• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sábado - 05/07/2014 - 07:42h
Copa do Mundo

Um campeão sem Neymar Júnior

Neymar, ou Neymar Júnior, está fora da Copa do Mundo do Brasil. Os últimos dois passos que faltam, semifinal e final (se o time chegar lá), ele não poderá dar.

A contusão (veja AQUI) no segundo tempo do jogo contra a Colômbia, nessa sexta-feira (4), quando o Brasil venceu por 2 x 1, novamente de forma dramática, é séria.

E o Brasil sem Neymar Júnior pode chegar à final?

Pode, sim. Pode até ser campeão, meu caro.

Desde o início desta Copa, em praticamente todos os jogos até aqui, o Brasil foi Neymar e mais dez ou praticamente só Neymar resolvendo tudo.

Mas, “estranhamente”, no jogo contra a Colômbia, foi um dos poucos com menor brilhantismo, compondo equipe e com raros momentos de malabarismo e eficácia com a bola.

O Brasil sem Neymar, passa a ser novamente um time comum, tão comum quanto os demais concorrentes.

É um Brasil que pode e deverá apostar definitivamente no coletivo, essência do chamado “esporte bretão”, como os antigos locutores esportivos definiam a origem do futebol.

Um Brasil mais compactado, sem grandes hiatos entre os setores de defesa, meio de campo e ataque.

Um Brasil mais concentrado na marcação e consciente dos seus limites.

Um Brasil contaminado pela força verde-amarela das arquibancadas.

Um Brasil operário, solidário e que leva a nação no bico da chuteira.

O próximo jogo é outra decisão, como foram os últimos dois, contra os vizinhos de continente, Chile e Colômbia.

Teremos a Alemanha, que em praticamente todas as copas é o mesmo time: forte fisicamente, disciplinado taticamente e psicologicamente frio e circunspecto. Com alguns excelentes jogadores e focado no que quer. Uma máquina azeitada para vencer.

Teremos um Brasil sem o capitão Thiago Silva e sem Neymar.  Provavelmente com a entrada de Dante, que joga na Alemanha, no poderosíssimo Bayern de Munique, além de William – do Chelsea da Inglaterra fazendo dupla de ataque com o até aqui anêmico Fred.

Se para ser Hexa tínhamos que ter mais dificuldade, elas estão chegando.

Diferente de outras copas e até da expectativa criada antes dessa, nós não estaremos iludidos pelo delírio ou a “certeza” do título.

Sem Neymar Júnior, o Brasil poderá ser o campeão cívico, que tanto alguns locutores encarnam, o campeão feito de superação.

Ser campeão é, em si, se fazer melhor, reinventando-se e ultrapassando seus limites.

Hexa, Brasil!!

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Ieda Maria Araújo Chaves Freitas diz:

    Carlos
    Parabéns. Penso semelhante. Mesmo que Neymar seja destaque, o futebol é um esporte coletivo, é time, equipe, assim deve ser considerado.
    Desejo, torço e até acredito que seremos vencedores, nossa torcida assim espera.
    Bom fim de semana

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    UM NOVO POSSESSO?
    Nós já vencemos a Copa.
    Vencemos quando mostramos ao mundo o Brasil.
    Vencemos quando fizemos o mundo tomar conhecimento de que o Rio não é uma terra sem lei dominada pelo tráfico, que o Norte não é uma taba de índios onde brancos sem escrúpulos desmatam de forma criminosa a maior floresta do mundo.
    Vencemos quando mostramos que as mais belas praias do mundo estão no Nordeste e que a gente nordestina não é um bando de retirantes famintos como descrito nos clássicos da nossa literatura.
    Vencemos quando mostramos um Sul/Sudeste pujante, altamente industrializado e com uma agro-pecuária mecanizada.
    Vencemos quando mostramos o verdadeiro Brasil ao mundo.
    E fomos além.
    Aproveitamos para mostrar o quando somos acolhedores, amigos e de quebra fizemos conhecer a nossa culinária. E que ninguém se engane. Temos tudo para vencer também dentro de campo esta Copa.
    Esta contusão do Neymar lembra-me 1962, quando perdemos Pelé e os arautos do pessimismo bradaram aos quatro ventos que tínhamos perdido a Copa do Chile.
    Pelé saiu e Garrincha agigantou-se juntamente com todos os companheiros.
    Pelé saiu para que surgisse Amarildo.
    Naquele momento nascia o POSSESSO.
    E com os dribles do Garrincha, os gols do POSSESSO e o grande desempenho de toda a equipe conquistamos a Copa do Mundo de 1962.
    Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Amarildo, Garrincha, Vavá e Zagallo. Vivíamos a época de ouro de 4-2-4.
    Com estes heróis vencemos a Tchecoslováquia por 3 X 1 e nos sagramos bi-campeões sem Pelé.
    Terça-feira entraremos em campo sem Neymar e Thiago Silva.
    Mas entraremos para vencer. Até porque os substitutos são jogadores do mais alto nível. Cabeças de bagre não jogam no Bayern de Munique e no Chelsea da Inglaterra.
    E nenhum Zé Pezão consegue ser convocado para a Seleção Brasileira.
    Temos uma equipe formada não por 11, mas por 23 jogadores. E todos do mais alto nível.
    Temos o fator torcida, que agora mais do que nunca estará presente no apoio ao nosso time.
    Temos o clima quente que apavora os alemães e que nos deixa numa posição bastante confortável.
    Temos a garra dos nossos jogadores.
    Será um jogo equilibradíssimo.
    Um jogo que disputaremos convictos de que já realizamos a melhor de todas as Copas.
    Um jogo que disputaremos com plenas condições de vitória, mas sem nunca nos esquecermos que se trata de um jogo. E em sendo um jogo qualquer resultado é possível.
    Vamos com fé e esperança, até porque nenhum peru estará entrando em campo nesta terça-feira que, tenho certeza, revelará para o mundo um novo POSSESSO.
    SEM DESÂNIMO, COM MUITA FÉ E MUITO AMOR DENTRO DOS NOSSOS CORAÇÕES.
    BRASIL! BRASIL! BRASIL!!!

