/Poder 360/Fevereiro de 2024)

Ex-presidente voltou a ter problemas de saúde no fim de semana (Foto: Sérgio Lima/Poder 360/Fevereiro de 2024)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com um quadro de pneumonia viral, de acordo com médicos que o examinaram neste fim de semana.

Na sexta-feira (20), Bolsonaro passou mal em um evento em Goiás e seguiu para Brasília, onde foi avaliado pelos médicos que recentemente realizaram mais uma cirurgia abdominal no ex-presidente.

A conclusão dos médicos é que Bolsonaro se recupera bem da cirurgia, mas terá que seguir medicado para curar a pneumonia.

Leia tambémBolsonaro tem oscilação em saúde e passa por exames em Brasília

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  • San Valle Rodape GIF
sábado - 21/06/2025 - 10:28h
Ex-presidente

Bolsonaro tem oscilação em saúde e passa por exames em Brasília

Bolsonaro teve agenda suspensa quando estava em Goiás (Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles)

Bolsonaro teve agenda suspensa quando estava em Goiás (Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles)

Após um quadro de mal-estar e indisposição estomacal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passa por série de exames na manhã deste sábado (21), no hospital DF Star, em Brasília. Ele teve ainda um pico de pressão arterial, que chegou a 14 por 9, e está sendo acompanhado por seu médico pessoal, Claudio Birolini.

Na quinta-feira (19), durante compromissos em Goiás, Bolsonaro já havia se queixado de problemas de saúde. Em uma cerimônia na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, onde recebeu o título de cidadão goianiense, ele afirmou estar enfrentando fortes sintomas gástricos e chegou a ter acessos de soluço e arroto durante o discurso.

“Estou muito mal. Vomito dez vezes por dia”, relatou ele.

No último dia 13 de abril, Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para corrigir complicações intestinais. O procedimento teve como objetivo tratar uma “suboclusão intestinal”, obstrução parcial do intestino provocada por aderências formadas após as múltiplas cirurgias decorrentes do atentado a faca sofrido em 2018.

Ao todo, o ex-presidente já passou por sete procedimentos cirúrgicos por conta do ocorrido.

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sexta-feira - 13/06/2025 - 16:20h
Política

Bolsonaro apresenta Rogério Marinho como seu candidato a governador

Senador Rogério Marinho e Bolsonaro passaram pelo Santuário de Santa Rita de Cássia (Foto: Divulgação)

Senador Rogério Marinho e Bolsonaro passaram pelo Santuário de Santa Rita de Cássia (Foto: Divulgação)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou o nome do senador Rogério Marinho (PL) para disputa ao governo do RN.

“Eu tenho uma grande gratidão por ter vindo aqui. Aqui ao meu lado, está um grande senador da República: Rogério Marinho. É o nosso cabra da peste que vai ser governador no ano que vem”, disse Bolsonaro, em Currais Novos, nesta sexta-feira.

Essa é a primeira declaração de Bolsonaro em favor do nome de Rogério ao governo.

O senador já havia reafirmado, no mês passado, sua pré-candidatura.

Nota do BCS – Na sequência de sua programação no RN, Bolsonaro e comitiva passaram pelo Hospital Rio Grande em Natal, que o atendeu em abril, quando teve sério complicação de saúde. Também estiveram em Serra Caiada, Tangará e Santa Cruz. Nessa cidade, em visita ao Santuário de Santa Rita de Cássia e ao Hospital Aluízio Bezerra, que também o atendeu primeiramente em abril.

Passagem ainda pela Cidade da Moda, em Acari, bem como a Barragem de Oiticica, em Jucurutu. À noite estará em Mossoró na Estação das Artes Elizeu Ventania.

