sexta-feira - 11/07/2025 - 06:50h
Crise

Tarifaço com viés político de Trump tem desdobramentos no Brasil

Bolsonaro e Trump já tiveram encontros administrativos e políticos (Foto: Alan Santos/arquivo)

Bolsonaro e Trump tratam questões político-pessoais como questões de Estado e de economia (Foto: Alan Santos/arquivo)

Do Canal Meio e outras fontes

No dia seguinte ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, o clima no governo brasileiro foi de cautela, reafirmação pública da defesa da soberania nacional e nenhuma decisão concreta sobre como o Brasil pretende retaliar os Estados Unidos se, de fato, a sobretaxa aos produtos brasileiros entrar em vigor no dia 1º de agosto, como anunciou o presidente americano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não tomará nenhuma decisão até que as novas tarifas passem oficialmente a vigorar. A ideia é usar os próximos 20 dias para voltar à mesa de negociações e, se não houver acordo, encontrar uma maneira menos danosa para a economia brasileira para responder ao que o Planalto vê como uma agressão unilateral, de caráter político e desprovida de qualquer razão econômica.

Lula disse que pretende criar um comitê com empresários brasileiros para analisar as melhores saídas para a crise. Além de simplesmente taxar os produtos americanos, o governo estuda a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio e quebrar patentes de medicamentos. O presidente, no entanto, disse que se não houver acordo o Brasil vai aplicar tarifas de 50% aos produtos americanos. (Valor)

Internamente, o Planalto reforçou o discurso de que a culpa pelo tarifaço americano é da família Bolsonaro, que estaria usando sua relação com Trump para pressionar o Judiciário brasileiro a conceder anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo que investiga a trama golpista de 2022. Ontem, o presidente Lula disse que Bolsonaro deveria assumir a responsabilidade pelas medidas adotadas pelo governo americano.

Em entrevista à TV Record, Lula afirmou que a ação foi incentivada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Foi o filho dele [Eduardo Bolsonaro] que foi lá fazer a cabeça do Trump”, disse o presidente. (Globo)

Após semanas de embates com o Planalto, o Congresso deu sinais de que, ao menos desta vez, está em consonância com o governo. Ontem, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgaram uma nota conjunta afirmando que o Congresso vai agir com “equilíbrio e firmeza” para defender os interesses nacionais. Os chefes do Legislativo defenderam que o Brasil deve responder “com diálogo nos campos diplomático e comercial”. De acordo com a nota conjunta, Motta e Alcolumbre afirmaram que a nova lei de Reciprocidade Econômica tem “mecanismos que dão condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania”. (Estadão)

Nas redes, a estratégia do Planalto de responsabilizar os Bolsonaros ganhou adesão maior do que se esperava. De acordo com o cientista político Pedro Barciela, no dia seguinte ao anúncio das novas tarifas, entre 62% e 78% das postagens nas principais redes sociais exigiam reciprocidade, criticavam o “crime de lesa-pátria” e evocavam o nacionalismo como elemento em disputa contra o governo Donald Trump e seus apoiadores no Brasil. Segundo ele, a mobilização bolsonarista, que afirma que Lula foi o responsável pela ofensiva americana, teve pouco engajamento no país. (ICL Notícias)

Steve Bannon
, um dos principais ideólogos do movimento MAGA (Make America Great Again), afirmou à jornalista brasileira Marina Sanches, do UOL, que Trump retiraria as tarifas contra os produtos brasileiros se o STF encerrar os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Derrubem o caso, derrubamos as tarifas”, disse ele, um dos aliados mais próximos de Trump. (UOL)

Depois do silêncio inicial, o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se manifestar. Por meio de uma nota, Bolsonaro disse que admira o governo de Donald Trump e que espera que os poderes da República resgatem a normalidade institucional. “Essa caça às bruxas — termo usado pelo próprio presidente Trump — não é apenas contra mim. É contra milhões de brasileiros que lutam por liberdade e se recusam a viver sob a sombra do autoritarismo”, afirmou o ex-presidente. (Metrópoles)

Nota do BCS – O clã Bolsonaro, que tanto se apresenta como “patriota”, é desmascarado de forma flagrante. Coloca suas necessidades acima da soberania nacional, dos interesses econômicos do país e da interdependência dos poderes. Os efeitos danosos desse intervencionismo de Trump e dos EUA vão respingar no próprio Jair Bolsonaro e seus aliados, fomentadores e cúmplices dessa aberração.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Raimunda diz:

    Ainda tem fanático dando graças a Deus por esse caos na economia. Exemplo típico de patriota de araque.

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    Esse pessoal BOLSONARISTA peçonhentos, CARREGADOS DE ÓDIOS, DELIRIOS, sabidamente descerebelados, golpistas, entreguistas e lambedores dos bagos Trumpistas, supostamente se dizem contra o sistema…!!!

    SISTEMA DE QUÊ E DE QUEM CARAS PÁLIDAS…!?!

    E AINDA TEM A PACHORA DE AFRIMAR QUE VIVEMOS UMA DITADURA DE TOGA, COM ELES DIARIAMENTE SE REUNINDO EM PRAÇAS PÚBLICAS E PARLAMENTOS DO MUNDO TODO PARA DETONAR E VILIPENDIAR O SISTEMA DOQUAL RECEBEM TODOS OS PRIVILÉGIOS QUE ELES SUPOSTAMENTE DIZEM PROTESTAR CONTRA…!!!

    Essa realidade política e social, nos diz muito da qualidade do nosso eleitor a eleger seguidamente esses monstros travestidos de Presidente que conspira 24 horas contra as instituições e os Poderes que diz defender, idem deputados, senadores e Prefeito e Vereadores na mesmíssima toada …!!!

    Aliás, o tarifaço politico do Tampo de Lá na tentativa de Livrar o tampo de Cá da devida penalidade , na razão direta dos inúmeros crimes cometidos ao longo da sua vida, inclusive, tentativa de assassinato do Presidente da República, Vice Presidente da República e Ministro do S.T.F. Assim considerando, nos diz mais ainda, do histórico e da sociopatia maior marginal da política brasileira, Sr. JAIR MEQUETREFE SUPOSTO MESSIAS BOLSONARO, aclarando mais ainda sobre nossa histórica dependência, alienação e vassalagem para com os interesses Made in USA…

    Quem sabe, um dia a grande massa chamada Povão e, sobretudo nossa dita classe Mérdia Tupiniquim autora intelectual e combustivel Mor do Golpe de 1964, acorde para essa triste, ridícula, esdrúxula realidade alienante e alienada, construída ao longo de séculos de Vira Latismo ainda latente.

    Certo estava e sempre esteve o saudoso Ariano Suassuna (Pernanbucano de coração e paraibano de origem) que sempre costumava repetir em suas aulas espetáculo, alto e bom som:

    “AQUI OS AMERICANOS DO NORTE DO NORTE, NÃO PRECISAM MANDAR TANQUES E AVIÕES PARA NOS INVADIR E LITERALMENTE NOS DOMINAR, BASTA MANDAR A MADONA, MICKEL JACKSON E OUTROS SUPOSTOS ARTISTAS/CANTORES DAREM SEU RECADO”

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