segunda-feira - 25/03/2019 - 07:24h
O outro lado

Assembleia cumpre a lei sobre 13º e férias, diz Nota Oficial

Sérgio Freire é procurador geral (Foto: AL)

A Assembleia Legislativa emite Nota Oficial nesta segunda-feira (25), com esclarecimentos sobre a promulgação (publicação de lei) que concede aos deputados estaduais direito ao recebimento do 13º salário e abono de férias.

Leia a íntegra abaixo:

Nota Assembleia Legislativa do RN

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte torna pública a verdade sobre a percepção dos direitos dos deputados referentes ao décimo terceiro salário e 1/3 de férias:

1- Como todos os servidores públicos, os deputados estaduais recebiam, até 2015, os valores correspondentes ao décimo terceiro salário
2 – A Presidência da Assembleia Legislativa do RN, em 2016, atendendo recomendação do Ministério Público de Contas do Estado, suspendeu o pagamento e aguardou a decisão judicial definitiva

3 – Entendendo que os agentes políticos são assemelhados aos servidores públicos em geral, o Supremo Tribunal Federal consagrou, em regime de  repercussão geral, a isonomia entre todos e garantiu que os agentes políticos têm os mesmos direitos dos servidores públicos, conforme determina a Constituição Federal

4 – O pagamento do décimo terceiro salário e de 1/3 de férias aos deputados estaduais é apenas semelhante aos já pagos a todos os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e das Casas Legislativas do Brasil, inclusive o Congresso Nacional

5 – A Assembleia Legislativa cumpre o que determina a Constituição Federal e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)

6 – Os pagamentos são feitos com recursos do orçamento da Assembleia Legislativa, sem onerar, de nenhuma forma extraordinária, o Tesouro Estadual

7 – Sendo essa a verdade sobre os fatos, a Assembleia Legislativa do RN, norteada pelos princípios da Transparência, entende ter esclarecido à população os fundamentos jurídicos que nortearam as medidas administrativas adotadas quanto a esse tema

Dr. Sérgio Freire – Procurador Geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte

Leia também: Assembleia Legislativa promulga lei do 13º e férias.

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Categoria(s): Política
terça-feira - 19/03/2019 - 21:40h
Jorge Kajuru

Gilmar Mendes é “canalha” e “vende sentença”, diz senador

Da revista Exame

No mesmo dia em que foi protocolado no Senado o requerimento para criação da CPI da Lava Toga, nesta terça-feira, 19, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, para que sejam tomadas providências sobre uma entrevista concedida pelo senador Jorge Kajuru (PSB/GO) a uma rádio, na qual o parlamentar afirma que Gilmar será o “primeiro a ser questionado” pela CPI, que tenta emplacar uma investigação contra o “ativismo judicial” dos tribunais superiores.

Cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), determinar se a comissão será criada.

O ofício enviado ao ministro Dias Toffoli descreve que a entrevista foi concedida no último domingo, 17. Nele, há trechos com a transcrição das falas de Kajuru, em que diz que Gilmar “vende sentenças”.

“De onde você tirou esse patrimônio? Da Mega Sena? De herança, de quem você tirou, Gilmar Mendes? Foram das sentenças que você vendeu, seu canalha!”, diz parte da entrevista do senador.

Nota do Blog – Pela primeira vez vejo um senador descrevendo o ministro Gilmar dessa forma. Um senador.

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 08/03/2019 - 07:10h
Direito

Os limites da atuação judicial estarão na Quinta Jurídica

Marmelstein: palestra (Foto: JFCE)

A nova edição da Quinta Jurídica trará para o debate “Ações estruturais e os limites da atuação judicial”. O evento acontecerá no dia 28 de março, a partir das 19h, no auditório da Justiça Federal no Rio Grande do Norte (JFRN), no bairro de Lagoa Nova, em Natal.

Os palestrantes serão o Juiz Federal da 3ª Vara do Ceará George Marmelstein e o magistrado da JFRN Eduardo Dantas, que atua como Juiz Instrutor no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a Quinta Jurídica acontecerá o lançamento do livro “Ações estruturais e o estado de coisas inconstitucional”, de autoria do Juiz Federal Eduardo Dantas.

As inscrições para Quinta Jurídica são gratuitas e podem ser feitas através do www.jfrn.jus.br . No dia do evento é necessária a doação de dois quilos de alimentos não perecíveis, assim efetiva a inscrição.

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domingo - 24/02/2019 - 08:12h

De legalidade

Por Honório de Medeiros

“O povo deve bater-se em defesa da lei, como se bate em defesa das muralhas”, Heráclito de Éfeso (sécs. VI-V a.c. – fragmento 44).

Nestes dias o Supremo Tribunal Federal (STF) se debruça sobre a questão da criminalização da homofobia e transfobia.O primeiro voto, a favor, foi do Decano da instituição, que em sua opinião, por não ter o Congresso legislado sobre o tema, por “evidente inércia e omissão”, algo que a Câmara e o Senado negam, existe, portanto, uma lacuna legal e axiológica no ordenamento jurídico brasileiro, e caberia ao STF, por intermédio da analogia, suplementá-lo.

Mello propôs que não seja fixado um prazo para que o Congresso edite uma lei sobre o tema, como pedem as ações para isso intentadas, mas que, enquanto os parlamentares não se manifestam, a homofobia e a transfobia sejam enquadradas na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989).

Entretanto é de sabença geral que os meios de preenchimento de lacunas, no ordenamento jurídico, por ele mesmo devem ser indicados, para evitar a incerteza do Direito e o subjetivismo anárquico judicial.

Fique claro que a questão não é a criminalização ou não. É a forma como está sendo feita.