    • Gilvandro Alves diz:

      Muito bom o texto de Carlos, mas o comentário de Inácio foi ainda melhor. O homem fez uma análise quase perfeita da copa no Brasil.

      • Inácio Augusto de Almeida diz:

        Obrigado, Gilvandro.
        São os longos anos de militância na imprensa esportiva, escrita e falada, que me deram a bagagem necessária para fazer uma análise como esta.
        Infelizmente em Mossoró já MENDIGUEI uma oportunidade em todas as rádios e todas as portas me foram batidas na cara.
        Fazer o quê?
        Se Deus quer assim, que seja assim.
        Zé Buchudinho, aqui do meu lado ficou triste.
        Fique triste não, Zé Buchudinho, um dia uma janela vai se abrir.
        Até porque é impossível segurar o jorrar de uma cachoeira.
        Zé Ruela, se você rir eu lhe dou um croque.
        Um abraço, Gilvandro.

    • renay diz:

      Muito bom parabens

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    UMA TRISTE HISTÓRIA
    Sempre me perguntam porque combato tanto o descaso das autoridades municipais com a qualidade da MERENDA ESCOLAR.
    A minha motivação nasceu numa manhã em que entrei numa escola exatamente na hora da MERENDA ESCOLAR. Sentada numa cadeira, uma criancinha tinha nas mãos um prato raso de sopa. Notei ser uma sopinha muito rala e perguntei àquela criança se estava gostando, tendo ela me respondido um tanto quanto assustada, apenas com um balanço de cabeça dizendo que sim, que estava gostando.
    Mas seus olhos gritavam outra coisa. Estampavam medo. Medo de ser eu um funcionário da prefeitura, medo de dizer a verdade e ser repreendida pela tia. Medo de tudo. Peguei da sua colher e perguntei se podia provar da sopa, tendo ela abalançado mais uma vez a cabecinha.
    Quando coloquei um pouco da sopa na boca, CUSPI.
    Ela riu e seus olhos adquiriram um brilho bem diferente, alegre até, como a me dizer que agora eu sabia se era boa a MERENDA ESCOLAR.
    Não tenho vergonha de dizer que chorei.
    Aquilo não se dá nem para porcos.
    E naquele momento assumi o compromisso comigo mesmo de combater a má qualidade da MERENDA ESCOLAR em Mossoró.
    Lembro-me que na época da Fafá Rosado as crianças tomavam vitaminas de frutas, quase sempre banana ou mamão batido com leite e mais algumas bolachas ou um sanduíche.
    Quando veio a administração da Cláudia Regina, JUSTAMENTE CASSADA, a coisa degringolou.
    Passou a ser ofertada uma MERENDA ESCOLAR da mais baixa qualidade, o que continuou na administração deste prefeito.
    Eu não entendo como há mais um ano eu bato nesta tecla e o MINISTÉRIO PÚBLICO ainda não ter adotado nenhuma providência.
    Nas outras cidades as crianças recebem uma MERENDA ESCOLAR de qualidade.
    Será a verba que vem para Mossoró menor do que a verba destinada a estas outras cidades? O que fazem em Mossoró com o dinheiro da MERENDA ESCOLAR?
    Nas outras cidades, Apodi, por exemplo, os estudantes das escolas municipais já receberam o UNIFORME ESCOLAR E O MATERIAL ESCOLAR, além de uma MERENDA ESCOLAR de qualidade.
    O que fazem com o dinheiro destinado à Educação em Mossoró?
    Claro que os vereadores não se importam com o que acontece com estas crianças pobres. Estão mais preocupados com a LEI DA MORDOMIA DOS VEREADORES.
    O que me causa espanto é ainda ter quem chame de RAINHA uma pessoa que durante a sua gestão deu início a todo este descalabro.
    O que me deixa surpreso é somente eu, eu e mais ninguém a clamar por uma providência contra este crime que é cometido contra as nossas crianças. Nenhum dos que comentam neste blog toca neste assunto. Será que desconhecem que assim como a natureza as pessoas também se vingam?
    Não, omissos de hoje, não fiquem amanhã reclamando do aumento da violência.
    Até quando estarei só nesta luta? Até quando os defensores dos direitos humanos, os que dizem defender a justiça social permanecerão calados por força de alguma doação, doação que certamente sai do dinheiro que deveria ser aplicado na MERENDA ESCOLAR.
    Não toca a consciência desta gente que o dinheiro para construir ou reformar templos saiu da garganta destas crianças que chegam às escolas já famintas clamando por um pedaço de pão?
    Um bom domingo para todos.

  4. Manoel Ramalho diz:

    Eita amigo Carlos Santos invejável os adjetivos do intelectual. “circunspecto”

    Para que os pobres Estouvanados como eu possam entender!

    “circunspecto”
    adj. Característica do que se comporta cautelosamente; que enfrenta de maneira cautelosa todos os âmbitos de uma circunstância ou de um fato.
    Qualidade de quem sustenta uma atitude moderada e discreta diante de algo ou de alguém.

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