Já no sábado (14), às 7h, Bolsonaro visita o Anel Viário de Mossoró e recebe o título de cidadão mossoroense. Às 8h, participa do seminário do projeto Rota 22, no Hotel Garbos. O encerramento da agenda está previsto para 14h30,embarcando do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
quinta-feira - 12/06/2025 - 19:20h
Sessão conjunta

Jair Bolsonaro recebe títulos de cidadania de Natal e do RN

Bolsonaro recebeu os dois títulos na Câmara Municipal de Natal (Foto: João Gilberto)

Bolsonaro recebeu os dois títulos na Câmara Municipal de Natal (Foto: João Gilberto)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o mais novo cidadão Norte-Rio-Grandense e Natalense. Em cerimônia conjunta na tarde desta quinta-feira (12), na Câmara Municipal do Natal, Bolsonaro recebeu os títulos honoríficos concedidos pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e pelo parlamento municipal.

A iniciativa por parte da Assembleia partiu do deputado Coronel Azevedo (PL), enquanto a honraria em nível municipal foi iniciativa do mandato do vereador e ex-deputado Subtenente Eliabe (PL).

O evento contou com ampla participação popular e forte presença de lideranças políticas, como os deputados Dr. Kerginaldo (PL), Adjuto Dias (MDB), Terezinha Maia (PL), Cristiane Dantas (solidariedade) e Gustavo Carvalho (PL), além do senador Rogério Marinho (PL), do deputado federal Sargento Gonçalves (PL), deputada federal Karla Dickson (UB), prefeito de Natal Paulinho Freire (União Brasil), ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e de vereadores da capital potiguar.

O título de Cidadão Norte-rio-grandense é concedido a personalidades que prestam relevantes serviços ao estado. Segundo o deputado propositor, a entrega do título a Bolsonaro reconhece não apenas sua atuação nacional, mas os impactos diretos de suas políticas para o povo potiguar. Nos discursos proferidos no local, todos enalteceram a postura de Bolsonaro com o Rio Grande do Norte durante o período em que foi presidente, entre 2019 e 2022.

Gratidão

O deputado estadual Coronel Azevedo destacou, durante a solenidade conjunta, que a gratidão é uma qualidade que precisa ser cultivada entre todos e o reconhecimento a Bolsonaro é mais do que justo. “O que estou realizando aqui é mais que um ato revestido de profundo simbolismo, é um dever de justiça, um gesto de gratidão, um merecido reconhecimento e, sobretudo, a reafirmação inequívoca de minha lealdade”, disse Azevedo.

Ao defender a homenagem concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar citou virtudes que vê no ex-presidente e que o fizeram ser uma figura que marcou a história do Rio Grande do Norte. “Bolsonaro representa o povo de Deus que acredita na família, na fé, na responsabilidade com o dinheiro público, na justa punição de culpados, na proteção das vítimas e no trabalho como ferramenta de dignidade e na liberdade como a maior fortaleza de uma sociedade”, finalizou o deputado do PL.

O vereador Subtenente Eliabe também enalteceu qualidades que observa no ex-presidente e o definiu como “nordestinamente leal”. “O presidente Bolsonaro não só presidiu o Brasil com firmeza e coragem, mas também criou laços reais com nosso povo. Essa honraria vai muito além de um gesto simbólico. Trata-se de um reconhecimento justo de um homem que governou o Brasil com valores que são também os do nosso povo nordestino: fé, coragem, respeito à família, valorização do trabalho e amor à pátria. O presidente é simples, firme, determinado. É nordestinamente leal à sua palavra”, disse Eliabe.

Realizações

Ainda em seu discurso, o deputado Coronel Azevedo atribuiu ao governo Bolsonaro ações que beneficiaram o Rio Grande do Norte, como o investimento de US$ 198 milhões (cerca de R$ 792 milhões) pela Petrobras no estado, a declaração da Indústria Salineira como de Interesse Social, o anúncio de que Natal sediará uma unidade do Colégio Militar e a inauguração de obras como a estação ferroviária de Parnamirim e o trecho da transposição do Rio São Francisco.