Ora, a analogia, em matéria penal, é algo estritamente proibido pela Constituição Federal em suas cláusulas pétreas, qual seja o artigo 5º, XXXIX: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”

E o que leva o Ministro a crer que mesmo assim o STF pode ir além da própria Constituição Federal?

A crença de que o STF tudo pode e pode tudo. Que compete a eles, ministros, dizer o que seja o melhor para a Sociedade, como se lê do que segue:

Sendo assim e considerando que a atividade de interpretar os enunciados normativos, produzidos pelo legislador, está cometida constitucionalmente ao Poder Judiciário, seu intérprete oficial, podemos afirmar, parafraseando a doutrina, que o conteúdo da norma não é, necessariamente, aquele sugerido pela doutrina, ou pelos juristas ou advogados, e nem mesmo o que foi imaginado ou querido em seu processo de formação pelo legislador; o conteúdo da norma é aquele, e tão somente aquele, que o Poder Judiciário diz que é. Mais especificamente, podemos dizer, como se diz dos enunciados constitucionais (= a Constituição é aquilo que o STF, seu intérprete e guardião, diz que é), que as leis federais são aquilo que o STJ, seu guardião e intérprete constitucional, diz que são.” (Ministro Teori Zavaski; AI nos EREsp 644.736/PE, Corte Especial, julgado em 06/06/2007, DJ 27/08/2007, p. 170).

Esse é o cerne da doutrina do realismo jurídico, sinteticamente expresso na afirmação de Oliver Wendell Holmes, Jr., antigo ministro da Suprema Corte dos Estados Unidos: “O Direito é o que os tribunais dizem que ele é” (“the law is what the courts say it is”), visceralmente contrário à tradição jurídica nacional e ao que o povo brasileiro, por intermédio de seus constituintes, em 1988, na Assembleia Nacional Constituinte, escolheu para si, e o expressou no Princípio da Legalidade, inciso II, do artigo 5º, enquanto Cláusula Pétrea:“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Cujo desdobramento, em matéria penal, está no artigo 5º, inciso XXXIX: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Outra cláusula pétrea.

Mais claro é impossível. O próprio Celso de Mello já se referiu ao princípio da legalidade como um dos princípios mais importantes no Direito Constitucional; o principio capital para a configuração do regime jurídico-administrativo, e que este é a essência do Estado de Direito, pois lhe dá identidade própria.”

Mas como se nada disso significasse coisa alguma, os ministros do STF enveredam pela doutrina do Realismo Jurídico, em sua versão tupiniquim, esgrimida enquanto arma de Poder, para conter o alvoroço investigatório do Senado e Receita Federal e manda um aviso claro ao Congresso e ao Poder Executivo: “mandamos nós; obedece quem tem juízo”.

O que existirá além para além aquelas paredes luxuosas que o Poder Legislativo e Executivo não possam investigar?

Pior: ao fazê-lo, ferem, mortalmente, o princípio da soberania da vontade popular, tão importante que se encontra no artigo no parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

É óbvio, posto assim, que se o Congresso, até hoje, não quis regulamentar a questão dos crimes de homofobia e transfobia, isso significa que sua vontade, a vontade do Povo é essa. No tempo certo, em seu tempo, , no tempo dos legisladores, isso será feito.

O STF não pode dizer nem quando, nem o quê, pode e deve ser tratado pelo Legislativo.

As leis, inclusive a do contrato social, que emanam do povo, assim as vê Rousseau: “são atos da vontade geral, exclusivamente”; “é unicamente à lei que todos os homens devem a justiça e a liberdade”; “todos, inclusive o Estado, estão sujeitos a elas”.

O ideário acima exposto, no qual a lei a todos submete por que decorrente da vontade geral do povo – este, frise-se, surgido graças ao contrato social e detentor da soberania – pode ser encontrado em obras muito recentes, como o “Curso de Direito Constitucional”, primeira edição de 2007, do Ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil Gilmar Ferreira Mendes e outros. Às páginas 37, lê-se:

“Por isso, quando hoje em dia se fala em Estado de Direito, o que se está a indicar, com essa expressão, não é qualquer Estado ou qualquer ordem jurídica em que se viva sob o primado do Direito, entendido este como um sistema de normas democraticamente estabelecidas e que atendam, pelo menos, as seguintes exigências fundamentais: a) império da lei, lei como expressão da vontade geral”; (…)

E ponto final.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN

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sexta-feira - 22/02/2019 - 09:48h
Corrupção

“Operação Compensação” atinge senador e pode chegar ao RN

Ciro: investigação (Foto: Época)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) uma operação a partir de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como principal investigado o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também é presidente da legenda (veja AQUI).

É a “Operação Compensação”.

Foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do STF, para apurar supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.

Fiquemos de olho no Rio Grande do Norte, principalmente em certos endereços da capital.

Há informações extraoficiais de que esse trabalho vai respingar por aqui, envolvendo “operadores” e beneficiados de esquemas nada republicanos.

Anote, por favor.

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segunda-feira - 18/02/2019 - 22:48h
RN

Conselheiros do TCE reajustam o seu salário

Do Jurinews

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) aprovou, na última quinta-feira, o anteprojeto de Lei Complementar que estabelece o reajuste do salário dos Conselheiros da Corte para R$ 35.462,22. A medida foi divulgada nesta segunda (18), no Diário Oficial do Órgão.

De acordo com o texto, serão contemplados também os Procuradores do Ministério Público que atuam junto ao TCE, incluindo aposentados e pensionistas. Já os Conselheiros Substitutos, terão os subsídios reajustados para o valor de R$ 33.689,11. Atualmente, o tribunal conta com sete conselheiros titulares, três substitutos e seis procuradores.

