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terça-feira - 14/01/2020 - 16:40h
"Major Fernandes"

Tenente-coronel preso hoje quase foi deputado estadual

A “Operação Níquel” que eclodiu nesta terça-feira (14), com a prisão e mandado de busca e apreensão contra membros de organização criminosa envolvida com contrabando de cigarros e outros crimes, tem como um de seus principais líderes o tenente-coronel da PM/RN André Luís Fernandes da Fonseca. Ele também é um nome que despontou nos últimos anos na política do estado, com grande potencial eleitoral.

Fernandes: força política (Foto: arquivo)

“O tenente-Coronel da Polícia Militar ANDRÉ LUIS FERNANDES DA FONSECA exerce função de liderança na organização investigada, possuindo domínio sobre as atividades operacionais e financeiras, bem como desempenha comando sobre os demais integrantes do grupo”, apontou o juiz federal Walter Nunes da Silva Júnior, titular da 2ª Vara Federal, que decretou sua prisão e de outros integrantes da quadrilha. Ministério Público Federal  (MPF) e Polícia Federal denunciaram Fernandes e os demais envolvidos.

“Ademais, foram trazidos à investigação dados de que ANDRÉ LUIS FERNANDES comanda ações para a garantia da continuidade das operações do grupo, como blindagem de eventuais intervenções policiais, havendo suspeitas, inclusive, de que ele conta com a ajuda de integrante da Polícia Rodoviária Federal lotado neste Estado para viabilizar o escoamento do produto, tamanha a facilidade no transporte das mercadorias”, escreveu o Juiz Federal Walter Nunes.

Nome na política

Com o nome político de “Major Fernandes”, André Luís Fernandes foi candidato a deputado estadual pelo PSC em 2014, candidato a vice-prefeito de Macau em 2016 pelo PMB e outra vez candidato a deputado estadual em 2018, agora inscrito no PRB.

Em 2017, Fernandes esteve na iminência de ser titular de uma vaga na Assembleia Legislativa, devido condenação judicial do deputado Dison Lisboa (PSD) – veja AQUI, que terminou mandato usando tornozeleira eletrônica, mas não perdeu cargo eletivo.

Nascido no Rio de Janeiro (RJ), André Luis Fernandes da Fonseca, 45 (28/11/1973), o “Major Fernandes”, teve 25.006 votos em 2014 na Coligação Liderados pelo Povo III, inscrito no PSD do então candidato ao governo Robinson Faria.

Em 2012, ele chegou a ser afastado de suas funções militares. Foi acusado de participar da execução de um ex-presidiário com uso de espingarda calibre 12. À época, o comandante-geral da Polícia Militar do RN era o atual secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESED), coronel da reserva Francisco Araújo.

Processo administrativo

O comando-geral da Polícia Militar do RN determinou imediata instalação de “Processo Administrativo Disciplinar” para apuração de envolvimento de André Luis Fernandes da Fonseca e outros policiais da corporação com os crimes denunciados pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Política

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