Ao discursar, Jair Bolsonaro falou sobre sua trajetória política e sobre sua gestão à frente do país. O ex-presidente fez questão de afirmar que tem a intenção de seguir “trabalhando em favor do país”. “Eu tenho paixão pelo meu Brasil. Peço forças para continuar lutando por nossa pátria. Ao longo dos 70 anos, estou melhor preparado. Essas comendas nos ajudam, fortalecem e nos faz sentir melhores, dão forças para continuar lutando por nosso país. Obrigado a todos por mais esse momento. Fico feliz em estar no meio de pessoas de bem como todos vocês”, disse Bolsonaro.

Ele chegou ao RN no fim da manhã e fica até sábado (14) com ampla programação política.

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segunda-feira - 26/05/2025 - 07:14h
STF

Depoimentos de ex-comandantes complicam Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro enfrenta agora demanda penal (Foto de Adriano Machado/Reuters/06/03/2025)

Jair Bolsonaro tem narrativa de depoentes que conflita com a sua (Foto de Adriano Machado/Reuters/06/03/2025)

Do Canal Meio e outras fontes

Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da FAB, Carlos de Almeida Baptista Júnior, ao Supremo Tribunal Federal (STF) minaram a estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na acusação de tentativa de golpe, avaliam juristas.

“O fundamental é a narrativa de fatos, o que eles contam sobre a minuta (do golpe), sobre o que estava sendo discutido ali no momento. Então, se o relato for convergente, me parece que é algo forte no sentido de comprovar como os fatos se deram”, Helena Lobo Costa, professora de Direito penal da Universidade de São Paulo (USP). (Globo)

Ex-ministro é blindado

Réu no STF por tentativa de golpe, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira tem sido blindado por colegas de farda, que minimizam seu envolvimento nas articulações do fim de 2022. Pressionado por Bolsonaro, ele alterou um parecer oficial para não excluir possíveis irregularidades nas eleições e convocou comandantes das Forças Armadas para apresentar uma nova versão da minuta que visava anular o pleito.

Apesar disso, militares afirmam que Nogueira integrava a ala moderada do governo, tentando demover o então presidente de medidas extremas. Por outro lado, os generais estão irritados com a postura de Alexandre de Moraes, que repreendeu Freire Gomes durante o depoimento, gerando desconforto entre militares que reclamam de perseguição e tentativas de manchar a imagem da instituição. (Veja)

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  • Repet
sábado - 10/05/2025 - 16:20h
Junho

Jair Bolsonaro retornará ao RN para retomar programação política

Bolsonaro esteve no RN em abril (Foto: reprodução de vídeo)

Bolsonaro esteve no RN em abril (Foto: reprodução de vídeo)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que estará no Rio Grande do Nortes nos dias 12, 13 e 14 de junho.

Em vídeo curto veiculado pelo senador Rogério Marinho (PL), ele anunciou a presença em Natal e Mossoró nesse período.

No dia 11 de abril, Bolsonaro passou mal (veja AQUI) em programação política no interior do RN. Foi transportado para Natal e em seguida Brasília, onde passou por cirurgia no domingo (13 de abril) – veja AQUI.

Neste sábado (10), em Assú, o senador Rogério Marinho comandou outra etapa da iniciativa denominada de “Rota 22 PL RN”, mobilizando militância e políticos do seu partido.

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sexta-feira - 18/04/2025 - 21:50h
Política

Mesmo sem Bolsonaro o projeto “Rota 22” é concluído

Encerramento do projeto nessa etapa foi em Apodi (Foto: divulgação)

Encerramento do projeto nessa etapa foi em Apodi (Foto: divulgação)

Encerrando o ciclo de oficinas do Projeto Rota 22 PL RN na região do Médio Oeste, a cidade de Apodi (RN) recebeu nessa quinta-feira (17) o terceiro dia de encontros voltados à escuta popular. Realizado na Arena Hiper, o evento reuniu perto de 30 participantes, entre lideranças locais, representantes do setor produtivo e gestores públicos das cidades de Apodi e Felipe Guerra.