Sanção ou veto

Segundo o anteprojeto, o valor do subsídio mensal dos Conselheiros e Procuradores equivale a 90,25% do que é recebido por um Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto que do Conselheiro Substituto corresponde ao mesmo valor atribuído a um juiz de Direito de 3ª instância.

O anteprojeto segue agora para votação na Assembleia Legislativa, da qual, se aprovado, será enviado à governadora Fátima Bezerra (PT), que irá decidir pelo veto ou sanção do texto.

Nota do Blog – Efeito cascata do reajuste do STF. Está dentro da lei, mas sem sombra de dúvidas, é inoportuno para esse momento de sacrifícios à maioria.

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sexta-feira - 15/02/2019 - 12:28h
Doações irregulares

STF arquiva investigação contra Robinson, Rosalba e Fábio

Do G1RN

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber mandou arquivar uma investigação envolvendo o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), seu pai, o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD-RN), e a atual prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP). A decisão é deste quinta-feira (14).

Robinson, Rosalba e Fábio (Foto: arquivo)

Em novembro de 2018, a ministra havia mandado arquivar outra apuração sobre o deputado, atual terceiro secretário da Câmara dos Deputados, por supostamente ter deixado de declarar valores recebidos da J&F na campanha eleitoral de 2014.

Na oportunidade, Rosa enviou as suspeitas sobre Robinson Faria, então governador do Rio Grande do Norte, para análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O inquérito arquivado por Rosa nesta quinta apurava suposto caixa 2 praticado pelos três investigados na campanha de 2010. O procedimento foi aberto com base em delações de executivos da Odebrecht.

Delatores

Segundo os delatores, a doação não oficial aos referidos políticos se daria em troca de apoio a projetos empresariais futuros da Odebrecht Ambiental nas áreas de saneamento básico e infraestrutura no Estado do Rio Grande do Norte, via parcerias público-privadas.

Ainda de acordo com os colaboradores, as doações teriam sido realizadas pelo setor responsável pelo pagamento de propina na empresa.

Na decisão em que determinou o arquivamento, a ministra atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República. Conforme o órgão, embora haja “fortes indícios” da prática de caixa 2 nas eleições de 2010, “não há elementos suficientes para o oferecimento de denúncia, bem como mostra-se inviável a continuidade das investigações”.

“Nessa esteira, estando, na espécie, a Procuradora-Geral da República a sustentar a inexistência de elementos que permitam impulsionar as investigações, impõe-se o arquivamento requerido, inexistindo excepcionalidade que justifique sindicalizar a opinio delicti do titular da ação penal”, decidiu Rosa, relatora do inquérito.

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sábado - 02/02/2019 - 07:50h
Neste sábado

Toffoli determina voto secreto para eleição no Senado

Sessão foi suspensa à noite dessa sexta-feira após muito tumulto e situações constrangedoras

Davi Alcolumbre (sentado) é cercado por Renan e Kátia Abreu durante sessão (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Do G1

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na madrugada deste sábado (2) que a eleição para presidente do Senado seja feita por meio de votação secreta. Ele atendeu a um pedido dos partidos Solidariedade e MDB.

A sessão que vai definir o novo comando da Casa está marcada para as 11h deste sábado após ter sido adiada na noite de sexta-feira (1º), depois de muito tumulto e bate-boca entre os senadores.

Na decisão, Toffoli anulou a votação conduzida pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que por 50 votos a 2 e uma abstenção estabeleceu voto aberto para a eleição que escolherá o presidente – 28 senadores não votaram.

Sessão tumultuada

A sessão foi das mais constrangedoras, sobretudo para um início de legislatura e depois dos recados das urnas nas eleições do ano passado, por todo o país.

Em um momento mais tenso da sessão, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) chegou a ocupar a Mesa Diretora e tomou das mãos de Davi Alcolumbre (DEM-AP) a pasta na qual estavam os documentos referentes à sessão.

Candidato à presidência e na defesa intransigente do voto secreto, Renan Calheiros (MDB-AL) revoltou-se com a condução da sessão por Alcolumbre e a aprovação do voto aberto.

Saiba mais clicando AQUI.

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quarta-feira - 30/01/2019 - 13:50h
Polêmica

STF autoriza Lula a ir a sepultamento; decisão chega tarde

Corpo de Vavá, irmão de Lula, é enterrado em São Bernardo do Campo — Foto: Glauco Araújo/G1

Do G1

Lideranças do PT afirmaram nesta quarta-feira (30) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não ir para São Bernardo do Campo se encontrar com familiares após a morte do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá.

O corpo de Vavá foi enterrado no ABC paulista pouco depois da divulgação da decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli (veja AQUI), de autorizar a saída de Lula, no início da tarde desta quarta.

“É lamentável que a decisão só tenha saído a essa hora. É totalmente inviável. Não era pra vir ver o corpo do Vavá, era para falar com a família. O Lula com muita dignidade agradeceu, mas não vem, não faz sentido mais”, disse Gilberto Carvalho, ex-ministro da República.

Deverá ser feito pedido à justiça para que Lula possa ir à missa de sétimo dia do irmão, em local e horário ainda a serem definidos.

Saiba mais clicando AQUI.

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quinta-feira - 17/01/2019 - 16:12h
Caso Queiroz

STF suspende investigação a pedido de Flávio Bolsonaro

Queiroz e Flávio: para, para tudo (Foto: Web)

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou a suspensão do procedimento investigatório que apura movimentações atípicas do ex-policial Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e outros assessores da Assembleia do Rio.

O pedido foi feito pela defesa do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

Fux determinou que o processo fique parado até que o relator sorteado para o caso, ministro Marco Aurélio Mello, decida se o procedimento deve prosseguir ou não.

