Coluna Radar Online, Veja, Lauro Jardim:
Até bem pouco tempo quem perguntava a Arlindo Chinaglia sobre uma eventual candidatura à presidência da Câmara ouvia dele respostas impublicáveis. Chinaglia fazia questão de mostrar que não era candidato. Pois agora, empolgado com a relatoria do orçamento da União, Chinaglia parece ter mudado de humor.
Ele está enviando inocentes mensagens de “feliz ano novo”, pelo celular, aos colegas da Câmara — um conhecido comportamento de candidato. Como se sabe, o PT tem acordo com o PMDB para revezar a presidência da Casa. Mas… diante da simpatia de Chinaglia com os demais deputados, Henrique Eduardo Alves deve começar a se preocupar.
Sr Carlos Santos,
tem uma tática que é bem assim: Você investe num compromisso mesmo duvidando da sua capacidade de cumprir com a sua parte e duvidando do compromisso do outro em também cumprir com a sua no acordo, ou seja, um acordo temerário, onde ambas as partes previsivelmente podem não se comportar de modo a concluir a transação. Mas o que se espera do acordo nao é propriamente ou tão somente o “acordado”, mas a possibilidade de transformar em recurso o próprio descumprimento do acordo. Isso significa que vc pode “dar o troco” pelo nao cumprimento, produz efeito justificatório ou de “amortização ética” da revanche. Ou lhe assegura melhores possibilidades de negociar outro acordo cujo compromisso com o cumprimento por parte do interlocutor pode ganhar peso por figurar como retribuiçao compensatória pela falha anterior. As vezes acho que o deputado Henrique Alves anda fazendo esse jogo. Nao se comporta como quem de fato espera apoio do governo Dilma à sua campanha pela presidência da Câmara dos Deputados. Estratégia, inconsequencia ou … incompetência????