Imitar adultos faz parte do fantástico mundo infantil. Essas fantasias ajudam no desenvolvimento das crianças. Eu me lembro que, quando era criança costumava brincar de escolinha imitando a minha professora.
Também costumava calçar os sapatos de saltos altos da minha mãe para ficar parecida com ela. Esta prática das crianças imitarem o mundo dos adultos ainda é comum na atualidade, o que é bastante saudável para o crescimento delas. Os adultos devem saber que sua conduta servirá de exemplo para as crianças, porque elas aprendem por imitação.
As atitudes dos adultos devem ser exemplo de boa conduta e nortear-se pelas regras de bom convívio social, uma vez que servirão como modelo para a formação do caráter dessas crianças. Nesse ponto a responsabilidade de professores das séries iniciais é muito grande, porque os bons exemplos aos quais algumas crianças têm acesso, vêem somente através destes profissionais.
É um trabalho que se repete a cada dia, visto que os professores ficam apenas quatro horas diárias com os alunos. Muitas vezes, o professor ensina alguma coisa às crianças e aquilo que é ensino na escola não é praticado no âmbito familiar deles, tornando-se necessário que o ensinamento seja repetido dia após dia.
Aliás, procurar aumentar a auto-estima das crianças é outra atribuição do professor em sala de aula. Não basta ensinar a ler, escrever e contar. É preciso, antes de mais nada, que o professor estimule a elevação do amor próprio em cada aluno. A elevação da autoestima numa pessoa é determinante para sua felicidade e o professor pode, entre outras coisas, estar ajudando a desenvolver o potencial de um grande vendedor ou até mesmo de um grande líder nacional.
O professor, que servirá como um modelo a ser seguido por seus alunos, deverá ter uma conduta o mais irrepreensível possível e ainda mostrar para os estudantes, a biografia de pessoas fortes, corajosas, empreendedoras, honestas, e de bom caráter, cujo modelo pode ser utilizado como parâmetro para a formação de adultos semelhantes.
Afinal, até conseguirmos formar a nossa personalidade, procuramos nos espelhar em muitas pessoas. Até conseguimos definir aquilo que de fato queremos ser, “copiamos” as peculiaridades daqueles a quem admiramos como se quiséssemos formar uma grande “colcha de retalhos”, com as qualidades dessas pessoas.
Melhor seremos, se as qualidades que “copiarmos” forem positivas. Desse modo, pessoas como o ex-presidente Juscelino Kubitschek podem servir como um bom exemplo. O jovem Juscelino só conseguiu calçar seu primeiro par de sapatos quando estava com 12 anos. Chegou a passar fome e estudou com muita dificuldade até concluir o curso de Medicina com especialização feita em Paris. Como presidente, modernizou o Brasil e seus feitos vivem até hoje na memória do nosso povo.
Outro exemplo pode ser o da estilista Coco Chanel, que desafiou a sociedade no início do século XX por causa da sua maneira exótica de se vestir. A maneira diferente de suas roupas costumava provocar o riso das pessoas, mas ela costumava dizer que aquele era o segredo do seu sucesso. E era mesmo.
Dizem que “Santo de casa não faz milagre”, mas podemos ainda destacar o sucesso do conterrâneo Clodoaldo Silva – o Tubarão – que apesar de suas limitações físicas é um dos maiores orgulhos da natação potiguar e nacional. Clodoaldo é, sem dúvida alguma, um belo exemplo de superação a ser imitado.
O filósofo francês Michel de Montaigne em um dos seus livros afirma que “a pior desgraça para nós é desdenhar aquilo que somos”.
Vamos, portanto, procurar elevar o máximo possível a autoestima de nossas crianças. Não com o objetivo de formar pessoas arrogantes, mas com o pensamento de formar cidadãos que acreditam em si mesmos, na sua capacidade de crescer, ter sucesso e promover revoluções sociais.
Nadja Lira é jornalista e pós-graduada em Psicopedagogia (Clique AQUI)
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