Desde a última segunda-feira as decisões da corte são tomadas por Fux, que é o vice-presidente da corte, em sistema de plantão.

O recesso dos ministros acaba no próximo dia 1º.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

Nota do Blog – A decisão de Fux é da própria natureza desse poder, discutível como quase tudo ali. Mas a postura do senador eleito vai além do “discutível”. É suspeitíssima. Qual o temor?

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  • Repet
domingo - 13/01/2019 - 15:18h

Cesare Battisti e Maurício Norambuena – dois finais possíveis

Por Esdras Marchezan

A prisão do italiano Cesare Battisti e a euforia do governo Bolsonaro em extraditá-lo imediatamente para a Itália, onde Battisti é condenado à prisão perpétua por quatro homicídios ocorridos durante a década de 70, coloca em evidência também outro caso de bastante repercussão no País: o destino do chileno Maurício Hernandez Norambuena, 60, condenado no Brasil pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2002, e condenado à prisão perpétua no Chile por atos considerados terroristas na década de 90 (a autoria intelectual do assassinato do senador conservador Jaime Gúzman e o sequestro do empresário Christian Edwards).

Chileno Maurício Hernandez Norambuena está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (Foto:reprodução)

Norambuena encontra-se recolhido no Presídio Federal de Mossoró, aguardando transferência para o sistema prisional paulista. Com sua extradição decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2004, o chileno continua em solo brasileiro por uma exigência da justiça brasileira não aceita pela justiça chilena: a comutação de sua pena no Chile (duas prisões perpétuas) a penas que, juntas, somem no máximo 30 anos, limite permitido na legislação brasileira.

Sem essa mudança, o Brasil se nega a entregá-lo ao Chile.

Em tese, a mesma limitação deve se aplicar à extradição do italiano. Sua ida para a Itália, levando em consideração o decidido pelo STF no caso Norambuena, só poderia ocorrer caso a justiça italiana transforme sua prisão perpétua em penas de no máximo 30 anos. Caso o governo brasileiro ignore a questão e autorize a ida de Battisti para a Itália, abre-se um precedente para que a situação do chileno Norambuena tenha resultado semelhante.

O impasse entre a justiça brasileira e a chilena têm impedido, inclusive, a progressão de regime de Norambuena em relação à condenação da justiça brasileira, o colocando num labirinto jurídico.

Preso desde 2002, ele já teria direito à progressão de regime, pelo tempo que está encarcerado, mas a existência das duas penas de prisão perpétua, por atos considerados terroristas, tem levado os juízes brasileiros a negarem todos os pedidos de progressão da defesa do chileno.

O fato o torna hoje o condenado a passar mais tempo na prisão (16 anos), no sistema prisional brasileiro. Boa parte deste tempo no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do sistema prisional paulista, e no sistema federal, em celas individuais.

Em Valparaíso, sua cidade natal, Norambuena conta com o apoio de amigos, familiares e ONGs que mantêm uma campanha internacional em favor de sua liberdade. Para eles, entre estar preso no Brasil, longe da família, e em solo chileno, é melhor que cumpra sua pena em sua terra natal.

Assim como Battisti, Norambuena fez parte na juventude de um grupo guerrilheiro de esquerda. A Frente Patriótica Manuel Rodriguez nasceu de uma divisão do Partido Comunista chileno, sendo o braço armado na luta contra a ditadura de Augusto Pinochet.

Manifestações pedem liberdade de Norambuena (Foto: Web)

Uma das ações praticadas pelo grupo, inclusive, foi uma emboscada que quase levou à morte o ditador chileno. Na oportunidade, Norambuena – ou Comandante Ramiro, como ficou conhecido na Frente – foi um dos participantes.

Preso em 1996, acusado de envolvimento com a execução do senador Jaime Guzman, fiel aliado de Pinochet, Norambuena e mais quatro companheiros da Frente protagonizaram uma fuga do Presídio de Segurança Máxima de Santiago, conhecida até hoje como “A fuga do século”. Com apoio de um helicóptero, o grupo fugiu dentro de um cesto metálico, suspenso no ar por cabos presos à aeronave.

Foragido, Norambuena se integrou à luta do Exército de Libertação Nacional (ELN), na selva colombiana, grupo que pretendia ajudar com o dinheiro que buscava obter com o pagamento do resgate no sequestro a Washington Olivetto.

Nas próximas horas, a decisão do governo brasileiro sobre o italiano Cesare Battisti pode definir não apenas o destino dele, mas inaugurar um novo tipo de procedimento em casos de extradição de cidadãos estrangeiros presos em solo brasileiro.

Esdras Marchezan é jornalista e professor da Universidade do Estado do RN.

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domingo - 13/01/2019 - 10:40h
Cesare Battisti

Terrorista italiano que fugiu do Brasil é preso na Bolívia

Do UOL

O terrorista italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos na década de 1970, foi detido na Bolívia no sábado (12).

Ele foi detido na tarde de sábado por uma equipe da Interpol formada por agentes italianos e brasileiros enquanto caminhava pela rua na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra e não ofereceu resistência, segundo fontes do Ministério do Interior da Itália.

A polícia italiana divulgou imagem de Battisti após a prisão na Bolívia (Reprodução)

Segundo Filipe G. Martins, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, o terrorista deverá ser trazido para o Brasil, “de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana”.

O governo italiano, porém, enviou à Bolívia um avião com agentes de inteligência. As fontes do Ministério do Interior da Itália, contudo, desconhecem por enquanto se Battisti deverá retornar ao Brasil antes de ser extraditado à Itália, mas acreditam que este é “um ponto que se resolverá nas próximas horas”.

