Em nossa capital, onde vivo parcialmente, discute-se o poder de transferência de votos do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT).
Que tem voto, tem. Quem duvida?
Qualquer resmungo em contrário, basta olhar a planilha de votação das eleições ao governo estadual ano passado, quando venceu em Natal com boa maioria nos dois turnos. Foram 70.478 no primeiro e 90.064 de vantagem no segundo, sobre a governadora eleita Fátima Bezerra (PT).Porém transferir para outrem, alguém à sua escolha para governar Natal, não é um fenômeno simples.
Muda, muda tudo. Ou muda muito, digamos.
Candidato ele não poderá ser. Porém tende a influir no pleito no papel de apoiador, numa medida em que nenhuma régua consegue ser precisa para dimensionar a elasticidade dessa força no palanque e nas urnas.
É imprescindível que haja, por exemplo, o mínimo de identidade entre apoiador e apoiado, um pingo de afinação. Transferência de votos é como transfusão de sangue: tem que existir compatibilidade.
O eleitor parece muito mais atento e indócil do que no passado. E, Carlos Eduardo, não é nenhum líder messiânico ou carismático em Canaã, “a terra prometida”.
A seu modo crítico, o natalense anda muito refratário à ideia de ser massa de manobra e seguir cegamente qualquer voz de comando. É de sua natureza política não querer ser vaquinha nesse presépio.
A capital pode ser esquadrinhada e subdividida entre vários nomes influentes, mas todos são microlíderes, aldeões.
O ex-prefeito pedetista é um dos escassos sobreviventes do concílio de referências políticas de Natal, onde já figuraram Aluízio Alves e Wilma de Faria, por exemplo. Eles fazem parte do passado, de uma Natal que passou também.
“Um líder é um vendedor de esperanças”, definiu Napoleão Bonaparte. Convenhamos: não está fácil transferir votos e esperanças numa embalagem só.
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