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domingo - 22/04/2012 - 12:27h
Só Rindo

Tesão pro “Velho Léo”

Caro amigo Carlos Santos:

Como leitor assíduo de seu Blog, observo que esporadicamente você escreve sobre fatos e  “causos” pertinente à nossa urbe.  Dou-me o atrevimento de contar uma que fui testemunha auditiva e ocular, num fortuito encontro entre doutor Leodécio Néo e Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti.

Vamos ao episódio:

Tesão e felicidade

Como de costume, aos sábados, doutor Leodécio ia à agência do Banco do Brasil localizado a Praça Vigário Antônio Joaquim. Ao estacionar na Avenida  Dix-sept Rosado, desce próximo a casa do Monsenhor. Que por presteza do destino estava fechando o portão no momento que Leodécio passa à calçada. Amigos de priscas datas, saúdam-se, e pergunta cordial, Américo interpela:

– Como vai doutor Leodécio? Este com ar de melancolia responde:

– Vou bem não, Américo.

Instala-se um momento de certo embaraço. Américo com a complacência, característica de sua personalidade, replica:

– O que houve, doutor ?

Leodécio desmancha uma cantinela de mazelas de estar ficando velho, dores na coluna, pressão alta, articulações “enferrujadas”, vista diminuída… e repudia totalmente a senilidade.

Américo, com ar de teólogo e conselheiro espiritual, desmancha um cordel de virtudes da velhice:

– Doutor, a velhice traz a serenidade, o equilíbrio, o reconhecimento, a sabedoria….

Mas é abruptamente interrompido, pelo amigo e interlocutor, quando ainda desfiava o leque de ‘bonanças’ da idade avança. Com sua voz tonitruante, ele simplifica a felicidade a seu modo:

– Padre com todo respeito…. troco isso  tudo” por tesão !!!

Monsenhor rapidamente dá de ombros e encaminha-se pra Catedral de Santa Luzia murmurando:

– Tem jeito não !!!

E Leodécio, jocosamente, caminha para a agência do Banco do Brasil.

Arthur Henrique Pinheiro Néo (filho de Leodécio Néo)

Nota do Blog – Meu caro Arthur, você me traz – e repasso aos nossos milhares de webleitores – algo que mexe com minha memória e realimenta a amizade com seu pai, Leodécio, construída nos escaninhos da Gazeta do Oeste, época em que nos aproximamos em face da amizade entre ele e o diretor desse periódico, Canindé Queiroz.

Saudades do “Velho Léo”, como Canindé tratava-o carinhosamente.

Ah, um pedido: quero o direito a incluir esse caso em minha coleção “Só Rindo”, ouviu? Daqui a alguns anos espero publicá-la em livro.

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Categoria(s): Folclore Político

Comentários

  1. Odemirton Filho diz:

    Leodécio Néo é lembrança de minha infância, ali na São Vicente. À noite ia a sua casa para brincar com o amigo André e sempre o via, após o expediente, assistir ao noticiário e tomar umas doses. Pessoa que engrandence a geografia humana de Mossoró, aliás como sua esposa, D. Maria Luiza e sua numerosa prole.

  2. Arthur Néo diz:

    Amigo Carlos, você tem total permissão. Abraços…

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