Quatro homicídios

O italiano foi membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, e foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios entre 1977 e 1979, que ele nega ter cometido. Após décadas foragido na França e no México, Battisti se instalou em 2004 no Brasil, onde permaneceu escondido até sua detenção em 2007 e sempre foi reivindicado com insistência pela Itália.

O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou sua extradição em 2009 em uma sentença não vinculativa que deixou a decisão nas mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas este a rejeitou em 31 de dezembro de 2010, último dia de governo do seu segundo mandato.

Sua detenção na Bolívia aconteceu quando estava foragido desde dezembro do ano passado, depois que o STF ordenou sua detenção para extraditá-lo à Itália e o então presidente Michel Temer (MDB) assinou o decreto para isso. O novo presidente Jair Bolsonaro (PSL) também já tinha antecipado sua intenção de extraditá-lo e a notícia da sua detenção foi celebrada pela política italiana.

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  • Repet
segunda-feira - 07/01/2019 - 08:32h
STF

Dias Toffoli na posse de João Rebouças no TJRN

Toffoli: posse (Foto: Luiz Silveira)

Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli está no Rio Grande do Norte.

Vai participar da posse do desembargador João Rebouças (veja AQUI) como presidente do Tribunal de Justiça do RN (TJRN).

Com o STF em recesso, Toffoli aproveita parte de suas férias no RN.

Informação extraoficial indica que ele aportou em Pipa (município de Tibau do Sul).

Bom adiantarmos: Toffoli é refratário a contatos com a imprensa.

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sexta-feira - 04/01/2019 - 20:24h
Auxílio-moradia

Conselho do MP suspende penduricalhos que burlam a lei

Conselheiro Luiz Fernando de Mello diz que decisão deve valer para todo o Ministério Público brasileiro

Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho acha constrangedoras as estratégias usadas para burlar a lei (Foto: Pedro Ladeira)

Do Folha de São Paulo

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) mandou suspender penduricalhos criados pelos Ministérios Públicos dos estados de Minas Gerais e do Piauí no fim do ano passado para compensar a perda do auxílio-moradia.

Em decisão nesta sexta (4), o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho determinou que sejam suspensos os pagamentos de “toda e qualquer verba” instituída após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4.377 a membros da magistratura.

“A decisão deve valer para todo o Ministério Público brasileiro, incluindo-se os ramos do Ministério Público da União e os Ministérios Públicos estaduais”, escreveu Bandeira de Mello.

O conselheiro afirmou que, numa “lamentável e constrangedora” tentativa de “burlar” a decisão do STF, os Ministérios Públicos de Minas Gerais e do Piauí criaram, por exemplo, o auxílio-saúde.

Bandeira de Mello também destacou que “é de conhecimento amplo que diversas unidades do Ministério Público estão adotando o mesmo subterfúgio de criação ou majoração de verbas como substitutos ao auxílio-moradia cessado” e disse que os penduricalhos são “privilégios incompatíveis com a Constituição”.

Nota do Blog – Um alento. Uma decisão merecedora de aplausos.

É absurdo que uma gente que deveria defender a lei procure a todo momento brechas para levar vantagem em tudo. Lamentável.

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quarta-feira - 19/12/2018 - 23:22h
STF

Poder fraco

Cármen: fraqueza (Foto: Antônio Cruz)

Cheguei a acreditar num lapso de descuido, que a ascensão daquela senhora feiosa e esquálida, Cármen Lúcia, à presidência do STF, pudesse dar alguma rigidez moral a esse poder.

Mas a tibieza parece ser seu maior defeito.

O Supremo Tribunal Federal (STF) não é sua cara, que se diga.

É pior.

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quarta-feira - 19/12/2018 - 08:16h
Política

Lula deverá ser solto em abril

Lula: liberdade (Foto: Leonardo Benassatto)

Do blog O Antagonista

O STF já marcou a soltura de Lula em abril, quando ele completar um ano de cana.

Diz o Estadão:

“A aposta no Judiciário é que o novo julgamento no Supremo sobre a prisão após segunda instância, marcado para 10 de abril, deve levá-los a definir que a pena começará a ser cumprida somente após o STJ analisar todos os recursos possíveis.

Medida nesse sentido pode colocar Lula em liberdade, uma vez que no STJ ninguém acredita que haja desfecho do caso dele até abril. São várias as possibilidades de recursos. E ainda beneficiaria José Dirceu, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral.”

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terça-feira - 11/12/2018 - 10:51h
Delação da J&F

PF faz operação que investiga seis parlamentares federais

Senador Aécio Neves é alcançado por busca e apreensão; José Agripino é investigado no mesmo caso

Do G1 e Globo News

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem, nesta terça-feira (11), mandados de busca e apreensão em imóveis de Aécio Neves (PSDB-MG) e da irmã dele, Andréa Neves, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Atualmente senador, Aécio termina o mandato neste ano e no próximo assume uma vaga na Câmara dos Deputados.

Aécio: busca e apreensão; Agripino, investigado (Foto: UOL)

Também há equipes em endereços do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), em São Paulo. São investigados ainda os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) e os deputados federais Benito da Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).

A operação, chamada de Ross, surgiu a partir de delação de executivos da J&F e apura denúncias de compra de apoio político. Segundo a PF, Aécio Neves comprou apoio do Solidariedade por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Outros partidos também teriam sido beneficiados.

O G1 informou por volta das 7h que a PF fazia buscas em imóvel da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ). A parlamentar é investigada no processo. A PF chegou a solicitar buscas em endereço ligado a ela, mas o pedido não foi aceito pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também não autorizou buscas nas residências de Agripino, Anastasia, Gama.

