"Há tantos burros mandando em homens de inteligência que, às vezes, penso que a burrice é uma ciência." (Ruy Barbosa)
Num conto clássico do dinamarquês Hans Christian Andersen, "A roupa nova do rei", ele narra como é desmedida a asneira humana. A obra do século XVIII é atualíssima e encaixa-se com precisão na Mossoró contemporânea.
– O rei está nu! – grita uma criança da multidão, que observa o soberano de um país imaginário, completamente despido. Em sua naturalidade, o garoto alardeia o óbvio, mas que os adultos preferem encobrir. Temem contrariar a "divindade".
Na história de Andersen, o monarca é enganado por dois alfaiates espertalhões. Acredita – por arrogância e imbecilidade – que veste roupa suntuosa, mas que na verdade não existe. Ele, de fato, está nu.
Com o poder municipal de Mossoró a estupidez virou uma epidemia. Supura por todos os poros. Como diz um provérbio popular: "quem nunca comeu mel, quando come se lambuza."
De posse da caneta executiva, a facção familiar dos Rosado que nunca tinha ocupado diretamente a prefeitura, mostra como estava despreparada à tarefa. Todos estão pelados. Quem se atreve a apontar sua "nudez", entra na lista de inimigos.
O principal ator dessa história da vida real não é a prefeita de direito, Fátima Rosado (DEM), socialite por vocação e enfermeira diplomada. É seu irmão menor, o agitador cultural Gustavo Rosado (PV).
Sem profissão definida, ele apresenta-se como "servidor municipal" ao se qualificar em processos judiciais contra quem o contraria. Na verdade, "está" secretário-chefe do Gabinete. É função pública e transitória e não um ofício laboral.
O falecido prefeito Dix-huit Rosado (tio de Gustavo e Fátima) repetia: "Todo Rosado é odiento". Para ele, o pior de todos era seu irmão Vingt-un (também já falecido). "É um poço de ódio", rotulava.
Ódio no freezer
E o que dizer sobre Gustavo? Talvez seja mais adequado medir sua fúria pelo que o presidente Tancredo Neves dizia do ditador Getúlio Vargas: "Ele guardava ódio no freezer".
Esse rancor epidérmico e comportamento inconsequente transformaram a gestão da prefeita "Fafá" numa máquina de moer gente e centrífuga de reputações. Para eles não existe adversário: são inimigos a serem destruídos e desmoralizados a qualquer custo.
O ressentimento genético, Rosado, pode até explicar tantos desatinos que levaram o governo a altíssimo índice de reprovação, mas não justificam a enxurrada de bobagens.
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, afirmava que "o poder emburrece". Já o frei Betto, ex-colaborador do presidente Lula, acredita que o poder não transforma, mas "revela o homem". No caso, estamos diante de uma manada de quadrúpedes, com raríssimas exceções.
No tocante aos inquilinos do Palácio da Resistência e seus asseclas, o dignóstico é de asnice natural, com contaminação por osmose. Ser burro é credencial à ascensão. "Invejo a burrrice, porque é eterna", dizia o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues.
Nos processos que move contra o editor deste Blog, por exemplo, Gustavo, sua mana e alguns outros "iluminados" não aceitam ser tratados como "patota". Preferem ser vistos como "falange" ou "facção"? É só escolher essas opções, mas grupo político não tem como ser. Não são do ramo.
Nas petições, os seus advogados pinçam o vocábulo em textos desta página e procuram vender à Justiça a tese de depreciação moral e "psíquica" dos demandantes.
O gênero musical "Bossa Nova" produziu "Patota de Ipanema", parceria de Vinícius de Moraes e Toquinho. Virou sucesso atemporal. Com os Rosado de agora, não cai bem. Não tem "sonoridade" adequada.
Corriola
Nos anos 60/70, o grande líder político de verdade, deputado Vingt Rosado, estava sempre acompanhado de um rol de amigos fieis. A turma era apelidada de "corriola". Àquele tempo soava bem. Hoje, ser patota pega mal.
Já o título de "agitador cultural" é ofensivo, quando adesivado ao próprio Gustavo. Isso, nos dias atuais.
