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sábado - 26/04/2014 - 09:38h
Paulo Malhães

Torturador morto temia ser assassinado após depoimento

Encontrado morto em sua casa em Nova Iguaçu (RJ), nesta sexta-feira 25, o coronel da reserva Paulo Malhães sabia que corria risco ao revelar atrocidades de um passado que o Brasil busca ainda conhecer, apurou Carta Capital.

Malhães: torturador cruel (Foto: reprodução Carta Capital)

De acordo com um integrante da Comissão da Verdade do Rio, o ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE) deixara claro, em depoimentos privados, o temor do que poderia vir a ocorrer com ele. Em uma das conversas anteriores ao depoimento público de março à Comissão Nacional da Verdade, Malhães foi questionado sobre nomes de militantes infiltrados aliados ao regime ou mesmo de outros agentes da repressão. O coronel reformado contava ter medo, e dizia que não podia deixar escapar nomes porque estaria correndo risco de vida.

Malhães sabia, portanto, que estava sujeito a ameaças de quem não quer que a verdade seja conhecida. E mais: temia o justiçamento daqueles que temem ver seus nomes atrelados aos crimes imprescritíveis praticados pela ditadura brasileira.

Em 25 de março, Malhães foi autor de um dos depoimentos mais fortes prestados à CNV.

Armas

Na sede do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, Malhães contou, entre outras coisas, como o Exército fez para desaparecer com os restos mortais do deputado federal Rubens Paiva durante a ditadura civil-militar e como agentes do CIE mutilavam corpos das vítimas da repressão na Casa das Morte, em Petrópolis (RJ) – faziam isso arrancando suas arcadas dentárias e as pontas dos dedos para impedir a identificação dos corpos, caso fossem encontrados.

A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga as circunstâncias da morte, e já ouviu a viúva e o caseiro. Além disso, os agentes buscam imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. Ao 76 anos de idade, Malhães vivia com a mulher, Cristina Batista Malhães, na Baixada Fluminense, e se locomovia com a ajuda de cadeira de rodas.

O crime teria tido início na tarde de quinta-feira 24, quando um grupo entrou na casa na zona rural de Nova Iguaçu. Malhães, a mulher e o caseiro foram amarrados em cômodos separados, até que no início da noite Malhães teria sido asfixiado com um travesseiro. De acordo com informações da Polícia Militar, o grupo levou uma submetralhadora 9 mm, uma pistola 9 mm, um revólver calibre 38, alguns rifles e duas carabinas.

Veja matéria completa AQUI.

Veja detalhes sobre o depoimento chocante de Malhães clicando AQUI.

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Categoria(s): Gerais

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    E se ele deixou um dossiê contando toda a história?
    A viúva deve passar a ser protegida pela Polícia Federal imediatamente.
    E as investigações para elucidação deste crime relizadas pela Polícia federal.
    Tenho plena certeza de que este assassinato, assim como do Major Rubens Florentino Vaz, caso da rua Toneleros e que deu início à queda de Getúlio Vargas, entrará para a história do Brasil.
    Este crime pode ser o começar da retirada do véu que encobre as atrocidades cometidas durante o período da ditadura.
    Mas isto só o tempo poderá confirmar.
    ///
    OS ALUNOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE MOSSORÓ BEBEM ÁGUA SEM SER FILTRADA.
    A MERENDA ESCOLAR NAS ESCOLAS MUNICIPAIS É DE BAIXÍSSIMA QUALIDADE.
    O UNIFORME ESCOLAR NÃO FOI ENTREGUE EM MOSSORÓ.
    O MATERIAL ESCOLAR NÃO FOI ENTREGUE EM MOSSORÓ.

  2. Carlos Andre diz:

    Proposta de resolução a ser votada hoje pelo PT já sinaliza que partido não aceita coligação para deputado estadual
    26 de abril de 2014 por annaruth
    PANORAMA POLITICO.

    Carlos Santos será que o Robson Farias embarca nessa com um PT tão sabidinho?

  3. roberttone40@uol.com.br diz:

    A cova é mais profunda,só falta a presidente Dilma autorizar a abertura dos arquivos que ainda faltam,existe mais podridão no reino da Dinamarca! Ops! da dinamite!

  4. NÓBREGA diz:

    Pensando bem…
    “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”!

  5. Carlos Andre diz:

    .

