Carlos Santos,
Não bastasse a carnificina das mortes por armas de fogo, que todos nós daqui de Mossoró assistimos estarrecidos, agora vemos na mesma escala uma mutilação de pessoas do bem, vítimas do trânsito cada vez mais maluco da “Metrópole do Futuro” ou seria sem futuro?
É uma coisa desenfreada. Todos os dias testemunhamos acidentes graves ou não, no trânsito, muitos que sequer chegam a ser noticiados tamanha a banalidade do acontecimento.
Aqui mesmo na esquina da minha casa, é sagrado: Toda semana tem um de grandes proporções, agora mesmo te escrevo ainda trêmulo, pois neste exato momento uma jovem esta estirada no asfalto, bem aqui, no cruzamento da João da Escóssia com a Deocléciano Vesceslau da Paixão (Nova Betânia).
Em dois anos que moro aqui não consegueria quantificar quantos aconteceram.
Será que a Gerência de Trânsito não tem estes dados?
Não seria muito mais barato colocar um semáforo, ou até mesmo uma lombada eletrônica, em detrimento dos gastos com idenização, internação, mutilação, destas pobres vítimas?
É demais! Está mais do que na hora da sociedade mobilizar-se contra este descaso; temos que dar uma resposta rápida às autoridades, mostrar que existimos e que todos juntos temos mais força que todos eles, e cobrar deles respostas mais rápidas ainda para essa guerra urbana que não escolhe as armas nem os meios, apenas MATA!
Triste fim de uma metrópole que agoniza ainda na barriga e que certamente não resistirá ao parto.
Ricardo Lopes – Webleitor e fotógrafo
Meu caro Ricardo, é tanta inoperância, falta de atitude e desinteresse das mais diversas autoridades desta “Metrópole do Futuro”, que fico a me perguntar: Será que na Líbia, Afeganistão, Síria ou no Iraque não estaria melhor do que aqui? Nesses lugares pelo menos uma coisa a gente sabe: eles estão declaradamente envolvidos em algum tipo de guerra. E aqui, o que dizer? Acho que vivemos uma guerra bem pior, pois ela mata tanto quanto qualquer outra, apenas com um pequeno detalhe: ela não é declarada e nos atinge de surpresa.
Quando o “futuro da metrópole” chegar, parece que não vamos estar “presentes”, pois talvez tenhamos sido condenados no “passado” pela violência nossa de cada dia, seja ela do trânsito maluco que mutila e mata, ou pela frieza dos bandidos que tiram vidas e destroem famílias sem distinção, numa verdadeira banalização do crime, onde não há diferença entre a vida e a morte.
Uma coisa parece certa: A metrópole é do futuro, mas os problemas são do presente!
A maior parte dos acidentes em todo o pais é a imprudência dos motoristas e pedrestres. Se ler um pouco o código de trânsito e praticar as práticas do capítulo de “regras gerais de circulação e conduta” melhora muito o trânsito.
Infelizmente, vivemos em uma cidade de motoristas e pedestres mal educados, que seguem as normas e leis do Manual do “Vale Tudo”, “Sou o mais esperto” e “Fique pra Trás e Coma a Poeira”, essa é a realidade…Não adianta colocar sinais e mais sinais, faixas de pedestres, placas de orientação, se temos motoristas e pedestres mal esducados, analfabetos de alma, que não respeitam nada…Concordo com Fred, realmente é preciso educar os pedestres e motoristas, começando do be-a-bá. Talvez daqui uns 20 anos teremos um trânsito melhor, pois as nossas crianças estão cescendo tendo uma educação, visando a cidadania, onde o respeito ao próximo e às autoridades prevalecem, pelo menos é o que vejo…
Caro Carlos Santos, queridíssimo Ricardo Lopes, leitores do blog, gostaria de falar um pouco sobre minha experiência como médica perita do INSS. É impressionante o número de perícias realizadas todos os dias, em decorrência de acidentes de trânsito, em especial, os de moto. Uma quantidade enorme de pessoas, em sua maioria jovens, inseridas no mercado de trabalho, que estão morrendo ou se incapacitando, necessitando de afastamento muitas vezes, por tempo demorado. Gerando uma enorme carga de sofrimento para essas famílias, um prejuízo financeiro para elas, seus dependente e para a União. A maioria, quando cessado o benefício prevdenciário, pode retornar ao trabalho, mas nem sempre com a mesma capacidade de antes. Forma-se assim uma enorme legião de sequelados do trânsito.
Como já falei, a maioria das vítimas dos acidentes são os motoqueiros e seus caronas. O que fazer???? Proibir a venda e a circulação de motos? Apesar de eu brincar com isso, não é a solução!!!!! Mossoró, até poucos anos era a cidade das bicicletas. Hoje tornou-se a cidade das motocicletas. Muitos motoqueiros são imprudentes, pode ser verdade, muitos motoristas também. O real é que, certos ou errados, todos sabemos quem se quebra numa batida entre carro e moto.
Pessoalmente, acho que, devido ao risco, moto deveria ser veículo de passeio, de dar uma voltinha e não um meio de transporte. Mas sei que é o meio de transporte que está acessível à maioria da populaçao brasileira, sem dinheiro para comprar um carro.
Em alguns países da Europa se incentiva o uso de bicicletas. Pelas dificuldades de espaços, a ciclovia é representada por uma faixa pintada no chão, o correspondente ao nosso acostamento. Poderia se pensar em faixas para motociclistas, para tirá-los da disputa de espaço com os carros.
Muitas coisas precisam ser feitas, em todos os níveis, Federal, Estadual, Municipal e, pela sociedade civil. Temos que respeitar regras de trânsito. Temos que respeitar uns aos outros. Temos que lembrar que o cidadão que está na moto é CIDADÃO, como qualquer um, além de ser o mais frágil nessa equação complicada do trânsito.
Investir em transporte público e em educação é essencial. Parece que só os políticos não sabem disso. O que não se pode permitir é que essa guerra entre motoristas e motoqueiros continue a fazer tantas vítimas.