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quarta-feira - 05/12/2018 - 22:17h
Crítica

Deputado diz que povo não aceita mais ‘jogo obscuro’ do STF

Eliéser bate no STF (Foto: Web)

Do Blog do Barreto e Twitter

Em post no Twitter o deputado federal general Eliéser Girão Monteiro (PSL) endossou críticas da sociedade ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Assim como num jogo de futebol, quando os juízes aparecem é porque algo não está certo. A rejeição crescente dos Ministros do STF demonstra que a sociedade não aceita mais esse jogo obscuro que tem sido mostrado pela Corte Maior. Então, vão entender, ou esperar o pior?”.

Não é a primeira vez que Girão entra em rota de colisão com o STF.

Durante a disputa eleitoral ele defendeu o impeachment do ministro Gilmar Mendes.

Nota do Blog Carlos Santos – Em campanha, o general insuflou militantes a “varrerem” o PT da face da terra e agora parece empenhado, também, em purificar o STF.

Cá para nós: duas missões dificílimas. A segunda, então…

Leia também: Deputado-general Girão decreta morte da “velha política”.

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segunda-feira - 03/12/2018 - 09:12h
Gestão

Governadores acompanham votações importantes no DF

Fátima: pauta importante (Foto: arquivo)

A senadora Fátima Bezerra (PT) se reunirá nesta terça-feira (4) em Brasília, com os demais governadores eleitos do Norte e Nordeste para acompanhar no Congresso Nacional a votação de matérias importantes para os estados. Também terá audiência no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos projetos na Câmara Federal é o PLP 459, que trata da Securitização da Dívida Ativa, estabelecendo uma forma moderna de combater a sonegação e gerando receitas para o déficit da Previdência e investimentos. Outro é o PLP 10.985, que trata da regulação da cessão onerosa de Gás e Petróleo.

Neste caso, o objetivo é manter a regra de partilha entre União, Estados e Municípios das receitas com royalties e Fundo Social.

STF

No Senado, a prioridade dos governadores é o entendimento para a votação do PLP 78, que trata de Bônus de Assinatura, complemento da Cessão Onerosa de Gás e Petróleo, permitindo a participação dos Estados e Municípios na receita com pagamento do Bônus de Assinatura após os leilões.

Com o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, a audiência é para entendimento sobre a retenção dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM) por parte da União. Três ações tramitam no STF, as ACOs 3150 e 3151, e o ministro já realizou audiência de conciliação com prazo para o governo federal abrir informações sobre as receitas partilhadas com Estados e Municípios.

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domingo - 02/12/2018 - 22:48h
Reportagem Especial

A modesta vida dos juízes do Supremo (da Suécia)

Por Claudia Wallin (BBC News Brasil)

“Não almoço à custa do dinheiro do contribuinte”, me disse certa vez o juiz sueco Göran Lambertz, em tom quase indignado, na Suprema Corte da Suécia.

A pergunta que inflamou a reação do magistrado era se, assim como ocorre no Brasil, os juízes da instância máxima do Poder Judiciário sueco têm direito a carro oficial com motorista e benefícios extra-salariais como auxílio-saúde, auxílio-moradia, gratificação natalina, verbas de representação, auxílio-funeral, auxílio pré-escolar para cada filho, abonos de permanência e auxílio-alimentação.

“Não consigo entender por que um ser humano gostaria de ter tais privilégios. Só vivemos uma vez e, portanto, penso que a vida deve ser vivida com bons padrões éticos. Não posso compreender um ser humano que tenta obter privilégios com o dinheiro público”, acrescentou Lambertz.

Retrato do juiz Carsten Helland de terno e gravata
Juiz Lambertz, da Suprema Corte da Suécia, defende rigidez ética (Foto: Divulgação)

“Luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético”, completou o juiz sueco.

Nesta semana, o presidente Michel Temer sancionou o reajuste de 16,38% nos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e da procuradora-geral da República, o que aumenta a remuneração dos magistrados de R$ 33 mil para R$ 39 mil.

O reajuste foi garantido após acordo que condicionou o aumento do salário à revogação do auxílio-moradia de R$ 4,3 mil a juízes de todo o país.

Na sexta-feira, entretanto, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu da decisão —o ministro do Supremo Luiz Fux suspendeu no último dia 26 o benefício para todas as carreiras do Judiciário— e pede que o auxílio-moradia seja mantido para os membros do Ministério Público.

Em um Brasil em crise, o aumento terá um efeito cascata sobre a remuneração de todo o funcionalismo, e, segundo técnicos da Câmara, deverá produzir um impacto de R$ 4,1 bilhões anuais nos cofres da União e dos Estados.

Na Suécia, o salário dos magistrados da Suprema Corte —que não têm status de ministro— é de 109,5 mil coroas suecas, o que equivale a aproximadamente R$ 46 mil.

Uma vez descontados os altos impostos vigentes no país, os vencimentos de cada juiz totalizam um valor líquido de 59 mil coroas suecas, segundo dados do Poder Judiciário sueco —o equivalente a cerca de R$ 25 mil.

“Isso é o que se ganha, e é um bom salário. Pode-se viver bem com vencimentos desse porte, e é suficiente”, diz Lambertz.

Ex-professor de direito da Universidade de Uppsala e ex-Provedor de Justiça (Ombudsman) do Governo, Göran Lambertz chefiou ainda uma das divisões do Ministério da Justiça antes de se tornar juiz da Suprema Corte, cargo vitalício que ocupou até recentemente.

Benefícios extra-salariais, oferecidos a juízes de todas as instâncias no Brasil, não existem para juízes suecos de nenhuma instância.

