Por Vinícius de Moraes
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma…
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes (1913-1980) – Compositor, poeta, amante da vida…
De profundida e admiração, chega ao ponto de encher os olhos e realmente ter credibilidade na existência do AQMM (Amor Que Move Montanhas).
Vinícius tinha a capacidade de criar poesias tão lindas, cantava tanto o amor, havia incessante inspiração…uma cachoeira em seu cérebro nos brindava com as letras apaixonantes e apaixonadas e, muitas vezes, fazia-nos sentir que éramos aquela mulher amada.