Por Othoniel Menezes
Teus olhos tristes! quem me dera ao menos,
vê-los, de perto, a todo instante, para
beijá-los, e cantar, em suaves trenos,
as maravilhas dessa noite rara!
Tenho bebido todos os venenos
dos olhos das mulheres, mas, tão clara
expressão, tanta luz – qual se compara
a dos teus olhos negros e serenos?
Céu de amor, sobre o qual, triste, debruço
a alma, e sondo, soluço por soluço,
o rio de amarguras que te inunda…
Fonte de pranto e de prazer oculto,
refletindo, na flor da água profunda,
a sombra cismativa de meu vulto.
Othoniel Menezes (1895-1969) – poeta potiguar
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