“Privilégios como esses simplesmente não são necessários. E custariam muito caro para os contribuintes”, diz à BBC News Brasil o jurista sueco Hans Corell, ex-Secretário-Geral Adjunto da ONU para Assuntos Jurídicos.

“Não quero emitir julgamentos sobre sistemas de outros países, pois eles têm seus próprios motivos e tradições. Mas não temos esse tipo de tradição na Suécia”, observa Corell.

Nas demais instâncias do Judiciário, o salário médio bruto de um juiz na Suécia é de 66 mil coroas suecas, o que equivale a aproximadamente R$ 28 mil.

Em valores líquidos, o salário médio dos juízes é de cerca de 41 mil coroas suecas —aproximadamente R$ 17,4 mil.

O salário médio no país é de 32,2 mil coroas suecas (cerca de R$ 13 mil), de acordo com as estatísticas da confederação sindical sueca LO (Landsorganisationen).

NEGOCIAÇÕES SINDICAIS NA SUÉCIA

Para reivindicar reajustes salariais, os juízes suecos seguem o mesmo procedimento aplicado aos trabalhadores de qualquer outra categoria: as negociações sindicais.

A negociação dos reajustes salariais da magistratura se dá entre o sindicato dos juízes suecos (Jusek) e o Domstolsverket, a autoridade estatal responsável pela organização e o funcionamento do sistema de justiça.

Retrato do juiz Carsten Helland de terno, gravate e usando óculos
Juiz Carsten Helland gargalhou sobre hipótese de receber privilégios (Foto: BBC News Brasil)

O aumento salarial dos magistrados trata normalmente da reposição da perda inflacionária acumulada no período de um ano, e que se situa em geral entre 2% e 2,5%.

“Nossos reajustes seguem geralmente os índices aplicados às demais categorias de trabalhadores, que têm como base de cálculo os indicadores gerais da economia e parâmetros como o nível de aumento salarial dos trabalhadores do IF Metall (o poderoso sindicato dos metalúrgicos suecos)”, explica o juiz Carsten Helland, um dos representantes da categoria no sindicato dos juízes.

A negociação depende essencialmente do orçamento do Domstolsverket, que é determinado pelo Ministério das Finanças.

“Os juízes têm influência limitada no processo de negociação salarial”, diz Carsten. “As autoridades estatais do Domstolsverket recebem a verba repassada pelo governo, através do recolhimento dos impostos dos contribuintes, e isso representa o orçamento total que o governo quer gastar com as Cortes. A partir desse orçamento, o Domstolsverket se faz a pergunta: quanto podemos gastar com o reajuste salarial dos juízes?”, explica.

“Não podemos, portanto, lutar por salários muito maiores. Podemos apenas querer que seja possível ganhar mais”, acrescenta ele.

Na Suprema Corte sueca, os reajustes salariais seguem a mesma regra aplicada ao restante da magistratura.

Perguntado se juízes suecos considerariam reivindicar benefícios extra-salariais como auxílio-alimentação e gratificação natalina, o juiz Carsten Helland dedica os segundos iniciais da sua resposta a uma sessão de risos de incredulidade.

“Juízes não podem agir em nome dos próprios interesses, particularmente em tamanho grau, com tal ganância e egoísmo, e esperar que os cidadãos obedeçam à lei”, diz o juiz.

“Um sistema de justiça deve ser justo”, ele acrescenta. “As Cortes de um país são o último posto avançado da garantia de justiça em uma sociedade, e, por essa razão, os magistrados devem ser fundamentalmente honestos e tratar os cidadãos com respeito. Se os juízes e tribunais não forem capazes de transmitir essa confiança e segurança básica aos cidadãos, os cidadãos não irão respeitar o Judiciário. E, consequentemente, não irão respeitar a lei”, enfatiza.

É simplesmente impossível, segundo Carsten, imaginar a aprovação de benefícios extra-salariais a juízes na Suécia.

“Porque não temos um sistema imoral”, ele diz. “Temos um sistema democrático, que regulamenta o nível salarial da categoria dos magistrados, assim como dos políticos. E temos uma opinião pública que não aceitaria atos imorais como a concessão de benefícios para alimentar os juízes às custas do dinheiro público”, assinala Carsten Helland.

JUÍZES SEM SECRETÁRIAS NEM CARROS OFICIAIS

No antigo palacete que abriga a Suprema Corte sueca, próximo ao Palácio Real de Estocolmo, imensas pinturas a óleo retratam nobres representantes da corte no passado, como marcas de um tempo em que havia lacaios e a aristocracia era predominante no Poder Judiciário.

Nos pequenos escritórios dos juízes, não há secretária na porta, nem assistentes particulares.

No sistema sueco, os magistrados contam com uma equipe de assistentes que trabalha, em conjunto, para todos os 16 magistrados da corte.

São mais de 30 profissionais da área de direito, que auxiliam os juízes em todos os aspectos de um caso jurídico.

O tribunal conta ainda com uma equipe de cerca de quinze assistentes administrativos, que auxiliam a todos os juízes.

Um livro de direito de capa azul em cima de uma mesa

O período máximo de férias dos juízes na Suécia é 35 dias (Foto: Patrik Svedberg/Divulgação)

Ou seja: nenhum juiz tem secretária ou assistente particular para prestar assistência exclusiva a ele, e sim profissionais que lidam com aspectos específicos dos casos julgados pela corte.

E nenhum juiz —nem mesmo o presidente da Suprema Corte— tem direito a carro oficial com motorista.

Para ir ao trabalho na Suprema Corte, o agora aposentado Göran Lambertz pedalava 15 minutos todos os dias desde a sua casa até a estação central da bucólica cidade de Uppsala, que fica a cerca de 70km de Estocolmo.

