Por David Leite
(A François Silvestre)
Somos rebentos (que desgastam
as mãos da parteira),
expelidos por um tempo de frivolidade.
De um tempo
onde o ideal
– redundantemente utópico –
sucumbe a forças indolentes
causando náuseas
pelo apequenado
e confuso conhecimento.
De um tempo
ornado de pragmatismo
protótipos estereótipos
– pobres em efígies –
desalterando
corações serenos em selvagens.
De um tempo
que nos faz confundir
visões ampliadas
com pororocas humanas.
De um tempo
onde a mansidão
transfigura-se em birutas de ares revoltos
nos levando como papelote usado
por parecermos pouco ou quase nada.
David Leite é professor, escritor e advogado
Muito bom pras feiras de livros. Convide a mídia, reúna os seus.Vai ser ótimo a Literatagem à regalia. Lá vai estar toda a elite responsável por esse status quo.
David Leite.
Já conheço a sua escrita. Sempre equilibrada e de notável sensibilidade. Que o tempo tão modificado retorne à serenidade, para parecermos tudo, ou quase tudo.
Corajosa poesia que , mesmo assim, revelou beleza. Parabéns!