No próximo dia 26, será realizado um seminário voltado para as regiões do Alto e Médio Oeste, na cidade de Pau dos Ferros, consolidando as ideias apresentadas nas discussões.

A iniciativa teve andamento, mesmo com incidente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no fim de semana passado. Ele estava em programação no RN, quando teve delicado problema de saúde. Passou por cirurgia em Brasília, domingo (13).

Durante as discussões, os temas de Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura foram debatidos sob a perspectiva da construção coletiva de soluções para os desafios enfrentados pela região. Entre os participantes, estiveram presentes o vice-presidente do SENAR, Evandi de Souza; o advogado Canindé de Freitas; a fundadora da Associação das Famílias Atípicas de Apodi, AFATA, Leonice Fernandes; a técnica de enfermagem Anarilda; o vereador de Felipe Guerra, Márcio Moraes; e o secretário de Urbanismo de Apodi, Charton Rego.

O Projeto Rota 22 é realizado em parceria com o Instituto Álvaro Valle e sob a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro e do senador Rogério Marinho. Objetiva ouvir a população, identificar os principais problemas enfrentados pelas regiões e propor soluções que fortaleçam o compromisso do partido com a qualidade de vida dos brasileiros.

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  • Repet
domingo - 13/04/2025 - 22:10h
Em Brasília

Bolsonaro enfrenta cirurgia com duração de 12h e passa bem em UTI

Equipe que fez cirurgia ´foi comandada pelo médico Cláudio Birolini (Foto: rede social)

Equipe que fez cirurgia foi comandada pelo médico Cláudio Birolini (Foto: rede social)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por delicada cirurgia neste domingo (13), em Brasília. Os trabalhos duraram 12 horas, no Hospital DF Star, sendo concluídos agora há noite. Equipe foi comandada pelo médico Cláudio Birolini.

Segundo “Nota de Esclarecimento” do DF Star, a cirurgia aconteceu “sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.”

Jair Bolsonaro “Encontra-se no momento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções.”

A mesma nota resume, que a cirurgia lidou com uma obstrução intestinal “resultante de uma dobra do intestino delgado”, o que “dificultava o trânsito intestinal, o que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências.”

Esse quadro delicado enfrentado por Jair Bolsonaro é derivado de facada que sofreu no abdômen em 2018, quando concorreu pela primeira vez à Presidência da República.

Problemas no RN

O ex-presidente sofreu mal-estar quando estava sexta-feira (11) pela manhã no RN, começando programação política denominada de “Rota 22 PL RN.”

Foi atendido emergencialmente em Santa Cruz, no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz.

Por solicitação do senador Rogério Marinho (PL), o Governo do Estado disponibilizou helicóptero que o levou para Natal. Primeiramente, Bolsonaro foi recebido no no Hospital Walfredo Gurgel e, em seguida, internado Hospital Rio Grande em Natal.

Ontem (sábado, 12), no fim da tarde, ele foi transportado para Brasília.

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sábado - 12/04/2025 - 22:50h
Bolsonaro é transferido

Ex-presidente deixa o RN e segue para tratamento em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou por volta de 17h30 deste sábado (12), o Hospital Rio Grande, em Natal. Ele estava internado desde o fim da manhã de ontem (sexta-feira, 11).

Foi transferido para Brasília, onde deverá continuar tratamento. Ele passou mal no interior do estado, quando começava programação política denominada “Rota 22 PL RN.”

Sua despedida do hospital teve saudação de diretores, equipe médica, outros servidores e populares.

Nota do BCS – O médico Claudio Birolini – que acompanha Jair Bolsonaro há anos – disse à imprensa que esse “foi o quadro mais grave desde o atentado em 2018”, enfrentado pelo ex-presidente.

Ele poderá ser operado em Brasília neste domingo (13).

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Categoria(s): Política
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