De lá, tomava um trem e viajava 40 minutos até o centro de Estocolmo, de onde caminhava a pé para a Corte.

A casa do juiz é surpreendentemente modesta. No pequeno jardim, ficam as bicicletas. A porta de entrada dá acesso a uma estreita sala de estar, decorada com mobiliário simples que remete aos anos 70.

Ao fundo, uma escada em madeira liga os dois andares da residência, cada um com 60 metros quadrados de área.

Junto à escada, um corredor conduz a uma minúscula cozinha, onde o juiz prepara seu café e sua comida: não há empregados.

FÉRIAS: MÁXIMO DE 35 DIAS

O período máximo de férias a que os juízes suecos têm direito é de 35 dias por ano. A variação depende da idade do magistrado: juízes de até 29 anos têm 28 dias de férias, e a partir de 30 anos de idade o período é de 31 dias anuais. Juízes acima de 40 anos passam a ter direito a 35 dias de férias.

No Brasil, a lei determina que os juízes, diferentemente dos demais trabalhadores, têm 60 dias de férias por ano.

Qualquer cidadão pode checar as contas dos tribunais e os ganhos dos juízes. Autos judiciais e processos em andamento também são abertos ao público.

“As despesas dos juízes também podem ser verificadas, embora neste aspecto não exista muita coisa para checar. Juízes usam muito pouco dinheiro público, e não possuem benefícios como verba de representação. Os juízes suecos recebem seus salários, e isso é o que eles custam ao Estado. As exceções são viagens raras para alguma conferência, quando seus gastos com viagem e hotel são custeados. Com relação às contas bancárias privadas de um juiz, elas só podem ser verificadas se o juiz for suspeito de um crime”, diz Lambertz.

Na Suprema Corte, funcionários atendem solicitações de cidadãos para verificar as contas ou examinar documentos de processos judiciais.

“Cópias dos arquivos também podem ser solicitadas. Não há nada a esconder. A idéia básica é que tudo o que é decidido nos tribunais do país é aberto ao público. O sistema judiciário sueco não é perfeito, mas não é impenetrável”, afirma o magistrado.

FISCALIZAÇÃO DOS JUÍZES

Não há um órgão específico para supervisionar os juízes. Mas entidades como o Ombudsman do Parlamento e o Provedor de Justiça têm poderes para fiscalizar de que maneira os tribunais lidam com diferentes casos, quanto dinheiro eles gastam e se atuam de forma eficiente.

Não há foro privilegiado para juízes e desembargadores. Também não há registro de casos de magistrados suecos envolvidos em corrupção.

“Entre juízes, nunca ouvi falar de um caso de corrupção em toda a minha vida. E os juízes jamais ousariam. Acho que nenhum juiz sueco jamais aceitaria um suborno. É algo tão proibido, que chega a ser impensável. É distante demais das nossas tradições. E, se algum ato irregular for cometido, ele será reportado à polícia. Por isso, mesmo se algum juiz pensar em cometer um ato impróprio, ele não o fará. Porque teria medo de ser reportado à polícia”, diz Göran Lambertz.

Presentes a juízes, segundo Lambertz, também são inaceitáveis.

“Ninguém ofereceria a um juiz coisas como dinheiro, viagens de cruzeiro ou mesmo garrafas de bebida. Isso simplesmente não acontece. Na época do Natal, um banco, por exemplo, pode querer oferecer um presente a autoridades e órgãos públicos. Mas isso nunca acontece nos tribunais.”

Um Judiciário que perde o respeito da população pode provocar “uma explosão de desordem na sociedade”, alerta o magistrado sueco: “Quando o sistema de justiça de um país não é capaz de obter o respeito dos cidadãos, toda a sociedade é rompida pela desordem. Haverá mais crimes, haverá cada vez maior ganância na sociedade, e cada vez menos confiança nas instituições do país. Juízes têm o dever, portanto, de preservar um alto padrão moral e agir como bons exemplos para a sociedade, e não agir em nome de seus próprios interesses”, diz Göran Lambertz.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Política
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quarta-feira - 28/11/2018 - 21:48h
Brasil

Refém de supremos arrivistas

Ao contrário do que diz o senso comum, o Brasil não está atolado nessa crise por culpa da classe política.

Somos todos reféns de supremos arrivistas.

Essa gente faz qualquer negócio para continuar sem crise, nadando na bonança, insensível à desgraça alheia.

O Brasil parece mesmo ser um caso perdido.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Só Pra Contrariar
domingo - 25/11/2018 - 09:06h

Autoritarismo, de onde?

Por François Silvestre

Os que temem o autoritarismo com a eleição de Bolsonaro precisam ver que não é aí que mora o perigo.

O Executivo é o mais vulnerável dos poderes em matéria de infraestrutura legal.

Até as medidas provisórias, sucessoras dos decretos-leis, têm alcance limitado. Ou limitadíssimo.

Não é pela eleição de um presidente autoritário que chegaremos ao autoritarismo.

O perigo do autoritarismo reside em dois outros endereços. No Legislativo e no Judiciário.

O nosso Legislativo, leia-se Congresso nacional, possui vasta tradição de venalidade. É a metade do perigo.

O nosso Judiciário, leia-se Supremo e Tribunais superiores ou federais, possuem vasta tradição de corporativismo e complexo de inferioridade aristocrática.

São condes, marqueses e barões frustrados.

Não são duques porque só tivemos um. Mas formam um ducado fantasmagórico.

É a outra metade do risco.

Aí sim, precisamos ficar de olho e denunciar.

Até por que todo aristocrata, puro ou de cruza, é vulnerável à pressão.

François Silvestre é escritor

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