No final dos anos 80, o movimento de artistas e intelectuais da esquerda o usou para puxar campanha em prol de um teatro para a cidade. Passou-se a tratá-lo por esse epíteto, que o levou a ser escolhido como presidente da Fundação de Cultura no terceiro governo de Dix-huit.
Naquele período ser "agitador" era glamouroso. Agora, não pega bem?
A ignorância é moléstia crônica nessa facção, falange ou patota. Folhear o Dicionário Aurélio não resolve. Aprender a ouvir críticas, conviver com opiniões contrárias e admitir suas limitações fazem parte da terapêutica. Mas é pouco provável que haja cura mesmo assim.
Em 2000, por exemplo, quando "Fafá" era candidata a prefeito pela primeira vez, apoiada pela prima-deputada Sandra Rosado (no PMDB), contra a então prefeita Rosalba Ciarlini (DEM), todos acharam natural promover um movimento chamado "Bafafá".
Por burreza? É provável. Bafafá significa "confusão", "tumulto".
Se fosse pegar ao pé da letra a proposta anunciada, o grupo adversário – ou Ministério Público – poderia barrar a manifestação, por claro incentivo à violência e ameaça à ordem pública.
Diante de tanta falta de inteligência, o jeito é recorrermos ao genial Roberto Campos, ex-deputado federal e ex-senador: "A burrice tem passado glorioso e futuro promissor no Brasil".
Pelo visto, a patota vai assegurar a imortalidade.
Segundo o dramaturgo Dias Gomes “Instituiu-se uma bobagem no Brasil: a de que pensar é coisa do passado. O bom agora é não pensar nada, e SE POSSÍVEL SER BURRO.” Estaria o celebrado autor de “O Bem-amado” referido-se a patota ou seria ala? A final quem tem ala é escola de samba e esta ala é adepta do samba do crioulo doido.
Samba do Crioulo Doido
Demônios da Garoa
Composição: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar
Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também
O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou
É de se impressionar com a delicadeza do seu texto, caro Carlos santos, principalmente na forma eficaz que você exemplifica esse posicionamento “birrento” de quem conduz a prefeitura de Mossoró. Tentar barrar críticas usando a justiça para isso é, realmente, uma das maiores burrices! Será que eles conhecem a palavra diálogo?
Ahh.. Carlos Santos só para lembrar que faço a leitura diária do seu blog! Eu sou Anderson, que quando estou em Mossoró e vou ao copão- vou quase sempre com Rogério da TV Mossoró, fico cobrando esse lembrrente no blog. E você sempre diz: mande o e-mail para mim! (rs)
Abraço!
E parabéns pelo Belíssimo texto.
Anderson de Almeida – Jornalista – Natal/RN
Belo texto. Num evento sobre marketing político organizado pela jornalista Lúcia Rocha em 2004, o tb jornalista Neto Queiroz se vangloriava de ter tido a ideia do “bafafá” kkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu acho tao injusto e cruel quando se compara o lado negativo do ser humano com um animal que desmpenha com perfiçao sua atividade no meio onde foi gerado pela natureza.
Vamos nos redimir e assumir reconhecendo que ao ser humano pertencem todas essas açoes já que somos nós mesmos que as praticamos.
Ah, conheço o conto clássico por Hans Chrystian. É uma obra maravilhosa. Preconizo a leitura desse clássico a todos. É a hipocrisia nua e crua como as novas e finas roupas do emperador.
É perigoso estar certo quando o governo está errado. Voltaire
Carlos seu texto diz tudo e dá o testemunho de que todos nós demonstramos e repudiamos por esses insanos, essa patota… essa curriola esse bando de pedantes de intempestivos sentantes de cadeiras poderosas com tempo contado para banimento político e público.
Vou me ater a frase de Rui Barbosa, que abre o seu texto. Há sim, uma multidão de homens inteligentes mandados por homens burros. Mas é importante frisar que não só manda quem é eleito ou nomeado. Quem aponta e é seguido também manda. Quem escreve e é lido, também manda.
De ódio você entende, meu caro, tanto quanto os rosado. Ele transborda pelo seu teclado.
Meu Deus! Vc é o bicho…
Escreve mt bem. Sem falar que só diz a verdade.
Abçs e mt sucesso no seu blog.