  6. gilmar h diz:

    01:32, mas tinha que socializar essa:
    Eita! Agora vá!
    Os brasileiros vão apanhar dos gringos em casa – literalmente.
    //www.brasilcontracorrupcao.com/2014/04/policia-de-mocambique-caminho-do-brasil.html

    Quem achava que a “dita-dura” broxou, se enganou. É que a polícia de Moçambique está vindo para torturar manifestantes contra a realização da Copa. Clique no linque abaixo para ver uma pequena demonstração:
    //coturnonoturno.blogspot.com.br/2014/04/policia-de-mocambique-fara-seguranca-do.html

    A que nível esse desgoverno chegou?!!!
    E haja impostos!
    E haja violência!
    E haja desrespeito com a polícia local!
    E haja peia!!!!!

  7. RC 50 diz:

    Viúvas da ditadura faltam ao enterro: na despedida, o torturador ficou só
    Mário Magalhães
    28/04/2014 10:48
    Corpo do coronel reformado do Exército Paulo Malhães foi enterrado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense

    Corpo do torturador Paulo Malhães é enterrado
    As contas oscilam, mas nenhuma reportagem descreveu mais de meia centena de pessoas no velório e no enterro do torturador, matador e ocultador de cadáveres Paulo Malhães. Bernardo Tabak, repórter do UOL, somou vinte na despedida.
    No sábado à tarde, no cemitério de Nova Iguaçu, estiveram parentes do oficial reformado do Exército, que teve cinco filhos, e alguns vizinhos da Baixada Fluminense.
    É possível que, anônimo, tenha passado por lá algum velho camarada de jornadas macabras dos tempos da ditadura ou chapa dos serviços de “segurança” _isto é, atividades de extermínio_ prestados pelo militar a próceres da contravenção.
    Porém, não se viu um só bicheiro conhecido ou veterano manjado da repressão política. Abandonado por seus parceiros, o torturador ficou só.
    Dos seus sócios e apoiadores em práticas como seviciar oposicionistas até a morte e depois cortar dedos, arrancar dentes e extirpar vísceras dos seus corpos, pode-se dizer que a idade dificulta a locomoção. Mas não são eles que, volta e meia, acorrem a convescotes que celebram a falecida ditadura?
    Muitos vivem em outros Estados, é verdade. Mas o Rio continua sendo a concentração mais ruidosa dos partidários dos governos instaurados em 1964.

    E o que dizer dos que, tão corajosos em vilipendiar, na internet, quem denuncia as excrescências da ditadura, não tiveram coragem de dar adeus ao coronel (ou tenente-coronel) que até o fim não se arrependeu dos seus crimes?

    Prevaleceu a covardia.

    Assim como eram covardes os agentes públicos que, aplicando política oficial, torturavam e assassinavam militantes sob custódia do Estado, são pusilânimes os saudosistas daquele tempo. A bravura vomitada em comentários de notícias, blogs e redes sociais se dilui na vida real.
    Malhães, como se sabe, morreu na quinta-feira em circunstâncias ainda não esclarecidas.
    Em meio a tantas suspeitas e versões, há uma evidência: o site “A verdade sufocada”, vinculado ao coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, trucidou a verdade ao informar na sexta-feira que Malhães havia recebido quatro tiros. Inexiste, até agora, relato de que ele tenha sido baleado.
    Outro equívoco é supor que eventual colapso cardíaco do facínora tenha ocorrido enquanto ele regava suas orquídeas no sítio onde vivia. O militar estava em mãos de homens que invadiram sua residência, conforme relato da viúva. A perícia recolheu um travesseiro onde, de acordo com a senhora Malhães, havia marcas de sangue.
    Para registro histórico: há pelo menos um episódio em que um opositor à ditadura morreu de colapso cardíaco, como informou o laudo da necropsia e testemunhou uma companheira. O que o laudo não contou e ela revelou é que o coração entrou em pane quando o guerrilheiro era torturado no pau-de-arara e recebia doses cavalares de choque elétrico.
    Não se sabe ainda como Malhães morreu, mas não se ignora que ele foi atacado. Portanto, não teria morrido, e sim sido morto.
    Sobre a identidade de quem o atacou há um sem-número de hipóteses. Só os adivinhões de sempre, alguns virgens de qualquer investigação jornalística ou policial, prescindem de apuração para saber o que ocorreu.
    O certo é que, na hora derradeira, as viúvas da ditadura abandonaram Malhães.
    Seus amigos e admiradores não foram valentes nem para ir até o cemitério.
    CADÊ A VALENTIA DOS MILICOS TORTURADORES!? NÃO APARECERAM NEM PRA DAR UM SALVA DE TIROS EM HOMENAGEM AO MONSTRO!

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